A escuridão era total!
Abria os olhos desmesuradamente para tentar ver qualquer coisa, mas nada, a escuridão persistia.
Pensou que com a adaptação dos seus olhos ao escuro haveria de conseguir ver alguma coisa, mas não, já tinha passado muito tempo e não conseguia distinguir nada naquela escuridão.
Precisava de andar, de sair dali. Já tinha experimentado algumas vezes mas nada tinha conseguido.
Estendeu os braços para a frente, como protecção contra algum obstáculo e começou a caminhar embora a medo.
Caminhou algum tempo sem ter problemas e começou a confiar que sairia dali sem mais delongas.
De repente foi de encontro a um obstáculo que não foi capaz de identificar, mas com a surpresa do choque e ao virar-se de repente tornou a embater noutro qualquer obstáculo que lhe causou uma grande dor.
Sentou-se a medo no chão e percebeu que tinha de pedir ajuda.
Começou a chamar por alguma pessoa que por ali estivesse, primeiro a medo, depois gritando já quase desesperado.
Mas nada, nada nem ninguém lhe respondia. Se estava por ali alguém não queriam saber dele para nada.
Levantou-se e voltou a caminhar, primeiro devagar, mas ia embatendo em obstáculos, e depois irritado, desesperado, começou a correr em todas as direcções batendo fortemente em tudo quanto eram barreiras e impedimentos de tal modo que já tinha aberto feridas e as dores começavam a ser insuportáveis.
Sentou-se mais uma vez, e com a cabeça entre as mãos chorou amargamente, convulsivamente.
Num desses momentos de choro mais intenso, disse baixinho, como só para si:
«Ó meu Deus, que hei-de fazer?»
Pareceu-lhe ouvir uma voz que dizia:
«Chamaste?»
Mas não, era impossível, não estava ali ninguém e aquele «meu Deus» saído da sua boca não tinha qualquer significado, porque ele não acreditava nessas coisas.
Novamente o desespero tomou conta dele e entre lágrimas voltou a repetir:
«Ó meu Deus, que hei-de fazer?»
Mais uma vez lhe pareceu ouvir:
«Chamaste?»
Estava a enlouquecer, só podia ser isso!
Levantou-se e caminhou mais uma vez apressadamente com as mãos para a frente a proteger-se no escuro, mas de repente sentiu o chão fugir-lhe debaixo dos pés e começou a cair num buraco que parecia não ter fim.
A queda foi brutal e ficou muito magoado, e sobretudo, o seu íntimo encheu-se de medo de voltar a caminhar com receio de cair em mais buracos no caminho.
Desesperado gritou então alto, sem saber muito bem porquê:
«Ó meu Deus, que hei-de fazer?»
Ouviu agora perfeitamente a voz que respondeu:
«Chamaste?»
Sem pensar decidiu responder àquela voz:
«Chamei, quem és tu?»
A voz respondeu:
«Sou alguém que te quer auxiliar, que te pode dar luz para caminhares sem tropeçar, que te pode ajudar a ultrapassar os obstáculos.»
Incrédulo, perguntou:
«Como podes tu fazer isso, se a escuridão aqui é total?».
Respondeu-lhe a voz:
«Eu sou aquele em quem tu não acreditas! Eu sou aquele de quem tu não queres ajuda! Eu sou aquele que tudo posso, desde que confies em mim!»
«És Deus?»
«Tu o dizes!»
O seu coração saltou-lhe no peito!
O que era aquilo, o que é que estava a acontecer?
Tinham-lhe falado tantas vezes em Deus, mas ele nunca tinha querido acreditar, nem sequer constituía objecto dos seus pensamentos.
A vida, pensava ele, cada um fazia-a como queria, por si só!
O problema é que tudo tinha corrido mais ou menos bem até então. Mas agora tinha-se instalado aquela escuridão que não o deixava ver nenhum caminho, nenhum horizonte que não fosse apenas a ausência de luz.
Abriu a boca e falou:
«Mas eu não Te conheço, eu nunca acreditei em Ti! Mas preciso tanto de ajuda!»
Respondeu-lhe a voz:
«E agora, queres acreditar, queres descobrir a verdade, o caminho, a luz, a vida?»
Quase gritou:
«Quero, quero sim meu Deus!»
Este “meu Deus” já lhe saiu da boca quase como uma profissão de fé.
Tinha sido o Único que tinha respondido ao seu apelo, ao seu pedido de ajuda!
Tinha que acreditar, senão estava perdido!
Mas mais do que isso queria acreditar, porque no seu coração sentia que ali estava a salvação.
Ouviu então a voz que lhe dizia:
«Então vê, a tua fé te salvou. Agora vai e não voltes a deixar que a escuridão te envolva.»
De repente tudo se iluminou!
