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Quando em oração ia pedindo ao Espírito Santo que me inspirasse o que deveria escrever sobre Maria, como havia de colocar no papel a minha vivência da devoção a Maria, veio ao meu coração este simples pensamento: «Maria é caminho para Cristo».
Fiquei a pensar nesta verdade, tantas vezes esquecida, mesmo por aqueles que se dizem tão devotos de Maria: «Maria é caminho para Cristo».
É Maria, Ela mesma que nos diz quando nos aproximamos, que Cristo é o tudo, é o todo, e que tudo deve ser apenas caminho para Ele.
Tenho para mim, no meu coração, que Maria nunca se deve ter referido a Jesus, falando com outros, como:”O meu Filho”.
E nunca o deve ter feito porque para Ela, o seu Filho ia muito para além dessa filiação, dessa sua entrega, o seu Filho era o Filho de Deus, Jesus Cristo Nosso Senhor e assim sendo, seu Senhor também.
Tudo em Maria aponta para Cristo, numa vivência perfeita da frase de João Baptista: «Ele é que deve crescer, e eu diminuir» (J0 3,30)
E nós seus devotos, devemos ter sempre isto bem presente no nosso coração, nas nossas atitudes, porque é isto que Ela, a Mãe, quer de nós, ou seja, que através dEla vejamos Cristo, vivamos Cristo, que guardemos no coração (Lc 2, 51), o que dEla nos vem, como forma de melhor chegarmos ao conhecimento de Jesus Cristo.
Porque Cristo é o todo, é o tudo e Maria, (tal como nós), é com Ele também o tudo e o todo, mas só porque Ele o quer assim, mas só porque nEle, em comunhão com Ele, partilhamos o tudo e o todo.
E é isto que Maria quer, que com Ela possamos encontrar o todo e o tudo que Jesus Cristo é.
Maria é Mãe de Jesus Cristo, enquanto Homem, enquanto encarnação de Deus dado aos homens por vontade do Pai, mas Maria sabe em si, no seu coração que Jesus Cristo É, ou seja, que o seu Filho sempre existiu, não teve principio nem tem fim, é verdadeiramente eterno e por isso mesmo Ela é a Serva do Senhor, porque sempre existiu no coração de Jesus Cristo antes mesmo de Jesus Cristo existir no seu coração.
Por isso em Maria tudo é Cristocêntrico, tudo aponta para Cristo e só assim se realiza a vontade de Deus, só assim se realiza a missão de Maria.
Mas muito melhor do que tudo aquilo que eu possa escrever, é a clareza da Doutrina da Igreja Católica tão bem expressa no Capítulo VIII da Constituição Dogmática Lumen Gentium.
66. Exaltada por graça do Senhor e colocada, logo a seguir a seu Filho, acima de todos os anjos e homens, Maria que, como mãe santíssima de Deus, tomou parte nos mistérios de Cristo, é com razão venerada pela Igreja com culto especial. E, na verdade, a Santíssima Virgem é, desde os tempos mais antigos, honrada com o título de «Mãe de Deus», e sob a sua protecção se acolhem os fiéis, em todos os perigos e necessidades (191). … Este culto, tal como sempre existiu na Igreja, embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração, que se presta por igual ao Verbo encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo, e favorece-o poderosamente. Na verdade, as várias formas de piedade para com a Mãe de Deus, aprovadas pela Igreja, dentro dos limites de sã e recta doutrina, segundo os diversos tempos e lugares e de acordo com a índole e modo de ser dos fiéis, têm a virtude de fazer com que, honrando a mãe, melhor se conheça, ame e gloria fique o Filho, por quem tudo existe (cfr. Col. 1, 15-16) e no qual «aprouve a Deus que residisse toda a plenitude» (Col. 1,19), e também melhor se cumpram os seus mandamentos.
