domingo, 29 de outubro de 2023

TODOS OS SANTOS, SIM, HALLOWEEN, NÃO!

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Quando eu era novo, lá pelos anos 50/60, não se falava desta coisa do Halloween, ou lá como é que se chama.

Nem me passava pela cabeça vestir-me de diabo, de bruxo, e muito menos de morto-vivo.
Não só porque não queria, mas também porque os meus pais não mo permitiriam, felizmente.

Que raio de coisa tão feia é esta?
Fazer da morte pela morte, da bruxaria, das coisas diabólicas, razões para festejar, para celebrar tais coisas perniciosas.

Claro que a morte é algo que está presente nas nossas vidas, que devemos aceitá-la como coisa natural, que como cristão que sou, posso até esperá-la na fé e na confiança, de que morrendo em Cristo e com Cristo, com Ele ressuscitarei.

Mas daí a fazer dela uma festa, “celebrando” uma espécie de regresso à vida como morto-vivo para aterrorizar os outros, é coisa que não passa pela cabeça de qualquer pessoa de bom senso.

Que raio de festa é esta, em que o seu mote principal é vestir-se de desgraçado, de horror, de morte, para “celebrar” o medo, a destruição, a infelicidade?

Preocupam-se tanto, (será que se preocupam?), em não ofender as crianças, em não manipular as crianças, mas, no entanto, não se importam de as vestir de mortos-vivos, de bruxos, de diabos, de tudo quanto é máscaras horrendas.

Ah, pois, é só uma brincadeira sem mal nenhum!
Pois, também os “milhentos” jogos das “baleias”, das mesas de tripé, das invocações dos espíritos, dos estrangulamentos até à quase morte, são muito “engraçados”, mas todos sabemos como, mais tarde ou mais cedo, tudo isso se reflecte em vidas atribuladas, em noites mal dormidas, em depressões sem razão de ser, em auto destruição da própria vida, em problemas permanentes que infernizam a vida de quem quer viver em paz.

Ah, pois, eu exagero!
Mas quem vive em Igreja e ouve as pessoas que procuram Deus por causa de tantos problemas que não percebem e acontecem nas suas vidas, percebe bem como se abriu, com todas essas coisas, a porta ao tal diabo, (que não existe, segundo alguns), mas que inferniza a vida daqueles que, tantas vezes sem perceber, o invocam, chamando-o para as suas vidas.

Pois é, lá vem este com o diabo e com as coisas do diabo!
Mas eu digo-vos, a quem me lê, há muito que o diabo não faz parte das minhas preocupações, porque estou com Cristo, mas reconheço, porque o próprio Cristo me/nos ensinou que ele existe, que devemos estar sempre atentos à sua influência, às suas tentações, ao seu poder diabólico.

Não, o diabo não é o culpado de todo o mal que existe.
Os culpados somos nós quando lhe abrimos a porta e deixamos que ele entre nas nossas vidas.

Por isso, na noite da véspera do Dia de Todos os Santos, celebremos antes a vida, a verdadeira vida, aquela que aqueles que seguem Jesus Cristo, tocados pelo amor do Pai, deixando-se conduzir pelo Espírito Santo, encontram todos os dias, e todos os dias a querem viver na confiança e na esperança, de que, morrendo em Cristo, n’Ele ressuscitamos.

E as crianças, por favor, deixem-nas pedir o “pão por Deus”, e se quiserem mascarar-se, que seja vestidas de anjos, para celebrarem a vida que Deus nos dá, em alegria, em amor, em paz e salvação.

E já agora, expliquem-lhes o Pão que Deus é, e que a nós se entrega, cada dia, na Eucaristia.

Para todos uma Santa e muito bem vivida Solenidade de Todos os Santos.



Marinha Grande, 29 de Outubro de 2023
Joaquim Mexia Alves

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

A OBEDIÊNCIA

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Catecismo da Igreja Católica 144
«Obedecer (ob-audire) na fé é submeter-se livremente à palavra escutada, por a sua verdade ser garantida por Deus, que é a própria verdade. Desta obediência, o modelo que a Sagrada Escritura nos propõe é Abraão. A sua realização mais perfeita é a da Virgem Maria.»

Detenhamo-nos sobre esta palavra/virtude obediência para percebermos o que ela é, o que ela significa realmente.

