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A Comunidade Luz e Vida, a que pertenço, celebrou ontem em Fátima, no Centro Pastoral Paulo VI, com cerca de duas mil pessoas, um Dia de Louvor, desde a manhã até ao fim da tarde.
O tema para o dia era:
«O Senhor liberta aqueles que dEle se aproximam, para que os seus corações se encham da verdadeira alegria que dá nova vida aos homens.»
Foi uma festa linda e viva com o nosso Deus, que derramou a Sua misericórdia, sobre o Seu povo, com fome e sede do Seu amor.
Foi-me pedido que fizesse o ensinamento da manhã, como chamamos no Renovamento Carismático Católico.
Deixo-vos aqui o texto base que escrevi para sustentar o ensinamento, e que divido em duas partes, pois o mesmo teve uma hora de duração.
Foi uma festa linda e viva com o nosso Deus, que derramou a Sua misericórdia, sobre o Seu povo, com fome e sede do Seu amor.
Foi-me pedido que fizesse o ensinamento da manhã, como chamamos no Renovamento Carismático Católico.
Deixo-vos aqui o texto base que escrevi para sustentar o ensinamento, e que divido em duas partes, pois o mesmo teve uma hora de duração.
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Bom dia.
Alguns de vós já me conhecem, mas certamente outros não, por isso apresento-me.
Chamo-me Joaquim, tenho 59 anos, sou casado, pai de 4 filhos e avô de dois netos.
Pertenço à Comunidade Luz e Vida e vivo na Diocese de Leiria-Fátima.
Para além de outras características que tenho que me fazem igual a todos vós, tenho uma especial em que somos todos iguais.
Sou pecador!
Julgo que aqui não há ninguém que não seja pecador, ou há?
Ser pecador é uma constante da nossa vida humana, da fraqueza das nossas vidas, mas tem algo que acaba por ser muito bom.
Claro que o muito bom não é o pecado, mas o facto de sermos pecadores. Deus condena o pecado, mas não condena os pecadores.
E é isso que é muito bom, porque sabemos que Jesus Cristo se fez Homem como nós, para estar no meio dos pecadores, para nos libertar do pecado, e que é Ele mesmo que o diz, que veio para os pecadores.
Por isso, e em primeiro lugar tomemos a consciência firme de que Ele, Jesus Cristo, está aqui no meio de nós, e em nós, porque está sempre no meio dos pecadores, porque Ele veio para os pecadores.
E se Ele está no meio de nós, nada devemos temer, mas apenas abrirmos os nossos corações e deixarmos que Ele nos fale, nos toque, nos mostre o caminho que devemos caminhar para nos encontrarmos verdadeiramente com Ele, num encontro pessoal que mude as nossas vidas, que nos liberte e nos dê já aqui no mundo a paz, a alegria e a felicidade prometidas no Céu.
Quando o Padre Filipe me pediu para eu fazer este ensinamento na manhã de hoje, o meu coração bateu mais forte.
Era algo que eu desejava, mas ao ser posto perante a realidade de ter que fazer este ensinamento, a minha confiança tremeu, e senti um enorme peso sobre mim.
E isso aconteceu porque me coloquei perante as minhas capacidades, perante aquilo que eu julgava ou julgo saber, quando a minha atitude deveria ter sido de agradecer ao Senhor por se querer servir de mim e sobretudo colocar-me nas Suas mãos, para que Ele fizesse em mim aquilo que eu sozinho nunca poderia fazer.
O Padre Filipe tinha-me pedido para eu rezar e pedir a Deus a palavra, a mensagem sobre a qual hoje deveríamos meditar.
No meu quarto, com a Bíblia entrei em oração pedindo ao Senhor que me ajudasse na minha fraqueza e me mostrasse o que queria de mim, o que nos queria dizer hoje.
Ao fim de um tempo de oração abri a Bíblia e confesso que fiquei desapontado, pois o que me era mostrado não era nenhuma passagem bíblica, mas sim a introdução ao Evangelho de São Marcos.