O mundo apareceu-lhe radioso, com todas as cores do arco-íris.
Tudo lhe parecia lindo, tudo lhe parecia perfeito, tudo lhe parecia concorrer para a sua vida, para a sua felicidade.
Sentia uma enorme ânsia de participar naquele e daquele mundo, não para si próprio, mas para viver com todos em harmonia.
No meio de todos aqueles que caminhavam vivendo as suas vidas, reparou que alguns o faziam erraticamente, como se estivessem cegos, como se não tivessem qualquer esperança no seu futuro, como se não enxergassem qualquer horizonte para onde caminhar.
Percebeu então que estavam como ele antes, cegos para a vida verdadeira, fechados em si próprios, caminhando na escuridão para a escuridão, sem qualquer sentido na vida.
Ergueu os olhos ao Céu e disse:
«Obrigado meu Deus, porque agora vejo, porque agora sei no meu coração onde está a verdadeira vida. Mas quero pedir-Te mais uma coisa: ensina-me a mostrar aos outros a luz que Tu és. Quero ir ter com aqueles que vejo caminhar cegos como eu caminhava, e falar-lhes da Luz que Tu és, meu Deus!»
Então Deus respondeu-lhe com um sorriso maior do que o Sol:
«Faça-se a tua vontade, porque ela é a minha vontade. Que todos sejam salvos!»
Abria os olhos desmesuradamente para tentar ver qualquer coisa, mas nada, a escuridão persistia.
Pensou que com a adaptação dos seus olhos ao escuro haveria de conseguir ver alguma coisa, mas não, já tinha passado muito tempo e não conseguia distinguir nada naquela escuridão.
Precisava de andar, de sair dali. Já tinha experimentado algumas vezes mas nada tinha conseguido.
Estendeu os braços para a frente, como protecção contra algum obstáculo e começou a caminhar embora a medo.
Caminhou algum tempo sem ter problemas e começou a confiar que sairia dali sem mais delongas.
De repente foi de encontro a um obstáculo que não foi capaz de identificar, mas com a surpresa do choque e ao virar-se de repente tornou a embater noutro qualquer obstáculo que lhe causou uma grande dor.
Sentou-se a medo no chão e percebeu que tinha de pedir ajuda.
Começou a chamar por alguma pessoa que por ali estivesse, primeiro a medo, depois gritando já quase desesperado.
Mas nada, nada nem ninguém lhe respondia. Se estava por ali alguém não queriam saber dele para nada.
Levantou-se e voltou a caminhar, primeiro devagar, mas ia embatendo em obstáculos, e depois irritado, desesperado, começou a correr em todas as direcções batendo fortemente em tudo quanto eram barreiras e impedimentos de tal modo que já tinha aberto feridas e as dores começavam a ser insuportáveis.
Sentou-se mais uma vez, e com a cabeça entre as mãos chorou amargamente, convulsivamente.
Num desses momentos de choro mais intenso, disse baixinho, como só para si:
«Ó meu Deus, que hei-de fazer?»
Pareceu-lhe ouvir uma voz que dizia:
«Chamaste?»
Mas não, era impossível, não estava ali ninguém e aquele «meu Deus» saído da sua boca não tinha qualquer significado, porque ele não acreditava nessas coisas.
Novamente o desespero tomou conta dele e entre lágrimas voltou a repetir:
«Ó meu Deus, que hei-de fazer?»
Mais uma vez lhe pareceu ouvir:
«Chamaste?»
Estava a enlouquecer, só podia ser isso!
Levantou-se e caminhou mais uma vez apressadamente com as mãos para a frente a proteger-se no escuro, mas de repente sentiu o chão fugir-lhe debaixo dos pés e começou a cair num buraco que parecia não ter fim.
A queda foi brutal e ficou muito magoado, e sobretudo, o seu íntimo encheu-se de medo de voltar a caminhar com receio de cair em mais buracos no caminho.
Desesperado gritou então alto, sem saber muito bem porquê:
«Ó meu Deus, que hei-de fazer?»
Ouviu agora perfeitamente a voz que respondeu:
«Chamaste?»
Sem pensar decidiu responder àquela voz:
«Chamei, quem és tu?»
A voz respondeu:
«Sou alguém que te quer auxiliar, que te pode dar luz para caminhares sem tropeçar, que te pode ajudar a ultrapassar os obstáculos.»
Incrédulo, perguntou:
«Como podes tu fazer isso, se a escuridão aqui é total?».
Respondeu-lhe a voz:
«Eu sou aquele em quem tu não acreditas! Eu sou aquele de quem tu não queres ajuda! Eu sou aquele que tudo posso, desde que confies em mim!»
«És Deus?»
«Tu o dizes!»
O seu coração saltou-lhe no peito!
O que era aquilo, o que é que estava a acontecer?
