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E depois pensei escrever sobre a recente Declaração do Dicastério para a Doutrina da Fé, (da qual não entendi bem a necessidade, visto haver uma outra de há apenas dois anos), mas o Natal que se aproxima levou-me a pensar mais no «Verbo que se fez homem e habitou entre nós». (Jo 1, 14)
E quis ver Aquele Menino, o Filho de Deus, deitado nas palhas, numa manjedoura, rodeado de Maria e José, numa pobreza mitigada pela incomparável alegria de um nascimento, ainda por cima do Emanuel, o Deus connosco.
E a acompanhá-lO uns pastores, gente da mais baixa extração naquele tempo, que ali, naquela gruta, foram acolhidos para darem graças ao Menino que nasceu para dar a Vida Nova ao mundo que O havia de rejeitar.
E lá veio outra vez a tal Declaração ao meu pensamento e quis perceber que Jesus Cristo, logo no início da sua vida terrena, acolheu e foi acolhido pelos mais escorraçados da sociedade daquele tempo, a par com aqueles a quem a tradição quis chamar reis ou magos.
Mudou a vida daqueles pastores, daqueles reis, daquela gente que foi ver e acolher e ser acolhido por Jesus Cristo, o Filho de Deus feito Homem?
Não sabemos bem, mas sabemos que os pastores começaram desde logo a «glorificar e louvar a Deus», (Lc 2,20), e sabemos também que os ditos reis «regressaram por outro caminho» (Mt 2, 12) a suas casas.
Eu sei que a minha vida mudou quando me deixei encontrar por Ele, e que o caminho que então seguia, mudou para um novo caminho e uma nova vida em Cristo.
E também sei que o peso do meu pecado era enorme e avassalador, mas que tudo isso foi mudado pelo encontro com Aquele Menino feito Homem.
E sei que Ele me abençoou, mas, obviamente, não abençoou o meu pecado, mas o perdoou, quando dele tomei consciência e me arrependi, pedindo perdão.
Então lá volto à tal Declaração, querendo perceber que uma bênção dada a alguém, seja quem for e em que situação esteja, não abençoa o pecado nem a situação de pecado, mas abençoa o pecador e apenas o pecador, para que possa tomar consciência do seu pecado e, arrependendo-se, pedir perdão, para “regressar à vida por outro caminho, glorificando e louvando a Deus”.
Ah, afinal estava a escrever sobre o Natal e de como é imprescindível que o Menino Jesus nasça em cada coração!
Marinha Grande, 20 de Dezembro de 2023
Joaquim Mexia Alves
1 comentário:
E$spetacular texto! Amei tudo aqui e que você receba bênçãos infinitas Neste Natal! Um abração!
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