Resisti à vontade que tive de fechar a Bíblia para a abrir novamente e li com atenção o que estava escrito naquela página.
Havia uma gravura de Cristo crucificado e sobre a gravura estava escrito o seguinte:
«Marcos preocupa-se com fazer esta grande revelação aos pagãos: Jesus de Nazaré, o crucificado, é o Filho de Deus! E quem o confessa é nada menos que o centurião romano de guarda à cruz, quando vê Jesus, crucificado entre dois ladrões, dar um grande grito na sua morte.» Mc 15,33-39
Jesus Cristo serve-se de quem menos se espera para revelar aos outros a verdade sobre Si mesmo: Ele é o Filho de Deus!
Fiquei ali a pensar naquela verdade, que tantas vezes é demonstrada ao longo dos quatro Evangelhos.
Foram tantos aqueles pecadores que tocados por Jesus acabaram por serem as testemunhas de que Ele era e é o Filho de Deus.
Foi Zaqueu, foi o centurião que tinha o servo doente, foi a mulher adultera, foi Levi o cobrador de impostos, foi Jairo o chefe da Sinagoga, foi a Samaritana, foi o ladrão que com Ele foi crucificado, foram os Apóstolos que tirando João abandonaram Jesus na Cruz, foi Paulo que perseguia os cristãos, foi até Pedro, o primeiro Papa que negou três vezes Jesus.
E com este facto que aqui vos conto há logo uma lição a tirar, que tirei também para mim.
Muitas vezes abrimos a Bíblia e como já conhecemos a Palavra que nos surge, ou porque não é a Palavra que mais nos agrada, (tantas vezes porque é do Antigo Testamento), voltamos a fechá-la para a abrirmos novamente.
E como estamos errados, porque a Palavra de Deus é viva, e aquilo que Ela me disse ao coração uma vez, pode ser bem diferente dessa vez, e é com certeza aquilo que eu necessito nesse momento.
Por isso não procuremos aquilo que nos agrada, mas meditemos naquilo que o Senhor nos quer dizer com a Sua Palavra, e mesmo que Ela se repita várias vezes pensemos verdadeiramente se já entendemos todo o seu conteúdo, toda a sua mensagem para nós.
Deus serve-se então dos pecadores para se revelar a uns e a outros.
Mas para que eu pecador, para que cada um de nós pecadores possa ser testemunha de Jesus Cristo é preciso que queira viver fora do pecado, é preciso que mostre na sua vida, nas suas atitudes, nos seu gestos, na sua maneira de proceder que o seu encontro pessoal com Jesus Cristo mudou a sua vida.
Precisa de se libertar, de ser liberto da escravidão do pecado que tantas vezes toma conta de nós e condiciona as nossas vidas.
E então veio ao meu coração outra passagem bíblica, aquela relatada em Lucas 4, 16-21.
Tantas vezes que entendemos esta passagem exactamente como ali está escrito, ou seja, entendemos que esta passagem revela os milagres físicos que Jesus fez e vêm relatados nos Evangelhos.
E revela com certeza esses milagres, mas revela também que Jesus Cristo veio para os pobres em espírito, ou seja para aqueles que não têm Deus, ou que conhecendo-O não O vivem, revela que veio para libertar aqueles que estão presos ao pecado, revela que veio dar a luz aqueles que andam nas trevas, porque ainda não O conhecem verdadeiramente, revela que veio dar liberdade aos que estão presos aos vícios que os oprimem.
Neste momento dei um breve testemunho da minha vida, contando que apesar de ter nascido e crescido numa família profundamente cristã e católica, tendo recebido dos meus pais o testemunho da Fé, bem como dos colégios católicos que frequentei, por volta dos 17/18 anos comecei a afastar-me da prática religiosa, da Igreja, da Fé, de Deus, tendo vivido cerca de 25 anos totalmente afastado, sendo que, os últimos 10 anos dessa vida sem Deus foram preenchidos com uma vida dissoluta, de noitadas e tudo o que isso envolve, e como, apesar de reconhecer de vez em quando que devia mudar de vida, pois que a que levava me conduzia ao abismo, não era capaz de sair dessa vida de pecado viciante.