67. Muito de caso pensado ensina o sagrado Concílio esta doutrina católica, e ao mesmo tempo recomenda a todas os filhos da Igreja que fomentem generosamente o culto da Santíssima Virgem, sobretudo o culto litúrgico, que tenham em grande estima as práticas e exercícios de piedade para com Ela, aprovados no decorrer dos séculos pelo magistério, e que mantenham fielmente tudo aquilo que no passado foi decretado acerca do culto das imagens de Cristo, da Virgem e dos santos (192). Aos teólogos e pregadores da palavra de Deus, exorta-os instantemente a evitarem com cuidado, tanto um falso exagero como uma demasiada estreiteza na consideração da dignidade singular da Mãe de Deus (193). Estudando, sob a orientação do magistério, a Sagrada Escritura, os santos Padres e Doutores, e as liturgias das Igrejas, expliquem como convém as funções e os privilégios da Santíssima Virgem, os quais dizem todos respeito a Cristo, origem de toda a verdade, santidade e piedade. Evitem com cuidado, nas palavras e atitudes, tudo o que possa induzir em erro acerca da autêntica doutrina da Igreja os irmãos separados ou quaisquer outros. E os fiéis lembrem-se de que a verdadeira devoção não consiste numa emoção estéril e passageira, mas nasce da fé, que nos faz reconhecer a grandeza da Mãe de Deus e nos incita a amar filialmente a nossa mãe e a imitar as suas virtudes.
Compreendo eu agora que, antes de continuar este testemunho da minha vivência da devoção à Santíssima Virgem, me/nos devemos colocar na perspectiva certa, correcta, de acordo com a Doutrina da Igreja Católica do modo como devemos honrar, louvar a Mãe do Céu, sem cairmos em exageros que façam dEla aquilo que Ela não é, nem quer ser, mas que também não diminuam aquilo que Ela é, e tem como missão dada por Deus, ser.
Para fazermos a vontade do Seu Filho, que no-la deu como Mãe, (Jo 19, 26-27), para fazermos a sua vontade que apenas pode ser a vontade do Seu Filho.
(continua)
Fiquei a pensar nesta verdade, tantas vezes esquecida, mesmo por aqueles que se dizem tão devotos de Maria: «Maria é caminho para Cristo».
É Maria, Ela mesma que nos diz quando nos aproximamos, que Cristo é o tudo, é o todo, e que tudo deve ser apenas caminho para Ele.
Tenho para mim, no meu coração, que Maria nunca se deve ter referido a Jesus, falando com outros, como:”O meu Filho”.
E nunca o deve ter feito porque para Ela, o seu Filho ia muito para além dessa filiação, dessa sua entrega, o seu Filho era o Filho de Deus, Jesus Cristo Nosso Senhor e assim sendo, seu Senhor também.
Tudo em Maria aponta para Cristo, numa vivência perfeita da frase de João Baptista: «Ele é que deve crescer, e eu diminuir» (J0 3,30)
E nós seus devotos, devemos ter sempre isto bem presente no nosso coração, nas nossas atitudes, porque é isto que Ela, a Mãe, quer de nós, ou seja, que através dEla vejamos Cristo, vivamos Cristo, que guardemos no coração (Lc 2, 51), o que dEla nos vem, como forma de melhor chegarmos ao conhecimento de Jesus Cristo.
Porque Cristo é o todo, é o tudo e Maria, (tal como nós), é com Ele também o tudo e o todo, mas só porque Ele o quer assim, mas só porque nEle, em comunhão com Ele, partilhamos o tudo e o todo.
E é isto que Maria quer, que com Ela possamos encontrar o todo e o tudo que Jesus Cristo é.
Maria é Mãe de Jesus Cristo, enquanto Homem, enquanto encarnação de Deus dado aos homens por vontade do Pai, mas Maria sabe em si, no seu coração que Jesus Cristo É, ou seja, que o seu Filho sempre existiu, não teve principio nem tem fim, é verdadeiramente eterno e por isso mesmo Ela é a Serva do Senhor, porque sempre existiu no coração de Jesus Cristo antes mesmo de Jesus Cristo existir no seu coração.
Por isso em Maria tudo é Cristocêntrico, tudo aponta para Cristo e só assim se realiza a vontade de Deus, só assim se realiza a missão de Maria.
Mas muito melhor do que tudo aquilo que eu possa escrever, é a clareza da Doutrina da Igreja Católica tão bem expressa no Capítulo VIII da Constituição Dogmática Lumen Gentium.
