segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

CARTA A JESUS NUMA SEGUNDA-FEIRA

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Meu querido Jesus

Hoje é Segunda-feira e eu confesso-Te, não sei o que a Igreja evoca neste dia da semana, por isso, amado Jesus, quero falar-Te do “próximo”, do meu irmão, da minha irmã, estejam eles onde estiverem, mas sobretudo os que me estão mais “próximos”.

Quero pedir-Te perdão, Jesus, porque nem sempre consigo ver nalguns que comigo se cruzam a Tua presença, e por isso mesmo, não os consigo amar como Tu queres que eu os ame.

Perdoa-me também, querido Jesus, por nem sempre ter paciência para aqueles que já rotulei de “chatos”, e que porventura precisam de mais atenção e carinho.

Às vezes, Jesus, colocas no meu caminho os mais necessitados e eu reconheço que nem sempre sou o Bom Samaritano, umas vezes por comodismo, outras até, e aqui muito me envergonho, por repulsa. Perdoa-me Jesus.

E os que estão presos, doentes, famintos e sedentos, quantas vezes não me disponho a visitá-los, a tratá-los, a alimentá-los e a matar-lhes a sede? Perdoa-me Senhor, porque é a Ti que eu não visito, que eu não trato, que eu não alimento, que eu não mato a sede.

Não o faço aos outros, Jesus, mas depois peço-Te que não deixes que nada me falte. Que hipocrisia da minha parte, Jesus!

E as minhas criticas, os meus julgamentos e às vezes até um pouco de má-língua? Perdoa-me, adorado Jesus, que é a Ti que eu critico, que eu julgo, de quem digo mal.

E quando me acho melhor, superior aos outros? Pobre de mim, que nada valho. Tem compaixão de mim, Jesus.

E aos que estão sedentos da Palavra, dou eu tempo e entrego-me a Ti para lhes falar, ou finjo que não é comigo, ou ainda me sirvo apenas do “meu saber” para lhes falar e me ufano com isso, em vez de Te dar graças por Te quereres servir de mim

E o meu testemunho de vida Jesus? É coerente com o que anuncio, com o que digo ou sou como o ditado antigo, «faz o que ele diz, não faças o que ele faz.»

Quantas vezes o meu testemunho de vida foi causa ou ocasião de pecado, foi escândalo e derrota, em vez de liberdade e amor, de obediência e esperança, de alegria e vitória em Ti, Jesus?

Que fraco eu sou, Jesus!
Se não fores Tu a fazer em mim obra nova, nada poderei fazer ou mudar.

Ensina-me a amar com o Teu amor e a reconhecer-Te em todos os meus irmãos e irmãs, sejam eles quem forem e onde estejam.

Pede à Tua e nossa Mãe que me ensine a amar a todos por igual, como Ela faz, pede perdão ao Pai, por eu não amar todos os Seus filhos e filhas como a mim mesmo, e derrama, Jesus, o Teu Espírito Santo que nos ensine, que me ensine o amor, a entrega constante, a dádiva total.

Beijo as Tuas chagas, Jesus, e nelas beijo os sofrimentos de meus irmãos e irmãs.

Abençoa, amado Jesus, este Teu irmão pequenino e pecador que quer amar com o Teu amor.
Joaquim

10.07.06
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sábado, 20 de fevereiro de 2010

4º DIA DA QUARESMA

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Evangelho segundo S. Lucas 5,27-32.

Depois disto, Jesus saiu e viu um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado no posto de cobrança. Disse-lhe: «Segue-me.»
E ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu-o.
Levi ofereceu-lhe, em sua casa, um grande banquete; e encontravam-se com eles, à mesa, grande número de cobradores de impostos e de outras pessoas.
Os fariseus e os doutores da Lei murmuravam, dizendo aos discípulos: «Porque comeis e bebeis com os cobradores de impostos e com os pecadores?»
Jesus tomou a palavra e disse-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os que estão doentes.
Não foram os justos que Eu vim chamar ao arrependimento, mas os pecadores.»




Nesta caminhada quaresmal no Evangelho de hoje, Senhor, chamas-nos a atenção para os nossos preconceitos, os nossos julgamentos dos outros e até os nossos medos.