Só quando por graça de Deus, abri novamente o meu coração e a minha vida à Fé, à Sua presença na minha vida, à comunhão em Igreja, me foram dadas forças para me afastar dessa vida.
Não é verdade, não reparamos nós que na maioria dos milagres que Jesus faz, em primeiro lugar perdoa os pecados e só depois acontece a cura física?
Vivemos hoje num mundo em que a maior parte das doenças de que sofrem as pessoas são doenças psicossomáticas, isto é, são doenças que têm a ver com a mente, com o estado de espírito das pessoas.
E são tantas coisas que fazemos na vida, que marcam as nossas vidas e se tornam tantas vezes razão de mau estar psicológico e físico.
São tantas coisas que fazemos na vida ou que nos fazem e que nos marcam de modo tão forte que vão condicionando o nosso dia a dia, às vezes até sem nos apercebermos disso mesmo.
São as dores de cabeça, de estômago, as insónias, as angústias, as tristezas permanentes, as depressões, a dificuldade de relacionamento com os outros, tantas vezes até com os nossos familiares mais chegados.
A verdade é que a maioria esmagadora dessas situações se deve a factos passados nas nossas vidas, a pecados cometidos ou que cometeram contra nós, e que ainda não foram resolvidas, ainda não foram perdoados, muitas vezes por nós próprios.
Vejamos por exemplo uma pessoa que cometeu um pecado de adultério, homem ou mulher, tanto faz, e pode ter sido apenas uma vez.
Pode estar casado há muito tempo mas se realmente não se perdoou a si próprio, para além do perdão de Deus, obviamente, a sua vida estará sempre marcada por esse episódio, por esse pecado, e muitas vezes a presença da sua mulher ou do seu marido, em vez de despertar amor pode despertar um sentimento de culpa que depois se reflecte no estado de espírito da pessoa e condiciona a sua paz, a sua alegria de viver, e por arrastamento, por exemplo, um mau dormir, dores de cabeça ou outras manifestações físicas.
A pessoa não está bem consigo própria e por isso não pode estar bem com a vida.
Outro exemplo poderá ser uma violência que a pessoa sofreu no passado, violência física, verbal ou até sexual.
A pessoa já se pode ter reconciliado com Deus, pela Confissão, mas ainda não conseguiu perdoar ao outro, ou até mesmo a si própria.
Há pessoas que sofrem estas violências e consideram que têm alguma parte na culpa, consideram que de alguma forma também são culpadas.
Enquanto não acontecer a paz sobre esse assunto, sobre esse pecado em todas as suas dimensões, a pessoa não poderá viver a vida em toda a sua plenitude, não poderá viver a alegria da liberdade dos filhos de Deus.
Atentemos ainda em outro exemplo, como aquele de uma mulher que pratica o aborto.
A pessoa pode confessar-se, estar arrependida, ter tomado um compromisso sério de não voltar a cometer tal pecado, mas se não se perdoou a si própria, isto é, se não se deixou alcançar pela plenitude do amor, do perdão de Deus, essa pessoa viverá continuamente atormentada por aquele facto, por aquele pecado na sua vida, e não terá descanso, não terá paz, não terá felicidade. Isso trazer-lhe-á forçosamente muitas vezes, mau estar físico que se poderá manifestar de muitos formas, como depressões, tristezas inexplicáveis, insónias, e tantas outras manifestações que não deixam que a sua vida seja verdadeiramente uma vida livre, uma vida em abundância.
Compreendemos então agora melhor a passagem do Evangelho de São Lucas que há um pouco lemos, pois percebemos agora que Jesus Cristo nos veio resgatar do cativeiro do pecado, nos veio dar a luz, a vista perdida nas trevas do pecado, nos veio libertar das opressões do pecado.