Hoje em dia obedecer, obediência, faz imediatamente pensar a maioria das pessoas em fraqueza, submissão à força, humilhação, e, no entanto, não há nada mais errado sobre o que é a obediência e o que é obedecer.

Pensemos, para já, apenas na obediência e do que é obedecer em termos gerais, ou seja, abstraindo-nos da fé cristã.
A obediência leva à harmonia, à construção, à paz, à alegria.

Se ninguém obedecesse o que seria do mundo, o que seria do equilíbrio, da paz na sociedade e nas nações?
Um mundo sem leis nem regras, um mundo em que ninguém precisasse obedecer a leis ou regras, seria um mundo que se auto- destruiria em pouco tempo.
Por exemplo, o que seria do trânsito automóvel sem leis, sem regras?

Mas, como se refere no início citando o Catecismo, a obediência cristã é inerente à fé, porque a fé procura a verdade, a verdade é a Palavra de Deus e, como tal, sendo a verdade, todo o cristão deve obedecer à verdade que é o próprio Deus.
São Paulo na Carta aos Romanos chama-lhe a obediência da fé.

Lembremo-nos, desde logo, que Jesus Cristo obedeceu em tudo à vontade do Pai e, por essa obediência, que foi até «à morte e morte de cruz» Fl 2, 8, chegou a salvação aos homens.
Lembremo-nos como Jesus na Sua agonia no Monte das Oliveiras diz em oração ao Pai: «Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua.» Lc 22, 42

O Catecismo fala-nos também em Abrãao que deixa tudo para obedecer a Deus, como exemplo dessa obediência, e refere-nos também Maria como o exemplo perfeito de obediência na fé.
Maria, perante a “proposta” de Deus, anunciada pelo Anjo, mesmo sem perceber muito bem o que lhe é pedido, acaba essa Anunciação dizendo: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» Lc 1, 38

Essa obediência à Palavra, (Palavra de Deus que é a Verdade), leva à vivência inteira da fé, que, obviamente, leva à paz, à alegria, à felicidade.

Por isso a sua prima Isabel, conduzida pelo Espírito Santo, lhe diz quando se encontram: «Feliz de ti que acreditaste, (que disseste sim), porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.» Lc 1, 45

E o que é nos é dito da parte do Senhor, quando temos fé, quando acreditamos, quando obedecemos à Sua Palavra?

Que seremos salvos.
Que Ele está sempre connosco.
Que não seremos provados além das nossas forças.
Que todos os cabelos das nossas cabeças estão contados.
Que os cegos vêem, os surdos ouvem, os mudos falam, os paralíticos andam.
Que seremos livres.
Que nos amaremos uns aos outros como Ele nos ama.
Que não morreremos, mas sim com Ele ressuscitaremos.
No fundo que seremos felizes, (apesar das contrariedades), e que encontraremos a felicidade plena junto de Deus.

Mas a obediência na fé ou da fé, é suscitada de vários modos, ou seja, não apenas pela Palavra de Deus, mas também pela Igreja, pelo Papa, os Bispos, os Sacerdotes, os Santos e também aqueles que nos rodeiam.

Esta obediência da fé é sempre uma obediência de amor.
Nós não obedecemos à Lei de Deus, à Doutrina da Igreja, pela Lei ou pela Doutrina por si mesmas, mas sim pelo amor que temos a Deus e, por isso mesmo, devemos ter esse mesmo amor à Lei de Deus e à Doutrina da Igreja.

E o amor torna-nos livres na obediência, porque não obedecemos por imposição, mas por amor, porque sabemos que Deus nos ama, que Ele é amor e que tudo o que nos pede é para nos levar à nossa felicidade, à felicidade daqueles que nos rodeiam, e à felicidade daqueles que, ainda não O conhecendo ou vivendo, O podem descobrir pelo nosso testemunho, pelo nosso serviço a Deus servindo os outros.

Ora isto leva-nos à obediência da fé em Igreja.

Mas se apenas obedecemos quando o que nos é pedido está de acordo com aquilo que pensamos, está de acordo com as nossas escolhas, então não estamos a fazer a vontade de Deus, mas a nossa vontade.

