quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

QUARTA FEIRA DE CINZAS E QUARESMA

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É sempre assim desde há alguns anos para cá quando se aproxima a Quarta Feira de Cinzas, a Quaresma.

O meu coração torna-se mais pequeno, ou maior, nem sei bem, e enche-se de uma alegria contida, de uma confiança, de uma esperança, de uma vontade tremenda de entrar em mim próprio e procurar tudo o que está mal e tudo o que está bem, e com os olhos do coração fixados em Jesus Cristo, deixar que o Espírito Santo tome conta de mim e me leve no caminho contrição, no caminho da confissão, no caminho da conversão, que desperta ainda mais em mim, com uma força inabalável.

E se me “cubro” de cinzas nesse primeiro dia de Quaresma, deixo que ao longo dos dias essas cinzas tornem em cinza também tudo aquilo que me entristece por não ter sido capaz de resistir a tanta coisa errada que sempre acabo por fazer.

Não me deleito com as minhas fraquezas, como um predestinado, mas deixo que elas me façam sentir a minha inconstância, a minha infidelidade, o meu pobre amor por Jesus Cristo Nosso Senhor.

Não me derrotam essas fraquezas, não me destroem nem aniquilam, porque colocadas nas mãos do Salvador, com um arrependimento que sempre quero sincero, acabam por me fazer mais forte para as combater, quando elas regressam, e sim, sempre regressam, porque são caminho de conversão de todos os dias.

Mas no fundo das cinzas, quase tapado por elas, há sempre uma réstia de fogo, que é o Espírito Santo que teima em não se apagar, pois só precisa do meu sim, para me reacender e reavivar.

E é então que o coração pequeno por causa das fraquezas que o apertam, se torna ainda maior para poder conter o amor de Deus, que me toca, me envolve, me chama e me salva de mim próprio.

Abençoada culpa, que me mostra o meu pecado, me leva ao arrependimento, e me traz o perdão do meu Deus que deu a vida por mim.

É sempre assim desde há alguns anos para cá quando se aproxima a Quarta Feira de Cinzas, a Quaresma.





Marinha Grande, 14 de Fevereiro de 2024
Joaquim Mexia Alves

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