quarta-feira, 8 de março de 2017

PENSANDO NO MEU SOBRINHO ZÉ

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Às vezes atordoas-nos, Senhor!

É tal a dor que ficamos sem saber o que dizer, sem saber o que pensar, sem saber o que viver.

É quase uma revolta que vem de dentro de nós e se atravessa na nossa garganta, embarga-nos a voz, tolhe-nos o pensamento e ficamos ali, parados, a olhar … o infinito!

E depois Tu vens, manso, doce, terno, encostas-nos ao Teu peito, apertas-nos junto a Ti e dizes-nos baixinho ao coração: Se tu soubesses como ele está feliz!

Obrigado, Senhor, obrigado!

Guarda-o junto a Ti, abraça-o melhor do que nós o abraçámos e diz-lhe por favor, Senhor, que nós o amamos muito e o guardamos vivo para sempre nos nossos corações.

E já agora, Senhor, ouve com bondade tudo o que ele interceder por nós.


Marinha Grande, 7 de Março de 2017
Joaquim Mexia Alves
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terça-feira, 7 de março de 2017

QUARESMA 2017 (4)

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E a viagem continua pelo deserto da Quaresma.

Sempre ao encontro de Cristo em mim, para que o Espírito Santo me vá mostrando caminho no amor do Pai.

Na pedra em que sento está escrito: Tristeza!

Nesta então, diz-me o “outro”, é que não te deves sentar.
Tu és sempre tão alegre, tão bem disposto!

Desta vez enfrento-o e digo-lhe com toda a convicção: Não me queiras enganar! Há momentos de tristeza, com certeza, e esses momentos devem ser vividos com a tristeza a eles inerente, mas sem nunca esquecer a esperança que reside nAquele que tudo é e tudo pode.
És tu, enganador, que quando peco, que quando repito os meus “pecados de estimação”, me vens colocar essa tristeza de me considerar fraco e sem forças para vencer, para me vencer.

E essa tristeza que por vezes permito que instiles em mim, é que me afasta dEle, porque pretende “bloquear” a confiança inabalável que devo ter no Seu amor e no Seu perdão.
Vai-te, que a minha alegria vem de Deus!

Ah, Senhor, obrigado por me teres feito sentar nesta pedra da tristeza, da qual me queres levantar para prosseguir caminho.

Ajuda-me a perceber e a viver sempre na Tua alegria, a alegria do amor, a alegria da confiança, a alegria do perdão, a alegria de saber que a minha salvação, é a Tua única vontade.


Monte Real, 7 de Março de 2017
Joaquim Mexia Alves
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segunda-feira, 6 de março de 2017

QUARESMA 2017 (3)

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Retomo a viagem pelo deserto da Quaresma.

Sempre ao encontro de Cristo em mim, para que o Espírito Santo me vá mostrando caminho no amor do Pai.

Desta vez, na pedra em que sento está escrito: Crítica!

Diz-me o “outro” com voz mansa, para eu não perder tempo com esta pedra, porque a minha crítica, se a faço, (diz “ele” perversamente), é construtiva e para fazer o bem.
Graças a Deus que me julgo pecador e como tal não me deixo “embalar no canto da sereia”.

E, em vez disso, reconheço que faço muitas criticas, não só interiores, mas também da “boca para fora”, e muitas delas, (a maioria talvez), não constroem nada, não ajudam ninguém, mas são por vezes apenas para tentar “mostrar” as “minhas virtudes” em relação ao outro, pobre de mim.

«Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás melhor para tirar o argueiro da vista do teu irmão.» Mt 7, 5

Olho para dentro de mim, e peço ao Espírito Santo que me ajude, me ilumine, que cale a crítica em mim, e sobretudo que me faça olhar o outro sempre com os olhos de Jesus.

Ah, Senhor, obrigado por me teres feito sentar nesta pedra da crítica, da qual me queres levantar para prosseguir caminho.

Ajuda-me a perceber e a viver que, ver os outros com os Teus olhos, sempre, é a Tua única vontade.


