sábado, 26 de janeiro de 2008

COMO MOSTRAR-TE, SENHOR...

Há pouco,
Há “poucochinho”,
Ainda agora Senhor,
Te entregaste mais uma vez,
Como alimento,
E eu alimentei-me de Ti.
E depois,
Depois Senhor
Queria dizer-Te
Da alegria indizível
Que é receber-Te em mim...
Mas não tinha palavras,
Mas não tinha gestos,
Mas não tinha nada,
A não ser o meu nada
Para Te dizer
O Tudo que Tu és...
Como posso eu
Dizer a todos
O que Tu és...
As palavras não me chegam,
Os gestos também não,
Nem o sorriso, Senhor
Que fazes dançar na minha boca
Testemunha aos outros
A graça de Te ter...
Olha Senhor,
Se não fores Tu
A mostrar-Te em mim
Eu não consigo
Dizer-Te,
Eu não consigo
Revelar-Te
Eu não consigo testemunhar
Tudo o que Tu
És em mim,
Para os outros.
Não quero palavras,
Não quero gestos,
Não quero nada,
Senhor...
A não ser,
Ser tudo,
O que Tu queres que eu seja.
Sem eu aparecer,
Sem dar-me a conhecer,
Sem ser joão, pedro
Paulo ou joaquim,
Mas apenas
Que percebam
A Tua presença
Em mim...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A INTERCESSÃO


O episódio da “Cura do paralítico” é narrado nos três Evangelhos sinópticos.
Gostaria no entanto, de realçar as três seguintes passagens em cada um dos Evangelhos:

Mt 9,2 – Apresentaram-lhe um paralítico, deitado num catre. Vendo Jesus a fé deles, disse ao paralítico: «Filho, tem confiança, os teus pecados estão perdoados.»
Mc 2,3-5 – Vieram, então, trazer-lhe um paralítico, transportado por quatro homens. Como não podiam aproximar-se por causa da multidão, descobriram o tecto no sítio onde Ele estava, fizeram uma abertura e desceram o catre em que jazia o paralítico. Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados.»
Lc 5,18-20 –
Apareceram uns homens que traziam um paralítico num catre e procuravam fazê-lo entrar e colocá-lo diante dele. Não achando por onde introduzi-lo, devido à multidão, subiram ao tecto e, através das telhas, desceram-no com a enxerga, para o meio, em frente de Jesus.
Vendo a fé daqueles homens, disse: «Homem, os teus pecados estão perdoados.»

Percebemos então que há uns homens, (seriam quatro), que trazem um paralítico a Jesus, para que Ele o toque, para que Ele o cure.
Percebemos também que os homens têm dificuldades em levar o paralítico à presença de Jesus.
Está muita gente, não conseguem passar, há dificuldades várias, mas eles não desistem, sobem ao tecto, abrem caminho e descem o paralítico até Jesus.
É ainda importante repararmos que, (pelo menos os textos não o dizem), os homens nada disseram, nada pediram, “limitando-se” a apresentarem o paralítico a Jesus, na convicção de que Ele sabia muito bem o que o homem precisava, e que faria o que Lhe aprouvesse e fosse melhor para aquele homem.
Perante tudo isto, Jesus sente e confirma a fé daqueles homens, levando-nos no entanto os textos a percebermos, que a fé estará naqueles que apresentam o paralítico a Jesus, e não nele próprio.
Ao “ver a fé daqueles homens”, como nos dizem os textos, Jesus trata primeiro de curar a vida interior daquele homem, perdoando-lhe os pecados, para depois, e perante a murmuração e incredulidade dos outros e muito provavelmente ainda do paralítico, o curar da doença física.
Mais vale entrar no Céu “paralítico”, do que ir para o Inferno a “correr”!
O homem tem agora uma vida nova!
Perdoado dos seus pecados, e curado da paralisia, pode agora caminhar interiormente e exteriormente, dando testemunho da graça que Jesus nele derramou.
Mas esta cura, interior e exterior, foi possível, para além da graça de Deus, porque houve alguém que levou o homem, que intercedeu pelo homem junto de Jesus.
Aqueles homens intercederam pelo “doente”, não desistindo perante as dificuldades!
Foram constantes, perseverantes e não se importaram se o homem tinha ou não fé em Jesus Cristo!
Esse era um problema que Jesus resolveria, bem como a cura da doença física!

E nós intercedemos pelos outros?
E quando intercedemos, somos constantes, perseverantes, ou pelo contrário, desistimos perante as dificuldades, ou perante o “tempo de resposta” de Deus?
E ao pedirmos, colocamos tudo sob a vontade de Deus e louvamo-Lo por tudo, ou só agradecemos quando nos é concedido especificamente o que pedimos?
E pedimos só pelas curas físicas, pelos bens materiais, ou, e sobretudo pela conversão, pela cura interior dos outros e a nossa, claro?
Será que Jesus, perante a nossa intercessão, também constatará a nossa fé?

