quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

QUARTA FEIRA DE CINZAS

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Visto-me de saco, cubro-me de cinzas, prostro-me a Teus pés e suplico-Te:

Tem compaixão, Senhor, que sou pecador. Perdoa-me e guia os meus passos segundo a Tua vontade.


Inclinas-Te até mim, olhas-me com os Teus olhos rasos de amor, tomas-me pela mão, levantas-me, encostas-me ao Teu coração e num alento de ternura, dizes-me:

Estás perdoado! Não temas! Vou mostrar-te o caminho, que será largo por vezes e bem estreito outras vezes, será plano e fácil, mas passará também por veredas tenebrosas, nuns tempos dar-te-á segurança, noutros caminharás entre abismos, terá momentos de alegria exaltante e lágrimas de tristeza frustrante, mas uma coisa saberás inabalavelmente, é que se não Me largares a mão, se confiares em Mim, tudo ultrapassarás e chegarás ao fim ao encontro do amor eterno!




Levanto-me do chão, olho-Te nos olhos, dou-Te a mão e digo baixinho, com medo de perder o momento: 
Obrigado, Senhor. Partamos então no caminho da Tua vontade para a vida que me deste e, se sentires por um momento que quero largar a Tua mão, não o permitas, Senhor, e agarra-a ainda com mais força, para que nunca me separe de Ti.



Quarta Feira de Cinzas 2016
Marinha Grande, 10 de Fevereiro de 2016
Joaquim Mexia Alves
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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

CONFISSÃO!

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Claro que não sou nada, Senhor!

E, claro, que Tu és tudo, Senhor!

E, graças a Deus que assim é, porque se não, como poderia eu saber que aquilo que faço, (ou pretendo fazer), é bom e com sentido, se me reconheço pecador empedernido, embora sempre com forte propósito de emenda.

E será que aquilo que faço, é bom e com sentido?
Será que não o faço para mim, para satisfazer o meu orgulho, a minha vaidade, a minha ânsia de protagonismo?

Vês, Senhor, como é bom querer reconhecer que sou nada e Tu és tudo!

É que assim, Senhor, Tu deixas que aquilo que faço aproveite a outros, sem Te importares com as minhas intenções, se elas são puras para Te servir nos outros, ou se são para me fazer, (pobre de mim pecador), melhor do que os outros.

E lembro-me de Paulo, Teu Apóstolo aos gentios, (perdoa-me a comparação, coitado de mim), que nos dizia ter um espinho cravado.
E olho para este espinho de orgulho e vaidade, cravado em mim, que me entra pelo ser adentro, e me faz questionar sempre, se o faço por Ti, pelos outros, ou apenas e só por mim.

Sim, Senhor, vivo com esse espinho, afinal por Tua graça, Senhor, porque acredito que sabes que é a melhor forma de me fazeres procurar o verdadeiro caminho para Ti … desistindo de mim, ou melhor, desistindo da minha vontade, para fazer apenas a Tua!

Obrigado, Senhor, apesar do espinho, ou mesmo pelo espinho, que me leva a querer aproximar ainda mais de Ti!

Feliz sou eu, Senhor, porque me dás luta, mas estás sempre comigo na luta que me dás!


Marinha Grande, 9 de Fevereiro de 2016
Joaquim Mexia Alves
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