Monte Real, 6 de Março de 2017
Joaquim Mexia Alves
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sexta-feira, 3 de março de 2017

QUARESMA 2017 (2)

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Prossigo a viagem pelo deserto da Quaresma.

Sempre ao encontro de Cristo em mim, para que o Espírito Santo me vá mostrando caminho no amor do Pai.

Mais uma pedra no caminho e sento-me.
Esta tem escrito: Ressentimento!

O “outro”, que embora eu não queira me segue na viagem, diz-me logo pressuroso: Levanta-te, sai dessa pedra! Tu que falas tanto no perdão, não tens obviamente nenhum ressentimento em ti!
Não ligo ao que ele diz e fico a pensar.

É verdade que falo muito do perdão, é verdade que o perdão é algo que muito desejo conseguir ter e dar, mas será que já não há mesmo nenhum ressentimento em mim?

Obrigo-me a percorrer a minha vida, nas coisas que mais me ofenderam, que mais me magoaram, e percebo que aqui e ali, o meu coração ainda estremece ao pensar em certos momentos, sobretudo em certas pessoas.
Percebo que ainda talvez não seja capaz de ter paz no coração quando penso nessas pessoas.
Julgo que já lhes perdoei, mas ainda guardo esse “amargo” que no fundo é um ressentimento.

Com todo o amor ouço a voz do Espírito Santo no meu coração a dizer-me: Não te apoquentes. A vontade inscrita no teu coração é perdoar e é nessa vontade que vais caminhando. Reza ainda mais por aqueles que te ofenderam e por aqueles que tu ofendeste.

Ah, Senhor, obrigado por me teres feito sentar nesta pedra do ressentimento, da qual me queres levantar para prosseguir caminho.

Ajuda-me a perceber e a viver que só o amor aos outros, sempre, é a Tua única vontade.


Monte Real, 3 de Março de 2017
Joaquim Mexia Alves
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quinta-feira, 2 de março de 2017

QUARESMA 2017 (1)

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Começo a minha caminhada pelo deserto da Quaresma.

Vou devagar, não tenho pressa. Passo a passo para me poder encontrar, ou melhor, para deixar que o Espírito Santo me faça encontrar naquilo que sou realmente e sobretudo naquilo que desejava ser, segundo a vontade de Deus.

Uma pedra no caminho e sento-me.
A pedra tem escrito em toda a sua largura: mentira!

Uma voz estranha, incómoda, diz para eu me levantar e continuar a caminhar, porque nada tenho a ver com a mentira.
Pois, o inimigo passeia pelo deserto da minha Quaresma!

Afasto essa voz de mim, entro no meu coração e reflicto, medito, nessa pedra em que me sento.

Sim, não vejo grandes mentiras, mentiras que prejudiquem outros, mas vejo tantas outras, sem sentido e por vezes perniciosas até para mim.

Mentiras para me fazer melhor do que os outros, mentiras para me desculpar de tantos erros, mentiras ocasionais sobre coisas sem sentido, mentiras até a mim próprio, para tentar enganar a minha consciência.

Ah, Senhor, obrigado por me teres feito sentar nesta pedra da mentira, da qual me queres levantar para prosseguir caminho.

Ajuda-me a perceber e a viver que só a verdade, sempre, é a Tua única vontade.


Monte Real, 2 de Março de 2017
Joaquim Mexia Alves
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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

UM CARNAVAL A CAMINHO DA QUARESMA

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Hoje é dia de Carnaval.

Muitos colocam as suas máscaras, sobre outras “máscaras” das suas vidas, e vão divertir-se, tentando esquecer as “máscaras”, por detrás das máscaras visíveis.
Sim, eu sei, estou a julgar outros e por isso, que Deus me perdoe.

Hoje, dia de Carnaval em que se colocam máscaras, eu quero pedir a Deus que me ajude a retirar as minhas “máscaras”, a limpar o meu interior, a purificar os meus pensamentos, e a colocar-me perante Ele, nu, sem nada, (tanto quanto me é possível), pedindo-lhe que me ajude a viver esta Quaresma, (que amanhã começa), como o meu reencontro permanente com Ele.

