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Em África morre-se todos os dias, como aliás no mundo inteiro.
Mas as mortes a que me refiro em África são as de cristãos chacinados, decapitados, queimados vivos nas igrejas em que celebram a fé que os anima.
Muito poucos órgãos de comunicação social reportam este verdadeiro genocídio e, quando o fazem, logo deixam cair a notícia, para que rapidamente entre no esquecimento.
Não é só na Nigéria, Moçambique ou Sudão, mas em muito mais países de África que tal acontece, de tal modo que, as mortes, desde há anos para cá, são quase já incontáveis.
Mesmo a nossa Igreja Católica é, (perdoem-me se estou enganado), muito tímida na condenação desta verdadeira barbárie destes nossos tempos.
Ouvem-se as vozes de alguns Bispos africanos, (que infelizmente parecem pregar para o deserto tal é a indiferença com que a opinião geral os ouve), e a ACN – Ajuda à Igreja que Sofre, que não se cansa de noticiar estes horrores, mas quase sempre sem que isso mova a opinião pública em geral.
Mas a verdade é que as guerras que acontecem na Ucrânia e em Gaza, (para citar apenas estas duas), são constantemente reportadas, e é muito nítida a indignação geral por todos as mortes provocadas por esses confrontos.
Condenam-se abertamente nas primeiras páginas dos jornais e televisões aqueles que perpetram essas mortes, mas essa condenação tão veemente, não acontece em relação à morte dos inúmeros cristãos em África, e não só, e que constitui, é bom que se repita até à exaustão, um verdadeiro e real genocídio.
Será que os cristãos não são gente também?
Será que por serem de Cristo não merecem a mesma dignidade de todos os outros?
Será que estes verdadeiros crimes sobre gente cristã indefesa não têm o mesmo “valor” dos outros praticados sobre outras gentes?
Esta é uma realidade muito crua e verdadeira que os “fazedores de opinião”, os ditos jornalistas, os políticos e governantes, não querem ver, mas não deixa de ser um terrível crime envolto numa hipocrisia humana sem limites.
Infelizmente este pobre texto suscitará, talvez, algumas reacções, mas também muito rapidamente será esquecido e colocado no caixote do lixo da hipocrisia que parece governar este mundo de agora.
Que a Igreja Católica denuncie permanentemente este genocídio, e escolha um dia ou até uma semana, para que, todos unidos em oração, peçamos por estes irmãos e irmãs que sofrem todos os dias nas suas vidas a ousadia de quererem ser cristãos.
Estes são os mártires dos nossos tempos.
Que eles intercedam no Céu por este humanidade que se afasta de Deus.
Marinha Grande, 16 de Setembro de 2025
Joaquim Mexia Alves