Compreendemos agora melhor a passagem do Evangelho de São João, em que Jesus nos diz:
«Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.» Jo 10,10
E também a passagem do mesmo Evangelho:
«Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa.» Jo 15,11
Podemos ter a vida pelo facto de termos sido gerados pelos nossos pais e de termos nascido, mas podemos não a ter em abundância, isto é, na sua plenitude, que só é alcançada na comunhão com Deus.
Podemos ter momentos de alegria, mas podemos não viver a alegria que nos vem da comunhão com Deus e nos ajuda a ultrapassar as dificuldades e as provações.
Para vivermos esta comunhão com Deus, que nos dá a vida em abundância, a alegria completa, precisamos de estar reconciliados com Deus, connosco próprios e com os outros.
Alguns de vós já me conhecem, mas certamente outros não, por isso apresento-me.
Chamo-me Joaquim, tenho 59 anos, sou casado, pai de 4 filhos e avô de dois netos.
Pertenço à Comunidade Luz e Vida e vivo na Diocese de Leiria-Fátima.
Para além de outras características que tenho que me fazem igual a todos vós, tenho uma especial em que somos todos iguais.
Sou pecador!
Julgo que aqui não há ninguém que não seja pecador, ou há?
Ser pecador é uma constante da nossa vida humana, da fraqueza das nossas vidas, mas tem algo que acaba por ser muito bom.
Claro que o muito bom não é o pecado, mas o facto de sermos pecadores. Deus condena o pecado, mas não condena os pecadores.
E é isso que é muito bom, porque sabemos que Jesus Cristo se fez Homem como nós, para estar no meio dos pecadores, para nos libertar do pecado, e que é Ele mesmo que o diz, que veio para os pecadores.
Por isso, e em primeiro lugar tomemos a consciência firme de que Ele, Jesus Cristo, está aqui no meio de nós, e em nós, porque está sempre no meio dos pecadores, porque Ele veio para os pecadores.
E se Ele está no meio de nós, nada devemos temer, mas apenas abrirmos os nossos corações e deixarmos que Ele nos fale, nos toque, nos mostre o caminho que devemos caminhar para nos encontrarmos verdadeiramente com Ele, num encontro pessoal que mude as nossas vidas, que nos liberte e nos dê já aqui no mundo a paz, a alegria e a felicidade prometidas no Céu.
Quando o Padre Filipe me pediu para eu fazer este ensinamento na manhã de hoje, o meu coração bateu mais forte.
Era algo que eu desejava, mas ao ser posto perante a realidade de ter que fazer este ensinamento, a minha confiança tremeu, e senti um enorme peso sobre mim.
E isso aconteceu porque me coloquei perante as minhas capacidades, perante aquilo que eu julgava ou julgo saber, quando a minha atitude deveria ter sido de agradecer ao Senhor por se querer servir de mim e sobretudo colocar-me nas Suas mãos, para que Ele fizesse em mim aquilo que eu sozinho nunca poderia fazer.
O Padre Filipe tinha-me pedido para eu rezar e pedir a Deus a palavra, a mensagem sobre a qual hoje deveríamos meditar.
No meu quarto, com a Bíblia entrei em oração pedindo ao Senhor que me ajudasse na minha fraqueza e me mostrasse o que queria de mim, o que nos queria dizer hoje.
Ao fim de um tempo de oração abri a Bíblia e confesso que fiquei desapontado, pois o que me era mostrado não era nenhuma passagem bíblica, mas sim a introdução ao Evangelho de São Marcos.
Resisti à vontade que tive de fechar a Bíblia para a abrir novamente e li com atenção o que estava escrito naquela página.
Havia uma gravura de Cristo crucificado e sobre a gravura estava escrito o seguinte:
«Marcos preocupa-se com fazer esta grande revelação aos pagãos: Jesus de Nazaré, o crucificado, é o Filho de Deus! E quem o confessa é nada menos que o centurião romano de guarda à cruz, quando vê Jesus, crucificado entre dois ladrões, dar um grande grito na sua morte.» Mc 15,33-39
Jesus Cristo serve-se de quem menos se espera para revelar aos outros a verdade sobre Si mesmo: Ele é o Filho de Deus!