Que eu me saiba despir de mim, para me deixar vestir por Ele, e tendo-O em mim, saiba eu reconhecer as minhas fraquezas, os meus defeitos, e, tomado pelo seu amor recomece a conversão que nunca acaba, até à plenitude do gozo com Ele e n’Ele.

Que não seja um caminho só, mas que pela Sua graça outros me acompanhem e eu acompanhe outros, porque Deus só se vive em comunidade, porque ela própria é o reflexo e o sentido da interioridade de cada um.

Que eu saiba fazer este caminho quaresmal, segundo a Sua vontade, na paz, no amor e sobretudo na alegria de reconhecer o meu Salvador.

Que no fim deste caminho quaresmal eu possa dizer como Tomé e Samuel: «Meu Senhor e meu Deus … Estou aqui! Fala Senhor, que o teu servo escuta!»


Marinha Grande, 28 de Fevereiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

CAMINHANDO PARA E COM DEUS

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Recentemente fui substituído numa “missão” que muito me agradava e para a qual me “sentia talhado”.
Sempre senti, desde o meu regresso a Deus e à Igreja, obstáculos pessoais que me impedem de aproximar mais e melhor da vontade de Deus, e que por vezes me afastam mesmo, dos quais julgo, para além de outros, os maiores serão o orgulho e a vaidade.
Muitos que comigo lidam talvez não os percebam na sua relação comigo, mas sinto-os eu e isso me basta.

Já uma vez, pelo menos, tive que “fazer das tripas coração”, e “exigir” em determinada eleição para um determinado “cargo” que ocupava há demasiado tempo, que não votassem em mim, porque não aceitaria continuar, não porque não quisesse ou não pudesse, mas porque uma voz cá dentro me dizia que essa era muito mais uma vontade minha, do que a vontade de Deus.
E agora, foi quase a mesma coisa, embora desta vez ajudado por bons amigos que me ajudaram a aceitar a decisão sem grande constrangimento.

Ao voltar ao que escrevi acima reparei nesta frase «determinado “cargo” que ocupava há largo tempo», e fez-se um pouco de luz sobre o assunto.
Realmente o que muitas vezes faço, (e não só eu), é “ocupar” um cargo, uma missão, em vez de servir a Deus num cargo, ou numa missão.

É que se servimos a Deus num cargo, ou numa missão, então estamos sempre disponíveis para servir a Deus em tudo o que Ele nos pedir, mas se “ocupamos” um cargo, ou uma missão, então o cargo ou a missão, tornam-se coisa nossa, que nos serve, (sobretudo ao nosso orgulho e vaidade), e não como caminho para servir a Deus.
E depois ouvimos aqueles que, com verdadeira amizade, nos dizem que somos os melhores para aquilo que estamos a fazer, e convencemo-nos disso mesmo, para não darmos azo a ser substituídos e a perder “estatuto”.

E hoje, quando meditava nisto mesmo e começava a escrever, iam surgindo razões, (a vontade de Deus tem sempre razão e é sempre razão), para ser afinal substituído e bem substituído.

E vinha ao meu pensamento essa ideia de que realmente terei muitos conhecimentos, terei até muito jeito para tal cargo ou missão, mas, deixando-me ficar, acabo por não renovar, acabo por querer fazer aquilo que acho melhor, e aquilo que eu acho melhor é aquilo que eu já faço.
Então percebi, (como todos devemos perceber), que o Senhor, no seu infinito amor, me dizia que todo o “meu saber” acumulado vinha d’Ele, e que usado agora numa ajuda, numa colaboração sincera e desprendida com aquele/aqueles que me substituíram pode ter um “valor acrescentado”, que é o novo, a novidade que eles podem trazer, também seguramente conduzidos pelo Espírito Santo.

É curioso, que até ao escrever isto que agora escrevo, me parece estar a ser orgulhoso e vaidoso, mas recorro ao Santo Padre Pio, que dizia, mais coisa menos coisa, que o inimigo se serve muitas vezes de coisas aparentemente boas, (o reconhecimento dos nossos defeitos), para nos tentar impedir de fazer a vontade de Deus.

