.
.
Hoje, por causa da ausência do nosso pároco, tinha que fazer uma Celebração da Palavra na capela de São Pedro de Moel.
Regressar a São Pedro de Moel e à sua capela, (já no Domingo passado lá estive na Celebração da Palavra), é sempre um regresso ao passado sem a ele regressar, claro, mas “revisitando-o” para me lembrar sempre de como Deus me pegou pela mão e me conduziu ao Caminho, à Verdade e à Vida.
Foi nas noites de São Pedro de Moel e não só, que gastei muito da minha vida em coisas sem importância, ou pior, em coisas que me puxavam para baixo, pensando que era vida aquilo que era apenas e só gastar, mal, a vida que Deus me deu.
Obviamente que São Pedro de Moel, o local, a terra, as suas gentes, não têm culpa nenhuma, mas sim a minha falta de querer encontrar a vida verdadeira que Deus, ainda muito a tempo, me levou a descobrir.
Por isso, como acima escrevo, são sempre momentos muito intensos quando sou chamado a celebrar a Palavra, naquela, para mim, tão bela capela.
E hoje estava nervoso, mais uma vez, muito nervoso e ansioso, talvez não tanto pela celebração em si, mas com o medo de fazer “as coisas” mal, por causa da Palavra que é o próprio Deus, que ia celebrar, mas muito mais, infelizmente acredito, por causa do meu orgulho e vaidade, com o medo de fazer “má figura”.
E ali estava eu, rezando interiormente, e não aparecia ninguém da equipa de acolhimento escalada para abrir a porta da capela e, por causa disso, os meus nervos e a minha ansiedade iam aumentando.
E eu ia repetindo baixinho em jeito de oração:
Ó Senhor, porque me fazes isto! Sabes que sou nervoso, ansioso e parece que ainda provocas mais este nervosismo, esta ansiedade.
E Ele ia-me repetindo:
Deixa de pensar em ti e entrega-te a Mim.
Entretanto o tempo de dar início à celebração passava, e nada de chave, e nada de poder entrar na capela.
Finalmente o Pe Jorge atendeu o meu telefone, (depois da celebração a que presidiu na igreja da Marinha Grande), e disse que me ia levar a chave, ao que eu retorqui que, já que vinha, então podia celebrar a Santa Missa, ao que ele de imediato anuiu, apesar dos seus múltiplos afazeres na paróquia.
E eu avisei todos os que estavam à espera que afinal esperar com paciência tinha o seu “prémio” e em vez de terem uma simples celebração da Palavra por este pobre de Cristo, iriam ter a Santa Missa presidida por um sacerdote.
E depois, depois dei graças a Deus, porque primeiro, ia celebrar com todos a Eucaristia em que Ele se faz realmente presente entre nós e para nós.
E em segundo lugar, porque já não precisava de estar nervoso e ansioso, já não precisava de pensar em mim e no meu “desempenho”, mas sim e só n’Ele que, mais uma vez, como nos diz a primeira leitura do dia, se revelava nesta “brisa suave” que só percebemos e sentimos quando a Ele nos abrimos.
Já descansado em casa, apenas posso dizer:
Obrigado, meu Jesus, porque sempre me chamas a “caminhar sobre as águas”!
Marinha Grande, 13 de Agosto de 2023
Joaquim Mexia Alves
Sem comentários:
Enviar um comentário