Fiquei ali a pensar naquela verdade, que tantas vezes é demonstrada ao longo dos quatro Evangelhos.
Foram tantos aqueles pecadores que tocados por Jesus acabaram por serem as testemunhas de que Ele era e é o Filho de Deus.
Foi Zaqueu, foi o centurião que tinha o servo doente, foi a mulher adultera, foi Levi o cobrador de impostos, foi Jairo o chefe da Sinagoga, foi a Samaritana, foi o ladrão que com Ele foi crucificado, foram os Apóstolos que tirando João abandonaram Jesus na Cruz, foi Paulo que perseguia os cristãos, foi até Pedro, o primeiro Papa que negou três vezes Jesus.
E com este facto que aqui vos conto há logo uma lição a tirar, que tirei também para mim.
Muitas vezes abrimos a Bíblia e como já conhecemos a Palavra que nos surge, ou porque não é a Palavra que mais nos agrada, (tantas vezes porque é do Antigo Testamento), voltamos a fechá-la para a abrirmos novamente.
E como estamos errados, porque a Palavra de Deus é viva, e aquilo que Ela me disse ao coração uma vez, pode ser bem diferente dessa vez, e é com certeza aquilo que eu necessito nesse momento.
Por isso não procuremos aquilo que nos agrada, mas meditemos naquilo que o Senhor nos quer dizer com a Sua Palavra, e mesmo que Ela se repita várias vezes pensemos verdadeiramente se já entendemos todo o seu conteúdo, toda a sua mensagem para nós.
Deus serve-se então dos pecadores para se revelar a uns e a outros.
Mas para que eu pecador, para que cada um de nós pecadores possa ser testemunha de Jesus Cristo é preciso que queira viver fora do pecado, é preciso que mostre na sua vida, nas suas atitudes, nos seu gestos, na sua maneira de proceder que o seu encontro pessoal com Jesus Cristo mudou a sua vida.
Precisa de se libertar, de ser liberto da escravidão do pecado que tantas vezes toma conta de nós e condiciona as nossas vidas.
E então veio ao meu coração outra passagem bíblica, aquela relatada em Lucas 4, 16-21.
Tantas vezes que entendemos esta passagem exactamente como ali está escrito, ou seja, entendemos que esta passagem revela os milagres físicos que Jesus fez e vêm relatados nos Evangelhos.
E revela com certeza esses milagres, mas revela também que Jesus Cristo veio para os pobres em espírito, ou seja para aqueles que não têm Deus, ou que conhecendo-O não O vivem, revela que veio para libertar aqueles que estão presos ao pecado, revela que veio dar a luz aqueles que andam nas trevas, porque ainda não O conhecem verdadeiramente, revela que veio dar liberdade aos que estão presos aos vícios que os oprimem.
Neste momento dei um breve testemunho da minha vida, contando que apesar de ter nascido e crescido numa família profundamente cristã e católica, tendo recebido dos meus pais o testemunho da Fé, bem como dos colégios católicos que frequentei, por volta dos 17/18 anos comecei a afastar-me da prática religiosa, da Igreja, da Fé, de Deus, tendo vivido cerca de 25 anos totalmente afastado, sendo que, os últimos 10 anos dessa vida sem Deus foram preenchidos com uma vida dissoluta, de noitadas e tudo o que isso envolve, e como, apesar de reconhecer de vez em quando que devia mudar de vida, pois que a que levava me conduzia ao abismo, não era capaz de sair dessa vida de pecado viciante.
Só quando por graça de Deus, abri novamente o meu coração e a minha vida à Fé, à Sua presença na minha vida, à comunhão em Igreja, me foram dadas forças para me afastar dessa vida.
Não é verdade, não reparamos nós que na maioria dos milagres que Jesus faz, em primeiro lugar perdoa os pecados e só depois acontece a cura física?