É sublime a missão que o Senhor nos dá de intercedermos pelos outros!
E a intercessão reveste-se ainda de uma saudável humildade, pois ela pode ser feita em segredo íntimo, e perante a graça recebida, aquele que a recebeu agradecerá a Deus, e não a quem foi intercessor.
E, “curado” que foi, dará testemunho e intercederá também pelos outros, numa comunhão de oração, que se faz Igreja.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

PRÉMIO...



O André, amigo do Confidências, quis distinguir este blogue com um prémio!
Fico sempre um pouco sem jeito perante estas coisas, mas não vou dizer que não me agradou e não me senti de alguma forma…orgulhoso.
Pior que a falta de humildade, só a falsa modéstia.
Mas fico ainda mais feliz e agradecido, porque sendo este blogue um espaço dedicado exclusivamente à vivência da Fé cristã e católica, este prémio, para mim, representa que é lido, apreciado e que, de alguma forma, interpela aqueles que o visitam.
Representa também, que sendo eu, ou querendo ser, apenas um instrumento nas mãos do Autor, conseguirei de quando em vez, transmitir o que Ele quer que eu dê a conhecer.
Por isso, e por muito mais, como por exemplo a companhia neste caminho de Fé, do fundo do coração: Obrigado André!

Compete-me, segundo o prémio, atribui-lo a 5 outros espaços/net, o que é sempre uma tarefa ingrata que eu não gosto de fazer.
No entanto, e afirmando que são estes e poderiam sem margem para dúvidas, serem outros, aqui estão, por ordem alfabética:

A Capela
A escrita fluida, o humor, a procura, a entrega, a amizade, a presença amiga constante.

Aliquando
A inteligência, a frontalidade, a serenidade, a Igreja em toda a sua diversidade na comunhão.

Derrotar Montanhas
O espírito, a alegria, a perseverança, a exortação, a Palavra Viva.

Deus em Tudo e Sempre
A vivência, o conselho, a caridade, a missão para e pelos outros.

Partilhas em Fa Menor
O carinho, a ternura, a exultação, a musicalidade, a entrega aos mais jovens.

Que seja tudo para a Glória de Deus!

sábado, 19 de janeiro de 2008

ELE VEIO PARA OS PECADORES...

Hoje sinto necessidade de dizer a todos aqueles que me visitam: «Eu sou um pecador!»
Digo-vos isto porque Jesus Cristo veio, entrou em minha casa e sentou-se à minha mesa!
Talvez alguns, não sei, pensaram: «Como é possível o Justo, sentar-se à mesa daquele que teve aquela vida sem regras e que ainda hoje é tão fraco?»
Eu, a única coisa que vos posso dizer é isto: «Sou pecador, sou indigno»
Mas Jesus Cristo, em Quem o amor é muito maior que o meu pecado, quis sentar-se à minha mesa e eu apenas Lhe posso dar tudo o que eu sou, apenas Lhe posso dizer com o coração revestido de esperança: «Senhor tudo o que eu vivi longe de Ti, tudo o que eu fiz contra Ti, todos os que por força do meu testemunho errado afastei de Ti, coloco nas Tuas mãos e me ofereço por eles. Ofereço-Te a minha vida e tudo o que eu sou, tudo o que eu tenho. Faz de mim o que quiseres, porque a minha vida só tem sentido se caminhar para Ti e Te oferecer, por eles e por mim, a minha vida em dobro.»
Por isso vos digo, minhas irmãs e irmãos em Cristo: «Se não vos consigo transmitir este amor em Cristo e a Cristo que vive em mim, nada faço e para nada sirvo!»
Sou um pecador, e vós também, por isso acolhei-vos a este amor infinito do Pai, por Jesus Cristo Nosso Senhor, na unidade do Espírito Santo.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

O HOMEM NOVO

«É isto, pois, o que digo e recomendo no Senhor: não volteis a proceder como procedem os gentios, no vazio da sua mente; vivem obscurecidos no pensamento, alienados da vida de Deus, devido à ignorância que neles existe e ao endurecimento do seu coração; tornados insensíveis, a si mesmos se entregam à libertinagem, até chegarem a praticar toda a espécie de impureza, na ganância.
Vós, porém, não foi assim que aprendestes, ao conhecerdes a Cristo, supondo que dele ouvistes falar e nele fostes instruídos, conforme a verdade que está em Jesus: que deveis, no que toca à conduta de outrora, despir-vos do homem velho, corrompido por desejos enganadores; que vos deveis renovar pela transformação do Espírito que anima a vossa mente; e que deveis revestir-vos do homem novo, que foi criado em conformidade com Deus, na justiça e na santidade, próprias da verdade.
Por isso, despi-vos da mentira e diga cada um a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros. Se vos irardes, não pequeis; que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento, nem deis espaço algum ao diabo.
Aquele que roubava deixe de roubar; antes se esforce por trabalhar com as suas próprias mãos, fazendo o bem, para que tenha com que partilhar com quem passa necessidade.
Nenhuma palavra desagradável saia da vossa boca, mas apenas a que for boa, que edifique, sempre que necessário, para que seja uma graça para aqueles que a escutam. E não ofendais o Espírito Santo de Deus, selo com o qual fostes marcados para o dia da redenção.
Toda a espécie de azedume, raiva, ira, gritaria e injúria desapareça de vós, juntamente com toda a maldade. Sede, antes, bondosos uns para com os outros, compassivos; perdoai-vos mutuamente, como também Deus vos perdoou em Cristo.» Ef 4, 17-32
Sem mais palavras, que não são necessárias...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

