quarta-feira, 12 de junho de 2013

A ALEGRIA CRISTÃ

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Que coisa é esta, a alegria cristã?
 
Haverá, com certeza, muitas reflexões teológicas, meditadas, aprofundadas, escritas e publicadas sobre a alegria cristã, mas não é sobre tais reflexões que me é dado escrever.
 
Quero escrever assim, como se a minha mão fosse a extensão do meu coração e conseguisse passar ao papel, aquilo que o coração sente quando vive a alegria cristã, quando sente a alegria cristã, quando testemunha a alegria cristã.
 
E começa mal a escrita, porque ao colocar um «quando» atrás do viver, do sentir, do testemunhar a alegria cristã, condiciona essa alegria a um tempo, a um momento, a uma eventual experiência.
 
Ora a alegria cristã deve ser permanentemente vivida, constantemente sentida, diariamente testemunhada.
Porque não deve depender do momento bom ou do mau momento, da boa ou má disposição, do obter o que se deseja ou do ver-se privado do que se quer.
 
A alegria cristã não é uma gargalhada, não é um rir ruidoso, não é sequer uma exaltação mais ou menos expressiva.
A alegria cristã é uma moção interior, “provocada” pelo amor de Deus e pelo amor a Deus, amor que leva à fé, à confiança, à esperança.
 
É esta certeza íntima de que, por muito que caia no pecado, perante o meu arrependimento e propósito de emenda, Deus me toca e perdoa.
É esta certeza íntima de que, de tudo aquilo que eu peça, Deus só me dará o que realmente me faz falta e é melhor para mim.
É esta certeza íntima de que, tudo o que me acontece Deus o permitiu, e se o permitiu é porque de tudo isso quer retirar um bem para mim e para os outros.
É esta certeza íntima de que, por muito que eu me veja ou sinta abandonado por tudo e por todos, Ele está sempre comigo e me leva pela mão.
É esta certeza íntima de que, se eu morrer vivendo nesta vida a vontade de Deus, permanecendo n’Ele, não morro, mas vivo para sempre.
 
Ora se eu vivo toda esta certeza íntima, como posso eu não sentir a paz, a serenidade do Deus que me toca, me conduz e me ama?
 
E é este viver por Cristo, com Cristo e em Cristo que me enche dessa alegria cristã, que é essa certeza íntima em todo e qualquer momento, que é a alegria do que é amado e do que ama, porque foi Ele quem nos amou primeiro.
 
«Assim como o Pai me tem amor, assim Eu vos amo a vós. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu, que tenho guardado os mandamentos do meu Pai, também permaneço no seu amor. Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa.» Jo 15, 9-11
 
 
Monte Real, 11 de Junho de 2013
Joaquim Mexia Alves
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5 comentários:

Concha disse...

Bom dia Joaquim
Um belíssimo discernimento sobre a alegria cristã.
Que a Paz esteja sempre contigo

NUNC COEPI disse...

Fala-se pouco de alegria e, menos ainda, da alegria cristã. Vem muito a propósito e atempadamente este teu escrito. Há uma pergunta em exame pessoal: «Deixas-te dominar pela tristeza sabendo que é aliada do inimigo?»
Sabemos bem quem é este 'inimigo' e deveríamos ter sempre presente que o 'inimigo' não nos quer alegres porque a alegria contagia, arrasta, convence. Convém-lhe mais a tristeza que afasta, incomoda e não atrai.
E, nós cristãos, temos de convencer, arrastar, atrair e, também, convencer.
Sejamos alegres como O Senhor mandou, com alegria sã e natural em quem acredita na palavra de Cristo.

joaquim disse...

Obrigado António pelas tuas sempre oportuníssimas achegas.


Um abraço amigo em Cristo

Paulo disse...

A alegria cristã...por vezes sinto e vejo que essa alegria, que devia realmente existir, transparesse o oposto, uma tristeza e não a alegria e o amor que Deus nos tem na sua alegria. A morte de Cristo é triste mas tudo o antes e e depois é alegria. Excelente artigo

joaquim disse...

Obrigado Paulo!

Realmente nós cristãos deviamos ser sempre testemunhas da alegria de Deus.

Um abraço amigo em Cristo