sexta-feira, 27 de julho de 2007

SOMOS SEMENTES...


Fazes de nós sementes, Senhor, para a Tua seara no mundo…
Mas a semente nada é, a não ser aquilo que pode vir a ser…
A semente só é, aquilo que pode gerar.
Enquanto semente, tão simplesmente, não semeada, não serve para nada, é apenas promessa de algo que ainda não é…
E mesmo depois de semeada, se não deixar que o seu interior rompa o seu invólucro, se não morrer como semente para ser planta, de nada serve também.
És Tu Senhor, a Planta da Vida que está dentro de nós, Tuas sementes…
Se não nos abrirmos para que o mundo veja o que fazes em nós, para nada servimos, e Tu Senhor, porque nada fazes contra a nossa vontade, porque nunca rompes o que não quer ser rompido, ficas ali dentro de nós, estiolando, até que a semente é posta de lado, porque já passou o seu tempo de ser planta.
Se não morrermos para a nossa existência de sermos apenas sementes, no meio de tantas sementes que não querem ser semeadas, para nada servimos e acabaremos por ser queimadas no fogo que tudo destrói.
Mas se deixarmos que as Tuas mãos nos toquem, nos tirem do saco de semeador e nos coloquem em terra fértil, se não quisermos de saber de nós enquanto sementes, mas apenas de Ti que és Planta de Vida em nós, se nos deixarmos morrer para nós e para o mundo, para que a Planta cresça e dê fruto e sombra aos outros, aos necessitados, então Senhor poderemos dizer como o Teu filho Paulo: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim»…

segunda-feira, 23 de julho de 2007

MARTA, MARTA, ANDAS INQUIETA E PERTURBADA...

Evangelho segundo S. Lucas 10,38-42.

Continuando o seu caminho, Jesus entrou numa aldeia. E uma mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa.
Tinha ela uma irmã, chamada Maria, a qual, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra.
Marta, porém, andava atarefada com muitos serviços; e, aproximando-se, disse: «Senhor, não te preocupa que a minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe, pois, que me venha ajudar.»
O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.»


Andamos tão atarefados Senhor, “fazendo o bem”.
Corremos de obra caritativa para obra caritativa, de “pobre” para “pobre”, de intervir aqui e acolá, de fazer mais este e aquele curso, de aprender a orar melhor, de aprender a ler melhor, de aprender a meditar e a contemplar, de aprender a melhor Te “agradar”.
E não temos tempo Senhor, para Te escutar!
Andamos tão ocupados a fazer tudo o que achamos certo, (para nosso deleite, para nossa consolação?), que não temos tempo Senhor, para estar conTigo!
Ah Senhor, mas estamos convencidos que fazemos a Tua vontade em ocuparmo-nos assim tanto, em “fazer o bem”!
Mas dizes-nos então, Senhor, que temos que Te escutar, que devemos ficar quietos, um pouco, a receber de Ti?
Mas Senhor, nós queremos dar tudo e sempre, queremos ser “bons”, se calhar Senhor, até queremos ser “reconhecidos”!
O quê, Senhor?
Dizes que só interessa dar, se for com amor e por amor?
Pois é Senhor, compreendo agora!
Se não formos aprender o amor, buscar a Ti o amor, o que temos nós para dar?
Apenas o que é nosso, e o que é nosso é sempre finito!
Deixa-nos sentar Senhor, como Maria, aos Teus pés e ouvirmos, escutarmos, guardarmos no coração o que tens para nos dizer, para nos ensinar.
Assim Senhor, conTigo no coração, saberemos dar o que é Teu, o que Tu nos dás para darmos, e não a nossa pequenez, que é pouca e pobre.
Daremos então Senhor o Teu amor, que Tu nos dás, e servir-Te-emos segundo a Tua vontade, porque, por graça Tua, soubemos guardar a melhor parte.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

