segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ONDE ESTÁ, Ó MORTE, A TUA VITÓRIA?

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Durante este ano fui por várias vezes confrontado com a morte de pessoas muito queridas e de algumas que conheci desde sempre.

Estes factos levaram-me a reflectir na minha própria morte, não como qualquer drama ou medo que hoje em dia não sinto, mas como análise da minha vida, do que fiz, do que faço e do que posso fazer ainda.

Isso levou-me também, (depois de ter participado em tantos funerais), a pensar o que desejaria eu que fosse o meu próprio funeral.

E cheguei á conclusão de que desejo muito pouco!

Aliás o meu único verdadeiro desejo é que seja uma festa, porque se o for, então é porque vivi a missão que o Senhor me deu, é porque vivi o mais possível segundo a Sua vontade.

Explico:

A minha família, os meus amigos e até os meus inimigos são convidados por este escrito, a acompanharem de perto a minha vida e exorto-os a que, sempre que me afastar do caminho de Deus, sempre que me deixar levar pelas minhas fraquezas, sempre que não perdoar prontamente as ofensas, sempre que não pedir perdão imediato pelas ofensas que cometo, sempre que discriminar alguém, sempre que fizer juízos de alguém, sempre que não amar alguém, pelo menos com o amor que Deus me dá, sempre que não tiver tempo para os mais velhos e compreensão e paciência para os mais novos, sempre que não corrigir o que sei estar errado em mim, sempre que tiver medo ou vergonha de testemunhar a fé na Santíssima Trindade, sempre que criticar a Igreja apenas para fazer coro com outros, enfim, sempre que não seja um verdadeiro filho de Deus, me avisarem, me corrigirem, me chamarem a atenção.

E se eu persistir no erro peço-vos que não desistam e que não me larguem até eu reconhecer o meu erro e consequentemente emendar a minha vida.

É que eu não quero que o meu funeral seja triste e dramático, e a verdade é que se eu me afastar do caminho que Deus sonhou para mim, sou eu que deliberadamente me afasto de Deus e me expulso a mim próprio do Paraíso que é o gozo eterno de Deus.

E então sim, tendes razão para chorar e vos lamentardes, porque aquele de quem vós gostáveis, se perdeu de Deus e se condenou irremediavelmente por sua própria vontade.

Mas se eu vos ouvir e passo a passo for procurando a vontade de Deus para a minha vida, se em todos os momentos for ramo da Videira nela permanecendo, se em cada dia e em cada hora for um verdadeiro testemunho do amor de Deus, se souber em cada momento sair de mim, para ser de Deus para os outros, então alegrai-vos e fazei a festa, uma grande festa, porque eu alcancei a maior e mais perfeita meta, que é a vida eterna na presença de Deus.

Nada em toda a vida que eu vivi, vivo ou ainda hei-de viver será comparável a esse momento em que me encontrarei com a felicidade perfeita e eterna.

Podereis alguma vez desejar coisa melhor para mim?

É que então o dia da minha morte, será o dia mais feliz da minha vida!

Então nesse dia peço-vos que abandoneis o preto, que as vossas vestes sejam cores e movimento, que os vossos cânticos sejam expressão de alegre louvor ao Nosso Deus, e que nas vossas caras esteja estampado o sorriso dos pais perante o recém-nascido.

É que se assim for, minha família, meus amigos, meus inimigos, eu alcancei a felicidade e quero apenas que a partilhem comigo na certeza de que junto de Deus, por Sua graça, não vos esqueço, e por vós esperando, intercedo continuamente, na comunhão de Todos os Santos, num canto de puro louvor ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.




E depois de escrever este texto, fiquei a pensar no início do Advento e no sentido que para mim faz, a morte ser um novo nascimento para um encontro total e definitivo com o Deus de amor que me criou, se na liberdade que me concedeu, eu souber viver segundo a Sua vontade.
Como tal, só pode ser um momento de real e inimaginável felicidade!
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terça-feira, 24 de novembro de 2009

