quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Celebração de Natal da Cúria Diocesana de Leiria-Fátima

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Ontem estive na celebração de Natal da Cúria Diocesana de Leiria-Fátima, no Seminário Diocesano de Leiria, que começou com a Eucaristia, celebrada pelo nosso Bispo D José Ornelas, a que se seguiu de um almoço, que reuniu com o nosso Bispo os sacerdotes e leigos que colaboram mais directamente com a Diocese de Leiria-Fátima.

Fui convidado para tal celebração por causa do trabalho que tenho feito com as pessoas que procuram junto do Tribunal Eclesiástico discernimento para eventuais processos de nulidade dos seus anteriores Matrimónios.
Fruto da minha experiência pessoal, decidi colocar ao serviço dos outros o pouco que sei, ajudando-os a perceber se existem razões para invocar a nulidade dos Matrimónios que celebraram em Igreja e que, infelizmente, pelas mais variadas razões, tiveram um fim.

Mas neste texto que agora escrevo não é desse assunto que quero falar, ou melhor, escrever, mas sim, de como é gratificante colocar as nossas experiências pessoais, os poucos ou muitos talentos que Deus nos dá, ao serviço dos outros em Igreja.

Poder-se-ia pensar que não há uma “gratificação” por esse trabalho, para além daquela que, obviamente, temos por servir a Deus em Igreja.

Mas a verdade é que sentir naqueles que ajudamos a alegria de etapas vencidas, sonhos conquistados, caminhos bem percorridos, e viver essas alegrias com eles, é gratificação maior do que qualquer outra que possamos ter.
A felicidade dos outros torna-nos felizes também.

E percebermos que o caminho que fizemos, e que por vezes foi tão difícil, às vezes até angustiante, com momentos em que, se calhar, nos deu vontade de desistir, afinal se converteu em experiências pessoais ricas, muito ricas, que colocadas ao serviço dos outros e dando resultados positivos, nos fazem viver a alegria que desponta nas suas vidas, porque assim foi a vontade de Deus.

É ajudar um pouco, permitam-me o exagero, a que a vontade de Deus se faça nas vidas daqueles que O procuram verdadeiramente, não para obterem apenas umas quaisquer benesses, mas para O viverem em verdade nas suas vidas.

O acolhimento que tentamos fazer com a maior boa vontade, (e às vezes é tão difícil ouvir histórias repetitivas e frustraçóes sentidas), sendo bom para aqueles que servimos em Igreja, é também uma cura enorme para as nossas impaciências, para as nossas atitudes, por vezes, de autoconvencimento, e assim podermos perceber que somos apenas servos inúteis, que fazemos o que nos é pedido e possível, porque é Ele que, afinal e sempre, faz tudo em todos.

Durante a homilia, o nosso Bispo lembrou-nos a história do galo que anunciava o nascer do sol, convencido que o sol nascia por causa do seu cantar, e que, por isso mesmo, começou a cantar quando muito bem lhe apetecia, até que o dono cansado de tanto cantar “fora de horas” acabou por fazer dele um cozinhado.

Também nós às vezes temos a tentação de pensar que Deus “aparece” porque O anunciamos, quando em verdade Deus existe desde sempre e sempre se faz presente, porque é sempre Deus, porque é sempre Amor, e nós apenas podemos e devemos testemunhá-lO e anunciá-lO com os poucos ou muitos talentos que Ele nos dá.

Por isso apenas nos devemos lembrar sempre das palavras de Jesus Cristo:
«Recebestes de graça, dai de graça.» Mt 10, 8






Marinha Grande, 4 de Janeiro de 2023
Joaquim Mexia Alves

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito obrigada por todas as partilhas.
Um Ano Abençoado em tudo o que for essencial
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