segunda-feira, 31 de julho de 2006

CONTINUAÇÃO DA PARÁBOLA DO FARISEU E DO PUBLICANO





Quando o Fariseu terminou a sua oração, meteu a mão no bolso e com aparato tirou uma moeda de ouro que deixou cair com barulho, na caixa das esmolas.

Voltou-se para sair do templo e reparou que o Publicano de cabeça baixa mexia num saco de pano, de onde tirou uma pequena moeda, que com delicadeza depositou na caixa das esmolas.

O Fariseu saiu então do templo e ficou a aguardar o Publicano.

Quando este saiu, humilde e contrito, o Fariseu perguntou-lhe com um ar importante:
- Quanto deste, ali no templo?

O Publicano com a cabeça baixa, respondeu:
- Dei tudo quanto aqui tinha. Tudo o que tenho me veio do Senhor e Ele nunca me falta com o indispensável à minha vida.

Levantando a cabeça, fitou o Fariseu com uns olhos límpidos e calmos, com um sorriso alegre e tranquilo, e dizendo-lhe:
- A paz do Senhor esteja contigo! afastou-se, caminhando.

Reparou o Fariseu na paz e tranquilidade que emanava daquele homem, no amor com que lhe tinha falado e sobretudo na leveza do andar, parecendo que quase não tocava o chão.

No entanto não se deixou comover e pensando para si próprio, disse em voz alta:
- Coitado, pobre homem inculto. Não sabe que eu como sou, praticando a lei rigorosamente, tenho sempre a paz do Senhor comigo.

Começou então a andar no caminho para sua casa, cabeça erguida, nunca dando atenção àqueles que na rua pediam, que o cumprimentavam, que lhe sorriam.

Mas o episódio passado não o deixava sossegado. Que possuía aquele pobre homem, (que ele considerava tão mal), que ele próprio não tinha!

Nunca na sua vida, pensou, tinha conseguido ter tal olhar, tal sorriso ou apresentar aquela paz, aquela tranquilidade, aquele amor.

Parou e sentou-se à beira do caminho com a cabeça entre as mãos, pensando em tudo o que tinha visto e sentido.
De repente, tocaram-lhe no ombro e ao levantar os olhos, deparou com o Publicano que com uma voz doce lhe perguntava:
- Sente-se mal, precisa de ajuda, posso fazer alguma coisa por si?

Mal refeito da surpresa, (e por tanto amor vindo de quem tinha tratado tão mal), deu por si a agradecer e a dizer que não, não precisava de nada, pois entretanto, tinha tido resposta à sua inquietação.

Levantou-se e começou a caminhar em direcção ao templo.

A um pobre homem quase sem roupa, deixou a sua túnica, a outro que tinha fome, deixou as moedas que levava, a um que estava descalço, deixou as suas sandálias, a uma mãe com filhos famintos, como não tinha mais nada com ele, deixou os seus anéis e colares.

Á porta do templo, parou e não entrou. Ajoelhou-se, baixou a cabeça e disse:
- Perdoa-me, meu Deus, que nada sou. Não sou nem digno de entrar no Teu templo, como o Publicano, porque sou muito maior pecador. Acredito na Tua misericórdia e sei que me perdoas, por isso Te peço que me ajudes a mudar de vida, pois também eu reconheço agora, que tudo o que tenho, me vem de Ti e a Ti pertence e que mo deste não só para mim, mas também para ajudar os que precisam. A Ti, Senhor, confio a minha vida, pois sei que com nada me faltarás.

Levantou-se e sentiu imediatamente que o seu olhar era diferente, mais limpo, percebeu que tinha um sorriso alegre na cara e deixou-se envolver por uma paz e tranquilidade, que nunca tinha sentido.

Louvando a Deus, regressou a casa, espalhando alegria e paz pelo caminho e ao chegar, deu a Boa Nova a todos os seus.

No Céu a alegria era imensa e o Bom Pai, nosso Deus, acompanhado do sorriso alegre do Espírito Santo, disse a Jesus Salvador:- Foi boa idéia, Meu Filho, teres-te feito passar por Publicano. Já salvaste mais um homem.

