terça-feira, 11 de abril de 2017

UMA SEMANA DE CAMINHO (2)

.
.








Pobre Pedro!

Convencido que dar a vida por Ti era coisa fácil, sem dor, logo é confrontado com a realidade: «Não cantará o galo, sem que Me tenhas negado três vezes».
E negou-Te três vezes, sem apelo, nem agravo, e depois chorou amargamente o seu arrependimento, ao cruzar os seus olhos com o teu olhar de doce e infinito perdão.

Quantas vezes me sinto forte, cheio de certezas, inabalável na convicção, e depois, às vezes, por uma coisa de nada, volto-Te as costas, abandono-Te, nego-Te, como se não Te conhecesse.

E Tu nada dizes, mas ficas serenamente à espera de cruzares o Teu olhar com o meu, à espera que o meu coração se abra ao Teu amor, ao Teu perdão, e eu “derreto-me” na Tua ternura, na doçura do - Eu amo-te – que dizes ao meu coração, e choro, choro amargamente no meu coração, não tanto por Te ter negado, mas mais por não ser digno do Teu amor.

Podia jurar, comprometer-me em compromisso inabalável, afirmando que nunca mais Te negarei, mas eu sei, e Tu sabes melhor do que eu, que essa jura, esse compromisso, vai ser quebrado quando a fraqueza da minha humanidade prevalecer sobre o amor divino que derramaste em mim.

Por isso, Senhor, apenas posso comprometer-me com tudo o que sou, a, por Tua graça, em cada negação da minha vida, procurar o Teu olhar de perdão, nele me deixar envolver, mergulhar na profundeza do Teu amor e reconhecer-Te, dizendo: «Meu Senhor e meu Deus.»

E eu sei, Senhor, com esta certeza da fé que me deste, que logo me abrirás os braços, (que aliás nunca fechas), me recolherás e apertarás junto a Ti, dizendo:
Pode o galo cantar todas as vezes que quiser, que se tu olhares para mim, entregando-te em amor, o Meu canto será melhor, o Meu canto será maior, porque é um canto de Amor.

Obrigado, Senhor!


Marinha Grande, 11 de Abril de 2017
Joaquim Mexia Alves
.
.

Sem comentários: