terça-feira, 10 de dezembro de 2024
CONTO DE NATAL 2024
segunda-feira, 18 de dezembro de 2023
CONTO DE NATAL 2023
segunda-feira, 19 de dezembro de 2022
CONTO DE NATAL 2022
segunda-feira, 20 de dezembro de 2021
CONTO DE NATAL 2021
Ali estava na sua sala, sentado, completamente só, os filhos longe, a mulher já tinha falecido e a vida madrasta tinha-o deixado apenas nos níveis de sobrevivência, sendo aquela casa o único bem que ainda possuía, não sabia por quanto tempo.
Levantou-se e foi à cozinha ver o que haveria para comer na Ceia de Natal.
Riu-se interiormente ao pensar em Ceia de Natal, ele que não tinha nada, ter qualquer refeição que se assemelhasse sequer a uma ceia, quanto mais a uma Ceia de Natal.
Abriu a caixa do pão e viu que tinha dois pãezitos, (já um pouco duros), e numa caixa no frigorifico vazio um carapau frito que já nem sabia de quando era.
Riu-se novamente, mas agora ruidosamente e disse alto sabendo que ninguém o ouviria: Agora o que me fazia falta era Jesus Cristo para abençoar estes pães e este peixe e, assim, com certeza não faltaria abundância para uma verdadeira Ceia de Natal.
Pegou nos pães e no peixe, num copo de água e foi sentar-se na sala para comer então a sua paupérrima Ceia de Natal.
Apesar da escassez e de tudo o que estava a passar, a tristeza profunda que lhe causava esta Natal sozinho e sem nada, benzeu-se e agradeceu a Deus pelo pouco que tinha porque, apesar de tudo, haveria outros que nem isso teriam com certeza.
Pegou num pão, partiu-o e, quando se preparava para o começar a comer, bateram à porta.
Pôs o pão de lado, levantou-se e foi abrir a porta.
Era um casal seu vizinho com uma caixa grande nas mãos e que lhe disseram: Ó vizinho, sabemos que está sozinho e com dificuldades. Nós também estamos sozinhos, mas graças a Deus ainda temos que nos chegue e assim lembramo-nos de nos fazermos convidados para passar o Natal em sua casa, pois sabíamos que se o convidássemos o vizinho não iria. Deixa-nos entrar?
Eles responderam: Não se preocupe. Trazemos aqui nesta caixa um bom peru assado e recheado, com os seus acompanhamentos, que irá servir de Ceia de Natal a todos nós.
Sem palavras, com a voz embargada, agradeceu e sentaram-se à mesa.
Mas, mais uma vez, bateram à porta e ele lá se levantou para ir abrir.
Desta vez era um casal bem mais jovem, com o seu filho ainda criança, seus vizinhos também, e que lhe disseram: Sabíamos que estava sozinho, que se o convidássemos para nossa casa não iria, por isso viemos fazer-lhe companhia nesta noite de Natal. Espero que não leve a mal e nos deixe entrar.
Bem, pensou ele, se já cá estão uns porque não deixar entrar estes também.
Foram entrando e entregando umas caixas dizendo que eram bolos para adoçar a noite.
E, novamente, lá se sentaram todos à mesa.
Ele, já bem mais disposto, perguntou alto se mais alguém bateria à porta.
Ainda não tinha acabado de falar e novamente tocam à porta.
Desta vez era um vizinho, só como ele, mas que vivia bem, e lhe disse: Pensei para mim que estando sozinho e o vizinho também, faria mais sentido vir bater à sua porta, fazer-me convidado e assim fazermos companhia um ao outro. Trago aqui umas garrafas de vinho para acompanhar o que houver para comer.
Espantado, admirado, deixou-o entrar e finalmente sentaram-se à mesa, que agora se apresentava bem guarnecida com o peru e os seus acompanhamentos, diversos bolos e vinho que chegava à vontade para todos.
De repente lembrou-se do que tinha dito alto na cozinha, quando estava sozinho, de que o que precisava era de Jesus Cristo para abençoar a comida e assim haver abundância na sua mesa.
Soltou uma gargalhada e contou a todos os outros o que tinha acontecido, o que tinha dito e como via ali a multiplicação dos “pães e dos peixes” e também dos amigos.
Riram-se todos com alegria, rezaram um Pai Nosso em acção de graças e a criança disse toda contente: Hoje é mesmo Natal!!! O Menino Jesus está mesmo aqui connosco!!!
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Monte Real, 17 de Novembro de 2021
Joaquim Mexia Alves
quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
CONTO DE NATAL 2020
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Olhavam um para o outro com a
tristeza nos olhos.
Como seria possível, com a
situação de pandemia, juntar os seus dois filhos e as suas famílias no Natal,
como sempre faziam todos os anos.
Vivendo longe uns dos outros,
era a única noite do ano em que a família toda se juntava, pais, filhos e
netos.
Decidiram então propor a todos
que cada um tomasse a decisão de vir, (ou não), passar o Natal, na certeza de
que a sala da casa, sendo grande, dava para todos estarem à distância
necessária com as máscaras colocadas.
Seria muito estranho, mas ao
menos, poderiam olhar-se nos olhos.
Quanto à ceia de Natal,
haveria uma mesa no meio da sala, e cada um iria servir-se e voltava para o
lugar marcado para cada família e afastados uns dos outros.
Quanto mais pensavam naquilo, mais achavam estranha a situação, mas ficaram felizes quando todos disseram que viriam, então, passar o Natal.
O dia 24 chegou e com ele começaram a chegar os filhos e as suas famílias, para dar vida aquele casarão enorme, que normalmente estava vazio só com eles os dois.
Foram muito emocionais as chegadas, tanto mais que os cumprimentos eram “longínquos”, para não colocar em risco quer as crianças, quer os mais velhos.
Era uma coisa muito confusa
pois pareciam famílias dentro de uma família!
Quando chegou a hora da ceia e já estavam todos na sala nos lugares previamente designados para cada família, (com as crianças um pouco irrequietas, o que era normal), ele, o pai da família, pediu a todos que, depois de irem buscar a comida e quando tirassem as máscaras para comer, fizessem um momento em que todos olhariam uns para os outros e sorririam de modo a que se pudessem ver sem a barreira da máscara.
E assim foi.
Depois de se servirem, estando todos nos seus lugares, tiraram as máscaras e olharam uns para os outros, sorrindo e com algumas lágrimas incontidas correndo por algumas caras.
As crianças, claro que achavam
tudo aquilo muito estranho, mas a visão dos presentes junto ao presépio,
ultrapassavam a sua estranheza.
Então ele, o pai da família, pediu a todos que rezassem um Pai Nosso pela família e também por todos os que não tinham Natal.
E foi extraordinário, porque
parecia que todos estavam de mãos dadas e que uma só voz fazia subir a oração
ao Céu.
E o mais pequenito, que já falava, gritou de alegria: Que bom é o Natal!
Marinha Grande, 12 de Novembro de 2020
Joaquim Mexia Alves
NOTA: Com este Conto de Natal desejo a todos quantos por aqui passarem um Santo Natal e um Feliz Ano Novo cheio das bênçãos de Deus.
A fotografia é do presépio da nossa igreja paroquial da Marinha Grande.
segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
CONTO DE NATAL 2019
Saiu da casa de banho com uma nova disposição. Aquele banho e aquelas roupas faziam-no sentir bem melhor.