quinta-feira, 30 de julho de 2009

CAMINHO DE CONVERSÃO 12

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Segunda feira, 3 de Novembro de 2003

Obrigado Senhor por mais este dia, pelo fim de semana, pela tarde de louvor no Domingo, e por tudo quanto fizeste na minha vida.
Obrigado Senhor por me mostrares como sou fraco e com que facilidade caio no pecado, com que facilidade quebro os meus compromissos para contigo. Perdoa-me Senhor e sobretudo dá-me forças para não pecar.
Obrigado Senhor por me mostrares o meu erro. Afinal o meu compromisso para contigo, vivia-o mais por orgulho e vaidade, para ser “apontado” e “admirado”, do que para Te agradar, para fazer a Tua vontade. Afinal estava mais preocupado com o que conseguia fazer, do que com o que eu Te deixava fazer em mim.
Por isso era fácil cair, faltar ao compromisso: afinal estava a pensar em mim próprio e pior do que isso, estava a orgulhar-me, a envaidecer-me de algo que tinhas colocado no meu coração e eu me estava a servir para “minha glória”.

Perdoa-me Senhor, reconheço o meu erro, os meus erros.
Quero recomeçar o meu compromisso, mas entregue a Ti, para Te agradar, para não Te ofender mais, que já foste tão ofendido.
Peço-Te Senhor, que quando estiver para cair, para quebrar o compromisso, ou para pecar, me mostres o Teu sofrimento e que eu possa sentir que sou a causa dessa dor, desse sofrimento. Que eu possa sentir que Te estou a “magoar” e a “crucificar” mais uma vez.

Quero Senhor agora caminhar na santidade, na humildade do meu íntimo, deixando que sejas Tu a fazer em mim, porque só assim poderei vencer as tentações e resistir ao pecado e à morte que ele traz consigo.
Glória a Ti Senhor, para sempre.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
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sexta-feira, 24 de julho de 2009

CAMINHO DE CONVERSÃO 11

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Quarta feira, 29 de Outubro de 2003


Obrigado Senhor por este dia, por esta noite de Missa e adoração ao Santíssimo Sacramento.
É bom Senhor estar contigo, assim “mais perto”, e sentir a Tua graça, sentir que me conduzes, que me guias, embora eu muitas vezes não me deixe conduzir nem guiar e também muitas vezes me orgulhe de mim, quando afinal és Tu que tudo fazes em mim. Obrigado Senhor e perdoa-me pela minha fraqueza.

Obrigado Senhor pela palavra que hoje me quiseste dar no livro de Santo Afonso Maria de Ligório: “A oração deve fazer-se para dar gosto a Deus, isto é, para conhecer o que Deus quer de nós e pedir-lhe o Seu auxílio para o praticar”.

Com efeito na minha oração, passo a maior parte das vezes à procura de consolação para mim, de respostas para mim, de coisas para mim, quando deveria orar para Te agradar Senhor, porque quero estar contigo, porque quero viver contigo, porque quero gozar da Tua companhia, do Teu amor e não obter algo para mim que não seja a alegria de saber que cumpro a Tua vontade.

Sou tão interesseiro Senhor! Perdoa-me e ensina-me a estar contigo apenas para Te agradar, para Te consolar, para Te louvar, para Te amar, para Te adorar.
Que não haja em mim interesses de obter algo de Ti, porque eu possa julgar que Te estou a dar alguma coisa.
Tudo Te pertence e eu nada Te posso dar a não ser aquilo que Te é devido, o meu amor e a vida que Tu criaste em mim.

Como Job, também Te quero dizer que, “Deus mo deu, Deus mo tirou”, e que tudo Te pertence e de nada eu posso dispor se não for para cumprir a Tua vontade e servir-Te, servindo os irmãos.
Obrigado Senhor.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
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segunda-feira, 20 de julho de 2009

CARTA A UMA AMIGA QUE SOFRE

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«Agora, alegro-me nos sofrimentos que suporto por vós e completo na minha carne o que falta às tribulações de Cristo, pelo seu Corpo, que é a Igreja.» Cl 1, 24