E descanso então no Evangelho de hoje e na resposta de Jesus à pergunta dos discípulos: «Quem pode então salvar-se?» Mc 10, 26

«Aos homens é impossível, mas não a Deus, porque a Deus tudo é possível». Mc 10, 27


Marinha Grande, 27 de Fevereiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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sábado, 25 de fevereiro de 2017

HÁ MOMENTOS!

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Há momentos
em que Ele chega,
toma-nos pela mão,
ou seja,
entra-nos no coração,
e diz-nos,
como se nós não soubéssemos:
Amo-te, meu filho!

Paramos tudo,
quase deixamos de viver,
(esta vida terrena, claro),
e perguntamos,
certos da resposta:
és Tu, Senhor?

E Ele sorri,
olha-nos nos olhos,
e diz:
Alguma vez duvidaste,
que Eu morri por ti?

Envergonhados,
baixamos a cabeça,
pomos a mão no peito,
e respondemos:
Só Tu,
Senhor,
és a nossa certeza!

O Seu sorriso,
abre-se ainda mais,
enche-nos de compaixão,
 e diz-nos,
olhando-nos nos olhos,
com a voz repassada de amor:
Toma tudo o que Eu te dou,
e ama os outros,
como Eu te amo!
Ama-os,
com o Meu amor!


Marinha Grande, 25 de Fevereiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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sábado, 18 de fevereiro de 2017

TRANSFIGURAÇÃO

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Abro os olhos desmedidamente,
Senhor!

Quero ver-Te,
assim,
na Tua glória,
com as vestes,
que nenhuma lavadeira,
podia assim branquear!

Peço-Te,
Senhor,
sê Tu a lavadeira,
que branqueia o meu coração,
lavando-o,
no Teu amor.

Já Te vejo,
Senhor,
com o meu coração branqueado,
mais brilhante do que o Sol,
mais branco do que o luar,
porque fui lavado,
no sangue do teu amor.

Transfiguração,
Razão,
Fé,
Amor,
Tu,
Senhor,
enches,
o meu coração!

Glória,
Glória a Ti,
sempre e para sempre,
Senhor!


Marinha Grande, 18 de Fevereiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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sábado, 11 de fevereiro de 2017

SER “LOUCO” … DE AMOR!

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Insistes, Senhor, em mostrar-Te assim, tão humildemente!

Duas velas acesas, uma tolha bordada, uma custódia dourada, e Tu, aos olhos humanos, “apenas” um pedaço de pão redondo, “sem valor material”, sem “nada de extraordinário”.

E, no entanto, esse “pedaço de pão” é a razão porque aqui estamos, prostrados, de joelhos, sentados, seja como estivermos, mas olhando-Te fixamente e dizendo:
Obrigado, Senhor, porque estás vivo e estás no meio de nós!

Como não hão-de achar-nos “loucos”, e sem sentido, ao ver-nos olhar para um “pedaço de pão” branco?

Não conseguem ver para além dos seus olhos humanos, não conseguem abrir o coração e ver com os olhos do amor, por isso não Te conseguem ver em todo o Teu esplendor e glória!

Por isso, Senhor, derrama em todos nós, e sobretudo nesses que nos acham “loucos”, o Espírito Santo, para que em todos nós haja um Tomé, que surpreendido se prostra e apenas exclama:
Meu Senhor, e meu Deus!


Em Adoração com a Comunidade Emanuel

Fátima, 11 de Fevereiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

SENHOR, TU FAZES-ME TÃO FELIZ!!!

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Deita-se o coração
ternamente,
assim abandonado
ao amor,
ao verdadeiro amor,
aquele
que vem de Nosso Senhor.

Sinto-me assim,
prostrado,
mas pela paz,
pela serenidade,
pela alegria,
do meu Cristo Ressuscitado.

Valem todos os momentos de secura,
por este momento,
em que me sinto,
um nada,
um pobre tolo,
envolvido,
no Seu terno
e eterno consolo.

