quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

ANO VELHO, ANO NOVO. OBRIGADO SENHOR!

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Hoje, Senhor, quero agradecer-te todo este ano da vida que me deste.

Quero agradecer-te as alegrias e quero agradecer-te as tristezas.

Quero agradecer-te os bons momentos e quero agradecer-te os momentos menos bons.

Quero agradecer-te tudo o que correu bem e tudo o que eu acho que correu menos bem.

Quero agradecer-te a saúde e quero agradecer-te as poucas doenças.

Quero agradecer-te tudo o que me deste quando Te pedi e quero agradecer-te tudo o que não me deste quando Te pedi. Tu sabes melhor, Senhor!

Quero agradecer-te os momentos em que eu estive contigo e quero agradecer-te os momentos em que Tu estiveste comigo, mesmo quando eu não estava contigo.

Quero agradecer-te os amigos e quero agradecer-te os inimigos.

Quero agradecer-te os que me ajudaram e corrigiram e quero agradecer-te os que, por Tua graça, eu pude ajudar e consolar.

Quero agradecer-te a Igreja e a Tua Mãe Santíssima, companhias permanentes deste Teu/meu caminhar.

Quero agradecer-te o Teu perdão e a Tua infinita paciência e misericórdia.

Quero agradecer-te tudo, Senhor, mas mesmo tudo, porque em tudo o que me deste e permitiste na minha vida, (mesmo aquilo que eu não entendi e por vezes nem quis aceitar), me provaste o Teu amor, me fortaleceste na Tua esperança, me edificaste na Tua graça, me vivificaste na Tua vida, me fizeste mais filho de Deus, me tornaste mais comunhão, contigo e com os irmãos, me ensinaste a caminhar o caminho para Te encontrar.
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Por isso, Senhor, que o Novo Ano seja exactamente tudo aquilo que Tu quiseres fazer na e da vida que um dia me deste.
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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

NASCES ASSIM SENHOR!

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Nasces assim
Como um qualquer,
Numa gruta,
Numa casa,
Num vão de escada,
Numa qualquer rua,
Ou até mesmo
Em berço rico.
Porque Tu não cuidas de saber
Quem são os filhos de Deus.
Porque para Ti
Senhor Jesus
Todos o são,
Ricos e pobres,
Pobres e ricos,
Filhos de Deus.
Porque se uns são ricos de bens
Talvez sejam pobres de Deus,
E Tu vens para eles.
Porque se uns são pobres de tudo,
Tu vens para eles também,
Para que sejam ricos de Ti.
Não cuidas de saber
De teólogos ou doutores,
De sábios e de instruídos,
De incultos e analfabetos.
Não, Senhor Jesus,
Não te interessa saber
Quem melhor interpreta a Tua Palavra,
Quem melhor conhece a ciência
Que julga entender o que Tu dizes.
Como não te interessa Senhor
Aqueles que julgam que a Tua Palavra
É aquela que serve os seus desígnios
Porque a lêem para seu agrado,
Para “confirmar”
O que julgam estar certo.
O que é que disseste Senhor
Naquele dia e agora?
«Minha mãe e meus irmãos
são aqueles que ouvem
a Palavra de Deus
e a põe em prática».
Senhor Jesus
Revelas-nos a herança de Deus
E nós tratamo-la
Como herança de homens.
A herança de Deus
Que devia ser
Aliança de amor entre os homens,
É tantas vezes
Causa de divisão e discórdia.
Nasces assim
Como um qualquer
Numa gruta,
Numa casa,
Num vão de escada,
Numa qualquer rua,
Ou até mesmo
Em berço rico.
Porque Tu não cuidas de saber
Quem são os filhos de Deus.
Porque para Ti
Senhor Jesus
Todos o são,
Ricos e pobres,
Pobres e ricos
Filhos de Deus.
E olhas-nos
Do teu berço
E meneias a cabeça
Cheio de compaixão,
De misericórdia,
E dizes aos teus Anjos:
«Cantem a paz na terra,
que se faz alegria no Céu,
aos homens de boa vontade.»
E dizes a cada um,
Daqueles para quem nasceste:
«A minha lei é só uma,
que vai muito para além da dor,
é fonte de vida eterna,
é comunhão,
é amor,
que nasce do Meu Coração
para vos guiar à Verdade.»


