segunda-feira, 27 de abril de 2009

CAMINHO DE CONVERSÃO 10

.
.
Segunda feira, 6 de Outubro de 2003

Obrigado Senhor por este dia, por esta noite no grupo de oração. Não quero Senhor, que haja orgulho ou vaidade em mim, mas apenas vontade de Te servir e servir os irmãos, ajudando-os pela Tua graça a encontrarmos o Teu amor, a encontrarmos a Tua paz, a encontrarmos a maravilha que Tu és, Senhor.
Ajuda-me e ensina-me, Senhor, a estar ao Teu serviço, humildemente, a entregar-me a Ti, para que não faça nada por minha vontade mas sim segundo a Tua vontade.
Tu és o Senhor de tudo e eu pertenço-Te. Serve-Te de mim, Senhor, porque eu sou Teu.
Obrigado pela Palavra, pela parábola do Bom Samaritano.
Mais do que a atitude do samaritano, chamastes-nos a atenção para a atitude do sacerdote e do levita.
“Homens de Deus”, e contudo não souberam, amar o próximo, dando assim um péssimo testemunho.
Pecaram duas vezes: Não ajudaram o próximo e deram um mau testemunho aos outros que ainda não Te conhecem, que ainda não Te seguem.
É assim, Senhor, que nós, que escolheste e a quem queres como filhos, temos de saber cumprir o mandamento do amor, e sobretudo o testemunho do amor, que és Tu, Senhor.
Os olhos estão postos em nós e temos de saber que o que nós fizermos será visto, ouvido e analisado, por todos os que não acreditam em Ti ou ainda vivem longe de Ti.
Por nossa causa, Senhor, pelo nosso mau testemunho, podem afastar-se ainda mais ou nem tentar aproximar-se de Ti.
Ensina-me, Senhor, a ser Teu filho, a ser sacerdote, levita, homem de Deus, mas a proceder como o samaritano.
És Tu, Senhor, no meu irmão, que precisas de ajuda, e eu não Te posso voltar a cara, não Te posso dizer não, não Te posso abandonar, porque sem Ti, sem o amor, o Teu amor, nada sou, nada tenho, meu Senhor e meu Deus.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
.
.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

INTERCESSÃO E FÉ

.
.
Às vezes parece que me sinto impotente perante as provações dos outros que me são próximos.
Próximos porque me estão ligados fisicamente, ou próximos por estes meios onde encontro irmãs e irmãos que me enchem o coração, que tocam a minha vida.
Perante essas provações que me são transmitidas e acabo por viver tantas vezes como minhas, rezo e entrego-me com tudo o que o Senhor me deu.
Mas, pobre de mim, fraco na fé, fico muitas vezes com a impressão de que deveria fazer mais alguma coisa, de que pessoalmente poderia agir, não percebo muito bem como.
Sinto muitas vezes no meu coração que o Senhor dá resposta às minhas orações, por vezes até coisas muito concretas, que eu, por medo, por vergonha, acabo por não transmitir àqueles por quem rezo, por quem intercedo.
Este medo humano de errar, esta vergonha humana de poder fazer “má figura”, esta falta de coragem de afirmar aquilo em que acredito.
Eu sei que não sou Pedro, nem João para ter a firmeza de dizer:
«Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!» Act 3, 6
Mas porquê, não somos nós todos Pedro e João?
Não nos disseste Tu, Senhor:
«Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim também fará as obras que Eu realizo; e fará obras maiores do que estas, porque Eu vou para o Pai, e o que pedirdes em meu nome Eu o farei, de modo que, no Filho, se manifeste a glória do Pai. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu o farei.» Jo 14, 12-14
Que posso eu acrescentar à oração sincera do coração, que o Senhor recebe de coração aberto?
Que posso eu fazer, para além da oração, que acrescente um pouco, mesmo pequenino que seja, à misericórdia de Deus?
Nada, mesmo nada, a não ser a confiança no Seu eterno amor, que se exprime na Sua vontade que é sempre o melhor para as nossas vidas.
E é aqui que, mais uma vez pobre de mim, errante na fé, vacilo, hesito, e como não compreendo que Ele tudo sabe e tudo vê, angustio-me, e em vez de esperar na paz do Seu amor, quase me desespero na expectativa humana que faz temer o futuro.
Ó Senhor, porque sou eu assim?
Porque não tenho eu essa fé que move montanhas, essa fé que sabe que ao pedir segundo a Tua vontade, tudo lhe é concedido, mesmo que não entenda o que é concedido?
Acredito que me deste essa fé, não só a mim mas a todos aqueles que em Ti acreditam, mas que eu não me abro totalmente a ela, e assim não deixo que ela tome conta de mim e seja verdade em todos os momentos da vida que me deste.
Mas apesar disso repouso, espero e confio, Senhor, porque sei que não precisas da minha fé para fazeres o que é a Tua vontade.
Assim, Senhor, dou-Te graças por tudo o que fazes e vais fazer na vida daquela irmã e de todos os Teus filhos.
.
.