Obviamente que a obediência também tem sempre a ver com a nossa consciência, mas nós só devemos seguir a nossa consciência se a mesma está bem formada, ou seja, se fizemos tudo, mas mesmo tudo o que esteja ao nosso alcance, para a formarmos no assunto sobre o qual queremos decidir obedecer.

Nós acreditamos, que o Papa é eleito por graça do Espírito Santo sobre aqueles que o elegem, como os bispos assim serão escolhidos, bem como os sacerdotes, religiosos, consagrados.

Esta obediência em Igreja vai mais longe.

Extrapolemos, legitimamente pensando, que se nos entregamos a Cristo, ao Espírito Santo, no amor do Pai, quando escolhemos aqueles que vão coordenar serviços ou as diversas equipas da pastoral, podemos acreditar também que foi o Espírito Santo que os escolheu, naquele determinado momento, para servirem daquele modo, embora servindo-se de nós.

Quantas vezes é escolhido alguém, por exemplo numa eleição mais ou menos “secreta”, que nós, na nossa humanidade, julgamos que não seria a pessoa ideal para tal missão?
E, no entanto, quantas vezes depois reconhecemos que essa pessoa executa a missão que lhe foi dada muito melhor do que nós julgávamos ser possível?

Porque embora o Espírito Santo saiba quais os dons de cada um, como alguém disse, Ele não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos!

Então isto significa que devemos obedecer cegamente a tudo aquilo que os coordenadores dos serviços ou equipas em que servimos a Igreja, nos pedem para fazer?

Para responder a esta pergunta teremos que pesar também o “mandar”, e o “mandar” é muito importante para que as “ordens” ou “regras” sejam obedecidas.

Ora “mandar”, liderar, coordenar, tem a ver com o amor também, e tem a ver com o obedecer a Deus, que não nos “instituiu” como donos da verdade, mas sim como pessoas de fé, à procura da verdade.

Então, aquele ou aquela que coordena deve reger-se em primeiro lugar pelo amor.
Primeiro pelo amor a Deus, entregando-se em oração, para discernir qual a melhor forma de levar a cabo a missão que lhe foi confiada.

Segundo pelo amor aos outros, chamando-os a colaborar na tomada de decisões e ouvindo as suas ideias, as suas propostas, de modo, a que em equipa, possam encontrar pela graça de Deus o melhor caminho para a cumprir a missão.

Depois também é imprescindível o testemunho daquele ou daquela que coordena, ou seja, a sua liderança tem que ser fruto da oração, que leva à sensatez, e também a executar com os outros, (se possível), as directivas que mandou fazer.

Percebemos então, com certeza, que o serviço ou equipa trabalha, ou deve trabalhar em harmonia, e só se a humildade estiver presente nos seus membros, é que conseguiremos aceitar as “ordens” que nos são dadas, porque percebemos que vêm de quem foi escolhido para tal, e porque no fim foram fruto da análise de todos.

Então e se a minha ideia não foi aceite, ou a minha proposta não teve a concordância dos outros?

Então, em humildade, aceito-o de coração grato e executo o que me é pedido com amor e alegria de servir.
Mas não com alguma espécie de resignação, com murmúrios, ou com a convicção de que eu sei melhor, mas sim com o espírito de obediência da fé, certos de que Deus nunca falha se acreditamos estar a fazer a Sua vontade.

Lembremo-nos que os serviços e equipas de pastoral, são de alguma forma, também, o rosto visível da Igreja, e, como tal, devemos sempre dar testemunho de amor, de harmonia e de paz.

Só assim, fazendo a vontade de Deus em amor, é que um dia poderão dizer da Igreja o que já foi dito das primeiras comunidades cristãs de Jerusalém: Vede como eles se amam.





Marinha Grande, 26 de Outubro de 2023
Joaquim Mexia Alves

terça-feira, 24 de outubro de 2023

PEDIR O ESPÍRITO SANTO

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Nestes dias que vivemos, o Espírito Santo irrompe permanentemente no meu coração, no meu pensamento.

Não sou profeta, nem tenho “mensagens” de Deus ou qualquer coisa parecida, mas sinto dentro de mim, cada vez mais, esta imperiosa necessidade de, mais do que tudo o resto, pedir continuamente o Espírito Santo para a Igreja, para os homens da Igreja, (que somos todos nós cristãos baptizados), para a humanidade, até mesmo, sem dúvida, para aqueles que não acreditam, para que, tocados por Ele, possam ver a Verdade e ser tocados pelo Verbo.

