quarta-feira, 19 de junho de 2013

«DAR-TE-EI AS CHAVES DO REINO DO CÉU…» Mt 16, 19

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Nos últimos tempos temos visto, ouvido e lido, diversas entrevistas, ilustrações e textos comparando o Papa Francisco com os seus antecessores.
Daí não viria mal ao mundo, se a maior parte dessas entrevistas, ilustrações e textos tivessem um pendor positivo, de união e comunhão, mas infelizmente, por detrás, está uma tentativa de comparar Papas, para elogiando um, criticar os outros.
E o problema é que sendo muitas dessas publicações feitas por pessoas que não são Igreja e nem sabem o que é a Igreja, (nem lhes interessa, pois a finalidade é de alguma forma criticar a Igreja), outras são dadas a conhecer por quem se diz Igreja, alguns até com responsabilidades muito específicas na Igreja.
 
E é triste que assim seja!
 
Sou ainda do tempo de Pio XII, e assim sendo já vivi os pontificados de sete Papas, pelo que posso utilizar para os “definir” uma frase muito usada hoje em dia: «todos diferentes, todos iguais.»
Todos diferentes, porque todos têm as suas diferentes personalidades enquanto homens, que os leva forçosamente a reagir de modo diverso às diferentes situações e problemas que lhes são/foram colocados.
Todos iguais, porque todos são/foram conduzidos pelo Espírito Santo, na mesma Doutrina da Igreja Católica.
 
Foi o Espírito Santo que conduziu PioXII na sua acção, durante a Segunda Grande Guerra, salvando vidas de um modo tão subtil, que ainda hoje o acusam de ter colaborado com o regime nazi.
Foi o Espírito Santo que conduziu João XXIII na sua provecta idade, a convocar o Concílio Vaticano II, um dos concílios mais importantes da história da Igreja.
Foi o Espírito Santo que conduziu Paulo VI a sair do Vaticano, viajando pelo mundo, levando a Palavra de Deus.
Foi o Espírito Santo que conduziu João Paulo I a, no seu curto pontificado, ter deixado a imagem de um sorriso que a todos tocou.
Foi o Espírito Santo que conduziu João Paulo II no seu modo de agir, que se revelou tão decisivo na modificação política da Europa do Leste.
Foi o Espírito Santo que conduziu Bento XVI a, numa demonstração de imensa humildade, resignar ao seu pontificado.
É o Espírito Santo que conduz agora Francisco nas suas atitudes e gestos, que tanto admiram, sobretudo, os que vivem fora da Igreja e desconhecem as “surpresas” do Espírito de Deus.
 
Obviamente que tais descrições não esgotam, nem de perto nem de longe, os pontificados destes Papas do meu tempo.
 
Para quê, então, fazer comparações, querendo que uns sejam “bons” e outros não tão “bons”!
É que estas comparações assim feitas com “ligeireza”, longe de edificarem e unirem, apenas destroem e dividem, voltando uns contra outros, como se um católico pudesse ser adepto de um Papa em detrimento de outro!
Claro que podemos ter os nossos gostos, baseados na nossa forma de ser, agir e relacionar com os outros, mas para cada membro da Igreja o Papa é o Sucessor de Pedro, o Vigário de Cristo na terra e como tal o Pastor que nos conduz.
 
Em vez de fazermos estes “exercícios” que para nada servem, demos graças a Deus, porque sempre nos deu o “Pedro” certo, no tempo em que a Igreja dele necessitava e necessita.
 
Já São Paulo nos afirmou na 1ª Carta aos Coríntios:
«Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo… Tudo isto, porém, o realiza o único e mesmo Espírito, distribuindo a cada um, conforme lhe apraz.» 1 Cor 12, 4-11
 
 
Marinha Grande, 19 de Junho de 2013
Joaquim Mexia Alves
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6 comentários:

Paulo disse...

Sim senhor, tens toda a razão no que dizes. Mesmo nós Cristãos "praticantes" caimos nessa tentação de comparar

José Marques Ferreira disse...

Olá Joaquim;

Quem se exprime desta forma, não necessita de comentários.
Pois, como já está dito, uma pessoa, primeiro, é um ser único e irrepetível. Segundo, porque Francisco não é comparável a João Paulo II e a outros, para não alongar a "conversa". Aliás, na exposição que fazes está dito na transcrição de S. Paulo.
De outro modo, todos os Papas não podiam nem deviam ser iguais a Pedro, o primeiro dos primeiros.
E lá andamos nós no meio de tudo isto...

Um ab.
JM Ferreira

Anónimo disse...

O cristianismo não deve ser uma mera casuística de preceitos, que impede a compreensão de que Deus é alegria e generosidade

joaquim disse...

É verdade Paulo.

Um abraço amigo em Cristo

joaquim disse...

Obrigado caro José.

Obviamente!

Um abraço amigo em Cristo

joaquim disse...

Não sei se compreendo bem o comentário do anónimo, mas, obrigado.

Um abraço amigo em Cristo