segunda-feira, 29 de abril de 2013

PORQUÊ PEDIR O ESPÍRITO SANTO?

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Porquê pedir o Espírito Santo, hoje e sempre?
 
Todos nós que somos baptizados recebemos o Espírito Santo pelo Baptismo, (tornámo-nos templos do Espírito Santo), pelo Crisma, e obviamente em cada celebração de um sacramento em que participamos, celebrando, recebemos também e sempre o mesmo Espírito de Deus que constantemente se derrama na/em Igreja.
 
Porquê então pedi-Lo novamente, todos os dias das nossas vidas?
 
Em determinado momento da minha vida trabalhei em duas fábricas, uma de tubo de aço e outra de chapa de zinco.
Em ambas as fábricas existia aquilo a que chamávamos tinas de galvanização.
Que me perdoem a explicação os experts na matéria, (e a falta de memória, já lá vão mais de trinta anos), as tinas de galvanização continham zinco em estado líquido, porque eram aquecidas por uma fonte de calor, que mantinha esse zinco nesse estado líquido.
Quando eram utilizadas, aumentava-se a temperatura, para que o zinco ficasse no estado ideal de poder ser utilizado.
Então, os tubos e chapas eram mergulhados nessas tinas, e, revestidos desse zinco líquido eram retirados e colocados a “secar”, digamos assim.
Obviamente, o aspecto desses tubos e chapas melhorava imenso, pois tornavam-se mais brilhantes, reflectindo a luz que neles incidisse, e, mais ainda, protegia-os da corrosão, da ferrugem, dos elementos exteriores que podiam alterar a sua “essência” e a missão para que tinham sido realizados.
 
Ora nós cristãos, alguns de nós ou muitos de nós, somos um pouco assim como essas tinas de galvanização.
 
Pelo Baptismo recebemos o Espírito Santo e Ele está em nós, mas está muitas vezes como esse zinco liquido nas tinas de galvanização, “inerte”, não sendo utilizado.
Somos cristãos, temos o Espírito Santo, mas Ele não actua em nós, nada transforma, nada converte, sobretudo porque d’Ele muitas vezes não temos consciência e não a tendo, não O deixamos actuar nas nossas vidas.
Assim somos cristãos cinzentos, sem brilho, e nem reflectimos a luz que nos vem de Deus para sermos testemunhas da Luz.
Mais do que isso, não tomando consciência do Espírito Santo em nós, não O deixando actuar em nós, estamos desprotegidos perante as ameaças do mundo, (as tentações, os vícios, os rancores e ressentimentos, etc.), e por isso mesmo nos deixamos corromper, vivendo em pecado, e ao vivermos em pecado não cumprimos a missão que Ele nos deixou, perdendo-nos no mundo e muitas vezes fazendo perder aqueles que nos rodeiam.
Temos o Espírito Santo em nós, mas ninguém O vê, porque d’Ele não damos testemunho, porque não deixamos que Ele nos converta, nos transforme e nos guie.
 
Então este pedir o Espírito Santo todos os dias, (dado que já está em nós desde o Baptismo), é afinal pedir que Ele actue em nós, que Ele nos encha por completo, que Ele nos mostre o caminho, que Ele nos ilumine na Palavra, que Ele nos faça ver com os olhos da fé, (meu Senhor e meu Deus!), que Ele nos converta e conduza, que Ele nos santifique, não apenas para nossa salvação, mas também para que sejamos testemunhas da Boa Nova e assim possamos ser “ocasião” para salvação de outros.
 
Então, para O recebermos, ou melhor, para que Ele seja presença viva nas nossas vidas, precisamos de nos abrir a Ele, porque abrindo-nos a Ele, abrimo-nos ao próprio Deus, e abrir-nos a Deus é abrir-nos ao amor, à conversão, à mudança de vida, é queremos fazer em tudo e sempre a vontade de Deus.
 
Então, tudo se transforma, porque é Ele que ora em nós, é Ele que lê e medita connosco a Palavra de Deus, é Ele que nos abre o entendimento para que possamos reconhecer Jesus ao “partir do Pão”, é Ele que dando-nos esse reconhecimento nos leva a amar como Ele nos amou, fazendo assim de nós filhos de Deus reunidos e chamados a construir a Igreja.
 
E, afinal, pedir o Espírito Santo é fazer já a vontade de Deus, porque só Ele sabe o que nós precisamos e o que é melhor para nós.
 