OS POBRES DE JESUS CRISTO

Vou lendo pelos diversos espaços que visito alguns textos, e embora compreendendo-os e com eles concordando, deixam-me a pensar na sua total dimensão e alcance.
Com este texto que agora aqui coloco, quero reflectir com todos os que me visitam, no sentido de aprofundar a minha vivência da Fé, e se Deus quiser de todos nós.
Refiro-me ao facto de apontarem a vinda de Jesus Cristo como prioridade aos pobres, subentendendo-se muitas vezes e sobretudo os pobres no aspecto material.
Claro que entendo e concordo com o que querem dizer, afirmar, mas dito às vezes de um modo muito peremptório e definido, e tantas vezes repetido, leva-me a pensar se não estamos a “reduzir” o alcance infinito da vinda de Jesus Cristo, a “reduzir”, ou a dar prioridade à salvação de alguns.
E isso leva-me a pensar na pobreza, sobretudo a pobreza de que fala Jesus, e que me parece vai muito mais longe do que a pobreza dita material, aliás, tão longe que nos abarca a todos forçosamente, porque Ele, (sem dúvida para mim), veio para todos os homens, no sentido de humanidade, claro.
Quem será mais pobre: Aquele que nada tem de material, mas o coração aberto à presença de Deus na sua vida, ou aquele que tendo tudo, e muitas vezes por força disso, tem o coração fechado para Deus, provavelmente na convicção errada de que não precisa dEle?
Todos nós, ou pelo menos alguns de nós, já sentiram isso mesmo, quando falamos com ou para os outros.
Aqueles que menos têm materialmente estão abertos, ávidos, da Palavra de Deus, aqueles que mais têm são por vezes muito mais cépticos, e têm dificuldades em aceitar a mensagem que leva à mudança das suas vidas.
Então quem é mais pobre: O que nada tem mas anseia pela sua salvação, ou aquele que possuindo, nem sequer consegue entender que precisa de salvação?
Tenho assim para mim, que é mais “fácil” ajudar os que nada têm, com a Palavra de Deus e com alguma parte do que necessitam materialmente, do que aqueles que tendo muito, fecham a sua vida à presença de Deus, fecham o seu coração à Palavra que dá vida às suas vidas.
Com isto não estou a afirmar, logicamente, que aqueles que têm posses, estão forçosamente todos ou mesmo a maioria, de coração fechado à Palavra de Deus.
A “verdadeira” pobreza, para mim, está mais no coração do que no corpo, do que na cabeça.
Porque se o corpo sofre, se a cabeça se desanima, o coração muitas vezes abre-se ao amor de Deus que lhe é dado a conhecer e a viver.
Mas se o corpo incha de satisfação e a cabeça não se preocupa, então o coração fecha-se ao amor gratuito e apenas se deixa conduzir pelo que pensa poder comprar.
Falamos e preocupamo-nos muito com os pobres materialmente, e devemos fazê-lo, obviamente.
Mas precisamos também de arranjar maneira de entrar nos corações daqueles que julgam ter tudo e afinal são mais pobres do que os outros.
Porque se a Palavra for semente nos seus corações, para além das suas vidas se abrirem ao amor de Deus, à salvação, também essa mudança de vida levará a que entendam que o que têm, que o que possuem, não é seu por exclusividade, mas sim para que, depois de servirem as necessidades das suas vidas, partilharem também com aqueles que nada têm.
A pobreza tem “cura”, na vida com e para Deus, o coração fechado é condenação à vida sem Deus.
Que o Espírito Santo nos ilumine, para que possamos dar a cada um, pela graça de Deus, aquilo que ele necessita, espiritual e materialmente, porque Jesus Cristo ama a todos e cada um infinitamente, como só Ele sabe amar, e entregou-Se por todos nós e por cada um individualmente.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

EIS AS 7 MARAVILHAS NA MINHA VIDA

Respondendo ao desafio da Malu e da Fá menor.
A uma amiga nada se recusa!
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1 - O dom de ser filho de Deus.
Apesar de tantas vezes dele me esquecer.

2 - O dom da Fé
Apesar de tantas vezes duvidar.

3 - O dom do Amor
Apesar de tantas vezes não o viver.

4 - O dom da Oração
Apesar de tantas vezes não o praticar.

5 - O dom da Vida
Apesar de tantas vezes me deixar morrer.

6 - O dom da Igreja
Apesar de tantas vezes aos outros não me entregar.

7 - O dom da Família
Apesar de tantas vezes só em mim pensar.
.
Outros agora que se sintam desafiados, ou melhor, com vontade de nos revelar as 7 maravilhas das suas vidas.

domingo, 8 de julho de 2007

NADA SOU

Deixo apenas que as palavras saiam
De dentro do meu coração.
Que me interessa a mim o que pensam
De tudo aquilo que eu sou!
Nada sou, sei-o bem,
Nem nada eu quero ser,
Mas apenas as palavras,
Que me brotam do coração.
Sou nada, porque sou tudo,
Quando me abro ao amor,
Quando escrevo as palavras,
Que Tu me ditas Senhor!
Sou assim, tão simplesmente,
Uma criatura Tua,
Que fala, e também sente,
A Tua presença em mim.
Dispo-me de tudo,
Entrego-me assim, Alma desnudada,
Faz-me sentir Senhor,
A Tua presença, no meu nada.
Se por acaso quiseres,
Num momento de loucura,
Servir-te de mim, Senhor,
Não hesites, aqui estou!
Abranda a minha secura,
Na água do Teu amor,
Enche-me de Ti,
E manda, Senhor, que eu vou,
Onde for Tua vontade, falar de Ti,
Do Teu amor,
Aos homens de boa vontade.
Serei assim, realmente,
Imagem e Semelhança de Deus,
Que nasceu para todos nós,
Mulheres e homens,
Filhos Seus...

17.12.06

quarta-feira, 4 de julho de 2007

MEU SENHOR E MEU DEUS

Hoje na Missa, durante a Homilia, o Sacerdote chamava-nos a atenção para que Tomé, não tinha "recebido" a Fé porque tinha visto, mas sim tinha visto, porque tinha acreditado.
O problema de não ver, como Tomé não viu, é porque não acreditamos, não cremos.
Quando acreditamos, quando cremos, "vemos" Jesus Cristo em nós, no meio de nós, mesmo sem O vermos.
Se eu não acredito, então a Hóstia consagrada, não é mais que um pedaço de farinha.
Mas se eu creio, com a graça de Deus, então Jesus Cristo está ali presente totalmente, embora eu não O veja.
Se eu não Lhe tocar, como disse Tomé, não acredito.
Mas o importante não é eu tocar-Lhe, mas sim deixar-me tocar por Ele.
Então sim, o meu coração e todo o meu ser, abrem-se e eu posso vê-Lo.