Quantas vezes, Senhor, nos achamos nós melhores do que os outros?
Quantas vezes, Senhor, pretendemos nós saber e escolher aqueles que devem ou podem estar na Igreja, ou não?
Quantas vezes, Senhor, pretendemos nós estar “apenas” na igreja, “protegidos” de tudo, em vez de sairmos para o mundo chamando os outros?
Quantas vezes, Senhor, nos afastamos nós de outros, que consideramos pecadores impenitentes, quando nós o somos todos os dias?
Quantas vezes, Senhor, temos nós medo de sermos vistos com outros fora da igreja, para não falarem de nós?
Quantas vezes, Senhor, temos nós vergonha humana, perante os outros, de nos afirmarmos em comunhão contigo?
Quantas vezes, Senhor, pedimos para nós o Teu perdão, mas recusamos o nosso perdão àqueles que nos magoam?
Quantas vezes, Senhor, não damos testemunho nas nossas vidas, naquilo que Tu hoje mesmo nos dizes, ou seja, que vieste para todos sem excepção?

Faz-nos perceber, Senhor, as nossas fraquezas, os nossos medos, as nossas vergonhas.
Faz-nos reconhecer, Senhor, os nossos pecados, as nossas dúvidas e debilidades.
Faz-nos ser, Senhor, muito mais segundo a Tua vontade, do que da nossa vontade própria, ou da vontade do mundo.
Faz-nos entender, Senhor, que a nossa conversão não pode ser exterior, mas tem da partir do interior, onde Tu moras.
Faz-nos ser conscientes, Senhor, de que a conversão não é só mudança de vida, mas a vida em permanente mudança por Ti, para Ti e em Ti.
Faz-nos viver, Senhor, essa conversão constante, que só é possível num encontro pessoal e íntimo contigo.

E perdoa-nos, Senhor, e deixa que nos sentemos à Tua mesa, porque também nós precisamos de médico, pois estamos doentes, somos pecadores, e acreditamos que foi para nós e por nós, que Te fizeste igual a nós, excepto no pecado, e Te entregaste na Paixão que leva à Ressurreição.

E por isso mesmo, Senhor, confirma em nós o Teu amor, que nos leva à paz e à alegria de Te sabermos sempre connosco.


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Amanhã prossegue a meditação quaresmal no
Nova Civilização da Gisele.

Seguindo os dias, sucessivamente, até ao fim da Quaresma.

1º dia -
Amor de Deus

2º dia -
De mãos dadas na Caminhada

3º dia -
Mar com sabor a Canela

4º dia -
O que é a Verdade?

5º dia -
Nova Civilização

6º dia -
Partilhas em Fa Menor

7º dia -
Degrau de Silêncio

8º dia -
Teresa Desabafos

9º dia -
A Capela
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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

CARTA A JESUS NUMA QUINTA-FEIRA

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Meu querido Jesus

Hoje é Quinta-feira, dia da semana em que a Igreja faz memorial da instituição da Eucaristia, a graça imensa que nos quiseste dar durante a Última Ceia.

Por isso mesmo, querido Jesus, quero-te pedir perdão por todas as vezes em que participo na Santa Missa e apenas está presente o meu corpo, porque a minha cabeça, os meus pensamentos e às vezes até o meu coração, vagueiam pelos meus problemas do dia-a-dia, por tantas situações que nada têm a ver com aquele momento, e por isso mesmo não me deixo envolver na Tua presença de amor.

Peço-Te perdão também, por todas as vezes em que Te recebo como alimento para a vida de fé que me deste, e o faço de um modo rotineiro, como se de um hábito “mecânico” se tratasse, quase não dando conta do extraordinário Mistério que nos deixaste para nossa Salvação, não realizando sequer que és Tu mesmo que Te dás como Alimento a mim, pobre pecador.

Peço-Te perdão ainda, querido Jesus, porque às vezes, depois de Te receber em mim, em vez de Te adorar, amar e louvar, apenas penso em pedir, pedir para mim e para os outros, querendo mais ser consolado do que consolar.