domingo, 12 de abril de 2009

DOMINGO DE PÁSCOA

.
.
O dia nascera calmo e sereno. Sentia-se no ar uma brisa leve e suave que ao passar de mansinho colocava tudo em movimento, as folhas, as flores, o pó das estradas, a erva, os cabelos das pessoas que passeavam, podia afirmar-se até que era uma brisa semelhante a um sopro de vida, que em tudo o que tocava, fazia viver.
Parecia que da terra ou do céu, um odor penetrante, mas macio, inundava a atmosfera e perfumava tudo o que existia.
Os animais, as plantas, as águas, as montanhas, as nuvens, toda a natureza e os seres humanos, pareciam sorrisos abertos, fontes de vida inesgotáveis, oásis de esperança, mares de tranquilidade.
Pairava no ar realmente, uma atmosfera de coisa nova, de alegria, de paz, de expectativa, de existência de vida.
De repente e enchendo todo o universo, todas as partes sem excepção, toda a existência, chegou com um fragor imenso, mas calmo e sereno, o Anúncio, como um grito de paz e verdade:
Ressuscitou o Senhor, Ressuscitou!!!
Quedou-se muda de espanto a criação, para logo em seguida, baixando a cabeça e abrindo o sorriso, gritar também dentro de si mesma e para fora:
Ressuscitou o Senhor, Ressuscitou!!!
Ah, que verdade imensa, que mistério de vida, o proscrito, o condenado, o humilhado, o desprezado, o derrotado, o já esquecido, ressuscitara, vencera a morte, vivia novamente para sempre na glória que tudo vencia.
Ah, que derrota profunda, para aquele que convencido que vencera, de cabeça baixa, percebia agora que a sua luta apenas se podia dedicar à criação.
Ah, que ódio amargo vivia naquele que agora sabia, que o Ressuscitado estava com aqueles que criara, para sempre.
A Carne eo Sangue unidos na vida e oferecidos para sempre, gritavam glória ao Senhor que vencera a morte, ao Senhor do Céu e da terra, ao que veio para salvar, entregando-Se em obediência.
Tudo era novo, nada era como dantes:
Os que tinham esperado, subiam agora à visão eterna, os que esperavam, vestiam-se de esperança, os que haviam de esperar, iam nascendo na certeza da Promessa.
Como era bom e grande o mundo, abençoado pela vida de Quem derrotara a morte.
A Palavra permanecia, era proclamada todos os dias, guardada nos corações, era a esperança da vida, depois da vida acabada.
Que certeza tão profunda habitava em todos nós:
Que todos os dias Ele se entregava, que todos os dias Ele morria, que todos os dias Ele ressuscitava, que todos os dias Ele nos salvava.
Oh, que profundo e infinito amor, do Deus que tudo criou, por nós Se entregou e para nós ressuscitava.
Oh, que infinita misericórdia, do Deus tão ofendido, que com um sorriso nos abençoava.
Oh, que infinita bondade, do Deus tão abandonado, que até uma Mãe nos dava.
Oh, que infinita fidelidade, do Deus todos os dias traído, que nunca nos abandonava.
Oh, que infinita esperança, de Deus dono do tempo, que em todo o tempo para sempre, dia a dia nos acompanhava.
Oh, que alegria suprema, que gozo eterno e constante, que fogo sempre a arder, na certeza de saber, que tendo ressuscitado, subido aos Céus e vencido, Jesus Cristo é para sempre, ontem, hoje e amanhã, com o Pai e o Espírito Santo, o nosso Deus Vivo e Verdadeiro.
.
.
Escrito em 17 de Abril de 2006
.
.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

