domingo, 30 de dezembro de 2012

A PAZ

.
.

 

 




Desde o Papa Paulo VI que o dia 1 de Janeiro é o Dia Mundial da Paz.

Ao procurarmos a definição de paz nos mais diversos dicionários, encontramos sempre termos como estes: ausência de guerra; tranquilidade; repouso; silêncio; sossego; boa harmonia; conciliação; pachorra; paciência; etc., etc.
Por estes significados consigo perceber melhor o que Jesus nos quer ensinar, quando diz aos Seus apóstolos:
«Deixo-vos a paz; dou-vos a minha paz. Não é como a dá o mundo, que Eu vo-la dou. Não se perturbe o vosso coração nem se acobarde.» Jo 14, 27
 
É que, curiosamente, em nenhum daqueles significados para paz, encontrados nos dicionários, se encontra a palavra amor!
E no fundo, ou melhor, em verdade, onde há amor verdadeiro, existe sempre a paz!
 
Já se nos remetermos aos significados acima referidos, podemos constatar, que mesmo que se verifiquem alguns deles, ou até todos, a paz verdadeira pode não existir.
Realmente pode haver “ausência de guerra” e não haver paz entre as pessoas!
Podem acontecer todas aquelas premissas e não acontecer a verdadeira paz, pois, por exemplo, pode haver “boa harmonia” e a pessoa ou pessoas não estarem em paz, porque essa “boa harmonia” pode ser resultado de um esforço de contenção para que a mesma aconteça, o que não significa que estejam “resolvidos” conflitos interiores, que continuam a “atormentar” intimamente aqueles que os vivem.
 
Por isso mesmo a paz, a verdadeira paz, só se encontra no amor.
Porque o amor é dar-se sem medida, é sempre a procura de fazer o outro feliz, e ao amar-se assim, também assim se é amado, e por isso mesmo se recebe e se é feliz.
E mesmo quando não se é amado por todos, (porque a todos se deve amar), o amar torna-se de tal modo vida, que mesmo não se sendo amado, se vive na certeza de que o amor vencerá, e assim se vive a efémera felicidade presente, na confiante espera da felicidade eterna.
 
Jesus Cristo de tal modo ama assim, com este amor único e total, que se entregou inteiramente por aqueles que O amam e também por aqueles que O não querem e até rejeitam, mas como o amor vence e vencerá, assim no amor de Deus somos felizes, apesar de todas as provações e dificuldades.
 
Por isso a paz que Jesus nos dá é total, completa e “inteira”, porque é fruto do amor, e o amor, sabemos bem, vem-nos de Deus que nos amou primeiro.
«Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro» 1 Jo 4, 19
 
E assim como o amor não se alcança num momento, mas se vive numa vida, também a paz não se encontra num só dia, mas se constrói no amor ao longo de uma vida.
 
Esta é a paz que deveríamos esperar, querer e viver, porque é a paz que vem de Deus, (não é a paz dos homens, assente em tratados e concessões colectivas ou individuais), é a paz de Quem ama primeiro, porque “apenas” pode amar.
 
É esta Paz, que a todas e todos que por aqui passam, desejo queiramos viver neste Novo Ano que vai começar.
 
 
 
Marinha Grande, 30 de Dezembro de 2012
.
. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

CONTO DE NATAL 2012

.
.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A tarde chegava rapidamente ao fim.
Era Inverno, e por isso mesmo, muito cedo o Sol baixava por entre as árvores.
Estava cansada, muito cansada!
Tinha passado todo o dia à beira da estrada, à espera, numa vida em que se tinha embrenhado e a envergonhava, mas da qual não arranjava forças para sair.
E diziam que a prostituição era uma vida fácil!
Pior ainda, pois tinha que à noite ir para aquele bar, fazer de conta que estava bem-disposta e gostava daquela vida!
 