Querido Jesus, perdoa-me também, por todas as vezes em que tenho tanta pressa para me ir embora, quase não deixando a Santa Missa acabar, e sobretudo não Te agradecendo a graça de mais uma Eucaristia a que me chamaste a participar, a celebrar, para por mim e por todos Te entregares.

E também, meu adorado Jesus, perdoa-me por tantas vezes criticar o Sacerdote, porque demora muito ou pouco, porque a homília não me agrada, e até pela crítica e julgamento que tantas vezes faço daqueles que acolitam, lêem, ou ajudam na distribuição da Comunhão.

Pobre de mim, que mesmo na Tua presença real e verdadeira, tantas vezes me deixo levar pelos meus orgulhos e vaidades, em vez de baixar a cabeça e humildemente dizer: «Senhor, eu não sou digno…».

Tem piedade, querido Jesus, deste pobre pecador, que apesar da sua fraqueza, crê em Ti, confia em Ti e Te agradece pelo Teu infinito perdão, pelo Teu eterno amor, pela Tua entrega permanente, por todos e por mim, ao Pai.

Dá um beijo a Tua Mãe e diz-lhe que eu confio muito n’Ela, e que preciso muito que me guie no caminho da humildade, no caminho do Sim.

Intercede por todos e por mim junto do Pai Criador e não Te esqueças, querido Jesus, de derramares em todos e em mim, como eu fracos e pecadores, o Espírito Santo que coloca a oração em nós e nos ensina, (como ensinou Tomé), a dizer: «Meu Senhor e meu Deus!»

Um abraço e um beijo deste Teu irmão muito pequenino, pobre pecador, que Te quer amar cada vez mais e Te pede a Tua Bênção de amor.

Joaquim

06.07.2006

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

CARTA A JESUS NUMA QUARTA-FEIRA

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Meu querido Jesus

Hoje é Quarta-feira, e vem à minha memória a Quarta-feira de Cinzas, o arrependimento, a conversão.

Obrigado, adorado Jesus, porque não permitiste que me perdesse e apesar de ter vivido tantos anos afastado de Ti, quando foi o Teu tempo chamaste-me, docemente fizeste-me encontrar-te, tomaste-me nos Teus braços, acarinhaste-me, seduziste-me, e deste-me esta intimidade pessoal contigo, de tal maneira intensa que não me posso apartar de Ti.

E obrigado, Jesus, porque não quiseste saber dos meus muitos, enormes e continuados pecados, mas apenas estendeste a Tua mão, olhaste-me nos olhos, (terá sido assim que fizeste a Pedro daquela vez?), e, tocado pela Tua ternura, fizeste o meu coração arrepender-se, voltar-se para Ti, e com os olhos cheios de lágrimas dizer-te: «Perdoa-me Jesus, que eu não sabia o que fazia.»

E logo os Teus braços se abriram, (não Jesus, já estavam abertos, estão sempre abertos), e abraçaste-me com tanto amor, que as minhas barreiras caíram e logo decidi que a minha vida Te pertencia, em tudo a que me chamasses.

E agora, amado Jesus, já não peco, já não duvido, já não Te volto as costas, nunca?
Ah, Jesus, era tão bom que assim fosse!
Mas não, continuo pecador, fraco, um pouco incrédulo e às vezes até ainda fujo de Ti.

Mas Tu, querido Jesus, não desistes, corres para mim, (porquê Jesus, porque Te voltas para este nada?), e chamas-me, e dizes-me ao ouvido: «Amo-te, quero precisar de ti».
De mim, Jesus, pobre de mim!

Mas aqui estou, adorado Jesus, de mão dada contigo, no caminho da conversão diária, na luta constante com a minha fraqueza, por Tua graça, Jesus, por Tua graça.

«Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim». Alguma vez Jesus amado, poderei dizê-lo verdadeiramente?
Pede a Tua Mãe que nos ajude, que me ajude neste caminho de conversão, une-nos, une-me, contigo no amor do e ao Pai, e encharca-nos, encharca-me, no Espírito Santo, porque só na Sua força, a conversão será verdadeira e constante.

Beijo os Teus pés Jesus, porque é a Teus pés que eu quero viver o nosso amor.

Joaquim

12.07.2006
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