OH MEU JESUS AMADO

.
.
Oh meu Jesus amado,
queria tanto sofrer conTigo,
viver a Tua Paixão.
Queria tanto orar conTigo
no Horto das Oliveiras,
e afinal era eu quem estava
com os que Te vieram prender.
Queria ser Tua testemunha,
junto de Caifás e Pilatos,
e afinal fui eu quem fugiu,
e também Te condenava,
no meio da multidão.
Queria proteger a Tua Face,
e o Teu Corpo amoroso,
e afinal era eu quem Te batia
e colocava a coroa de espinhos.
Queria dizer que Te amava,
que eras o meu Senhor e Guia,
e afinal era eu quem Te insultava
e gritando escarnecia.
Queria caminhar conTigo
levando a Tua Cruz,
e afinal era eu quem mais pesava,
e Te fazia cair.
Queria aliviar Tuas dores,
pôr bálsamo nas Tuas feridas,
e afinal era eu quem martelava
os cravos nas Tuas mãos.
Queria prostrar-me em adoração,
perante o Teu sofrimento,
e afinal era eu quem trespassava
o Teu peito com a lança.
Queria tanto estar conTigo
na hora da Tua morte,
e afinal fui eu quem fugiu,
quando o dia se fez noite.
Queria ter sido testemunha,
da Tua Ressurreição,
e afinal andava perdido,
na minha vida de dúvidas.
E Tu mesmo assim
olhaste-me.
E Tu mesmo assim
chamaste-me.
E Tu mesmo assim
escolheste-me.
E Tu mesmo assim
perdoaste-me.
E Tu mesmo assim
deste-me amor,
para encher a minha vida.
Que hei-de fazer e dizer,
que seja minha conversão,
a não ser para sempre amar-Te
com todo o meu coração,
para sempre cantar louvores,
com a voz que Tu me deste,
com a minha alma adorar-Te,
prostrado sempre a Teus pés,
viver em Ti o caminho
da vida que em mim criaste,
esperando quando partir,
desta vida tão efémera,
ver o Teu Coração aberto,
os teus braços á minha espera,
para viver no Teu amor,
o tempo que não tem fim.


Escrito em 29 de Agosto de 2000
.
.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

VIA CRUCIS

.

.
Estação V - Eloi, eloi lami sabactami ("Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste?")
Reino Imperfeito



Estação VI


SITIO (“Tenho sede!”)


Senhor, tens sede de nós e nós temos sede de Ti.
Senhor, tens sede de fazer a vontade do Pai e nós temos sede de fazer Tua vontade.
Senhor, tens sede de Te entregares por nós e nós temos sede de Te pertencermos.
Senhor, tens sede de nos amar e nós temos sede de sermos por Ti amados.
Senhor, Tu és a Água Viva e nós temos sede de A beber.


Pai Nosso.
.
Estação VII - Consummatum est ("Tudo está consumado!")
Mar com sabor a Canela




Organizado por Alma Peregrina
.
.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

SENHOR, DOU-TE GRAÇAS

.
.
Senhor, hoje dou-Te graças por 60 anos de vida.
Reconheço hoje, Senhor, por Tua graça, que nunca estiveste afastado de mim em todos estes anos.
Mesmo quando durante tanto tempo me afastei de Ti, Tu estiveste sempre ao meu lado, Tu estiveste sempre na minha vida.
Estiveste comigo na infância e na adolescência, estiveste comigo na guerra e em todo o tempo em que afastado de Ti cometi loucuras que faziam perigar a minha vida espiritual, emocional e até física, estiveste comigo no reencontro com a Tua Igreja, Mãe que me acolheu com tanto amor no seu seio.
Estiveste comigo na alegria e na tristeza, estiveste comigo na saúde e na doença, estiveste comigo nos momentos bons e nos momentos maus, estiveste comigo quando fiz o bem e estiveste comigo quando fiz o mal, para me ajudares a reconhecê-lo, para me ajudares a levantar.
Quiseste que eu tivesse a certeza de que estavas comigo, quando afastado de Ti, me deixava levar pelos prazeres mundanos, pelo pecado, para assim me mostrares que também esse tempo faz parte da minha vida, que o acolheste no Teu perdão, e que o transformaste em ensinamento e testemunho da minha vida.
Quero hoje dar-Te graças pela família que me deste, a minha mulher, a minha filha e os meus três filhos, a minha nora, o meu genro, a minha neta e o meu neto.
E também pelos pais maravilhosos que me deste, junto com as minhas irmãs e irmãos, cunhadas e cunhados, sobrinhas e sobrinhos, já em número tão grande, que causa alegria só de pensar.
Ainda pelos meus sogros, que me trataram e tratam como um filho e que são para mim como pais que muito amo.
Quero dar-Te graças, Senhor, por todos aqueles que colocaste na minha vida, os que me ajudaram e me amam, e os que me ofenderam ou prejudicaram, e não gostam de mim.
Quero dar-Te graças, Senhor, por todos aqueles que conheci pessoalmente, olhos nos olhos, e por todos aqueles que conheço por outros meios, (como este), e que moram no meu coração e eu no deles.
Quero dar-Te graças, Senhor, por todos aqueles que me ajudaram e ajudam no meu regresso a Ti, à Igreja, bispos, sacerdotes, religiosas e religiosos, e tantas, mas tantas, irmãs e irmãos que, com as suas palavras, com os seus gestos, com as suas atitudes, com os seus testemunhos de vida me conduziram ao encontro tão pessoal e intimo que me fizeste e fazes experimentar da Tua presença em mim e nos outros.
Quanto mais Te conheço, Senhor, menos sei de Ti, mas mais forte se torna a minha fé, o meu amor por Ti, o meu desejo de estar contigo e Te pertencer por inteiro.
Hoje, Senhor, celebro então um ano a mais nesta vida, (a vida é uma celebração), mas sobretudo um ano a menos, para, por Tua graça, me encontrar definitivamente contigo.
Por tudo Te dou graças, em tudo Te dou graças, porque a vida que me deste é uma graça do Teu Coração de amor eterno.
Amen.
.
.
Sinto-me em extraordinária companhia porque neste dia nasceu o Beato Pier Giorgio Frassati.
.
.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