Reconhecia que o enorme cansaço que sentia era muito mais psíquico, do que físico.
Há tempos que a ideia de sair daquela vida, era um constante pensamento, que em todos os momentos lhe tirava o descanso e o pouco bem-estar que ainda pudesse sentir.
 
Lembrava-se bem do namoro com aquele rapaz, que parecia ter tudo o necessário para acabar num feliz casamento. Depois engravidou, e começaram as complicações.
Ele apresentou-lhe aquele “amigo” e quando deu por si estava num bar a beber taças de suposto “champagne”, com homens que não conhecia. Daí até ao sexo pago foi um instante!
Vá lá, tinha resistido ao aborto, e aquela filha que estava em casa, era agora a sua única razão de viver.
 
Ao princípio tudo pareceu fácil, e até se convenceu que não fazia mal nenhum a ninguém, nem a ela própria. Já que tinha aquele corpo, aproveitava-o para ganhar dinheiro e depois …
Depois haveria de sair daquela vida.
 
Tantas promessas daquele patife!
Era preciso agora ganhar dinheiro, dizia ele, e depois quando tivessem um “pé-de-meia”, partiriam para outras paragens onde não os conhecessem, e haviam de viver felizes.
Mas não era possível fazer nenhuma poupança, porque ele tirava-lhe tudo o que trazia para casa, para gastar com os amigos. E quando o que trazia deixou de chegar para tudo o que ele queria, começou a obriga-la a ir para a estrada, onde ainda se sentia mais aviltada e destruída.
Há já há algum tempo que sentia vergonha de si própria e agora que os anos iam passando preocupava-se muito mais com o futuro da sua filha, e com o facto de um dia ela poder saber o que era a sua vida.
 
Veio-lhe à memória a casa dos seus pais.
Não era gente com dinheiro, mas era gente de amor e lembrava-se bem do carinho com que a tratavam, (era filha única), e dos exaustivos conselhos do seu pai acerca daquele namorado que, dizia ele, não prestava para nada. Mas a juventude que julga tudo saber, tinha-a levado a sair de casa para seguir o seu grande amor!
 
Grande amor???
Se pudesse agora ver-se livre dele, seria o melhor presente de Natal que alguém lhe podia dar, porque, lembrou-se, era dia 24 de Dezembro, véspera de Natal, a noite dos presentes em casa dos seus pais.
 
Uma tristeza profunda estremeceu-a!
Não, não iria passar mais esta noite de Natal naquele bar, vivendo aquela vida!
Tomou uma decisão e disse para si mesma: Vou passar por casa à hora que ele não está, (deixo um recado com uma desculpa qualquer), pego na menina, e vou passar a noite de Natal a casa dos meus pais, pois tenho a certeza de que me hão-de receber.
 
Tomada a decisão, pareceu-lhe sentir um alívio imenso no cansaço que a assolava.
Chegou a casa, tomou um banho rápido, desejando que mais do que o corpo, lhe fosse lavada a “alma” para se poder encontrar com os seus pais. Escreveu uma qualquer desculpa num papel, pegou na filha e saiu rapidamente para a casa da sua infância, que ficava numa terra muito próxima.
 
Passado pouco tempo já batia à porta da casa onde tinha crescido e brincado com tanta felicidade. A porta abriu-se, e, ao espanto inicial, sucederam-se quatro braços que a apertavam e esmagavam de amor!
Já na sala começou a ensaiar um discurso de desculpas, de justificação, mas os seus pais disseram-lhe com carinho para se calar, sentar no sofá, pôr os pés em cima da mesa pequena e descansar, porque se tinham apercebido do seu enorme cansaço.
Pegaram na neta e foram para o quarto ao lado.
 