Escrito em 7 de Março de 2000

sexta-feira, 28 de julho de 2006

EM ADORAÇÃO


Obrigado Senhor pelo Teu amor, a Tua bondade infinita, a Tua presença viva no meio de nós.

Olhas para nós Senhor com os Teus olhos ternos, abres os Teus braços infinitos e a todos acolhes no mesmo eterno amor, sem diferenças, nem preferências.

Porque és um Deus assim, que todos criaste iguais no Teu amor e por isso a todos amas de igual modo.

Para Ti não há diferenças entre nós, isso são coisas do mundo.

Não ligas à cultura, ou à falta de conhecimentos, não te interessa a forma de vestir, ou o modo de falar, não olhas àquilo que cada um dá, conforme as suas posses, olhas apenas ao ser individual que criaste, que conheces e amas desde sempre e para sempre, porque em Ti, no Teu coração ele sempre existiu e sempre foi amado, mesmo antes de existir o mundo.

E essa Senhor é a verdade que nos revelas, que amas a cada um individualmente com o mesmo amor, que conheces a cada um tão perfeitamente, (como nós não nos conhecemos), que todos somos diferentes, embora iguais para Ti, que no Teu coração o nosso verdadeiro nome, o nome que Tu nos deste, está inscrito desde sempre e para sempre, e que Te entregaste e morreste por cada um, individualmente também.

Porque é verdade Senhor, que muitas vezes pensamos apenas que amas a humanidade, colectivamente, que Te entregaste e morreste pelos homens no seu conjunto, porque assim Senhor, parece que se dilui a nossa responsabilidade no Teu Sacrifício, parece que diminui a nossa obrigação de Te seguir e viver a Tua vontade, parece que é mais pequeno o nosso pecado, não parece tão necessária a nossa oração, parece que já há tantos na missão a que nos chamaste, que nós já não somos precisos.

Mas Senhor, são desculpas, são pretextos, são formas encapotadas de tentar esconder a verdade.

Verdadeiramente entregaste-Te e morreste por cada um de nós individualmente, e ao fazê-lo, entregaste-Te e morreste por todos.

Mas cada um de nós, individualmente, é responsável pela Tua entrega e pela Tua morte, cada um de nós tem a obrigação individual de Te seguir e viver a Tua vontade para si próprio, cada um de nós tem de carregar o peso do seu pecado, que só a ele diz respeito, cada um de nós tem necessidade da sua oração individual, por ele e pelos outros, cada um de nós tem a missão que Tu lhe deste, expressamente para a sua vida, conforme o estado de vida a que Tu o chamaste.

Senhor como é bom saber que estás aqui, presente para mim, mas como é terrível saber que olhas para mim e que sabes tudo o que eu faço e penso, que me amas com esse amor imenso e que no Teu Coração a chaga se abre cada vez que não correspondo ao que queres de mim, cada vez que olho para o lado e me afasto de Ti, cada vez que tento fazer da minha vontade a Tua vontade.

Quisera Senhor às vezes, esconder-me envergonhado, mas de nada serve, porque Tu estás em todo o lado, tudo vês, e mais difícil ainda, em vez de ralhares e Te zangares comigo por me querer esconder de Ti, escondendo o meu pecado, em vez de assim procederes, Tu Senhor, abres os braços para mim, e num sorriso me dizes e a cada um de nós:

“Procuro-te Meu filho, não para te castigar, mas para te amar mais, para te perdoar e guiar”.

Obrigado Senhor porque não sendo eu nada, não sendo eu ninguém neste mundo, no Teu coração sou o mais importante de todos os meus irmãos, porque todos os meus irmãos são o mais importante para Ti.

Ajuda-me Senhor, a viver em amor com todos os meus irmãos, mas a nunca tentar diluir a minha responsabilidade, a minha missão, desculpando-me com aquilo que os outros fazem, pelo contrário, ajuda-me Senhor a cumprir o que queres para mim, a viver a Tua vontade em mim e a colectivamente dar testemunho do Teu amor por mim, igual ao Teu amor por cada um de nós.

