quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

QUARTA FEIRA DE CINZAS 21

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Dentro de mim vive expectante a alegria da Ressurreição do meu Senhor.

Começa hoje o caminho que a Ela me vai levar e eu preciso de me preparar, para, por Sua graça, O poder receber de alma limpa, de coração aberto, de vida entregue, nesse dia que se avizinha.

Não sei se poderei confessar-me, (por causa do confinamento), mas sei que posso e quero arrepender-me e ter propósito sério de emenda de todas as minhas fraquezas e pecados.

Do Seu perdão não duvido, porque o Seu amor é infinitamente maior do que os meus pecados, duvido sim da minha constância na fé, da minha entrega total e até do meu amor por Ele, que queria inabalável perante tudo e todos e tantas vezes fraqueja.

Mais que receber as cinzas do arrependimento, queria ser a cinza resultante da fogueira onde ardessem todas as minhas faltas, sobretudo aquelas que fiz aos meus irmãos quando tiveram fome e não lhes dei de comer, quando tiveram sede e não lhes dei de beber, quando estiveram doentes ou presos e não os fui visitar.

Hoje, Quarta Feira de Cinzas, não baixo os olhos, não baixo a cabeça, mas ergo-a para Ti, Senhor, para ver nos Teus olhos a dor que Te causei, quando a causei aos outros pelo meu egoísmo, porque nesse olhar quero encontrar o olhar que deste a Pedro naquela noite e para que assim também eu chore amargamente os meus pecados, mas tendo sempre a certeza do Teu infinito perdão.

Toma-me pela mão, Senhor, e leva-me a fazer a viagem do meu encontro cada vez mais pessoal contigo, para que, do que receber de Ti, tudo entregue aos outros, porque só assim a semente germinará e dará fruto segundo a Tua vontade.

 

Quarta Feira de Cinzas

Marinha Grande, 17 de Fevereiro de 2021

Joaquim Mexia Alves

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

ENTREGA QUARESMAL

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Aproxima-se o tempo que começa já amanhã.

É um tempo pelo qual anseio cada vez mais, um tempo que me faz pensar, que me remete àquilo que sou, um filho de Deus permanentemente ao encontro do Pai.

Podia escrever que sou fraco, que sou pecador, que sou um nada perante a imensidão de Deus, mas prefiro baixar a cabeça e dizer-Te de coração aberto: Aqui estou, Senhor, quero ir contigo para o deserto, deixar-me tentar, (só porque acredito que estás comigo), passar fome e sede, para me purificar, ou melhor, para que me purifiques, de tanta “comida” e de tanta “bebida”, que me enchem, esvaziando-me de Ti.

Sabes como me debato com o meu eu, aquele que Tu tão bem conheces e que tanto amas, (apesar de ser o meu eu), porque acredito, Senhor, que és Tu que no dia a dia mo fazes conhecer cada vez melhor, para cada vez mais o tentar conformar conTigo.

Parto para esta Quaresma, confinado da sociedade, mas, Senhor, quero aproveitar para estar confinado conTigo  muito mais do que distraído com o que me rodeia.

Sinto um tempo de mudança, e relembro cada vez mais a frase do teu filho Paulo, «onde aumentou o pecado, superabundou a graça», e acredito, quero acreditar, que deste mundo em convulsão, Tu vais fazer um mundo mais perto de Ti, mais perto do amor, mais perto do perdão, mais perto da graça da salvação.

Começo amanhã, (se é que não comecei já hoje ou há muito tempo atrás), a dizer-Te, a afirmar-Te, de coração aberto: Eis-me aqui, Senhor, faz de mim o que quiseres pelos outros, Senhor, pelos outros. Para Tua glória, Senhor, apenas e só para Tua glória.

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Marinha Grande, 16 de Fevereiro de 2021

Joaquim Mexia Alves

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

FRAQUEZAS

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Debato-me, Senhor, com as minhas fraquezas que Tu tão bem conheces.

Por vezes querem tomar conta de mim e convencer-me que nada faço de mal, que sim que é normal e até “justo” que eu assim seja.

Este orgulho, esta vaidade, esta ânsia de estar em tudo, é uma “coroa de espinhos”, (perdoa-me, Senhor, a comparação), que me atormenta e não me dá descanso.

Ah, Senhor, se me libertasses e eu pudesse ser um bocadinho só como Tu, ou seja, tudo entregar para todos e em tudo Te dar graças, em tudo reconhecer que nada é meu, mas que tudo Te pertence e vem de Ti!

Sabes, Senhor, há momentos em que parece que me consigo vencer, por Tua graça, claro, mas se descanso um pouco, se me distraio um pouco, logo os meus pensamentos se detêm no mesmo, se detêm na minha “importância”, pobre de mim!

E. se por acaso, penso que é melhor tudo deixar para assim não viver esta tentação, fechar-me, em nada participar, mas apenas “misturado” em todos “apagar-me” para ninguém me ver, logo me surge a dúvida se não é isso precisamente que o inimigo quer para que eu não dê tudo o que Tu me dás para dar!


Leio o que escrevo e novamente me sinto confrontado comigo próprio:

Publico esta “confissão” porque pode servir a outros como eu.

Publico-a por orgulho, afinal, para chamar a atenção sobre mim.

Ou não a publico e deixo-a apenas para mim.


Olha, Senhor, aqui a deixo, escrita, pensada, reflectida, à espera que o Espírito Santo me dirija segundo a Sua vontade.

Obrigado, Senhor, porque me fazes reconhecer as minhas fraquezas.

 

Marinha Grande, 9 de Fevereiro de 2021

Joaquim Mexia Alves

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