E, por vezes, julgamos que temos de fazer orações muito bonitas e profundas, e que se assim não forem, não têm “resultado”.

Mas para pedir o Espírito Santo basta apenas pedi-lO!

Jesus Cristo dá-nos essa certeza absoluta de que se, pedirmos o Espírito Santo, Ele nos será dado sem margem para dúvidas.

«Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!» Lc 11, 13

Jesus Cristo insiste sempre na realidade do Espírito Santo, como lemos no Evangelho de São João, onde nos faz cinco promessas sobre a vinda do Espírito Santo.

Diz mesmo aos seus discípulos que é melhor que Ele suba ao Pai, para que o Espírito Santo seja derramado neles, então e para sempre.

«Contudo, digo-vos a verdade: é melhor para vós que Eu vá, pois, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas, se Eu for, Eu vo-lo enviarei.» Jo 16, 7

O que esperamos nós então, para tomarmos consciência desta realidade e, abrindo-nos à oração, pedirmos continuamente o Espírito Santo para a Igreja e para a humanidade.

Só no Espírito Santo nos é dado conhecer a vontade de Deus, e só fazendo a vontade de Deus poderemos encontrar o amor e a paz porque tanto ansiamos.

Peçamos o Espírito Santo por intercessão de Maria, a cheia do Espírito Santo.

Por isso, com palavras simples, peçamos o Espírito Santo nesta certeza absoluta de que Ele nos será concedido, sempre.

Pai, em nome de Jesus Cristo, concede o Espírito Santo à Igreja e aos homens por Ti amados.
Vem, Espírito Santo!





Monte Real, 24 de Outubro de 2023
Joaquim Mexia Alves

terça-feira, 17 de outubro de 2023

EM ADORAÇÃO

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Olho na Tua direção e fecho os olhos porque Te quero ver com os olhos do coração, com o olhar da Fé.

Lentamente parece que deixo de existir corporalmente, como se saísse de mim próprio, para apenas estar em Ti.

Abandono-me, ou és Tu que me fazes abandonar-me, e o tempo deixa de ser tempo para ser eternidade.

Abro as mãos como pedindo-Te que as tomes nas Tuas e parece-me sentir o Teu calor em mim.

Fico assim parado como a flutuar numa nuvem de amor, que só podes ser Tu, Senhor.

Já não há uma hóstia consagrada, há sim a Tua presença viva, tangível, sensível, que toma conta do meu silêncio e me faz amar com um amor que eu nunca pensei que pudesse haver em mim.

Afinal és Tu e apenas Tu agora o tempo, por isso não se consegue medir, não se consegue perceber onde o tempo começa e acaba.

A música ao fundo, parece de anjos que Te louvam, e da minha garganta sai um silêncio que se faz coro com eles.

Vem ao meu coração a palavra de Isabel para Tua Mãe e eu ouso dizer em surdina: De onde me é dado que possa sentir assim o meu Senhor?

Por um momento saio do mundo e pairo apenas no etéreo que é tudo amor e todo verdade.

A vida que és Tu, Senhor, toca-me por fim, e diz-me baixinho ao coração: É bom sentires esta vida que Eu sou em ti, não é Joaquim?

Deixo que os meus lábios e os meus olhos se abram, e digo muito simplesmente, porque não consigo dizer mais nada: É sim, Senhor, é sim! Obrigado!

E ali fico, mais um pouco, extasiado Contigo, tentando eternizar aquele momento.




Capela da Garcia, 16 de Outubro de 2023
Joaquim Mexia Alves

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

DIÁLOGOS COM O SENHOR 27

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- Senhor, hoje não encontro inspiração para escrever sobre a minha vivência da fé.
- Escreve sobre o teu amor por Mim.


- Era mais fácil, Senhor, escrever sobre o Teu amor por mim, por nós.
- Isso julgas Tu, meu filho. Afinal conheces verdadeiramente tão pouco do Meu amor por ti, por vós!

- Sim, Senhor, acredito que não consigo, nem por um pouco, abarcar toda a dimensão do Teu infinito amor por mim, por nós.
- Não te preocupes com isso. Basta-te saber que te amo, que vos amo, com amor infinito e eterno e que dei a vida por ti, por todos vós.