Ela sentiu-se num casulo de amor!
Um calor inexplicável fazia-se sentir no seu coração e ela fechou os olhos desejando que aquele momento nunca mais acabasse.
Sem saber como, viu-se de repente no meio da praça da sua terra e muita gente à sua volta, gesticulando e gritando.
Percebeu que a insultavam, lhe chamavam prostituta e que a queriam expulsar da sua terra.
Cheia de medo e vergonha, as lágrimas corriam-lhe pela cara abaixo.
Viu então um homem que se destacou do meio de toda aquela gente, e com uma voz cheia de força, mas de carinho também, disse: Aquele que de vocês que nunca errou ou cometeu nenhum mal, pegue no braço dela e leve-a até aos limites aqui da terra.
 
E ao dizer isto, aquele homem olhava-os nos olhos, firmemente.
Lentamente deixaram de se ouvir gritos, todos aqueles homens e mulheres baixaram as cabeças e começaram a sair da praça, em silêncio.
Então o homem aproximou-se dela, enxugou-lhe as lágrimas com os seus dedos e disse-lhe:
Pelos vistos ninguém te expulsou! Também eu não te expulso, antes te abraço! Vai à tua vida, mas muda-a enquanto podes!
 
Pareceu-lhe que o homem lhe pegava no braço, mas quando acordou percebeu que era o seu pai que delicadamente lhe dizia: Anda, vem comer, a ceia de Natal está na mesa!
 
Lembrou-se da catequese em criança e da passagem bíblica em que queriam apedrejar a mulher adúltera, e percebeu que num sonho Deus lhe tinha “falado”, e dado uma nova oportunidade para a sua vida.
Tinha finalmente a força de que necessitava para pôr fim àquela vida!
 
Soube naquele momento que tudo tinha mudado e que não voltaria a fazer da sua vida a desgraça que até então vivia.
E alegrou-se, por ela, pela sua filha, pelos seus pais.
Feliz aproximou-se da mesa e a sua mãe disse-lhe: Como estavas a dormir, foi a tua filha que colocou o Menino Jesus no presépio.
 
Olhou para os seus pais com todo o carinho de que era capaz, pegou na sua filha ao colo e disse:
O Menino Jesus já não está no presépio. Está no meu coração!
 
 
 
Marinha Grande 10 de Dezembro de 2012
 
 
Com este Conto de Natal, desejo a todas as amigas e todos os amigos que lêem este blogue um Santo Natal, na paz e no amor de Deus em suas famílias.
.
,
 
 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

SALMO DE UM "MUDO"

.
.
 
Torre de Babel

 

 

Senhor,
quero falar de Ti,
mas não consigo!
 
É que sabes,
Senhor,
sei tantas coisas de Ti,
tenho tantas ideias a Teu respeito.
 
E fui eu quem as descobriu,
sozinho,
com a minha inteligência,
com as minhas capacidades,
coisas que até agora,
gente nenhuma viu.
 
Mas não consigo falar,
nem as palavras me saem,
nem a minha voz se ouve!
 
Porquê, Senhor?
 
Ah,
dizes-me Tu,
que se a voz é apenas minha,
se tudo é apenas meu,
então não vale a pena falar,
porque não falo do que é Teu.
 
Abre a minha boca,
desprende a minha língua,
e dá-me palavras,
Senhor,
palavras que sejam Tuas,
para matar a fome da Palavra,
daqueles que vivem à míngua.
 
Silencia-me,
Senhor,
se eu falar do que julgo ser!
 
Dá-me palavras,
Senhor,
para que eu não seja mudo,
mas falar do que é viver,
no Teu amor,
na Tua palavra,
na entrega do meu tudo,
para só a Ti pertencer.

 

 

Monte Real, 12 de Dezembro de 2012
.
.

sábado, 8 de dezembro de 2012

ADVENTO II


 

 

 

 

 
Senhor,
a espera é deliciosa
porque sabemos o que esperamos.
 
Esperamos aquilo que não temos
e só Tu nos podes dar.
 
Esperamos a verdadeira vida,
a vida feita de amar,
aquela que nos faz irmãos,
filhos de Deus para sempre.
 
Esperamos junto ao rebanho
ansiosos na noite escura,
que pelo Teu Nascimento
se há-de converter em luz pura.
 