CAMINHO DE CONVERSÃO 9

.
.
Sexta feira, 4 de Julho de 2003

Obrigado, Senhor, por este dia e por tudo quanto me deste.
Obrigado pela tarde de Adoração e oração em Albergaria, obrigado pela Comunidade Luz e Vida, obrigado pelo Padre Filipe e por todos os membros da Comunidade e por todos os que vais colocando na minha vida.

Senhor, quanto mais leio os livros que me incitas a ler, mais desejo tenho de Ti, de me entregar a Ti, de viver uma vida “normal”, como queres que eu viva, mas sempre em oração.
Tenho um desejo imenso de alcançar a graça de conhecer e amar a Mãe que nos quiseste dar, Senhor.
Preciso da minha Mãe do Céu. Preciso de A amar, de A ouvir, de A entender, de A imitar, de com Ela aprender a conhecer Jesus, a amar Jesus, a viver Jesus.
Mãe, eu não quero que nada se interponha entre nós, nem passado, nem presente, nem futuro. Sabes, Mãe, que no passado não entendia a tua missão, não entendia o teu “papel”, não entendia o teu amor, não entendia a entrega que Jesus na Cruz fez da Sua Mãe ao Seu discípulo, e do Seu discípulo a Sua Mãe.
Sabes, Mãe, como por vezes foi difícil a minha relação com a minha mãe da terra, como a sua “autoridade” marcou em mim uma imagem de mãe difícil de conjugar contigo, Mãe do Céu. Não, ela não teve qualquer culpa, é a sua maneira de ser, é a sua maneira de amar, (e eu nunca tive dúvidas do seu amor), sei que hoje se procuro Jesus, o Pai, o Espírito Santo, se hoje te procuro Mãe, o devo em muito às suas continuas orações e súplicas.
Mãe, intercede pela minha mãe da terra, dá-lhe a tua mão, pede as graças do Senhor para ela, e guia-a e ajuda-a neste últimos anos da sua vida em tudo o que ela precisar.

Mãe, minha Senhora e minha Mãe, preciso de Ti, preciso que me conduzas, que me guies, que me ensines a amar, com o teu amor puro e sincero, preciso que me fales de Jesus, que me ensines a conhecê-Lo, a agradar-Lhe, a viver com Ele na minha vida.
Preciso, Mãe, que me ensines a humildade, o silêncio, o baixar a cabeça, a aceitação, a entrega total à vontade de Deus, num sim permanente e diário.
Preciso, Mãe, que me ensines a suplicar, que me ensines a guardar no coração, a meditar, a aprender com tudo o que o teu Filho permite que aconteça na vida que Ele mesmo me quis dar.
Preciso, Mãe, que como fizeste com os Apóstolos, me incites a perseverar na oração, a viver no cenáculo, a esperar confiantemente nas graças de Deus.
Preciso, Mãe, que como fizeste em Jerusalém, intercedas por mim junto do teu Filho, para que Ele derrame em mim abundantemente o Espírito Santo , para que eu seja aquilo que o Pai quer que eu seja, para que surja em mim, embora indigno, a graça da oração permanente, a graça da oração do coração.
Preciso, Mãe, que mandes em mim, porque eu quero obedecer, como Jesus obedeceu enquanto contigo viveu.
Preciso, Mãe, que me sentes no teu colo e me cubras de amor e carinho, para que assim eu aprenda também a amar e a acarinhar todos aqueles que se aproximam de mim.
Obrigado Mãe, amo-te e louvo-te porque és pura e Santa.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
.
.