66. Exaltada por graça do Senhor e colocada, logo a seguir a seu Filho, acima de todos os anjos e homens, Maria que, como mãe santíssima de Deus, tomou parte nos mistérios de Cristo, é com razão venerada pela Igreja com culto especial. E, na verdade, a Santíssima Virgem é, desde os tempos mais antigos, honrada com o título de «Mãe de Deus», e sob a sua protecção se acolhem os fiéis, em todos os perigos e necessidades (191). … Este culto, tal como sempre existiu na Igreja, embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração, que se presta por igual ao Verbo encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo, e favorece-o poderosamente. Na verdade, as várias formas de piedade para com a Mãe de Deus, aprovadas pela Igreja, dentro dos limites de sã e recta doutrina, segundo os diversos tempos e lugares e de acordo com a índole e modo de ser dos fiéis, têm a virtude de fazer com que, honrando a mãe, melhor se conheça, ame e gloria fique o Filho, por quem tudo existe (cfr. Col. 1, 15-16) e no qual «aprouve a Deus que residisse toda a plenitude» (Col. 1,19), e também melhor se cumpram os seus mandamentos.
67. Muito de caso pensado ensina o sagrado Concílio esta doutrina católica, e ao mesmo tempo recomenda a todas os filhos da Igreja que fomentem generosamente o culto da Santíssima Virgem, sobretudo o culto litúrgico, que tenham em grande estima as práticas e exercícios de piedade para com Ela, aprovados no decorrer dos séculos pelo magistério, e que mantenham fielmente tudo aquilo que no passado foi decretado acerca do culto das imagens de Cristo, da Virgem e dos santos (192). Aos teólogos e pregadores da palavra de Deus, exorta-os instantemente a evitarem com cuidado, tanto um falso exagero como uma demasiada estreiteza na consideração da dignidade singular da Mãe de Deus (193). Estudando, sob a orientação do magistério, a Sagrada Escritura, os santos Padres e Doutores, e as liturgias das Igrejas, expliquem como convém as funções e os privilégios da Santíssima Virgem, os quais dizem todos respeito a Cristo, origem de toda a verdade, santidade e piedade. Evitem com cuidado, nas palavras e atitudes, tudo o que possa induzir em erro acerca da autêntica doutrina da Igreja os irmãos separados ou quaisquer outros. E os fiéis lembrem-se de que a verdadeira devoção não consiste numa emoção estéril e passageira, mas nasce da fé, que nos faz reconhecer a grandeza da Mãe de Deus e nos incita a amar filialmente a nossa mãe e a imitar as suas virtudes.
Compreendo eu agora que, antes de continuar este testemunho da minha vivência da devoção à Santíssima Virgem, me/nos devemos colocar na perspectiva certa, correcta, de acordo com a Doutrina da Igreja Católica do modo como devemos honrar, louvar a Mãe do Céu, sem cairmos em exageros que façam dEla aquilo que Ela não é, nem quer ser, mas que também não diminuam aquilo que Ela é, e tem como missão dada por Deus, ser.
Para fazermos a vontade do Seu Filho, que no-la deu como Mãe, (Jo 19, 26-27), para fazermos a sua vontade que apenas pode ser a vontade do Seu Filho.
(continua)
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15 comentários:
Nossa Maria, nossa Mãezinha, Mãe de Deus e nossa Mãe...Que Bênção toda e qualquer meditação sobre Maria! Aquela que nos leva sempre pela mão a Seu Filho Jesus! Abços em Jesus e Maria sempre!
Amigo joaquim,
Mais uma vez, muito obrigado pelas tuas partilhas sobre Maria. Pouco a pouco, vai crescendo a minha compreensão sobre o papel da Mãe de Deus na nossa caminhada como discípulos de Cristo.
"...devemos honrar, louvar a Mãe do Céu, sem cairmos em exageros que façam dEla aquilo que Ela não é, nem quer ser, mas que também não diminuam aquilo que Ela é, e tem como missão dada por Deus, ser."
Estas palavras são deveras esclarecedoras e lúcidas. É muito importante estabelecer um ponto de equílibrio.
Ignacio Larranãga escreveu:" Pretender elevar Maria, apresentando-a na sua vida terrena como que a desfrutar quase uma visão beatífica, é tirar-lhe o mérito e a condição de mulher peregrina na fé, e aliená-la. Uma mariologia excessivamente dedutiva tem o perigo de elevar Maria a vertiginosas alturas triunfalistas, cercando a Mãe de privilégios e prerrogativas que querem ser cada vez mais altos. Há alguns que colocam Maria tão alto e tão longe, que a transformam em semideusa desumanizada."
