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Fecho
os olhos por um pouco.
Estou
cansado, Senhor, não fisicamente, mas desta falta de liberdade de não poder ir
onde quiser e estar com quem quiser.
Senhor,
não vou perguntar porquê, porque confio em Ti e acredito que mesmo daquilo que
é mau, Tu retiras sempre um bem.
Podia
aproveitar para rezar um pouco mais, mas a inércia toma conta de mim e deixo-me
arrastar numas Avé Marias, nuns Pai Nossos, e numa rotina paralisante.
Preciso
falar conTigo, assim, olhos nos olhos, contando-Te a minha vida, o que penso, o
que gostaria, se calhar até o meu almoço
ou jantar, sei lá, falar e escutar no coração o Teu riso suave dizer-me com o
Teu humor, que também Tu estás “confinado” desde o inicio a amar-nos com amor
eterno.
Tu
sabes, Senhor, que isto são desabafos, momentos em que quero exigir de mim, o
estar contigo sempre, já que Tu, sei-o bem, nunca falhas ao nosso lado.
No
fundo o que eu Te quero dizer é que Te amo com todo o meu ser, mas queria
dizê-lo com mais palavras, com mais expressões, com mais entrega.
Tu
bem nos avisaste para não repetirmos palavras, só por repetir, mas sim que abríssemos
o coração e o deixássemos fluir em amor por Ti.
Olha,
Senhor, Tu sabes o que quero dizer, Tu sabes o que eu sinto, Tu sabes o que eu
quero viver.
Não,
agora não Te quero pedir nada a não ser sentir o Teu sorriso, sentir a Tua mão,
ouvir o bater do Teu coração e deixar-me levar por Ti, pelos vales tenebrosos
ou pelas planícies verdejantes, desde que eu me sinta ovelha, (com as outras
ovelhas), e Tu o Pastor que me/nos conduz ao silêncio do deserto falado em que
ouço a Tua voz e me deixo repousar nos Teus braços.
É
uma escrita muito confusa, não é Senhor?
Mas
Tu, como sempre, entendê-la-ás e lhe responderás segundo a Tua vontade.
Obrigado,
Senhor, amo-Te com todo o meu ser.
Marinha
Grande, 25 de Junho de 2020
Joaquim
Mexia Alves
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