"Espera Deus de ti que também peças este Dom? Paulo diz aos Coríntios: “Eu desejo que todos faleis em línguas” (1 Cor 14,5) e agradece especialmente a Deus por ele mesmo falar em línguas (v. 18). Por isso ele exorta a que não se impeça o Dom de línguas (v. 39), mas acentua também que este Dom “dado” por Deus não é concedido a todos (1 Cor 12, 28.30). Ele é dado à maioria das pessoas, quando elas estão dispostas a entregar também a Deus a sua própria língua.
Na nossa cultura moderna e racionalista há contudo que ultrapassar determinadas barreiras de medo, quando alguém pede o Dom de línguas: Nós fomos educados a observar-nos constantemente a nós mesmos, a apresentar obras intelectuais, a não nos abandonarmos precipitadamente e sem critica a algo que não conhecemos. Mas, na oração em línguas, devemos primeiramente sair do barco ao qual estamos habituados e que nos dá protecção. Devemos procurar o impossível e caminhar sobre a água, apesar de considerarmos incrível que ela nos suporte. Neste caso, vale também para nós a exclamação de Jesus “Tende confiança; sou Eu, não tenhais medo!” (Mt 14,27).
Pode ser que à primeira vez te excites muito, pois deves realmente atravessar um umbral, deves soltar-te totalmente a ti mesmo, apenas rezar, sem prestar atenção aos sons que produzes. Muitos têm medo, e por isso é uma ajuda quando aqueles que já receberam este Dom rezam em línguas juntamente contigo a primeira vez. A muitos esta oração é dada sem nenhuma emoção interior, quando muito filial e “ingenuamente” se abandonam a Deus. Esta oração de per si não tem nada que ver com extâse e arrebatamento emocional".
(as palavras a negrito são do autor)
"Experiência Fundamental do Cristianismo" - Heribert Mühlen
(A identificação do autor está em "Oração em Línguas" 7)
(continua)
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