25 de Dezembro de 2008 - 01h.00m
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domingo, 21 de dezembro de 2008

«PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE.»

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Ali, longe de tudo e de todos, preparava-se para passar aquela noite.

Já nem se lembrava bem como tudo tinha acontecido, para que ficasse sozinho naquela noite de Natal.

Sim, era preciso ficar alguém toda a noite naquele posto, a presença física era imprescindível, e tinha de manter-se acordado para que nada falhasse na fábrica.

Era verdade que o regulamento previa pelo menos duas pessoas, mas ele realmente não tinha ninguém, estava longe do seu país, da sua família, das suas tradições, e apenas lhe restava ir para o dormitório, para junto dos seus compatriotas, que se calhar até aproveitavam a noite para irem aos bares, para irem beber, e isso ele não lhe apetecia.

Os colegas de trabalho tinham-se despedido todos com um abraço, e apesar de não serem da sua nacionalidade ele ficou a pensar como a noite de Natal modificava as pessoas.

Até parece que tinha sentido calor, verdade, naqueles abraços!

De tal modo, que ao olhar para aquele que devia ficar com ele lhe perguntou no seu arremedo da língua do país de acolhimento:
«Tu não tens família, mulher, filhos?»

O outro, de cabeça baixa, entristecido, respondeu:
«Tenho, claro que tenho, e custa-me muito não estar com eles.»

Sem quase se aperceber, tinha sentido a sua boca abrir e saírem estas palavras:
«Vai lá ter com eles, que eu fico aqui a tomar conta de tudo.»

O outro replicou:
«Mas tu não podes ficar aqui sozinho, numa noite destas!»

Mas ele insistiu:
«Vai te embora, antes que me arrependa. Não tenho para onde ir, nem ninguém com quem estar e aqui sempre está mais quente que no dormitório. Vai-te embora, antes que se faça tarde.»

O outro abraçou-o com lágrimas nos olhos e ele sentiu-se bem por ter tido aquele gesto, aquela atitude.

Mas agora, agora que a noite ia passando, a coisa estava a ficar muito difícil.

Não tinha sono, felizmente não tinha, por isso o estar acordado não lhe custava nada.

O que lhe custava era pensar nos outros em suas casas, com as suas famílias e ele ali sem ninguém e ainda por cima tão longe da sua mulher, dos seus filhos.

Que raio de vida que o fizera emigrar para tão longe para poder obter um mínimo de rendimento, para tentar dar algo mais à sua família.

Naquele momento colocava tudo em causa!

Se valia a pena este sacrifício, este afastamento tão doloroso que tanto lhe “mordia” o coração, que tanto lhe custava a viver.

E os pensamentos iam-se sucedendo e em nada ajudavam aquela situação.

Sentia-se sozinho, sem ninguém, perdido num mundo que não era o dele, numa língua e tradições diferentes, sem amigos, sem um abraço, sem o calor de um sorriso, sem sequer um sentimento de que alguém se preocupava com ele.

Duas grossas lágrimas correram pela sua cara e ele não pode deixar de se entristecer ainda mais.

Olhou para o relógio. Não sabia bem para quê, pois tinha a noção que a noite ainda agora tinha começado.

Mas ficou ali a pensar que àquela hora a sua mulher, os seus filhos, os seus pais, caminhavam no meio da neve, do gelo, para a igreja lá da terra, para celebrarem juntos, em comunidade, a noite de Natal.

Parecia-lhe até que conseguia ouvir aqueles cânticos eslavos, tão entranhados no seu coração, tão recordados na sua memória.

Tornava-se tudo tão real que conseguia ouvir crianças a rir, mulheres e homens a falar, o ruído de pessoas que caminhavam, que se juntavam, que festejavam.

