«Digo-vos, porém, a vós que me escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, rezai pelos que vos caluniam.
A quem te bater numa das faces, oferece-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, não impeças de levar também a túnica.
Dá a todo aquele que te pede e, a quem se apoderar do que é teu, não lho reclames.
O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também.
Se amais os que vos amam, que agradecimento mereceis? Os pecadores também amam aqueles que os amam.
Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo.
E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto.
Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca. Então, a vossa recompensa será grande e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus.
Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso.»
«Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados.
Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço.
O Evangelho de hoje é de uma beleza indescritível!
É também dos ensinamentos de Jesus Cristo, aquele que se torna mais difícil a cada um de nós viver.
O modo como muitas vezes somos educados, o modo como as pessoas à nossa volta se comportam no dia a dia e nós também tantas vezes, o modo como o mundo nos quer ensinar a individualidade e a importância do eu, o modo até como certas “espiritualidades”, “religiosidades” enaltecem o individuo na sua pretensa “capacidade” de sozinho tudo conseguir, o modo como a sociedade enaltece como “inteligentes” os que não olham a meios para atingir os seus fins, e como “fracos” os que se preocupam em não “pisar” ninguém, o modo como nos achamos possuidores das coisas, como propriedade individual e não como algo que o Senhor nos deu para nos servirmos a nós e aos outros, tornam a vivência deste ensinamento de Jesus Cristo uma extraordinária prova.
Reparemos numa grande diferença!
Antes aprendemos: «Aquilo que não queres para ti, não o faças aos outros» Tb 4, 15.
Agora é-nos dito: «O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também.» Lc 6, 31.
Por isso Jesus Cristo nos diz muito claramente: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição.» Mt 5, 17
E esta perfeição exige de nós uma missão, um empenhamento, uma vivência!
Já não podemos “ficar sentados” a viver as nossas vidas, não fazendo nada pelos outros, esperando que também eles nada nos façam.
Temos sim de nos entregarmos, de ajudarmos, de darmos não só o que nos é dado em bens materiais, mas também o que o Senhor por Sua graça vai derramando nas nossas vidas: A Fé, o Amor, a Confiança, a Esperança, a certeza de que Ele está sempre connosco, enfim, a Boa Nova!
Ainda por cima a recompensa é infinita, é eterna, porque é o Pai, que está nos Céus, que no-la vai dar!
Maior que tudo o que nos possam retribuir neste mundo por algum bem que façamos, é esta promessa de Jesus Cristo Nosso Senhor:
«Então, a vossa recompensa será grande e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus. » Lc 6, 35b