«Digo-vos, pois: Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á; porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á.
Qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!» Lc 11, 9-13
 
 
Vem Espírito Santo,
faz-me dócil às tuas moções, renova-me em cada momento, ora em mim, abre o meu entendimento à Palavra de Deus, faz-me reconhecer Deus nos Sacramentos, na Igreja, em cada irmã e em cada irmão, faz em mim e de mim a tua vontade, para que eu seja nada e Tu, Espírito Santo de Deus, sejas tudo em mim, em cada momento da vida que me dás.
Amen.
 
 
Monte Real 29 de Abril de 2013
Joaquim Mexia Alves
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sexta-feira, 19 de abril de 2013

CARTA ABERTA A NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

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Minha querida Mãe

 
Sabes, quando eu era pequeno brinquei muito naqueles sítios de Fátima onde apareceste aos teus pastorinhos!
Sabes, com certeza, mas isto era só para me fazer mais perto de ti.

Lembro-me, porque li em muitos sítios e assim me ensinaram, que quando vieste a Fátima estavas muito preocupada com o mundo, sobretudo com a Rússia, que se afastava de Deus, e por isso pediste que rezassem muito pela conversão da Rússia, pela conversão do mundo.

Oh Mãe, desculpa que te diga, mas andas um pouco distraída!
Olha que aqui pelo teu Portugal, aliás, aqui pela Europa toda e pelo mundo, o afastamento de Deus é contínuo e pior do que isso, (ou por causa disso mesmo), cada vez mais o mal tem lugar entre os homens.
Sabes, Mãe, é que a guerra agora não é de homens contra homens de armas na mão. A guerra agora é dos homens contra aqueles que ainda nem nasceram, aqueles que ainda nem se podem defender.

Vê bem que, se contarmos aqueles que não nascidos já foram mortos no mundo inteiro, o número é incomparavelmente maior que o daqueles que morreram naquelas duas guerras, quando por cá passaste a avisar-nos.
E são indefesos, Mãe, de tal modo que não escolheram vir ao mundo, mas já estão condenados antes de nascer.
E há tanta gente que se indigna com a pena de morte, com a guerra, com os crimes, (e muito bem), mas acham que matar estes inocentes, não é matar.
Pior ainda, Mãe, porque há alguns que se dizem seguidores do teu Filho e mesmo assim concordam, aprovam e até fazem campanha em prol desta mortandade!

Nunca o Céu esteve tão cheio de santos, porque agora todos estes milhares que no dia-a-dia são mortos no egoísmo, na indiferença dos homens, estão sem dúvida no Céu, olhando para os seus algozes, cheios de amor, porque estando no gozo de Deus apenas podem dizer como o teu Filho: perdoa-lhes Pai, porque não sabem o que fazem.

Aproxima-se o mês de Maio, o teu mês, Mãe, por isso lembrei-me de te escrever para pedir que rogasses ao teu Filho “autorização” para vires novamente junto de nós, aqui em Portugal ou onde achares melhor, para pedires oração por este mundo em rota de perdição, porque esta guerra, Mãe, permite-me que te diga, é mais mortífera e maligna do que as guerras mundiais que aconteceram no século passado.

É que não se perde apenas a vida daqueles que nem sequer nascem, perdem-se também muitas vidas daqueles que praticam tais crimes contra a vida querida e amada por Deus, porque  mergulhados no pecado, não se aproximam da misericórdia divina.

Socorre-nos, Mãe, antes que esta humanidade se perca, se destrua, se aniquile.
Vem mais uma vez, Mãe, e com a tua bondade, com o teu amor, diz claramente a esta humanidade aquilo que ela muito bem sabe: que desde o primeiro momento da sua concepção, o ser humano é querido e amado por Deus, e a sua vida só a Ele pertence.

Para maior glória do teu Filho e salvação das almas.

Obrigado Mãe, pelo infinito amor que nos tens. Dá-nos a tua benção.

 

Marinha Grande, 19 de Abril de 2013
Joaquim Mexia Alves
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sábado, 13 de abril de 2013

BELINHA

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Para a Belinha,
minha irmã, minha madrinha.
 
 
 
«Se lá no assento etéreo, onde subiste
memória desta vida se consente,
repousa lá no céu eternamente»
e intercede pelos teus, por todos nós a tua gente,
que guardaste no coração tão fielmente.
Junta-lhe o teu sorriso em que se sente
a alegria em ti tão permanente
com o amor que viveste em ti, sempre presente.
Enquanto nós cá na terra, amorosamente
te guardamos no coração, serenamente,
à espera de todos nos juntarmos, finalmente.
 