Ah,
que eu não sou digno,
não sou ninguém,
sou apenas um nada imenso,
mergulhado no Teu amor,
com todos os outros,
também.

Como exprimir,
Senhor,
esta quietude,
esta paz imensa,
esta alegria serena,
(não a alegria de rir,
mas apenas de sorrir),
porque sinto o Teu olhar,
porque sinto o Teu calor,
porque acredito,
tranquilamente,
no Teu eterno amor.

Não me interessa o que se diz,
ou o que possa dizer,
mas quero gritar ao mundo,
para toda a gente ouvir:
Senhor,
Tu fazes-me tão feliz!!!


Monte Real, 6 de Fevereiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

A SURPRESA “ALPHA”!

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Há alguns anos atrás, (já não me lembro quantos), o meu Pároco da Marinha Grande convidou-me, (daquela maneira que a gente não consegue dizer não), a frequentar com outras pessoas, um evento que falava do Percurso Alpha, com vista a trazê-lo para a Vigararia e Paróquia da Marinha Grande.

Confesso que fui muito céptico, (ai, as nossas certezas de julgarmos que sabemos melhor), e sei que não era o único com tais pensamentos.
Fomos, vimos, trouxemos para a Marinha Grande e … começámos!
E também começou a surpresa, a admiração, a confirmação gratificante, que me levou àquela frase cá dentro: Afinal isto funciona e funciona bem!

Pois, não foi “amor à primeira vista”, mas foi amor à segunda, à terceira e até hoje, comprovando mais uma vez para mim que, nas coisas de Deus, é melhor primeiro ouvir, experimentar, entregando-se, e então tudo pode acontecer, porque é Deus quem faz, servindo-se do homem.
Mas, claro, “burro velho não aprende”, e por isso ainda hei-de muitas vezes fazer julgamentos à priori.
Mas ando a tratar-me, e como o meu “terapeuta” é o Espírito Santo, estou convicto que, mais tarde ou mais cedo, fico curado!

Neste fim-de-semana, aconteceu a Conferência Nacional Alpha na “minha” Paróquia da Marinha Grande, e eu, embora cansado, estou de coração cheio.
Ver tanta gente que Deus tocou nos Percursos Alpha que já fizemos, trabalhar com toda a dedicação, com todo o empenho, e sobretudo com uma alegria visível e tocante, na organização desta Conferência, fez-me sentir um homem de sorte, (não a sorte do homem, mas a sorte que Deus dá ao homem que toca), e fez-me dizer intimamente e em oração: Obrigado, meu Deus, por me teres chamado a fazer parte de tudo isto.

Houve algumas pessoas que disseram neste fim-de-semana, (eu também o senti na minha vida), que quando regressaram a Deus e à Igreja “perderam” amigos, e eu não pode deixar de pensar, que afinal não perdemos amigos, mas conhecidos, e que Deus na sua bondade nos deu amigos em dobro, e que com esses amigos novos em Deus, vamos construindo algo de extraordinário, imperecível e santo, que é a Igreja.

Depois, ouvir da boca de quem trouxe o Alpha para Portugal a afirmação de que o Alpha é enquanto Deus quiser, porque Ele suscita sempre coisas novas na Igreja, («Eu renovo todas as coisas.» Ap 21, 5), é ter a certeza de que fazemos a vontade de Deus, (que age de tantas e variadas formas), e centrar o Alpha no que verdadeiramente é o centro – Deus – que quer precisar de todos nós, seus filhos, para construir a Igreja, para que todos encontremos caminho de salvação.

A Deus já me rendi há muito tempo, (embora precise de continuamente me render a Ele), mas também, por Sua graça, me rendi ao Alpha, por todas as razões que aqui não consigo descrever, mas apenas esta: Ver a diferença que o Espírito Santo opera nas pessoas ao longo de um Percurso Alpha, muito especialmente no fim-de-semana, e perceber nelas a paz, a serenidade, a alegria de ter Deus, numa relação muito pessoal e íntima que depois extravasa, obviamente, no testemunho cristão.

Tudo e sempre para a maior glória de Deus!



