segunda-feira, 26 de julho de 2021

DIA DO MEU PAI

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Neste dia entra em mim uma saudade imensa.

O meu pai faria hoje 122 anos.

Mas é curiosamente uma saudade quase egoísta, pois se a sua ausência fisica me é dolorosa, (é no entanto mitigada pela certeza profunda no meu coração que está junto de Deus), o que mais me faz falta é ouvi-lo, é aprender com ele, é senti-lo nas lições de vida que me/nos dava constantemente.

Quanto mais me lembro do que fazia, das suas atitudes, da sua honestidade levada ao extremo, da sua ética, do seu servir, da sua fé, inquebrantavelmente forte e humilde, da sua generosidade escondida, do seu inenarrável amor pela família, mais o quero imitar, pobre de mim, sem nunca o conseguir.

Mesmo quando estive longe, por terras de África, na guerra ou a trabalhar, sempre senti a sua presença junto de mim como a dizer-me: és meu filho e eu tenho orgulho em ti.

Era “desajeitado” nas suas expressões de amor, mas uma festa dele, (que mais parecia uma palmada), com aquelas suas enormes mãos, era uma ternura inexplicável, que me levava a querer refugiar-me nos seus braços e dali não sair.

Obrigado, meu Deus, pelo pai que me deste e que ainda hoje continua a marcar a minha vida e a servir-me de referência para viver a família, para viver a dignidade do ser, para viver a fé que dá sentido à minha vida.



Monte Real, 26 de Julho de 2021
Joaquim Mexia Alves

1 comentário:

Anónimo disse...

"Era “desajeitado” nas suas expressões de amor, mas uma festa dele, (que mais parecia uma palmada)..."

Uma forma de carinho imenso que certamente lhe tinha e ainda, a o desprender de mimos dispensáveis e assim, fazê-lo tornar-se forte (fortalecê-lo) e porque ciente de que nem sempre a vida é fácil. Lições de, e para a vida, certamente e a isso chamamos de "amor". Bons pais amam assim.

Que hoje, neste dia, se celebre lá no Alto, um "parabéns a você" cantado por todos os Anjos e Santos, Amén.

MC