Jesus Cristo, Senhor da vida, escolheu um caminho de sacrifício e de total entrega da Sua vida para nos salvar.
Poderia ter escolhido outro caminho?
Com certeza que sim, mas quis mostrar-nos que tudo o que constitui a vida do homem é caminho de salvação, se o homem quiser viver cada momento da sua vida em comunhão com Cristo.
É fácil vivermos com Cristo nos momentos bons, em que tudo está bem.
Difícil mesmo é viver em Cristo e com Cristo os momentos de dor, de sofrimento, que são tantas vezes para nós inexplicáveis.
São Paulo mostra-nos assim um modo de viver esses momentos, não só em Cristo, com Cristo e para Cristo, mas também, que ao vivermos assim esses sofrimentos, próprios da vida humana, também podemos “completar”, colaborar na obra salvífica de Jesus Cristo Nosso Senhor.
Mostra-nos que pela aceitação dos nossos sofrimentos, unidos a Jesus na Sua Cruz, também essa nossa entrega pode ser e é, intercessão firme, bondade e caridade para com os outros, e que na misericórdia de Deus se transforma em derramamento de graças sobre aqueles que mais precisam.

Minha doce amiga que sofres.

A tua entrega, a tua aceitação, o teu silêncio perante a tua própria dor, é assim, como São Paulo nos diz, «completar na tua carne o que falta às tribulações de Cristo, pelo seu Corpo, que é a Igreja.»
Como podemos nós saber o que Deus está a fazer com o teu sofrimento, ou melhor, com a tua entrega, com a tua aceitação das tuas dores?
Aqui, ao pé de ti, ou longe em África, na Ásia, nas missões, quantas graças o Senhor está a derramar sobre tantos que tanto necessitam?
Com esta tua entrega, com esta tua aceitação, quantos que não rezavam, rezam agora com empenho dedicado e o Espírito Santo vai actuando neles por força da sua entrega também em oração?
Quantos que não pensavam em Deus, o fazem agora, mesmo questionando, mesmo duvidando, mas não deixando de procurar a Verdade?
E sabes, minha doce amiga, quem procura, encontra:
«Digo-vos, pois: Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á; porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á.» Lc 11, 9-10
Já to disse uma vez, ou talvez mais, que Deus na Sua infinita sabedoria “escolhe” uns quantos a quem “dá” forças que vão para além do nosso entendimento.
São aqueles, como também já te disse, que são feitos do “barro dos santos”.
E tu és assim, a fé inexpugnável, a entrega sem esperar recompensa, a aceitação porque para ti, é vontade de Deus, a dádiva da tua vida pelos outros.
Sim, é verdade, conheço-te e sei que não o fazes por ti, mas por aqueles que ainda não encontraram o Senhor que tu já encontraste, e que é para ti a Verdade, que é para ti o Caminho, que é para ti a Vida.
E não O trocas por nada.
Porque se alguém te viesse dizer que ficarias curada mas tinhas de deixar Jesus, tu nem hesitarias em responder que isso não te interessava, porque sem Ele não tinhas vida.
“Invejo-te”, minha doce amiga, nessa tua entrega, nessa fé que te faz viver e lutar.
És para mim ensinamento constante de que a vida, seja ela qual for, deve sempre ser vivida em Jesus Nosso Senhor.
Quer Ele que nós soframos?
Não, com certeza que não, pois Ele veio «para que tenham vida e a tenham em abundância.» Jo 10-10
Mas há uns que Ele escolheu para que «completassem na sua carne o que falta às tribulações de Cristo, pelo seu Corpo, que é a Igreja», porque para esses o sofrimento reveste-se de entrega na aceitação da sua própria cruz e assim a sua alegria é completa, porque se transforma em bênção de Deus para os outros.

Deus tem-te ao Seu colo e enche-te de amor, do Seu amor.
Olha para ti com ternura, aquela mesma que Ele teve quando naquela Última Ceia disse aos Seus Apóstolos: «Tomai, comei: Isto é o meu corpo» Mt 26,26
E tu, minha doce amiga, comungas do Corpo de Cristo, na Eucaristia e na Cruz.

Mas é tempo de vida, é tempo de viveres e lutares com sempre lutaste pela vida que o Senhor te deu.
E ainda há tanto por fazer!
Ainda há tantos homens que não ouviram, que não conhecem a Palavra de Deus, que é o próprio Deus!

Por isso pego-te na mão, ajoelho-me ao lado da tua cama e rezo contigo:

Obrigado Senhor
pela vida que me dás, com tudo o que ela tem.
Dá-me mais tempo, Senhor, para falar às minhas irmãs e aos meus irmãos do Teu amor, de como Tu estás vivo no meio de nós, mas Senhor, como sempre, que seja feita a Tua vontade e não a minha.
Ámen.

