terça-feira, 28 de abril de 2015

A IDADE DA REFORMA E A VIDA NOVA

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Ao chegar à idade e tempo da reforma, pus-me a pensar no que tal facto me dizia na minha relação com Deus.

Enquanto trabalhamos, (num trabalho fixo, porque os reformados nunca deixam de trabalhar), servimo-nos muitas vezes dessa situação para nos desculparmos interiormente com a falta de tempo para a oração, para um melhor conhecimento das coisa de Deus e da Igreja, para uma relação mais assídua e, portanto, fortalecida, com a família e com os outros.
Ora quem quer viver com Deus, segundo a vontade de Deus, sabe bem que Ele deve estar presente em todos os momentos e situações da vida, pelo que, quando nos desculpamos com a falta de tempo, estamos, mais coisa menos coisa, a dizer que a vida que Deus nos proporciona, é causa, afinal, da nossa falta de tempo para aquilo que verdadeiramente devemos fazer, segundo a sua vontade.

Claro que haveria muito a dizer sobre isto, mas o que me interessa agora é, em que medida, o tempo da reforma pode alterar tudo isto.
Logicamente, dispondo de mais tempo, por falta do trabalho fixo de condições exigentes e obrigatórias, podemos desaproveitar esse tempo nada fazendo, ou podemos aproveitá-lo então, para um maior e melhor tempo de oração, (ou seja de relação e diálogo com Deus), para ler, e quem sabe, frequentar alguma formação em Igreja, sobre Deus, a Doutrina, etc., para dar mais atenção à família, (sem o stress do trabalho diário que provoca, por vezes, incompreensões e discussões), tornando-a mais igreja doméstica, e também no serviço aos outros, que é sem dúvida serviço a Deus.

Então, e já que ainda há tão pouco tempo celebrámos a Páscoa, a Ressurreição, (que continuamos a celebrar durante 50 dias), podemos ver este tempo de reforma, como um tempo novo, na nossa vida.
E é assim curioso pensar, que o tempo de reforma, que aos olhos da sociedade é uma espécie de “fim de vida”, se pode tornar afinal numa vida nova, numa “ressurreição” para a vida, se realmente, mais livres do “mundo do trabalho”, e não só, nos aproximarmos mais de Deus, procurando ainda mais fazer a sua vontade, (em todas as circunstâncias da vida), sendo assim testemunhas do seu amor.

Quisera eu saber entregar-me assim e fazer aquilo que aqui escrevo, (para não ser «Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz»), e pela graça de Deus, dar uma vida nova à vida que Ele me deu.

Tudo e sempre para a sua glória!


Marinha Grande, 16 de Abril de 2015
Joaquim Mexia Alves

Nota: 
Texto da minha colaboração no "Grãos de Areia", Boletim Paroquial da Marinha Grande, do mês de Abril.
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quarta-feira, 22 de abril de 2015

DIÁLOGOS COM O MEU EU (13)

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Lembras-te da tua mãe?
Claro, como poderia esquecê-la!

Já pensaste bem que tens duas mães no Céu a velar por ti?
Por vezes esqueço-me, mas depois sinto as suas presenças na minha vida.

Como assim?
Uma ensina-me a amar o seu Filho e a deixar-me amar por Ele. A outra lembra-me que foi ela a escolhida por Ele para me colocar no mundo.


Marinha Grande, 5 de Maio de 2013
Joaquim Mexia Alves
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quinta-feira, 16 de abril de 2015

DIÁLOGOS COM O MEU EU (12)

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Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida!
Alto lá, isso é Ele quem diz de Si próprio!

Pois é, mas acreditas no que Ele diz?
Claro que acredito!

Mas se Ele está em ti, também te repete as mesmas palavras.
Claro que repete!

Então porque teimas tantas vezes em querer fazer o teu caminho, declarar a tua verdade e viver a vida segundo a tua própria vontade?