Obrigado Senhor pelas graças deste dia, desta noite, de toda a minha vida, das vidas de todos nós.

Obrigado Senhor pelos que curaste no seu interior e no seu físico e obrigado Senhor por todos aqueles a quem retiveste a doença.

Só Tu sabes Senhor o que é importante e bom para a vida de cada um, porque só Tu conheces o caminho que cada um terá de seguir, para por Tua graça, alcançar a Salvação.

Glória a Ti, Senhor, para sempre pelos séculos sem fim.

Texto escrito numa noite de Adoração ao Santíssimo Sacramento num retiro na Torre d'Aguilha, que senti necessidade de recolocar aqui, como meditação para o fim de semana.

quinta-feira, 27 de julho de 2006

AS NOSSAS FRAQUEZAS 5

Por vezes estamos cheios de "força" para falar aos outros de Deus, de Jesus Cristo, de todas as maravilhas que Ele fez em nós, de como a vida só faz sentido vivida numa entrega ao Espírito Santo, e isso é muito bom, estamos a ser missionários.

Só que muitas vezes na nossa própria casa, mesmo junto a nós existe alguém que precisa de ouvir essas palavras, esse testemunho, nossos pais?, irmãos e irmãs?, filhos e filhas?, sobrinhos e sobrinhas?, colegas de trabalho?, amigos e amigas do dia a dia?, e então parece que as palavras não saem, parece que um medo ou respeito humano se instala em nós e não cumprimos a missão junto do nosso próximo, mais próximo.

Ai o respeito humano, ai o medo de ser "gozado", ai o medo de não ter argumentos, ai o medo de falhar.

E porquê: porque colocamos essa missão como obra nossa, dependente das nossas capacidades, por isso temos esses medos.

Mas a missão não é nossa, é de Deus, é do Espírito Santo, que se quer servir de nós para levar a Palavra aos outros.

Por isso tudo o que fizermos é para a glória de Deus.

Ai como parece fácil!!!

Ensina-nos Espírito Santo, a deixarmos que sejas Tu a falar em nós.

quarta-feira, 26 de julho de 2006

AS NOSSAS FRAQUEZAS 4

Às vezes queremos muito uma coisa, dizer uma coisa ou fazer uma coisa, mas que não nos "parece" estar muito certa.

Procuramos então alguém para nos aconselharmos, seja Sacerdote ou não, e se a resposta é positiva, óptimo avançamos, mas se a resposta é negativa ficamos ali "encrençados" naquilo que queremos e desejamos.

Às vezes até, aquele com quem falámos primeiro, é aquele que sempre ouvimos e seguimos o seu conselho, mas desta vez não, porque não disse aquilo que queriamos.

E então vamos falar com outro, e mais outro, até que a resposta seja aquela que a gente quer.

Por vezes até tentamos fazer a pergunta de modo a que a resposta seja exactamente o que queremos.

O que é "curioso" é que a nossa consciência não se cala.

Assim em vez de fazermos a vontade de Deus acabámos por fazer apenas a nossa vontade, tentando iludir-nos a nós mesmos.

Ensina-nos Senhor, a fazer a Tua vontade.

segunda-feira, 24 de julho de 2006

AS FÉRIAS

Comentário ao Evangelho de Domingo pelo Padre Raniero Cantalamessa - Pregador do Papa.
Retirado de ZENIT