 
 
 
No dia do seu aniversário natalício
Marinha Grande, 13 de Abril de 2013
Joaquim Mexia Alves
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sexta-feira, 12 de abril de 2013

O PADRINHO DE BAPTISMO

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Calmamente, às vezes com muita preocupação, vê crescer o afilhado.
Dão-lhe alegria as primeiras manifestações religiosas, a Primeira Comunhão, a Profissão Solene, o Crisma, os primeiros retiros espirituais e vai agradecendo a Deus pelo afilhado que Ele lhe deu.
 
Passam os anos e começa seriamente a preocupar-se pois começa a perceber o afastamento, primeiro da Igreja, depois dos Sacramentos e finalmente do próprio Deus.
Só lhe ocorre um pensamento: Tenho que falar com o meu afilhado! Mas que lhe hei-de dizer? Nestas alturas não ouvem nada, sabem tudo! Se bem me lembro também fui assim um pouco.
E para além disso, serei eu uma boa testemunha de Cristo e do que Ele fez e faz na minha vida?
 
Curiosamente, ou talvez não, não são os “medos” de ser mal interpretado, ou de não ser verdadeira testemunha, que o impedem de falar com o afilhado.
Lá dentro, bem no fundo onde Deus fala, vai ouvindo uma voz que lhe diz: Não te precipites! Tem paciência! Ainda não é tempo! Quando for, Eu to farei sentir!
 
E o padrinho também vai pensando consigo que precisa de crescer na fé, torna-la mais viva, mais consistente, tornar a vida mais coerente com a fé que professa e quer testemunhar.
Ah, o tempo é bom conselheiro, e se nos deixarmos guiar por Ele, com certeza que não falharemos a meta.
E é ainda essa mesma voz que lhe diz que a semente tão bem plantada não deixará de dar frutos a seu tempo.
 
E os anos passam e cada vez mais a preocupação aumenta, porque o afastamento parece ganhar raízes e destruir tudo o que foi ensinado.
Mas a voz continua a aconselhar a ponderação, a paciência, (será a paciência divina?), porque no tempo certo a mudança começará e aí sim, será precisa a palavra, o ombro, a companhia, o incitamento, tudo conjugado com o conhecimento.
 
E um dia…
Um dia começam a notar-se sinais de mudança.
Parece que o afilhado tomou consciência de que a vida que leva, não leva a lado nenhum.
Parece que entende agora que nada nem ninguém o pode ajudar melhor a encontrar a verdadeira vida, do que Aquele de quem ele se afastou e lhe deu a vida, e pode voltar a dar.
 
Mas ainda é cedo para intervir.
O afilhado procura agora, sozinho, esse encontro tão pessoal e intimo que pode definitivamente operar a mudança necessária. E o padrinho sabe bem, que «quem procura encontra».
Percebe agora o afilhado a viver uma fé intensa, empenhada, e percebe também que é altura de o ajudar a resolver alguns problemas gerados pela sua anterior vida, que é altura de o colocar perante um conhecimento mais aprofundado da fé, baseado em bons autores católicos, que lhe podem dar a “estrutura” espiritual necessária para que as raízes se desenvolvam e a árvore dê fruto.
 
E vai assistindo ao crescimento, ao empenhamento, à dedicação, aos passos dados, na procura de uma fé viva, diária, testemunhada. E vai incentivando com elogios, com “admirações” propositadas, com palavras de ternura, de carinho, enfim, de amor partilhado.
Para que o afilhado sinta que está no caminho, que os alicerces estão bem lançados, e que as paredes crescem sólidas e robustas, pede-lhe colaboração em muitas coisas, para que ele perceba que já tem pernas para andar e que só na entrega total ao Deus que desde o primeiro momento o amou, ele pode viver a vida, e a «vida em abundância».
 
Mas a missão não está ainda cumprida, nem nunca estará.
Agora trata-se mais de rezar!
De rezar pelo afilhado, para que Deus o abençoe, o proteja, o guarde, e faça dele uma testemunha viva do amor do Pai, vivida no Filho, pelo Espírito Santo.
 
Assim Deus me faça também ser como este padrinho, para O servir, servindo os meus afilhados.
 
 
Marinha Grande, 12 de Abril de 2013
Joaquim Mexia Alves
 
 
Nota:
 
Para o meu querido irmão António, meu padrinho de Baptismo que hoje faz anos, com um abraço da maior ternura, carinho e amor.
Qualquer semelhança com a realidade, neste caso, é absoluta e realmente coincidente!
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quinta-feira, 11 de abril de 2013

O NOSSO ENCONTRO PESSOAL COM JESUS CRISTO

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Nota:
Ensinamento feito há já alguns anos, numa "Noite de Louvor" do Renovamento Carismático Católico, em Leiria.
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sábado, 6 de abril de 2013

O DOM DA VIDA!