O TEU ABRAÇO, SENHOR

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O Teu abraço, Senhor,
é muito maior do que mundo.
Estendem-se os Teus braços de tal modo
que tudo,
mas mesmo tudo, e todos,
eles contêm e podem conter.
Contêm aqueles que Te amam,
e os que Te não têm amor;
Cabem neles os que riem,
e neles são aconchegados os que choram;
Recebes neles os que têm saúde,
e neles envolves os que padecem;
Neles estão os que batem com a mão no peito
e neles apertas os que Te repudiam;
Com eles guias os que aqui vivem,
neles recebes os que contigo já moram.
Por isso me sinto assim,
tão dentro do Teu abraço.
Porque quase sempre Te amo,
mas há momentos em que Te esqueço;
Porque há horas em que contigo rio,
e há tempos em que choras comigo;
Porque Te agradeço a saúde,
e Te louvo na doença;
Porque recebo o Teu perdão,
mas por vezes me escondo de Ti;
Porque por Ti me deixo guiar,
na esperança de contigo,
eternamente morar.
Os Teus braços, Senhor,
assim abertos na Cruz,
foste Tu que os abriste,
apenas para me abraçar,
e apertado a Ti,
junto ao Teu coração,
todo repleto de amor,
a Ti todo me entregar.

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terça-feira, 17 de novembro de 2009

SÓ POR ELE, SÓ COM ELE, SÓ N' ELE

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O que leva cerca de duas mil pessoas a saírem de suas casas e passarem um fim-de-semana em oração, ouvindo ensinamentos sobre a Palavra de Deus e a vivência diária da fé?

O que leva um sacerdote a viajar desde a longínqua África, deixando os seus muitos afazeres, para vir pregar a essas pessoas o amor de Deus?

O que leva essas mesmas duas mil pessoas a acreditarem que algo pode mudar as suas vidas, lhes pode trazer paz e alegria e até mesmo a cura dos seus males, psíquicos e físicos?

O que leva esse mesmo sacerdote, franzino e frágil fisicamente por algumas doenças, a disponibilizar-se inteiramente para ouvir, falar e rezar, por todos aqueles que dele se aproximam, apesar de cansado pelas pregações, numa total disponibilidade da sua vida?

O que leva essas pessoas a abrirem-se à misericórdia de Deus de tal modo, que as suas vidas mudam, que de uma vida conflituosa, renasce uma vida de conciliação e amor, e que algumas delas testemunham curas físicas mesmo diante dos nossos olhos?

O que leva essas pessoas a levantarem os seus braços para louvar, para cantar, para rezar, sem respeitos nem vergonhas humanas, como a lembrar-nos: «Como se tivessem uma só alma, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão em suas casas e tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração.»Act 2,46?

O que leva um homem de 44 anos, (como eu tinha então), com vinte e cinco anos de vida sem sentido, perdida nos prazeres do mundo, a mudar radicalmente todas as prioridades da sua vida e a encontrar a paz, a esperança e a confiança no meio de imensas tribulações, que longe de desesperarem ensinam a caminhar?

E a resposta é simples, muito simples, e está ao alcance de todos com muito mais facilidade que a compra de livros de uns quaisquer gurus, ou meditações profundas, ou cursos complicados de auto satisfação!
A resposta é tão só e simplesmente:

Jesus Cristo, o Filho de Deus, que se fez Homem como nós, nascido de Mulher como nós, que se alegrou e entristeceu, que riu e chorou, que comeu e teve sede, que se cansou e descansou, que falou e orou, e que no fim, por amor a todos e cada um de nós, padeceu, foi crucificado, morreu e ressuscitou, apenas e tão só por amor, para nos salvar, já, aqui e agora, porque «Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos.» Jo 15,13
E também porque dentro do coração daqueles que acreditam há muito mais do que a esperança, há a certeza de que Ele está vivo, se entrega todos os dias nos altares em cada canto do mundo, e por isso mesmo, está sempre presente no meio de nós e em nós.
E essa certeza, essa Verdade, nada nem ninguém no-la pode tirar!

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Passei este fim-de-semana em Fátima, numa Assembleia do Renovamento Carismático Católico, Comunidade Pneumavita, orientada pelo Padre Alfredo Neres, Comboniano.
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

AMAR A DEUS ACIMA DE TODAS AS COISAS

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Seguiam com ele grandes multidões; e Jesus, voltando-se para elas, disse-lhes:
«Se alguém vem ter comigo e não me tem mais amor que ao seu pai, à sua mãe, à sua esposa, aos seus filhos, aos seus irmãos, às suas irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo.
Quem não tomar a sua cruz para me seguir não pode ser meu discípulo. Lc 14, 26-27

Palavras duras, quase incompreensíveis, quase inaceitáveis para a nossa humanidade, para o nosso modo de pensar no dia-a-dia.

