segunda-feira, 14 de março de 2022

IRMÃS CLARISSAS DE MONTE REAL

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Passam este ano 50 anos do Mosteiro de Santa Clara e do Santíssimo Sacramento de Monte Real.

Por tal facto a comunidade das Irmãs Clarissas de Monte Real vão celebrar essa data com um programa de um dia inteiro, em que, o momento mais alto será sem dúvida a Eucaristia, presidida por Dom Francisco Senra Coelho, Arcebispo de Évora, celebração em que iniciarão a Vida Religiosa 11 jovens Postulantes, através da Tomada do Hábito.

Realmente as Irmãs Clarissas chegaram a Monte Real em 5 de Março de 1965, era eu um rapaz de 16 anos, mas lembro-me perfeitamente delas, do seu ar terno, sereno e alegre, dos seus hábitos pesados, das suas sandálias mesmo no Inverno, até porque ficaram instaladas num edifício das Termas de Monte Real, cedido pelo meu pai, mesmo em frente da Capela de Santa Rita de Cássia, ali mandada construir por meu pai, também.

Estou, então, ligado às Irmãs Clarissas de Monte Real desde essa altura, embora já nelas tivesse ouvido falar aos meus pais, por causa do Mosteiro do Louriçal.

Depois foi o Mosteiro em 1972, (estava eu por terras da Guiné), e a ligação das Irmãs Clarissas à minha família, a Monte Real, continuou, embora por esse tempo já eu estivesse ausente de Deus e da Igreja, por desvios da minha vida.

Mais tarde, bastante mais tarde, já tinha eu mais de 40 anos, vim a saber por minha mãe, que ela sempre tinha pedido à comunidade das Clarissas de Monte Real para rezarem por mim, para que eu encontrasse o caminho de Deus e me deixasse tocar pelo Seu infinito amor.

E realmente, as muitas horas passadas em adoração, (24 horas por dia), daquelas muito queridas Irmãs, em que colocavam nas suas orações por todos, este pobre de Deus perdido na vida, foram ouvidas, (não ouviria Deus tamanha entrega destas mulheres que tudo deixam para O servir em adoração e oração continuamente), e eu, frágil pecador afastado de Deus, deixei-me reencontrar por Ele, deixei-me tocar por Ele, deixei-me conduzir por Ele, (nem sempre infelizmente), abracei a Igreja e fiz-me Igreja também, e, hoje, sou feliz, tenho vida e vida com sentido, e se a devo a Deus, sem dúvida, devo-a muito também às orações das Irmãs Clarissas de Monte Real e de meus pais.

A minha divida de gratidão para com as Irmãs Clarissas de Monte Real é imensa e eu sinto-a todos dias da minha vida, cada vez que abro o meu coração à oração e me deixo tocar pelo Espírito Santo, que tudo faz para me guiar apesar de todas as minhas fraquezas.

Nas minhas orações diárias, elas estão sempre presentes e eu peço a Deus que as abençoe, proteja, guarde e conserve por muitos anos, ou melhor, para sempre, porque a sua permanente adoração ao Santíssimo Sacramento e as suas perseverantes orações tornam este mundo bem melhor e repleto de esperança na misericórdia de Deus.

A paz, a ternura, o carinho, a serenidade, a alegria que se vê no rosto e na vida das Irmãs Clarissas, é um oásis no meio das desgraças do mundo, fruto de homens que não olham a Deus, mas apenas a si próprios.

Graças a Deus, temos as Irmãs Clarissas de Monte Real que olham mais a Deus e aos outros do que a si próprias.

Poderia escrever horas a fio sobre as Irmãs Clarissas de Monte Real, mas, com as minhas orações e coração, apenas lhes digo: 
Obrigado queridas Irmãs Clarissas. Deus vos abençoe sempre e vos pague em dobro a felicidade que deram à minha vida com as vossas orações.



Monte Real, 14 de Março de 2022
Joaquim Mexia Alves

Nota: “Roubei” uma fotografia ao site das Irmãs Clarissas que me parece muito sugestiva. Irmãs Clarissas de Monte Real, “anónimas” caminhando e rezando pelos outros, rezando pelo mundo.

1 comentário:

Unknown disse...

Linda homenagem Joaquim.
É a demonstração da sua enorme fé e personalidade.
Grande abraço