Vivemos hoje num mundo em que a maior parte das doenças de que sofrem as pessoas são doenças psicossomáticas, isto é, são doenças que têm a ver com a mente, com o estado de espírito das pessoas.
E são tantas coisas que fazemos na vida, que marcam as nossas vidas e se tornam tantas vezes razão de mau estar psicológico e físico.
São tantas coisas que fazemos na vida ou que nos fazem e que nos marcam de modo tão forte que vão condicionando o nosso dia a dia, às vezes até sem nos apercebermos disso mesmo.
São as dores de cabeça, de estômago, as insónias, as angústias, as tristezas permanentes, as depressões, a dificuldade de relacionamento com os outros, tantas vezes até com os nossos familiares mais chegados.
A verdade é que a maioria esmagadora dessas situações se deve a factos passados nas nossas vidas, a pecados cometidos ou que cometeram contra nós, e que ainda não foram resolvidas, ainda não foram perdoados, muitas vezes por nós próprios.
Vejamos por exemplo uma pessoa que cometeu um pecado de adultério, homem ou mulher, tanto faz, e pode ter sido apenas uma vez.
Pode estar casado há muito tempo mas se realmente não se perdoou a si próprio, para além do perdão de Deus, obviamente, a sua vida estará sempre marcada por esse episódio, por esse pecado, e muitas vezes a presença da sua mulher ou do seu marido, em vez de despertar amor pode despertar um sentimento de culpa que depois se reflecte no estado de espírito da pessoa e condiciona a sua paz, a sua alegria de viver, e por arrastamento, por exemplo, um mau dormir, dores de cabeça ou outras manifestações físicas.
A pessoa não está bem consigo própria e por isso não pode estar bem com a vida.
Outro exemplo poderá ser uma violência que a pessoa sofreu no passado, violência física, verbal ou até sexual.
A pessoa já se pode ter reconciliado com Deus, pela Confissão, mas ainda não conseguiu perdoar ao outro, ou até mesmo a si própria.
Há pessoas que sofrem estas violências e consideram que têm alguma parte na culpa, consideram que de alguma forma também são culpadas.
Enquanto não acontecer a paz sobre esse assunto, sobre esse pecado em todas as suas dimensões, a pessoa não poderá viver a vida em toda a sua plenitude, não poderá viver a alegria da liberdade dos filhos de Deus.
Atentemos ainda em outro exemplo, como aquele de uma mulher que pratica o aborto.
A pessoa pode confessar-se, estar arrependida, ter tomado um compromisso sério de não voltar a cometer tal pecado, mas se não se perdoou a si própria, isto é, se não se deixou alcançar pela plenitude do amor, do perdão de Deus, essa pessoa viverá continuamente atormentada por aquele facto, por aquele pecado na sua vida, e não terá descanso, não terá paz, não terá felicidade. Isso trazer-lhe-á forçosamente muitas vezes, mau estar físico que se poderá manifestar de muitos formas, como depressões, tristezas inexplicáveis, insónias, e tantas outras manifestações que não deixam que a sua vida seja verdadeiramente uma vida livre, uma vida em abundância.
Compreendemos então agora melhor a passagem do Evangelho de São Lucas que há um pouco lemos, pois percebemos agora que Jesus Cristo nos veio resgatar do cativeiro do pecado, nos veio dar a luz, a vista perdida nas trevas do pecado, nos veio libertar das opressões do pecado.
Compreendemos agora melhor a passagem do Evangelho de São João, em que Jesus nos diz:
«Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.» Jo 10,10
E também a passagem do mesmo Evangelho:
«Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa.» Jo 15,11
Podemos ter a vida pelo facto de termos sido gerados pelos nossos pais e de termos nascido, mas podemos não a ter em abundância, isto é, na sua plenitude, que só é alcançada na comunhão com Deus.
Podemos ter momentos de alegria, mas podemos não viver a alegria que nos vem da comunhão com Deus e nos ajuda a ultrapassar as dificuldades e as provações.