Marinha Grande, 6 de Fevereiro de 2017
Joaquim Mexia Alves 
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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

«TIRE O DEDO DA LENTE!»

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No Sábado publiquei no facebook uma fotografia do Santuário de Fátima, onde estava a fazer a recolecção anual dos Ministros Extraordinários da Comunhão da Diocese de Leiria-Fátima.
Com o meu “particular jeito” para a fotografia, a mesma saiu com uma falha, a qual o Pe Patrício, Vigário Paroquial da “minha” Paróquia da Marinha Grande, meu amigo e meu vizinho, companheiro de muitas orações, logo notou, e com o seu particular humor, que eu muito aprecio, comentou: «Tire o dedo da lente.»

E eu, como sempre, fui rindo e pensando se poderia retirar alguma lição do acontecido para a minha vivência cristã.

Ora bem, o dedo na lente não permitiu, não permite, que a grandeza e beleza do Santuário de Fátima seja vista na sua totalidade, ou seja, retira, mesmo que pouco, a dimensão, (não só de espaço, mas também espiritual), que afinal a fotografia queria mostrar/dar a outros.

Também nós temos vários “dedos” que, colocados nas nossas vidas, não nos deixam “ver” Deus em toda a sua dimensão de amor, não nos deixam, por isso mesmo, viver o nosso Deus que a todos se oferece inteira e continuamente, e não aos “bocados” ou só em certos momentos, como esses “dedos” acabam por provocar.

É o “dedo” do orgulho, o “dedo” da vaidade, o “dedo” da indiferença, o “dedo” da falta de perdão, o “dedo” do medo da mudança, o “dedo” das nossas “certezas”, o “dedo” das nossas vergonhas, e tantos mais “dedos” que cada um, com certeza, reconhece na sua vida.

Então, chegamos à conclusão que esses “dedos” nos retiram a “possibilidade” de “ver Deus por “inteiro”, de viver Deus em todo o seu amor, de comungar Deus em toda a sua entrega, e tal como Pe Patrício comentou, deveremos dizer a nós próprios e aos outros também: «Tira os “dedos” da tua vida … para poderes ver e viver Deus que se faz presente para ti.»


Marinha Grande, 23 de Janeiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

AS ESFERAS MAGNÉTICAS

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Ontem os meus netos, Diogo e Leonor, almoçaram comigo.
Mas a curiosidade deste facto é que a minha neta Leonor trazia com ela, umas pequenas esferas magnéticas com as quais ia fazendo diversos objectos, anéis, etc., e, claro, tais esferas tornaram-se a dado momento no nosso foco de atenção.
A certa altura a Leonor, separou as esferas umas das outras e colocou-as suficientemente longe para que não se atraíssem e assim ficassem todas separadas.
Depois pegou numa só, e com essa foi unindo todas as outras até que se tornaram numa só “esfera/bola” maior.

Hoje de madrugada acordei e recordei aquela brincadeira, que entretanto me fez pensar no simbolismo que dali podia retirar para a minha vivência cristã.

Cada esfera separada não pode por si só fazer qualquer construção, qualquer objecto, ter qualquer função, digamos assim.
E cada esfera separada fica ali quieta, sem se mover, sem avançar, nem recuar, sem movimento.
Cada um de nós, somos um pouco assim, ou seja, permanecendo sós nada podemos construir, e, embora possamos andar, sozinhos não encontramos direcção, nem sentido para a vida.

Obviamente que penso naqueles que como eu acreditam em Deus, ou querem, ou desejam acreditar em Deus e ter uma vivência cristã.

Mas depois, uma só esfera, (e podia ser qualquer uma), levada junto das outras une-se a elas, e acabam por formar uma só forma maior, mantendo no entanto cada uma a sua própria forma e dimensão.
Se temos em nós a presença de Jesus Cristo, nos deixamos tocar pelo amor do Pai e nos deixamos conduzir pelo Espírito Santo, então, sendo testemunhas disso mesmo, somos cada um de nós como cada uma daquelas esferas, ou seja, somos, (ou deveríamos ser), união para os outros e dos outros connosco, passando a constituir uma só forma, a Igreja, mas mantendo cada um de nós a sua individualidade, embora a mesma se esbata no bem comum que é o sermos um com Ele, que é o sermos Igreja na unidade, com a sua própria diversidade.
Por isso é tão importante a Igreja, porque sós, nada podemos, nem somos, mas unidos em Igreja temos caminho, fazemos caminho e ajudamo-nos a caminhar.