Grande abraço amigo e fraterno!
Realmente temos que ser devotos mas, como se diz "quanto baste"
Obrigado pela partilha.
Obrigado por esta catequese.
É essencial perceber quem é Maria, para não cairmos no erro de não lhe darmos atenção ou de lhe darmos atenção "a mais"...
Atenção: " a mais" é colocá-La acima do Pai.
beijos em Cristo e Maria
Kenosis
Que Maria, nossa Mãe por ti interceda.
Abraço amigo em Cristo
Amigo Paulo Costa
É o que eu sinto, ou seja, que é muito importante termos Maria mas na dimensão que Ela mesma viveu e não noutra que Lhe queiramos dar e Ela não quer.
Abraço amigo em Cristo
É verdade amigo Paulo, as "coisas" de Deus, e Maria é uma delas, não se vivem nos exageros mas na paz do coração e segundo o que nos foi revelado por Jesus Cristo e é ensinado pela Igreja.
Abraço amigo em Cristo
Olá Maria João
Não só pelo caminho que vivemos que deve ser o certo, mas também pelo testemunho que damos àqueles que andam afastados, como de resto nos chama a atenção a Igreja no seu documento conciliar.
Abraço amigo em Cristo
Olá Joaquim,
Déssemos a mesma importância aos que ainda vivem aqui neste mundo na forma física, como se dá à mãe de Jesus, e viveriamos numa profunda reverência mutua entre nós os que estamos cá.
Seria uma alegria viver numa sociedade assim, é o aqui e o agora que interessa.
Respeito a pessoa de Jesus que viveu neste mundo, e respeito a sua mãe Maria que foi outra pessoa que viveu neste mundo. Respeito todos os antepassados.
Agora fazer deles o centro das minhas experiências neste aqui e agora, não. Não vou por aí. Eu sou um deles, não um seguidores deles. Eu sou outro Jesus, eu sou outra Maria, eu sou outros que se foram, e posso ser nenhum deles ao mesmo tempo, só assim os respeito, só assim os amo. De outra forma, será sempre uma forma idolátrica de olhar outro ser humano.
Até já,
Luís Carlos
Caro Luis Carlos
Ao venerarmos e honrarmos a Mãe de Deus e nossa Mãe, o que devemos com certeza transportar para as nossas vidas é essa entrega dEla pelos outros, pela humanidade.
Por isso mesmo se A tivermos como exemplo vamos fazer exactamente aquilo que dizes, ou seja, respeitarmo-nos e amarmo-nos mutuamente.
Jesus viveu neste mundo, mas está para além deste mundo.
Jesus é, sempre foi e será.
Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem e adorá-Lo, louvá-Lo, e amá-Lo acima de todas as coisas nada tem de idolátrico, mas sim de reconhecimento do Mistério do Deus Incarnado.
E Maria não se adora, venera-se, ama-se, louva-se, pelo que a idolatria está posta de parte.
É aliás isso mesmo o que este texto diz: o cuidado que se deve ter nesta veneração a Maria, nem ser de mais, nem de menos.
Obrigado pela tua visita.
Abraço amigo em Cristo
Aprendi muito com essa catequese! Obrigado por, partilhar e ensinar ao mesmo tempo... nisso consiste nossa missão, de levar a Verdade a toda criatura!
Abraços,
João Batista
Caro João Baptista
Obrigado pelas tuas palavras!
Abraço amigo em Cristo
Tenho vindo a seguir, Joaquim, atenta e com gosto. Também eu te agradeço o que aprendo e aguardo (pacientemente) a continuação.
Abreijos em Cristo e Maria.
Obrigado Malu!
Vamos aprendendo todos, digo eu, porque para escrever também tenho de meditar, de procurar, de viver.
Ah, e obrigado pela paciência, porque o tempo é curto!!!
Abreijos em Cristo e Maria
(Vim ler, Joaquim... isto devagar vai, um bocadinho de cada vez)
Esperemos Jesus Cristo com alegria e amemos a Mãe que no-lo deu à Luz!
Abrajinhos em Cristo e Maria, Sua e nossa Mãe!
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