QUENTE, MAIS QUENTE...FRIO, MAIS FRIO...

Abate-se sobre mim uma tristeza
Que eu não entendo, Senhor…
Ataca-me, envolve-me,
Quer tomar conta de mim,
E eu não entendo Senhor…
Não há razão,
Não há motivo,
A não ser o reconhecer-me fraco,
Como sempre fui….
Mas tenho o Teu amor,
Tenho o Teu perdão,
Não é Senhor?
Então porquê?
Porquê esta tristeza,
Que quer tomar conta de mim…
Sou eu que me escondo de Ti,
Consciente da minha fraqueza?…
Mas Tu não Senhor,
Tu não Te podes
Esconder de mim!
Porque senão…
Como posso eu viver!
Ah, já sei,
Escondes-Te
Para eu Te procurar melhor,
Para eu não desistir
De Te encontrar…
Olha Senhor
Lembras-Te daquele jogo de crianças:
“quente, mais quente..frio, mais frio…”
Com que nos iam guiando
À procura do que estava escondido?
Então peço-Te Senhor:
Brinca comigo ao mesmo jogo!
Vai-me conduzindo no caminho,
Vai-Te mostrando devagarinho!
Que eu sinta o Teu calor
Quando de Ti estou mais perto,
E que frio aperte,
Quando de Ti me afasto.
Vês Senhor,
Quando brincamos assim
Tudo se transforma,
Tudo se renova…
Mas Tu já sabias Senhor,
Que assim era!
Só estavas à espera
Que eu quisesse jogar conTigo!
Como Tu fazes as coisas
Tão bem feitas!
Vês agora, Senhor?
Comecei a escrever triste,
Sem saber o que fazer,
Nem o porquê da tristeza,
Que tornava cinzento
O meu dia.
Acabo agora a escrita
Convicto de uma certeza:
Que Tu estás sempre comigo,
Sempre disposto a brincar
Ao jogo de Te encontrar,
Para fazeres da minha tristeza
A Tua eterna alegria…

Monte Real, 11 de Janeiro de 2008

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

A PROPÓSITO DO EVANGELHO DE HOJE ... Mc 6, 45-52


Aqui vou Senhor, a remar no barco da minha vida, tantas vezes cansado, tantas vezes temeroso, tantas vezes quase a desistir quando surgem as tormentas das provações, quando se levantam os ventos das dúvidas, quando se abatem as ondas fortes das tentações.
Aqui vou Senhor, a remar o barco da minha vida, tantas vezes sozinho, porque não cuido de levar outros comigo, porque sou egoísta, porque por vezes só penso em mim, e só me dou conta quando cansado de remar, precisava de outros que também remassem no barco da minha vida.
Aqui vou Senhor, a remar o barco da minha vida, tantas vezes sem entender o rumo que devo seguir, apesar de tantas vezes já mo teres mostrado.
Mas hoje leio-Te e descanso!
Tu estás no monte a rezar ao Pai por mim, por todos, e não Te distrais de mim, não Te distrais do barco da minha vida, sempre, constantemente, me vês a mim e a todos.
Ao veres-me cansado, temeroso, hesitante, vens ao meu encontro sobre as águas alterosas da minha vida e perante o meu espanto, o meu medo, dizes-me: «Tranquiliza-te, sou Eu: não temas!» Mc 6, 50
Então o vento da minha vida amaina e eu, tranquilizado, seguro, adormeço nos Teus braços.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

NESTE NOVO ANO, SENHOR...

Neste novo ano Senhor,
Quero amar
Com a universalidade do Teu amor;
Quero perdoar
Com a constância do Teu perdão;
Quero sentir
Com a grandeza da Tua misericórdia;
Quero dar-me
Com a totalidade da Tua entrega;
Quero ser
A infinita bondade da Tua vontade
Quero viver
Com a eternidade da Tua Vida;
Por Ti, Senhor
Em Ti, Senhor
Para Ti, Senhor
Nos outros.
Amen.