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E lá íamos nós, o Cléopas e
eu, a caminho de casa em Emaús porque pelos vistos a promessa afinal não tinha passado
disso mesmo, promessa.
Íamos calados e pesarosos
porque a esperança tinha sido grande mas afinal nada tinha acontecido.
Quando aquele sujeito se
juntou a nós e começou a fazer perguntas dissemos duas coisas ou três, não
fosse o homem ser algum espião ou coisa assim parecida.
Curiosamente o olhar dele, a
face sorridentemente calma, a postura de uma total entrega, tranquilizara-nos
apesar das perguntas que o homem nos tinha feito, sobre uma coisa tão conhecida
que ele nem parecia deste mundo.
Não lhe perguntámos nada mas a
certa altura começo a explicar-nos as Escrituras, mas de um tal modo, que
parecia mais algo vindo dele, do que da história que já tantas vezes tínhamos ouvido
contar.
Parecia algo que não nos
entrava pelos ouvidos ou pela cabeça, mas que ia direitinho ao coração.
Curiosamente Emaús parecia
cada vez mais longe e a nossa vontade de lá chegar ia diminuindo à medida que o
homem nos falava.
Começava a anoitecer e olhando
um para o outro perguntávamo-nos como fazer para ele ficar connosco.
Ora uma refeição nunca se nega
e por isso logo o convidamos para cear, para ficar connosco.
Estranhamos um pouco o modo
amoroso como pegou no pão, mas daquele homem tudo havia a esperar, já o tínhamos
percebido!
Então, abençoou o pão com palavras
de puro amor e deu-nos a comer.
Quando demos por isso tinha
desaparecido, ou melhor já não estava à nossa vista, à vista dos nossos olhos,
mas sentiamo-lO profundamente no coração, no nosso todo, na nossa vida!
Exclamámos ao mesmo tempo: É o
Senhor!
Nós não O víamos, mas
viamo-lO! Estranho! Os nossos olhos abriam-se mas nada viam, enquanto parecia
que o nosso coração via melhor que os nossos olhos, pois víamos distintamente o
Ressuscitado connosco.
Partamos, partamos, dissemos
um ao outro, vamos dizer aos nossos irmãos em Jerusalém que o caminho de Emaús
afinal acabou em caminho de promessa cumprida.
Já não interessava a noite,
nem o caminho pedregoso, o importante agora era dizer aos ouros que afinal a
promessa tinha sido cumprida e que Jesus Cristo tinha Ressucitado!
Depois de dizermos aos outros,
que entretanto se alegraram connosco porque também já sabiam da Boa Nova,
partimos cada um para o seu lado.
Já ao longe olhámos para trás
e gritamos um ao outro: Temos que O anunciar!!! Adeus Cléopas! Adeus
Joaquim!!!!
E assim tem sido até hoje pelos
caminhos de Emaús!
Marinha Grande, 26 de Abril de
2020
Joaquim Mexia Alves
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Nota: A "culpa" é do Padre Rui Ruivo, Vigário Paroquial da Marinha Grande
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Nota: A "culpa" é do Padre Rui Ruivo, Vigário Paroquial da Marinha Grande
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