Tinham-lhe falado tantas vezes em Deus, mas ele nunca tinha querido acreditar, nem sequer constituía objecto dos seus pensamentos.
A vida, pensava ele, cada um fazia-a como queria, por si só!
O problema é que tudo tinha corrido mais ou menos bem até então. Mas agora tinha-se instalado aquela escuridão que não o deixava ver nenhum caminho, nenhum horizonte que não fosse apenas a ausência de luz.
Abriu a boca e falou:
«Mas eu não Te conheço, eu nunca acreditei em Ti! Mas preciso tanto de ajuda!»
Respondeu-lhe a voz:
«E agora, queres acreditar, queres descobrir a verdade, o caminho, a luz, a vida?»
Quase gritou:
«Quero, quero sim meu Deus!»
Este “meu Deus” já lhe saiu da boca quase como uma profissão de fé.
Tinha sido o Único que tinha respondido ao seu apelo, ao seu pedido de ajuda!
Tinha que acreditar, senão estava perdido!
Mas mais do que isso queria acreditar, porque no seu coração sentia que ali estava a salvação.
Ouviu então a voz que lhe dizia:
«Então vê, a tua fé te salvou. Agora vai e não voltes a deixar que a escuridão te envolva.»
De repente tudo se iluminou!
O mundo apareceu-lhe radioso, com todas as cores do arco-íris.
Tudo lhe parecia lindo, tudo lhe parecia perfeito, tudo lhe parecia concorrer para a sua vida, para a sua felicidade.
Sentia uma enorme ânsia de participar naquele e daquele mundo, não para si próprio, mas para viver com todos em harmonia.
No meio de todos aqueles que caminhavam vivendo as suas vidas, reparou que alguns o faziam erraticamente, como se estivessem cegos, como se não tivessem qualquer esperança no seu futuro, como se não enxergassem qualquer horizonte para onde caminhar.
Percebeu então que estavam como ele antes, cegos para a vida verdadeira, fechados em si próprios, caminhando na escuridão para a escuridão, sem qualquer sentido na vida.
Ergueu os olhos ao Céu e disse:
«Obrigado meu Deus, porque agora vejo, porque agora sei no meu coração onde está a verdadeira vida. Mas quero pedir-Te mais uma coisa: ensina-me a mostrar aos outros a luz que Tu és. Quero ir ter com aqueles que vejo caminhar cegos como eu caminhava, e falar-lhes da Luz que Tu és, meu Deus!»
Então Deus respondeu-lhe com um sorriso maior do que o Sol:
«Faça-se a tua vontade, porque ela é a minha vontade. Que todos sejam salvos!»
10 comentários:
Comunhão é partilha.
A vida do cristão tem que ser vivida em comunhão.
Acrescentei a partilha.
;)
Um abraço em Cristo
Lindo! E a candeia não é para ficar escondida, tem que iluminar em redor.
Abreijos em Cristo.
Olá libelinha
Julgo que é a primeira vez que te vejo por aqui.
Sê bem vinda!
Ninguém se salva sozinho, mas pode salvar-se ao ajudar a salvar os outros...
Obrigado pela visita e pelas palavras.
Abraço em Cristo
Bom dia malu
Se ficar escondida falta-lhe o ar e acaba por se apagar...
Obrigado!
Abrajinhos em Cristo
Se não partilharmos, não digamos que somos verdadeiros cristãos...
Cristo é para todos. Não só para nós.
beijos em Cristo
Certissimo amiga Maria João...
Impossivel ser de Cristo e não ser dos outros...
Abreijos amigos em Cristo
Muitas vezes chamamos por Deus, mas sem confiança, sem esperar que Ele esteja ali para nos ajudar nos maus momentos. Somos cegos que não querem ver. Que os nossos olhos se abram para a luz.
Abraço em Cristo Jesus
:)
Fizeste-me arrepiar, Joaquim!
Mas é bem verdade tudo isso!
Quem recebe a luz tem a obrigação de a transmitir aos que ainda a não possuem!
Porque o sol quando nasce é para todos, assim Deus também! E é o exemplo de quem vê que deve guiar quem ainda anda nas trevas!
Abraço em Cristo nossa Luz
Olá Mafaoli
Às vezes chamamos por Ele e Ele responde mas nós não queremos ouvir, porque Ele não nos responde segundo a nossa vontade, porque nós queremos os olhos abertos para vermos o que desejamos e não o que Ele tem para nós.
Sim que os nossos olhos se abram para a Luz para aceitarmos e compreendermos o que Ele quer de nós.
Abraço amigo em Cristo
Olá Fa
Um cego não pode guiar outro cego!
Se eu "vejo" tenho de ajudar os outros a "verem" também...
«Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo,...e sereis minhas testemunhas...»Act 1,8
Abraço amigo em Cristo
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