- Escrever sobre o meu amor por Ti, Senhor, é algo de muito difícil, a não ser escrever com toda a simplicidade e toda a sinceridade que Te amo, que Te quero amar acima de todas as pessoas, acima de todas as coisas.
- Eu sei, meu filho, que esse é o desejo profundo do teu coração, mas como concretizas tu esse amor que Me tens e queres ter?

- Oh, Senhor, como tantas vezes digo e escrevo é tão fraco o meu amor por Ti. Tão inconstante, tão volúvel, tão frágil!
. Meu filho, quem sabe do teu amor por Mim, sou Eu. Tu apenas tens que amar com todas as capacidades que te dei.

- Reparo, Senhor, que me dizes “tens que amar” e não “tens que Me amar”?
- De propósito, meu filho, porque se tu amas com amor verdadeiro o teu próximo, seja ele qual for, é a Mim que tu amas.

- Ai, Senhor, que assim tudo se complica, porque há ainda tanta gente à minha volta que eu não amo, ou seja, que eu ainda não tenho verdadeiramente no meu coração. Até, confesso humilde e envergonhadamente, algumas pessoas me causam, digamos, aversão.
- Eu estou em todos, mas é nesses particularmente e em relação a ti, que me faço presente, mesmo que eles não Me queiram, porque a todos amo sem acepção de qualquer espécie.

- Mas isso és Tu, Senhor, que tudo podes, cujo amor é infinito e sem quaisquer barreiras, pois até amas aqueles que Te repudiam.
- Por isso, meu filho, é imprescindível que Me ames acima de tudo, porque só no Meu amor e com o Meu amor, tu podes amar aqueles que te são mais difíceis de amar, para assim também os guardares no teu coração e por eles intercederes junto de Mim.

- É tão belo, Senhor, o Teu amor, mas tão difícil de viver, porque só amando, ou melhor, só querendo amar como Tu amas, é que o amor se torna verdadeiro amor.
- É verdade, meu filho, mas repara que já te fiz sentir, de vez em quando, esse amor que te tenho e com o qual tu deves amar os outros e, sabes bem, como tudo se iluminou na tua vida, como a paz e a serenidade te fizeram sentir irmão de todos e a felicidade te deslumbrou por momentos.

- É verdade, Senhor! Obrigado por esta conversa que nunca tem fim e por isso a continuo, pedindo-Te que me ensines a amar como Tu amas.
- Deixa-te tomar pelo Meu amor. E, quando estiveres com dúvidas, pede-Me amor para com ele amares mais e melhor e, em cada momento de intranquilidade ou de escuridão, reza a oração ao Pai que vos ensinei, porque ela contém tudo o que é necessário para amares e seres amado.




Marinha Grande, 11 de Outubro de 2023
Joaquim Mexia Alves

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

A FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DA MARINHA GRANDE

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“Por estes dias Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para o litoral, a uma cidade chamada Marinha Grande.” (parafraseando Lc 1, 39)

Decorreu neste fim de semana a Festa da Padroeira da Marinha Grande, Nossa Senhora do Rosário.

Na sexta feira à noite houve a recitação do Terço, seguida de procissão de velas no quarteirão à volta da nossa igreja, que estava parcialmente cheia de fiéis entusiasmados, empenhados e bem sorridentes.

“Entrou na igreja e saudou o povo ali reunido.
Quando os fiéis ouviram a saudação de Maria ficaram repletas de alegria e o Espírito Santo tomou conta delas.
Então todos os que ali estavam, unidos a uma só voz disseram: Avé Maria cheia de graça bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.” (parafraseando Lc 1, 40-42)

No sábado foi dia de arraial, com a praça onde estavam as tendas montadas repleta de gente alegre e bem disposta.
Notou-se, sobretudo, uma forte união, uma alegria espontânea e partilhada, e nem sequer aconteceram as habituais “trocas de vista” mais exaltadas entre alguns.
A paz e a concórdia reinaram durante todo o dia e durante as horas da noite em que a festa decorreu.

No Domingo, pelas 15 horas da tarde, a igreja da Marinha Grande estava completamente cheia de fiéis, enquadrados pelos pendões e andores dos oragos das diversas capelas da paróquia e, em lugar cimeiro, a imagem de Nossa Senhora do Rosário, ricamente adornada de belas flores.