Marinha Grande, 3 de Abril de 2013
Joaquim Mexia Alves
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terça-feira, 7 de abril de 2015

TESTEMUNHO DE VIDA

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Aceitem este meu "presente", que passou na RTP 2 no Domingo de Páscoa, sobretudo entre os minutos 9:22 e 16:18.

Tudo para a glória de Deus.

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domingo, 5 de abril de 2015

PÁSCOA

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Luz terna,
suave e acariciadora,
rompes a terra,
num parto de vida,
numa certeza,
de vida eterna,
dada por Jesus Nosso Senhor.

Sai do Teu lado,
a Luz,
ou sairá do teu olhar,
do teu coração,
do teu amar,
do teu Corpo,
inteiramente dado.

Sai de Ti,
bendito Jesus,
morto e ressuscitado,
essa bendita luz.

A terra ilumina-se,
e só não rompe as trevas,
quem não se aproxima da luz,
quem não acredita,
quem Te rejeita,
quem não Te procura,
glorioso,
ressuscitado Jesus.

A luz atinge-me,
ilumina-me,
torna-se vida,
vida tua,
Jesus,
em mim,
para que,
baptizado na tua Morte,
ressuscite enfim,
na tua Ressurreição.


Marinha Grande, 5 de Abril de 2015
Joaquim Mexia Alves
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quinta-feira, 2 de abril de 2015

TRÍDUO PASCAL

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Começam hoje os dias que me tocam particularmente.
Tocam não só profundamente a minha espiritualidade, mas todo o meu ser homem, sobretudo homem que pensa, age e se emociona.
Muitas vezes não consigo conter as lágrimas, (isto é coisa de agora, que considero graça de Deus), mas não são lágrimas de tristeza, mas de um amor profundo, de uma serenidade bonançosa, de uma esperança inabalável.
Penso n’Ele, tento viver para Ele, quero respirar o que Ele respira, ou melhor, quero respirá-Lo, a Ele, como se respira a vida.

E divido-me, divido-me sempre!
Muitas vezes me sinto ao Seu lado, querendo ser Simão de Cirene, querendo ser Verónica, querendo ser Maria e João, querendo viver em mim a Sua Paixão, e depois, brutalmente, confronto-me com a realidade da minha vida que tantas vezes me coloca no meio daqueles que Lhe dão beijos de traição, que O negam antes do “galo cantar”, que gritam com a multidão: crucifica-O, crucifica-O!

Mas Ele, no meio do sofrimento, no meio da humilhação, por entre a dor cravada no Seu Coração por aqueles que deliberadamente se condenam, olha-me nos olhos, toma-me pela mão, encosta-me ao seu peito cansado e diz-me cheio de ternura: É por ti, Joaquim, é por ti!
E eu, dividido entre mim, baixo os olhos e respondo-Lhe: Mas, Jesus, eu sou tão pecador!
Ele aperta-me ainda mais junto a Si, afaga-me a cabeça e diz-me com a Sua voz repassada de amor: Não entendes, Joaquim? Tudo isto é para te dizer que estejas de que lado estejas, Eu amo-te sempre, com amor eterno. Faças o que fizeres, se olhares para Mim, se Me procurares de coração arrependido, a minha Paixão enche-se de sentido, porque toda Ela é vivida para te perdoar as tuas faltas.

O amor, a confiança, a esperança transformam-se numa só virtude, num só sentimento, numa só vivência e os olhos rasos de lágrimas choram a alegria do Deus que me ama, que me perdoa, que me salva, que me dá a vida renascida.

Tranquilamente, Ele afasta-se de mim para continuar a sua caminhada de Paixão, mas antes diz-me ao ouvido, cheio de compaixão: É por ti e por todos! Por cada um dos que me amam e dos que me rejeitam. Vai agora, e proclama com a tua voz, com a tua vida, com todo o teu ser que morro por todos, para que todos se salvem! E lembra-te, e lembra-lhes, que a minha Paixão termina na Ressurreição!

Glória a Ti, Senhor, agora e para sempre, pelos séculos sem fim!


Marinha Grande, 2 de Abril de 2015
Joaquim Mexia Alves
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