Aquelas esferas têm a particularidade de serem magnéticas, terem ímã, e é por isso mesmo que se atraem, unem e permanecem unidas.
Assim é para nós também, porque é em Igreja que vamos buscar o “ímã” que atrai, que nos atrai e se faz presente em nós e nos outros, cada vez que celebramos unidos, cada vez que O comungamos, sendo assim nós próprios comunhão com Ele, nEle e por Ele, para os outros e nos outros.

E esse “íman” é, obviamente, Jesus Cristo, que se entregou por nós e que permanentemente nos chama à união em Igreja, no amor de Deus, para nos amarmos uns aos outros como Ele nos ama.


Marinha Grande, 16 de Janeiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

UM VAZIO CHEIO DE AMOR!

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Há dias que começam assim!
Uma sensação de vazio interior, um frio insensível, um sentimento de abandono.

Elevo os olhos ao Céu, levanto as mãos para Deus, faço uma oração envergonhada, e digo baixinho, como se quisesse que Ele me ouvisse, mas não percebesse a minha dúvida sobre a Sua presença: Bom dia, meu Deus. Estás aí?

Tudo fica na mesma, o vazio continua, o sentimento de abandono parece instalar-se, mas um calor sensível toca o meu coração e ouço no meu interior: Claro que estou! Não estou Eu sempre aqui, contigo? Bom dia meu filho!

Abandono-me, rendo-me!
Que me interessa o vazio interior, se o Amor está presente!


Monte Real, 10 de Janeiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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sábado, 7 de janeiro de 2017

«AI, JESUS!»

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Estou sentado na sala de espera das urgências do hospital de Leiria.

Numa sala de tratamentos mesmo ao lado ouvem-se os contínuos lamentos e ais de um homem já com alguma idade, percebendo-se que deve estar a sofrer dores difíceis de suportar.
Faz impressão porque não se ouve ninguém a falar com ele, que a tentar distrai-lo do seu sofrimento, a tentar de algum modo amenizar a situação em que se encontra, embora muita gente passe por ele continuamente.
Pelas pessoas que estão na sala, percebe-se que foi deixado no hospital por alguém que já ali não está e que nestes momentos se deve encontrar sozinho, sem ninguém.

Pelo meio dos simoples ais, ouve-se de quando em vez um “ai Jesus” que parece ser mais uma manifestação de dor, do que uma invocação do Santo Nome do Senhor.

Interiormente faço uma oração a Deus, ao Pai, que o envolva no seu amor, ao Filho que lhe dê a mão e ao Espírito Santo que o cure e liberte do sofrimento.

Mesmo com a oração, o sentimento de impotência, (pois não posso entrar ali), é enorme e o meu coração derrete-se com os ais de quem nem sequer conheço, nem reconheço.

Lembro-me da poesia, “mas às crianças Senhor porque lhes dais tanta dor, porque padecem assim”, e troco as crianças pelos velhos, (dos quais rapidamente me aproximo em idade), e fico ainda mais triste, revoltado mesmo, porque a juntar às dores, ao sofrimento, vem sempre acompanhado um certo abandono, que leva à terrível sensação de que “já não estou a fazer nada nesta vida”.

Em que momento deixamos nós, sociedade, de nos preocupar verdadeiramente, emocionalmente, com os outros, sobretudo com aqueles que estão no início da vida, (matamo-los até no ventre da mãe), e no fim da vida, criando em tudo o que é lugar “dispensários de velhos” mais ou menos abandonados”?

Tem compaixão, Senhor, não de nós egoístas, fechados nas nossas vidas, mas daqueles de quem se ouvem os ais, que entram no coração e fazem chorar sentimentos antigos, de famílias reunidas à volta de todos, custasse o que custasse.