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Como agradecer-Te, Senhor, o dom da vida?
 
Como agradecer-Te, Senhor, o não teres desistido de mim, e teres vindo ao meu encontro permitindo-me que Te reconhecesse?
 
Como agradecer-Te, Senhor, as graças contínuas que em mim derramas todos os dias e das quais tantas vezes não me dou conta?
 
Como agradecer-Te, Senhor, o deixares-me sentir de quando em vez a tua presença em mim e nos outros?
 
Como agradecer-Te, Senhor, os momentos de secura em que pareces afastado de mim, e me provocam a procurar-Te continuamente para animares a vida que me deste?
 
Como agradecer-Te, Senhor, toda a família em que me fizeste nascer, a família que me deste, os amigos, e também os que não gostam de mim?
 
Como agradecer-Te, Senhor, até os muitos anos afastado de Ti, perdido no mundo e com o mundo, e que são hoje ensinamento para Te procurar e viver?
 
Como agradecer-Te, Senhor, o todo e o tudo?
 
Recebendo do teu amor, amando-Te, e amando os outros com o teu amor!
 
Só assim Te posso, fracamente, agradecer, Senhor!
 
Marinha Grande, 6 de Abril de 2013
64 anos
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quinta-feira, 4 de abril de 2013

A BELEZA DO DEUS QUE SE DÁ!

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Acabo de comungar!
 
Regressado ao meu lugar, ajoelho-me, de cabeça levantada, com um sorriso calmo no rosto, porque o meu Deus é libertador e n’Ele reside toda a minha confiança, toda a minha esperança.
 
Sei que dentro em pouco não vai ser assim, porque vou novamente “mergulhar” no mundo, e fraco como sou, vou-me deixar envolver nas tristezas, nas provações, embora Ele continue comigo, dentro de mim, (não por meu mérito, mas pelo seu infinito amor), assim como no Sacrário, (pobre de mim), como dizia o Beato Francisco: «O Jesus escondido!», ou serei eu que O escondo, fraca testemunha que sou.
 
Mas nestes momentos, após a comunhão, a paz, a serenidade, a ternura, verdadeiramente a beleza, tomam conta de mim, e por esses momentos deixo-me sair de mim e gozo a sua presença real em mim, desejando que todos os outros sintam, vivam, os momentos que estou a viver.
 
Sinto a cara molhada e percebo que há lágrimas que choram dos meus olhos, mas são lágrimas de uma alegria indizível, de uma paz inebriante, de uma ternura incontrolável, porque o seu amor por mim, não tem dimensão, é maior do que tudo o que é maior que a minha humanidade conheça.
 
Perdoa-me, Senhor, mas neste momento não consigo pensar sequer nos que estão ao meu lado, nos que comigo são Igreja, porque, Senhor, talvez seja egoísta, mas quero gozar este momento em que Te dás inteiramente, e em que por tua graça, eu me abandono a Ti e em Ti.
 
Amor, beleza, paz, ternura, carinho, imensidão, totalidade, são palavras humanas e não podem descrever este momento divino, porque é um momento teu, que Tu concedes ao que de Ti se aproximou, pois Lhe foi dado por Ti, reconhecer-Te ao «partir do Pão».
 
Calmamente, mansamente, desço do Tabor, e regresso à minha condição de pecador!
 
Sou pecador, mas incomparavelmente maior do que o meu pecado, é o teu amor!
 
 
Monte Real, 4 de Abril de 2013
Joaquim Mexia Alves
 
 
Nota:
Vivido na Missa desta Quinta Feira Santa, mas só hoje, finalmente, colocado em escrita.
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terça-feira, 2 de abril de 2013

SER IGREJA

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 Ser Igreja
é ser de Cristo,
é ser de todos e de cada um,
como «Ele e o Pai são Um».
 
Ser Igreja
é ser amor,
é levar a esperança,
e a confiança,
onde alguém sofre uma dor.
 
Ser Igreja,
é ser alegria,
por viver sempre a certeza,
de que Ele está connosco
em cada momento,
em cada dia.
 
Ser Igreja
é ser audaz,
combater o bom combate
e ser defensor da paz.
 
Ser Igreja
é ser coerente,
dar testemunho activo,
não ser frio nem ser morno,
mas ser homem de fé quente.
 
Ser Igreja
é celebrar,
em cada dia o Senhor,
e amar, sempre amar,
na alegria e na dor!
 
 
 
Monte Real, 2 de Abril de 2013
Joaquim Mexia Alves
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