Como pode Jesus Cristo dizer-nos que O devemos amar acima daqueles que Ele mesmo nos deu, acima da vida que Ele mesmo criou em nós?

Parece quase um acto possessivo, ciumento, impossível de aceitação por nós, homens!

E no entanto são palavras de amor e revestidas de amor!

Poderíamos dizer tanto, meditar tanto sobre estas palavras, mas detenhamo-nos apenas naquilo que é mais directo às nossas vidas, ao nosso viver, aos nossos anseios e esperanças.

Se construímos as nossas vidas tendo em primeiro lugar o amor àqueles que nos rodeiam, sejam eles nossos pais, nossos filhos, nossa família, nossos amigos, estamos a construir a vida sobre algo que acaba, sobre algo que tem fim aqui neste mundo, e então quando esses nos faltam a nossa vida desmorona-se, torna-se quase impossível de viver, porque lhe falta tudo aquilo sobre que foi construída e vivida.
Sabemos bem que alguns até se desesperam, não conseguem reagir e assim sendo nunca mais têm alegria na vida, depois da morte de um ente querido.

Se construímos as nossas vidas colocando em primeiro lugar a nossa vida, ou seja, se é na nossa vida que colocamos toda a nossa esperança, todos os nossos anseios, toda a nossa confiança, estamos a construir a vida sobre algo muito frágil, e quando a doença acontece, quando o insucesso bate à porta, tudo se desmorona e não temos mais em que acreditar, em que confiar, em que esperar, por isso não aceitamos o que nos acontece, e são tantos os que põe termo à vida nessas circunstâncias.

É por isso que Jesus nos diz que Lhe devemos ter mais amor e acima de tudo o resto.

Porque é o Seu amor por nós e o nosso amor por Ele que devem iluminar e dar sentido a todos os nossos “outros amores”.
Com efeito, se amarmos os outros, a nossa vida, com o amor que nos vem de e com Cristo, impregnados do Seu amor, então tudo pode acabar, mas o amor não acaba, porque o amor de Deus é eterno.
E os outros, e a nossa vida, tudo se reveste de esperança, porque tudo está envolvido no amor comunhão com Deus e como sabemos e acreditamos quem morrer com Cristo, com Ele viverá.
«Mas, se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos.» Rm 6,8

Então vivendo em primeiro lugar esse amor a Deus, tudo tem sentido, até mesmo a partida daqueles que nos são queridos e que envolvidos por nós no amor de Deus, continuam por nós a serem amados na esperança sempre viva de que não morreram, vivos no amor e na paz de Deus.

E a nossa vida pode sofrer doenças, dificuldades, problemas, insucessos, porque muito mais do que a própria vida, vive em nós o amor de Deus e a Deus, e assim tudo isso que possa acontecer nos serve de caminho, nos serve de ensinamento, nos serve para percebermos que mesmo na adversidade, Deus nos ama, e que se O amarmos também com todas as nossas forças, tudo é vida, tudo é confiança, tudo é esperança.

Todos e tudo aquilo que nós possamos amar, os nossos pais, os nossos esposos, os nossos filhos, a nossa família, os nossos amigos, até o nosso trabalho e aquilo que temos, é fruto do amor de Deus, por isso só tem sentido se amarmos primeiro…o Amor que os criou.


Senhor,
ensina-nos a amar-Te acima de todas as coisas.
A amar-Te com o Teu amor,
a tudo amarmos com o Teu amor,
para que no Teu amor, tudo o que amamos,
seja vida e presença Tua
connosco e em nós.
Amen.
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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

OS CRUCIFIXOS, AS ESCOLAS E O QUE ESTÁ POR DETRÁS

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Será muito importante para os cristãos, para os católicos, para a Igreja, a retirada dos crucifixos das escolas?
Correndo o risco de estar em desacordo com a maioria dos que lêem este espaço, acho que não, acho que até nem me incomoda muito esse facto, a concretizar-se.
É importante, isso sim, que esse crucifixo, ou melhor, que tudo aquilo que o crucifixo representa esteja bem vivo no coração, na vida de cada um, e não só no seu olhar.

