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Entro na igreja, devagar, sem medo, embora o silêncio seja total.
Ponho um joelho em terra e
digo cheio de esperança: Bom dia, meu Deus!
Dou mais uns passos, subo a
coxia lateral, e encontro-me em frente do Sacrário onde pergunto a meia voz:
Estás aí, Senhor?
Olho para o lado, vejo a luz
acesa e percebo que a minha pergunta foi escusada.
Ajoelho-me e benzo-me em nome
do Pai que me criou, do Filho que me salvou e do Espírito Santo que me há-de
santificar … se eu deixar!!!!
Olhamo-nos, sorrimo-nos e
pergunto-me interiormente se Lhe poderei dar um beijo apesar da pandemia.
Ele ri-se ao pensar nisso e
faz-me rir a mim também!
Diz-me então com a sua voz ternurenta:
Vem, podes vir beijar-me, que a única pandemia que Eu te posso passar é o amor!
Corro para Ele e digo-Lhe
cheio de alegria: Ah, Senhor, essa pandemia eu quero!
Responde-me Ele abrindo os
braços para mim: Esta pandemia só se “cura” contaminando toda a gente!
Deita fora as tuas máscaras,
sejam elas quais forem, abre o teu coração, prepara o teu sorriso, deixa que o
Espírito Santo te ensine palavras e, depois … depois contamina todos os que
encontrares e se quiserem deixar contaminar.
Feliz, respondo-Lhe: Sinto-me “doente”,
Senhor, da Tua pandemia. Oxalá muitos se deixem contaminar!!!!!
Marinha Grande, 12 de Agosto de 2020
Joaquim Mexia Alves
1 comentário:
Ainda há pandemias boas, ou se há!
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