Mas nesse instante tudo se esfumou, todos aqueles sons que lhe tinham sido tão agradáveis tinham deixado de se ouvir, e um silêncio pesado e triste tornava a tomar conta de tudo.

De repente deu um salto, pois tinham batido à porta da sala onde estava e que dava para o exterior, para a rua.

Receoso, e pensando quem poderia ser àquelas horas e naquela noite, foi abrir.

Uma explosão de risos, de conversas, de cânticos atingiu-o no coração!

Lá fora, na noite fria de Natal, estavam os seus colegas de trabalho, com as famílias, as crianças rindo e cantando, e todos juntos gritaram ao mesmo tempo:
«Feliz Natal, Yuri!»

As lágrimas, (estas de alegria), “rebentaram” nos seus olhos, a boca abriu-se numa gargalhada, os braços abriram-se num abraço imenso, e o seu coração disse-lhe baixinho:
«Vês Yuri, o Natal encontra sempre os homens de boa vontade!»


29 de Outubro de 2008


Com este conto muito simples, quero desejar a todas amigas e todos os amigos que aqui me visitam um Santo Natal, cheio da paz e amor de Deus, e que vivendo-o assim, sejamos mais irmãos, sejamos “mais” filhos de Deus, amando-nos como Ele nos ama.


Este conto foi enviado para um projecto da Casa do Gil.

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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

MARIA, NOSSA/MINHA MÃE 4

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Muitas vezes foi criticada a Igreja, e com Ela os católicos, pela devoção que a mesma presta à Virgem Maria, e a ligação tão íntima e pessoal que os fiéis têm e dedicam à Mãe do Céu.
Às vezes quase pretendem dizer que essa devoção, essa ligação espiritual e afectiva, seria uma “invenção” da Igreja com uns quaisquer propósitos, para os quais não se descortinam razões plausíveis.
Há até algumas seitas que por força de quererem negar essa ligação do Povo de Deus a Maria Santíssima, A desprezam e ofendem com actos inomináveis.

Mas terá sido por vontade da Igreja, ou dos católicos, que essa devoção, essa ligação tão espiritual e filial aconteceu e se desenvolveu?
Claro que não, e mais uma vez a Palavra de Deus nos vem esclarecer a verdade sobre a extraordinária dedicação da Igreja e dos católicos à Mãe de Jesus Cristo.

Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a mulher de Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!». Depois, disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.
Jo 19, 25-27

Pelo que lemos, (sobretudo com o coração), percebemos sem margem para dúvidas, que foi por vontade de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que Maria Santíssima foi dada como Mãe a João, e João dado como filho a Maria.

Em todas as passagens da Palavra em que Jesus fala com os Apóstolos, sempre foi entendimento que aquilo que Ele lhes diz, ultrapassa o tempo, ou seja, foi para ontem, é para hoje e será para amanhã, bem como, não é apenas dirigido a eles, mas a toda a humanidade, sobretudo àqueles que acreditam e seguem a Cristo.

Porque seria então diferente esta passagem e Jesus apenas se dirigiria ao Apóstolo João?
Verdadeiramente não estava ali mais nenhum Apóstolo, portanto Ele não se poderia dirigir a todos, porque não estavam presentes, mas ao dirigir-se àquele significava, como sempre tinha feito, dirigir-se à universalidade dos Apóstolos.

Assim, quando Jesus por Sua própria vontade dá Maria como Mãe a João e o dá como filho a Maria, está a fazê-lo a e com toda a humanidade, todos os que foram criados à imagem e semelhança de Deus, crentes e não crentes, porque não tenhamos dúvidas que Maria intercede por todos, sobretudo pelos seus filhos que andam longe da Verdade.

Mas reparemos ainda que o evangelista emprega o termo discípulo para afirmar que, «E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua.»
O próprio autor do Evangelho mostra-nos quem é o discípulo, os discípulos.