Outra coisa bem diferente é a atitude subjacente à exigência dessa decisão do Estado, por imposição de uns quantos.
É que não nos enganemos, essa atitude é a continuação de todo o ataque que tem vindo a ser feito contra a religião cristã e particularmente a Igreja Católica, e aos seus valores, ao longo destes últimos anos.

Se olharmos para trás vamos vendo toda uma série de tomadas de posição com o intuito de afastar as pessoas da religião, (sobretudo cristã e católica), ao princípio tomadas “encapotadamente”, mas, perante a passividade dos cristãos, dos católicos, da própria Igreja, (por vezes preocupada com o politicamente correcto de “César”), exigidas agora com uma força e uma violência que vem do facto de se sentirem a desbravar terreno sem oposição.

E são muitos os que o fazem, ou exigem estas decisões?
Estou em crer que são bem poucos, (perante a "enorme" maioria daqueles que se afirmam cristãos e católicos), mas com uma força e uma perseverança que, ó ironia, Jesus Cristo pede aos seus discípulos.

Mas reparemos que estas tomadas de posição não são isoladas, não são momentâneas, mas sim fazem parte de toda uma acção, mais ou menos concertada e consciente, de afastar “de vez” os homens de Deus, porque sabem bem que nunca conseguirão afastar de vez ... Deus dos homens.

Ou julgamos nós que episódios como os de Saramago, ou de um qualquer político que se diz cristão e católico, mas a favor do aborto, etc., não fazem parte dessa mesma orquestração?

Vão-nos querendo impor restrições ao pensamento e à acção, com teorias de liberdade ditas democráticas, para que temerosos de sermos considerados fundamentalistas, ou qualquer outro palavrão parecido, nos fiquemos por uma “revolta” de silêncio, apenas com os mais chegados, e demos de barato tudo aquilo em que dizemos acreditar.

A Igreja, (que eu amo com todas as minhas forças e que eu sou também), tem a obrigação, o dever, de ser forte guia, clara no pensamento e na Doutrina, sem ambiguidades, que longe de ajudarem, apenas baralham os fiéis, (os verdadeiramente fiéis), na sua acção e no seu testemunho.

Nem por um momento podemos pensar que ao cedermos em determinadas coisas nos podemos manter em “exercício”, porque se cedermos no que parece “acessório”, muito rapidamente seremos obrigados a ceder no essencial.

Porque ao não mostrarmos a nossa forte indignação pela decisão de retirar os crucifixos das escolas, (que até pode ser uma decisão que em nada afecta a vivência da fé), estamos a caminhar muito rapidamente para as decisões que proibirão as procissões nas ruas publicas, e até, porque não, a retirada dos crucifixos e símbolos religiosos das frontarias das igrejas de culto, a proibição do uso de símbolos religiosos por parte dos cristãos, quem sabe até a proibição de um Bispo poder sair à rua nas suas vestes episcopais!

Ah pois, estou a exagerar!
Pois é precisamente com essa atitude que eles contam, a atitude do “não exageremos”, a atitude do politicamente correcto, a atitude de querermos viver a fé como se de coisa mundana e só mundana se tratasse.

Não, não sou adepto de guerras religiosas, nem de confrontos físicos, (já estive numa guerra, chegou-me bem), mas sou adepto, isso sim, de um testemunho forte e coeso dos cristãos, dos católicos reunidos em Igreja e por Ela acarinhados e defendidos.

Ou talvez não, (perdoem-me a “ironia”), talvez seja melhor deixar tudo andar até à proibição total, para que depois a Igreja sofredora e perseguida se erga na força do Espírito Santo, na força dos que derramam o seu sangue pacificamente pelo Deus de amor em que acreditam.
E hoje há muitas maneiras de derramar o “sangue”, mesmo sem ser o propriamente dito!