“Que felizes somos porque a Mãe de Deus nos quis vir visitar. Logo que chegaste Mãe e depois de ouvirmos a tua saudação sentimos a presença do teu Filho Jesus entre nós.” (parafraseando Lc 1, 43-44)

A Eucaristia, vivamente participada, conduziu o povo de Deus a uma comunhão ainda mais estreita, numa paróquia viva, que tem sabido renovar-se, deixando que o Espírito Santo a conduza, para ser cada vez mais uma paróquia missionária, sempre impulsionada pelo seu Pároco Pe Patrício e o seu Vigário Pe Jorge, acompanhados por tanta gente que quer servir a Deus servindo os homens em comunidade de amor.

Seguiu-se a procissão, plenamente participada, com os andores das capelas e o andor de Nossa Senhora do Rosário, num percurso “longo”, passando pelas ruas da Marinha Grande, mostrando assim à cidade a fé que une os homens no amor de Deus e, por isso mesmo, deve abrir os homens ao seu próximo. seja ele qual for e venha de onde vier.

Regressado o povo à igreja, foi dada a bênção final e a festa continuou ao longo do dia e primeiras horas da noite, sempre com grande alegria e entendimento sem problemas de qualquer espécie.

É de inteira justiça fazer homenagem a tantas mulheres e homens que deram muito do seu tempo para tudo organizar e fazer com que a festa deste ano fosse um grande sucesso.

Claro que a festa da Padroeira só tem sentido verdadeiro, vivida na fé d’Aquele que nos deve unir em todos os momentos no amor, Jesus Cristo Nosso Senhor.

Por isso no fim destes dias só podemos dizer:
“Feliz de ti Mãe que acreditaste e disseste sim, e assim se cumpriu a vontade de Deus para todo o sempre.” (parafraseando Lc 1, 45)

Ensina-nos Mãe a acreditar e a dizer sim a Deus também, em todos os momentos das nossas vidas.





Marinha Grande, 9 de Outubro de 2023
Joaquim Mexia Alves

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

O MEU ANJO DA GUARDA

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Bom dia querido Anjo da Guarda!
Bom dia Joaquim!

Sabes, querido Anjo da Guarda, que hoje é o teu dia?
Sei sim. E sabes tu Joaquim, quando é o teu dia para mim?

Não, querido Anjo da Guarda, diz-me lá.
O teu dia para mim, querido Joaquim, é todos os dias!

Acredito, querido Anjo da Guarda, e desde já te agradeço muito, muito, porque tens com certeza um trabalho enorme comigo.
Não te preocupes com isso, Joaquim. Faço-o por amor a ti e ao nosso Deus, que te quis colocar sob a minha proteção.

Oh meu querido Anjo da Guarda, tu tens uma paciência infinita para me aturar!!!
Sabes, querido Joaquim, tudo faço por amor e sabes bem que o amor é paciente.

Olha, meu querido Anjo da Guarda, acho que nunca te agradeci pela tua constância junto de mim, (agora não tenho dúvidas disso), em todos aqueles anos em que me afastei de Deus e te dei, com certeza, tantas tristezas.
O amor, Joaquim, o amor! Quem ama não se cansa, mesmo quando se entristece, e permanece fiel, porque sabe que o amor tudo vence.

Meu querido Anjo da Guarda ensina-me e ajuda-me a amar melhor a Deus, a ti, e a todos os outros, principalmente aqueles que eu ainda não, (por vezes), consigo amar verdadeiramente.
Meu querido Joaquim, deixa-te amar por Deus, aceita o Seu amor, vive do Seu amor e para o Seu amor e, então, irás amando com o Seu amor, que é o único e verdadeiro amor.

Um óptimo dia para ti, meu querido Anjo da Guarda, e vou tentar não te dar muito trabalho hoje.
Não te preocupes, querido Joaquim, que eu estou contigo para te proteger, te aconselhar, te guiar e te amar sempre. Por isso, levanta o coração e os braços para o Céu e diz comigo, envolvido em amor: Meu Senhor e meu Deus!




Monte Real, 2 de Outubro de 2023
Joaquim Mexia Alves