Rompem-se as trevas,
clareia o dia,
parece que já ouvimos
dos anjos a melodia:
Glória, glória a Deus,
e aos homens paz
e alegria.
 
Ó que espera bonançosa,
que promessa tão querida,
o Senhor do Universo,
faz da noite um novo dia.
 
Em Ti Menino repousa
a esperança da humanidade.
 
Nasce em cada coração,
molda-nos na Tua vontade,
faz de nós verdadeiros homens
em busca da única Verdade.
 
Ó que espera tão ditosa,
tão cheia de amor eterno,
o Filho amado do Pai
nasce assim,
tão simplesmente,
para nunca nos deixar sós.
 
Ó que espera tão gozosa
que dá vida às nossas vidas,
o Senhor de todas as coisas,
faz-se assim,
humildemente,
frágil Homem como nós.
 
 
 
Marinha Grande, 7 de Dezembro de 2012
.
.
 
 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A VACA O BURRO E A “MINHA” FÉ!

.
.
 
 
 
Demorei todo este tempo a digerir aquelas notícias surgidas na comunicação social de que o Papa tinha “saneado” a vaca e o burro do Nascimento de Jesus!
 
Estou profundamente desiludido com a minha Igreja e com o “meu” Papa Bento XVI!
Então no Nascimento de Jesus não estava nenhuma vaca nem nenhum burro?
Andei eu desde garotinho a aprender esta verdade tão importante da “fé”, para agora, já sessentão, me virem dizer que é mentira, que não estava lá nem vaca nem burro!
 
E agora, em que acreditar?
Claro que tenho que pôr tudo em causa!
Será que Jesus nasceu mesmo?
Calculem que o Papa, (ó que desilusão), também vem dizer que Jesus não nasceu naquele dia, o que nenhum livro ou documento oriundo da Igreja tinha afirmado até agora, (pelos vistos para aqueles jornalistas)! É uma perfeita e chocante novidade!
 
Mas voltemos à vaca e ao burro.
É que me sinto profundamente abalado na minha “fé”!
Constrói uma pessoa a sua vida para Deus, alicerçada na presença de dois simpáticos animais no Nascimento do Salvador, e, ... zás, vem de repente o Sumo Pontífice, ainda por cima teólogo credenciado, e retira-me toda a confiança e esperança naquele Santo Nascimento.
Como acreditar agora em tudo o resto que me foi ensinado pelos meus pais, na catequese, nos colégios católicos que frequentei, nos retiros que fiz, no curso geral de Teologia feito no Seminário, em tantos Bispos e Sacerdotes que mo foram ensinando?
 
Relampeja-me a inteligência, (por inspiração “divina” certamente), e penso: o Papa é homem e como homem pode enganar-se!
Ah, o melhor é ir à fonte e verificar como é verdade a presença da vaca e do burro, no Nascimento de Jesus.
Abro pressurosamente a Bíblia, com um sorriso de verdade nos meus lábios, e antevendo já ansiosamente a minha lição ao mundo: O Papa enganou-se! A vaca e o burro estavam no Nascimento do Salvador conforme nos narra o Evangelho de ...
 
Bem, a verdade é que Mateus nos descreve o Nascimento de Jesus falando num sonho que teve José e logo a seguir escreve que o Menino nasceu sem dizer onde e como.
Descreve ainda uma visita de uns Magos do Oriente, mas não explica onde e como encontraram o Salvador.
Não desisto e lanço-me a Marcos, que sendo o primeiro Evangelho descreverá com certeza todas essas particularidades do Santo Nascimento.
Mas a verdade é que Marcos, então, nem sequer fala do Nascimento, começando logo, calcule-se, com o Baptismo de Jesus.
Sem dúvida que Lucas, ainda por cima médico, deve ter descrito muito bem o Nascimento, ele que tanto gosta de descrições ricas em pormenores.
Pois, mas a verdade é que informa muita coisa, mas a única referência mais chegada a animais é que o Menino foi «envolto em panos e recostado numa manjedoura.» Lc 2, 7
A minha esperança reside agora em João, que sendo muito mais “teólogo”, não deixará com certeza escapar pormenores tão importantes para a edificação da fé de cada um, como a presença da vaca e do burro no Nascimento de Jesus.
Mas não, também não, nem uma referenciazinha sequer, mas apenas coisas sem importância tais como: «o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco.» Jo 1, 14
 
