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«Eles olham para mim cheios de espanto!» Sl 22, 18
Levanto os meus olhos e olho para Ti, Senhor, e já Te vejo na Cruz.
O meu espanto é uma comoção profunda por me sentir inundado pelo Teu amor!
Muitos se sentirão espantados por olhar o Deus que se deixa crucificar, que se deixa morrer, por todos nós, até por aqueles que O crucificaram e crucificam todos os dias.
Muitos se sentirão espantados por este caminho que fazes agora para Jerusalém, de livre vontade, sabendo bem que Te espera a prisão, a humilhação, a tortura, a crucificação e a morte, porque Tu mesmo no-lo dizes por palavras Tuas: «Vamos subir a Jerusalém e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei, que o vão condenar à morte.» (Mt 20, 18)
Mas continuas o caminho da nossa salvação, da salvação daqueles que amas com infinito amor.
E ainda queres celebrar com os Teus uma Última Ceia, (e os Teus somos todos nós por quem Te dás), porque Te queres deixar ficar presente, para sempre, no Mistério insondável da Eucaristia.
Ah, Senhor, dá-me a graça de quando olhar para Ti na Eucaristia também ficar cheio de espanto, por sentir o Teu infinito amor!
É tão fácil, Senhor, agora eu dizer que Te acompanharei em todo o Teu caminho.
No conforto da minha vida prometer-Te a minha companhia, a minha entrega, parece tão fácil e, no entanto, tantas vezes Te deixo sozinho, tantas vezes me afasto do caminho para Jerusalém, porque julgo encontrar, pobre de mim, um caminho mais fácil.
Mas Tu nunca desistes, e sabendo que esse é um caminho errado, olhas-me com olhar terno e dizes-me estendendo a Tua mão: «Levanta-te, vamos!» (Mt 26, 46)
Ah, Senhor, que eu olhe sempre para Ti com o espanto do amor!
Monte Real, 5 de Abril de 2023
Joaquim Mexia Alves
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