Discípulo é aquele, são aqueles, que acreditam que Jesus vem do Pai e enviado pelo Pai.
«…e reconheceram verdadeiramente que Eu vim de ti, e creram que Tu me enviaste.» Jo 17,8

Discípulo é aquele, são aqueles, que amam a Jesus Cristo e guardam os seus Mandamentos, a sua Palavra.
«Se me tendes amor, cumprireis os meus mandamentos.» Jo 14,15
«Quem recebe os meus mandamentos e os observa esse é que me tem amor; e quem me tiver amor será amado por meu Pai, e Eu o amarei e hei-de manifestar-me a ele.» Jo 14,21
«Se alguém me tem amor, há-de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada.» Jo 14,23


Ora se o autor utiliza o termo discípulo, até por duas vezes, temos de compreender, temos de aceitar, que com isso ele quer significar que por vontade de Jesus Cristo, Maria é nossa Mãe e passa a fazer parte integrante da caminhada do discípulo, passa a fazer parte integrante das nossas vidas, pois todos nós que acreditamos, queremos ser discípulos de Cristo.

Jesus Cristo quis sem dúvida nenhuma dar-nos Maria como Mãe, como testemunho exemplar de fidelidade ao amor, à Palavra, («Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» Lc 1,38), como intercessora poderosa, como já o tinha desvendado nas Bodas de Caná, («Não têm vinho!» Jo 2,3).

É Jesus Cristo quem nos diz,
«Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática.» Lc 8,21

Ora quem melhor que Maria, entre os seres humanos criados por Deus, ouviu a Palavra e a pôs em prática?
Quem melhor que Ela, portanto, para nos guiar, para nos ensinar, a sermos verdadeiros irmãos de Jesus Cristo, filhos de Deus?
Quem melhor que Ela para nos dizer permanentemente, («Fazei o que Ele vos disser!» Jo 2,5), para escutarmos a Palavra, A vivermos e Lhe sermos fiéis?

Jesus Cristo ao dar-nos Maria como Mãe, está a dar-nos a Mulher cuja descendência, Ele próprio, esmagará a cabeça do mal, pelo sim que presta à vontade de Deus.
«Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta esmagar-te-á a cabeça e tu tentarás mordê-la no calcanhar.» Gn 3,15

Realmente Maria ao dizer sim à vontade do Pai, gerando Jesus no Seu ventre, colabora de maneira total no plano salvífico de Deus, que enviando o Seu Filho ao mundo, para ser Um como nós, nos vem ensinar que Deus é Pai, que quer a salvação de todos, e que pela Morte e Ressurreição do Seu Filho Jesus Cristo, liberta o homem da lei do pecado, da lei morte, vencendo assim e para sempre todo o mal.

Por isso ao recebermos Maria como Mãe, ao nos unirmos a Ela no amor a Jesus Cristo, na fidelidade à Palavra, somos também protegidos do mal que nada pode contra Ela, como podemos ler, meditar em Ap 12, 1-6; 13-18.

Não sei, francamente, que mais razões serão preciso acrescentar, (para além da Tradição da Igreja no culto à Virgem Maria), que nos levem a abrirmos as portas dos nossos corações à presença de Maria nas nossas vidas, como nossa Mãe Santíssima.
Julgo até que chegava apenas uma razão, e que é a vontade de Deus, pois foi Jesus Cristo quem disse a cada um de nós, «Eis a tua mãe!» Jo 19,27, e foi Ele mesmo quem nos ensinou que, «todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está no Céu, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe.» Mt 12,50
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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

NÃO SOU DIGNO...

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Como poderia eu
Senhor
Desatar as correias das tuas sandálias?
Grande como sou
No meu orgulho,
Como poderia eu abaixar-me
Para te desatar as sandálias?
Importante
Como me julgo ser,
Como poderia eu
Imaginar sequer
Desatar as tuas sandálias?
Pobre de mim,
Que tão cheio
De coisa nenhuma,
Nem sequer percebo
Que não sou digno

De desatar as tuas sandálias...
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