Então e agora?
Afinal a tal “novidade” que o Papa nos deu estava escrita há muitos séculos atrás!
Pensando bem, talvez não seja matéria de fé, talvez não seja importante para a minha salvação, o facto de a vaca e o burro não estarem no Nascimento de Jesus.
Talvez seja só importante para a minha “alma de criança” apenas “ver” aqueles bonançosos animais num presépio cheio de amor.
 
Resolvida esta questão no meu intimo, ficam-me a preocupar os jornalistas apressados, que ficaram tão incomodados com esta inusitada “verdade” “proclamada” pelo Papa, (como eu aliás fiquei também como se lê acima), e por isso tento arranjar uma explicação.
 
Ora bem, costumamos dizer que Natal é sempre que o homem quiser e que o Natal é para todos!
Ora se é para todos, todos devemos estar representados no presépio.
Ora Jesus, é Jesus, Maria, é Maria, José, é José, os pastores, são os pastores, resta-nos a presença simbólica na vaca e no burro.
Eu por mim tanto me faz estar representado por qualquer um dos animais, pois sinto-me bem com isso! Quero é estar no presépio!
 
Deixo aos meus leitores a possibilidade de atribuírem ao animal devido, a representatividade dos jornalistas escritores de tais notícias, (com a sua ignorância incompetente), no presépio da vossa imaginação.
 
 
 
Marinha Grande, 3 de Dezembro de 2012
 
 
Nota:
Para que se entenda bem a manipulação vergonhosa que foi feita das palavras escritas pelo Papa no seu livro “A Infância de Jesus”, transcrevo os parágrafos em questão, chamando a maior atenção para o último, em que o Papa afirma claramente que os dois animais devem fazer parte do presépio.
 
«Como se disse, a manjedoura faz pensar nos animais que encontram nela o seu alimento. Aqui, no Evangelho, não se fala de animais; mas a meditação guiada pela fé, lendo o Antigo e o Novo Testamento correlacionados, não tardou a preencher esta lacuna, reportando-se a Isaías 1,3: «o boi conhece o seu dono, e o jumento o estábulo do seu senhor; mas Israel, meu povo, nada entende».
Peter Stuhlmacher observa que provavelmente teve influência também a versão grega, (na Setenta) de Habacuc 3,2:«No meio de dois seres vivos […] tu serás conhecido; quando vier o tempo, tu aparecerás» (cf. Peter Stuhlmacher, Die Geburt des Immanuel, p. 52). Aqui, com os dois seres vivos, entende-se evidentemente os dois querubins que, segundo Êxodo 25,18-20, estavam colocados sobre a cobertura da Arca da Aliança, indicando e simultaneamente escondendo a presença misteriosa de Deus. Assim a manjedoura tornar-se-ia, de certo modo, a Arca da Aliança, na qual Deus, misteriosamente guardado, está no meio dos homens e à vista da qual chegou, para o «o boi e o burro», para a humanidade formada por judeus e gentios, a hora do conhecimento de Deus.
Portanto, na singular conexão entre Isaías 1,3; Habacuc 3,2; Êxodo 25,18-20 e a manjedoura, aparecem os dois animais como representação da humanidade, por si mesma desprovida de compreensão, que, diante do Menino, diante da aparição humilde de Deus no estábulo, chega ao conhecimento e, na pobreza de tal nascimento, recebe a epifania que agora ensina todos a ver. Bem depressa a iconografia cristã individuou este motivo. Nenhuma representação do presépio prescindirá do boi e do jumento
.
.