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E por vezes é assim.
Sinto uma vontade, quase uma necessidade de escrever, e nada me vem à mente, nada me vem ao coração.
Inicio frases que não têm fim, pensamentos que não se completam, sentimentos que não se fazem sentir, e a escrita continua “muda sem se ouvir”.
Pois, se calhar é porque julgo que tudo sei, de que tudo sou capaz, que consigo escrever sobre Ti, ou melhor, sobre Ti em mim, sem me entregar primeiro a Ti.
Ouço então a Tua voz dizer-me: «Lança a rede para a direita» Jo 21, 6
Oh, Senhor, então estou aqui há tanto tempo e nada consigo escrever e Tu queres que eu continue a tentar de modo diferente?
E o que significa então “lançar a rede para a direita”, Senhor?
Ah, percebo!
Queres que eu me deixe levar por Ti e não que me ache capaz de escrever sozinho.
Sorris, olhas para mim, e dizes-me com esse Teu infinito carinho: Não é só a escreveres que te deves deixar levar por Mim, mas em cada momento da tua vida, porque Eu sei de tudo o que precisas e de tudo o que é melhor para Ti.
Agora sou eu que sorrio e Te digo com todo o amor que em mim consigo encontrar: Obrigado, Senhor! Fica então para a próxima vez, porque hoje, pelo visto, não escrevi nada de jeito.
Tu apenas sorris e meneias a cabeça, como quem me diz que continuo muitas vezes sem nada entender!
Marinha Grande, 15 de Abril de 2024
Joaquim Mexia Alves
1 comentário:
é que quando rezamos, tendemos sobretudo a falar, pendemos para o monologo; mas quando escrevemos, especialmente na situacao que o Joaquim acabou de descrever, estamos sobretudo a escutar!!!
é uma forma de rezar lindissima!!!
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