Para vivermos esta comunhão com Deus, que nos dá a vida em abundância, a alegria completa, precisamos de estar reconciliados com Deus, connosco próprios e com os outros.
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(continua)
28 comentários:
Iniciei uma cadeia de orações pelo episcopado português. Todos os católicos de boa vontade são bem vindos!
Mais informações aqui:
http://cronicasdeumaperegrinacao.blogspot.com/2009/01/notcias-episcopais.html
Pax Christi!
P.S. Música linda, como de costume!
Qualquer dia tens que me ensinar a pôr musica.... (também gostei).
Estou mesmo á pressa. Lendo na diagonal (perdão amigo)....
"E se Ele está no meio de nós, nada devemos temer, mas apenas abrirmos os nossos corações e deixarmos que Ele nos fale, nos toque, nos mostre o caminho que devemos caminhar para nos encontrarmos verdadeiramente com Ele, num encontro pessoal que mude as nossas vidas, que nos liberte e nos dê já aqui no mundo a paz, a alegria e a felicidade prometidas no Céu."
Esta é uma realidade. Só que no inicio dói muito.
No inicio, é como tratar uma ferida com gangrena.
1º Retirar a carne "podre".
2º Desinfectar a carne ainda sã.
3º Fazer os curativos todos os dias. No inicio com "pessoal" especializado, e, depois pelas nossas próprias mãos, devagar... cada um ao seu ritmo.
Fundamental, é querer e acreditar no amor do Pai Celeste!
Carne podre: pecado
Carne sã: a nossa alma
Pessoal especializado: Padres, religiosas e irmãos consagrados.
Curativos diários: Oração e sacramentos (confissão/ comunhão).
Meu caríssimo amigo, minha alma peregrina
Rezarei contigo.
Abraço amigo em Cristo
A música, como sempre, de Monsenhor Marco Frisina, regente do Coro da Diocese de Roma.
É verdade, caríssima e amiga Canela, fizeste uma espécie de "livro de instruções".
Ele tudo pode, desde que na liberdade que nos deu, nós o permitamos.
Quanto à música, eu não percebo nada de informática, mas brevemente tentarei por mail explicar-te como fiz.
Abraço amigo em Cristo
Ups!
Não era a minha intenção, fazer "livro de instruções", apenas resumidamente, o que eu senti no meu percurso...
Penso eu que estes breves tópicos, sejam o alicerce/ a base.
Com carinho
Canela
Canela
Espero que tenhas entendido que ao falar em "livro de instruções" não critiquei, mas sim elogiei.
O caminho tem muitas veredas, umas servem a uns e outros servem-se de outras.
O importante que que todas levem a Jesus Cristo.
Abraço amigo em Cristo
..louvado sejas meu Senhor por tuas almas pecadoras, louvado sejas porque as criaste.
porque vieste para elas, e tudo colocaste ao seu dispor.
porque puseste nelas a semente da Tua paz, porque colocaste nelas a busca de Ti, da Tua paz.
louvado sejas porque me criaste, meu Senhor e meu Deus..
(Sr Joaquim, que bela ideia postar o seu ensinamento! o ensinamento que Ele lhe confiou a partilhar connosco :)
muito Obrigada!)
abraço
entendi! entendi!
A Paz de Cristo
Gostei demais de seu blog...
Deus te abençoe
Conheça tmb meu espaço...lá tocamos a radio beatitudes. faço parte da comunidade Beatitudes...espero q goste de nossa programaçao...
se tiver interesse de add a radio beatitudes no seu blog , entra neste link...http://www.radiobeatitudes.com/beatitudesnoblog.htm
tem os passos certinho... 24h musica catolica e programas oracionais e musicais...bj Rê
Cara Karen
Obrigado pela tua visita e pelas tuas palavras.
Julgo que é a primeira vez que aqui vens.
Posso depreender pelas tuas palavras que estiveste no Dia de Louvor?
Já agora deixa o sr. para o verdadeiro Senhor e trata-me por joaquim, por tu.
Que Deus te abençoe.
