.
.
«Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?» (Mt 27, 46)
Meu Deus, meu Deus, porque me salvaste?
A mim, Senhor, pobre pecador que tanto te negou e nega, tão fraco de merecimentos, tão convencido de si mesmo, tão indigente de amor.
Do alto da Cruz, onde Te crucificaram, (ou terei sido eu quem o fez), olhas-me, pelo meio do sangue que corre na tua face, e sorris-me no meio de tão horrível sofrimento.
E eu quero olhar-Te também, mas sinto-me tão vil, tão indigno, que baixo a cabeça e apenas Te digo como a voz sumida que Te amo e quero amar acima de todas as coisas.
Ouço a Tua voz que me diz:
É por ti, meu filho! É por ti e por todos!
E eu respondo-Te angustiado:
Mas, Senhor, não queria ver este Teu terrível sofrimento. Deixavas que me perdesse nas minhas vontades e enganos e assim não sofrerias o que sofres.
E Tu, Jesus, com a maior ternura respondes-me dizendo:
Sabes, meu filho, se Te perdesses, se se perdessem todos, sem Eu ter feito tudo o que podia, sem Eu ter dado a minha vida por ti e por todos, o Meu sofrimento seria bem maior.
Digo-Te então:
Deixa então, Senhor, que junte os meus ínfimos sofrimentos aos Teus, que os una à Tua Cruz, e, aceitando tudo o que possa sofrer em mim, me entregue também eu ao Teu amor, para que assim me entregue também por amor a todos e a cada um.
Sorris-me, mais uma vez, e dizes-me em amor:
Deixa que sofra Um, pelos sofrimentos de todos!
E eu, baixo os olhos, entro no meu coração onde Tu estás, e rezo:
Obrigado, Senhor, obrigado!
Marinha Grande, 7 de Abril de 2023
Joaquim Mexia Alves
Sem comentários:
Enviar um comentário