Volto ao princípio para dizer que não me incomoda particularmente a retirada dos crucifixos das escolas, mas sim que me incomoda e muito o que está por detrás dessa exigência, que me incomoda e muito a passividade dos cristãos e católicos, (nos quais me incluo), que me incomoda e muito a falta de uma tomada de posição firme e clara, da hierarquia da Igreja, que nos ajude e conduza no testemunho de vivência da Fé em Jesus Cristo, que dá sentido à vida humana, à vida que foi criada pelo Pai, no Espírito Santo, à Sua imagem e semelhança.


Dia de São Nuno de Santa Maria
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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

TODOS OS SANTOS OU TODOS SANTOS

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Lemos muitas vezes e detemo-nos nas vidas dos Santos.

Empolgam-nos essas vidas e sempre sentimos um sentimento de amor por eles e sobretudo pelo Nosso Deus que constrói e se faz presente nessas vidas.

Só que muitas vezes também, ligamos mais ao “acessório” que ao essencial. Quedamo-nos maravilhados com os milagres operados pela sua intercessão, (e não nos esqueçamos que os milagres são de Deus e que os Santos “apenas” intercedem), que passam a fazer parte da nossa memória, e repetimo-los vezes sem conta àqueles com quem conversamos, para tentarmos mostrar o amor e o poder de Deus vivo e presente no meio de nós e em nós.

E não tem mal nenhum fazê-lo, antes pelo contrário, são sinais da presença e do amor de Deus, mas temos de ir muito para além disso.

Com efeito, ao lermos e meditarmos na vida dos Santos, temos de ter sempre presente em nós, que o maior milagre que Deus faz, é a vida de cada um, e que as vidas dos Santos nos devem servir de testemunho, de exemplo, de guia.

Como se comportam os Santos perante as contrariedades?
Como vivem os Santos as alegrias?
Como enfrentam os Santos as tristezas?
Como aceitam e vivem os Santos o sofrimento?
Como vivem os Santos as suas vidas de oração?
Como vivem os Santos no seu dia a dia, (sobretudo estes Santos nossos contemporâneos), a sua entrega a Jesus Cristo e O reflectem para os outros?
Quais as atitudes dos Santos perante as questões da vida, na família, na sociedade e até na política?

A lista seria interminável, mas cada um de nós deve na especificidade da sua vida, de família, de trabalho, de sociedade, encontrar na vida dos Santos a resposta que deram e viveram cada situação, iluminados pela graça de Deus.

E que diferença fazem os Santos de cada um de nós?
Não nasceram como nós de um pai e de uma mãe?
Não passaram pelas mesmas fases de crescimento?
Não tiveram que aprender tudo como cada um de nós?
Foi-lhes dada por Deus alguma coisa mais que a cada um de nós não tenha sido dado?

Sabemos bem a resposta a estas perguntas e que nos leva, quer queiramos quer não, a sabermos que os Santos foram em tudo iguais a nós, mulheres e homens frágeis e pecadores como cada um de nós, mas que viveram tendo como Mestre e Senhor das suas vidas Jesus Cristo, e que em cada momento das suas vidas tudo Lhe entregaram e confiaram, desde o momento mais importante, à decisão mais simples e comezinha.

Então, se permaneciam na Videira, se eram verdadeiramente os ramos da Videira, recebiam da sua seiva e deixavam-se podar de tudo aquilo que precisava ser podado.
Nesta comunhão diária, feita de amor, de entrega e oração, é então Deus que se revela neles, que se revela nos sinais que opera através deles, pois estão-Lhe tão próximos que não os pode deixar de ouvir e atender e porque essa proximidade, essa intimidade, os leva sempre a pedir aquilo que é da vontade de Deus.

E nós não o podemos fazer? Não podemos viver assim também?
Claro que sim, que podemos, mas para isso temos de sair de nós próprios, dos nossos medos, dos nossos confortos, (sejam eles quais forem), das nossas certezas e sobretudo percebermos que cada um de nós é santo por vontade de Deus e que por isso mesmo basta aceitá-la e vivê-la, amando-O acima de todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos.

Em cada momento das nossas vidas “fazer” Cristo presente, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na família e no trabalho, nas decisões mais importantes e nas decisões mais simples, sermos Igreja em cada momento, porque em Igreja, Deus está sempre presente e o Seu Espírito Santo ilumina, fortifica e conduz.

Ser santo é ser filho de Deus e fazer a Sua vontade em tudo.
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