Abraço amigo em Cristo
Meu caro Erick Sávio
Obrigado!
Já coloquei o link para o vosso blogue.
Que Deus vos abençoe e abençoe a tua caminhada franciscana para Ele.
Abraço amigo em Cristo
Cara Renata Cavanha
Obrigado pela visita e pelas palavras.
Julgo que já passei no teu espaço mas vou lá voltar.
Que Deus abençoe a Comunidade Beatitudes.
Abraço amigo em Cristo
joaquim do Senhor,
sim, é a primeira vez que comento (do que me recordo) mas ja tenho visto o seu blog..
como fico normalmente, sem palavras ^^.. nao tinha comentado ainda
é de agradecer o dom que o Senhor lhe concedeu.. e muito obrigada por partilha lo connosco
ja estive num ou outro dia de louvor, mas domingo nao estive. por isso mais achei tao gracioso da sua parte publicar o seu ensinamento
obrigada
(um aparte: é esquisito tratá-lo por tu, mas deixo o sr só para o Senhor)
que o Pai o tome ao colo
abraço
ó Joaquim, ainda te vais tornar no Santo Agostinho do séc. XXI. shalom.
Bem te disse que o ensinamento ia voar do Centro Paulo VI!!!!!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo e Sua Mãe, Maria Santíssima!!!!!
beijos
Belas palavras, ideias arrumadas...
É de crer que tenham produzido frutos abundantes.
Ó Karen
Obrigado!
As tuas palavras é que me deixaram sem palavras!
Vejo pelo teu perfil que és muito nova e fico feliz por saber que o que aqui digo toca a tua vida.
Trata-me como quiseres e que o Senhor te abençoe, proteja e guarde.
Abraço amigo em Cristo
Caro José Vaz
Pelo que vejo hoje decidiram fazer-me corar!
Tomara eu meu amigo, tomara eu!!!
Obrigado.
Abraço amigo em Cristo
Maria João
Se voa, voa nas asas d'Ele, pois foi Ele quem o inspirou.
Eu apenas dei a voz.
Por isso mesmo:
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo e Sua Mãe, Maria Santíssima!!!!!
Abraço amigo em Cristo
Caríssimo Padre meu amigo
Vindas de si, de um sacerdote, essas palavras trazem-me um ânimo redobrado.
Obrigado, muito obrigado.
Já agora convido-o para ler depois a segunda parte.
Abraço amigo em Cristo
Amigo Joaquim;
Da próxima vez que façam um dia de Louvor, pode ser que eu possa ir!
Como é bom ouvir ensinamentos, que nos conduzem á paz, ao amor fraterno!
Amiga Canela
A Comunidade Luz e Vida costuma ter três dias de Louvor por ano, em Janeiro, Maio e Setembro.
Assim que tiver as próximas datas informar-te-ei.
Abraço amigo em Cristo
Voou sim, do Centro Paulo VI (deixa-me dizer à Mª João) e o Joaquim bem sabe que sim!
Obrigada Joaquim, bjs em Cristo e Maria.
Excelente, amigo Joaquim. Aguardo a continuação.
Um abraço
Malu, minha amiga, que te posso dizer a não ser obrigado.
Tu sabes bem que não atribuo isso a mim, mas Aquele que me guia e conduz, que é tão grande, mas tão grande, que do nada que eu sou consegue fazer o que eu não sou capaz.
Abraço amigo em Cristo
Ó meu amigo António, que bom ver-te por aqui.
Obrigado pela tua presença e pelas tuas palavras.
Na Segunda feira aí estará a segunda e última parte.
Abraço amigo em Cristo
Quantas vezes Joaquim abrimos a Biblia e a resposta está mesmo há frente dos nossos olhos e mesmo assim, por vezes é certo, teimamos em não ve-la.
É verdade Paulo, porque por vezes também queremos ler o que nos agrada e não o que Deus nos quer dizer.
E nem sempre o que nos agrada é o melhor para as nossas vidas.
Abraço amigo em Cristo
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