Que o Senhor te abençoe, te guarde e proteja, minha doce amiga, para que todos juntos contigo, estas e estes que rezamos por ti, num dia que vem breve, possamos dar graças pelo dom da tua vida.

Abraço-te com alegria, a alegria que vem de Deus, em Cristo Nosso Senhor
Joaquim
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quarta-feira, 15 de julho de 2009

TENHO O CORAÇÃO NAS MÃOS

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Senhor,
Tenho o coração nas mãos!
Sofre porque se sente impotente
para aliviar o sofrimento
daquela que sofre,
e de tanta outra gente.
Eu rezo, Senhor,
Tu sabes que eu rezo,
mas no meu coração
persiste a dor
de me saber tão fraco
para tão grande missão.
Tu ouves-me, Senhor?
Eu sei que me ouves,
a todos e cada um.
Mas Senhor,
a tentação é tanta,
de Te pedir sinais visíveis,
no alívio do sofrimento.
Eu sei, Senhor,
eu sei que Tu já nos deste
o Teu sinal maior,
a Tua Ressurreição,
promessa de vida em Ti,
certeza de Salvação.
Mas que queres Senhor,
vivemos neste mundo,
agarrados a um nada de vida,
porque a verdadeira vida,
só nos virá depois,
desta peregrinação.
Mas agarramo-nos a ela,
e queremos agarrar também
todos os que nos são queridos,
não os queremos ver partir.
Senhor,
tenho o coração nas mãos!
Confio,
e tenho medo!
Espero,
mas também duvido!
Aceito,
mas também me revolto!
Por um momento,
Senhor,
pára o sofrimento,
dela frágil,
e de todos os que sofrem.
Leva-os a contemplarem
o porquê de tanta dor,
porque ao perceberem
que do mal Tu fazes bem,
o sofrimento far-se-á vontade,
e a dor será amor.
Senhor,
tenho o coração nas mãos!
Ouve então o meu lamento,
que suba ao Teu Coração,
cadinho de sofrimento.
Depois olha por ela,
pelos outros também,
e alivia toda a dor,
com o Teu imenso amor.

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quinta-feira, 9 de julho de 2009

O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA

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Fecho os olhos e deixo que me conduzas.
Ao princípio cada passo é uma decisão, um medo de tropeçar e cair, um medo de me magoar, mas dou-Te a mão e confio.
Acredito que não me deixas cair.
Depois os passos vão-se tornando mais firmes, mais decididos, mais confiantes, porque então já não só acredito mas tenho como verdade, que Tu não me deixas cair.
Torno-me mais afoito, há momentos em que já corro, há momentos em que até perco o bom senso e já me atiro para a frente como se não houvesse pedras de tropeço, buracos onde cair.
Mas ainda Te dou a mão e Tu, com todo o Teu amor, vais-me chamando a atenção, vais-me pedindo calma, vais-me dizendo para me agarrar ao Teu tempo e não querer "fazer" o meu.
Mas eu acho que já sou capaz, porque estou tão certo das certezas que Tu me deste, que elas já me parecem minhas, e assim até me parece que o estar de mão dada conTigo me impede de caminhar, de correr, da fazer tudo aquilo que eu já penso conseguir fazer sozinho.
E Tu cheio de paciência vais-me dizendo com amor, que sozinho não sou capaz, que o caminho só tem sentido, verdade e vida, se for vivido conTigo, segundo a Tua vontade.
Mas aí eu já não Te ouço, tão cheio estou das minhas capacidades, que até começa a parecer que o aluno quer ultrapassar o Mestre.
E esbracejo e corro, atiro-me para a frente, e até parece ao princípio que afinal tinha razão pois tudo corre tão bem.
Mas de repente, a pedra de tropeço, o buraco fundo e intransponível, onde caio e não me consigo levantar!
Olho para Ti, estendo-Te a mão e digo:
Levanta-me Senhor, que me afundo em mim!
E a Tua mão logo surge, agarra a minha com força, tira-me do abismo em que caí e olhando-me nos olhos, dizes-me cheio de amor:
Eu não te disse meu filho que sem Mim, não há caminho. Eu não te disse meu filho, que não podes viver em Meu Nome, se não me quiseres ao teu lado.
É que sabes, meu filho, tu tens olhos para ver, ouvidos para ouvir, boca para falar, mente para pensar, coração para amar, mas se não viveres na e da minha luz de nada te serve caminhar.
Por isso Eu te disse sempre e continuo a dizer: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida
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