Aos poucos parecem esbater-se os ais!

Acredito que foste Tu, Senhor, que ouviste os “ai Jesus”, ou então foi o cansaço que venceu a dor.

De qualquer modo, obrigado Senhor, porque só em Ti encontramos o descanso que vence a dor, só em Ti encontramos a paz e a vida.


Leiria, 7 de Janeiro de 2017 (05:30)
Joaquim Mexia Alves 
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terça-feira, 3 de janeiro de 2017

O MELHOR REMÉDIO!

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Acabei o ano velho e comecei o ano novo com uma forte constipação, coisa que normalmente deita qualquer homem abaixo.
Fico sem ânimo, sem força, sem vontade para nada, assim uma coisa do tipo, “deixem-me morrer”!!!
Para quem tem de quando em vez pedras nos rins, é um pouco ridículo que uma constipação me consiga derrotar mais do que as incríveis e insuportáveis dores que as “pedrinhas” provocam quando decidem passear por sítios onde não deviam estar.

Mas enfim, nada disso é importante quando penso que afinal a constipação também me ajuda a perceber a minha fraqueza, a minha debilidade, pois que, afinal, sendo eu tão grande, (em tamanho, apenas, claro), sou um fraco, um pequenino, um “desamparado”, quando tenho uma vulgar constipação.
E, claro, lá vem a comparação com as coisas que aconteceram e vão acontecendo na minha vida, algumas que foram tão difíceis, mesmo tão difíceis e “desesperantes”, e perante elas não me senti fraco, não me senti pequenino, não me senti desamparado, mas sim e ao contrário com uma enorme vontade de lutar e continuar em frente.

É que o “Panasorbe”, o “Ben-u-ron”, e restantes remédios, tiram a febre, tiram a dor, fazem até sentir melhor, mas não nos fazem companhia, não nos mostram caminho, não nos dizem, “estou aqui”!

Deus tem essa enorme e total diferença!
Pode permitir a dor, mas dá ânimo para a suportar, pode fazer-nos sentir pequeninos, mas é apenas para nos pegar ao colo, pode até permitir que quase nos desesperemos, mas tem sempre a mão estendida para nos agarrar e retirar das águas que nos querem afogar, pode permitir que nos sintamos sós, mas mal nos voltamos para Ele logo ouvimos: “Mas Eu estou aqui, Eu sempre estive aqui, nunca te abandonei!”

Acabo de escrever este texto e sinto-me renovado, contente, alegre mesmo, e quase me apetece dizer: Obrigado Senhor, pela doença, que me faz procurar, encontrar e viver o melhor “remédio” que existe!
O Teu Amor!!!

Convenhamos que, para começar o ano novo, é um óptimo pensamento, que se torna realidade se assim o desejarmos.


Marinha Grande, 3 de Janeiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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sábado, 31 de dezembro de 2016

UM NOVO ANO, A MESMA LUZ!

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Hoje acaba um dia e começa outro, exactamente como todos os dias.

Os dias acabam sempre em noites, mas as noites dão sempre lugar aos dias.

Um ano acaba e outro começa.

Um ano que teve muitos dias e muitas noites, dá lugar a um outro ano que vai ter muitos dias e muitas noites.

As noites são sempre vividas, (ou assim devem ser), à espera de novos dias.

É a escuridão que dá lugar à luz, ou melhor, que é vencida pela luz.

O que eu desejo para cada um e para mim também, neste novo ano, é que todas as noites sejam vividas na esperança de um novo dia.

A escuridão só é permanente para quem nela quiser viver, porque a escuridão é sempre vencida pela luz, e a luz foi-nos dada na Cruz, por Jesus.

Abençoada Luz, que tornas as minhas noites na certeza de um novo dia, que tornas as minhas ocasionais escuridões, em caminho para Ti, Jesus!

Bom Ano Novo para todos, na certeza de que a Luz de Deus ilumina todos os homens de boa vontade!

Marinha Grande, 31 de Dezembro de 2016
Joaquim Mexia Alves
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