Vinde para um lugar deserto e descansai um pouco
XVI Domingo do tempo comum (B) Jeremias 23, 1-6; Efésios 2, 13-18; Marcos 6, 30-34
Na passagem do Evangelho, Jesus convida seus discípulos a separar-se da multidão, do seu trabalho, e retirar-se com Ele a «um lugar deserto». Ele lhes ensina a fazer o que Ele fazia: equilibrar ação e contemplação, passar do contato com as pessoas ao diálogo secreto e regenerador consigo mesmo e com Deus. O tema é de grande importância e atualidade. O ritmo de vida adquiriu uma velocidade que supera nossa capacidade de adaptação. A cena de Charlot concentrado na linha de montagem em Tempos Modernos é a imagem exata desta situação. Perde-se, desta forma, a capacidade de separação crítica que permite exercer um domínio sobre o fluir, freqüentemente caótico e desordenado, das circunstâncias e das experiências diárias. Jesus, no Evangelho, jamais dá a impressão de estar agitado pela pressa. Às vezes, ele até perde o tempo: todos o buscam e Ele não se deixa encontrar, absorto como está na oração. Às vezes, como em nossa passagem evangélica, Ele inclusive convida seus discípulos a perderem tempo com Ele: «Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco». Ele recomenda freqüentemente que não se agitem. Também o nosso físico, quanto bem recebe através de tais «folgas». Entre essas «pausas», estão precisamente as férias de verão que estamos vivendo [na Europa ndr.]. Elas são, para a maioria das pessoas, a única oportunidade de descansar um pouco, para dialogar de forma distendida com o próprio cônjuge, brincar com os filhos, ler algum bom livro ou contemplar a natureza em silêncio; em resumo, para relaxar. Fazer das férias um tempo mais frenético que o resto do ano significaria arruiná-las. Ao mandamento «Lembrai-vos de santificai as festas», seria preciso acrescentar: «Lembrai-vos de santificar as férias». «Parai (literalmente: vacate, tirai férias!), sabei que eu sou Deus», diz Deus em um salmo (Salmo 46). Um meio simples de fazer isso poderia ser entrar em uma igreja ou em uma capela de montanha, em uma hora onde estiver deserta, e passar um pouco de tempo «solitário» lá, a sós conosco mesmos, a sós frente a Deus. Esta exigência de tempos de solidão e de escuta se apresenta de forma especial aos que anunciam o Evangelho e aos animadores da comunidade cristã, que devem permanecer constantemente em contato com a fonte da Palavra que devem transmitir aos seus irmãos. Os leigos deveriam alegrar-se, não se sentir descuidados, cada vez que o próprio sacerdote se ausenta para um tempo de recarga intelectual e espiritual. É preciso dizer que as férias de Jesus com os apóstolos foram de breve duração, porque as pessoas, vendo-o partir, seguiram-no a pé até o lugar de desembarque. Mas Jesus não se irrita com as pessoas que não lhe dão trégua, senão que «se comove», vendo-as abandonadas a si mesmas, «como ovelhas sem pastor», e começa a «ensinar-lhes muitas coisas». Isso nos mostra que é preciso estar dispostos a interromper até o merecido descanso frente a uma situação de grave necessidade do próximo. Não se pode, por exemplo, abandonar ou estacionar em um hospital, um idoso sobre quem se tem a responsabilidade, para desfrutar de umas férias sem incômodos. Não podemos esquecer das muitas pessoas cuja solidão elas não escolheram, senão que a sofrem, e não por algumas semanas ou um mês, senão por anos, talvez durante a vida toda. Também aqui cabe uma pequena sugestão prática: olhar à nossa volta e ver se existe alguém a quem ajudar a sentir-se menos sozinho na vida, com uma visita, uma ligação, um convite a vê-lo um dia no lugar das férias: aquilo que o coração e as circunstâncias sugiram.

Que nos sirva a todos.
Abraço em Jesus Cristo
Joaquim

AS NOSSAS FRAQUEZAS 3

"Deus manda-nos perdoar, mas não nos manda ser parvos"
"Perdoar, perdoo, mas nunca mais me vês os dentes"
"Perdoo-te agora, mas espera pela volta"

E assim vamos "configurando" a nossa consciência para não perdoarmos verdadeiramente.

Verdadeiramente, perdoar não é esquecer, é poder recordar o facto sem azedume, isto numa linguagem simples.

Se Deus quisesse que esquecessemos não nos teria dado memória.

Perdoar é dar a paz e viver em paz, com o ofensor e connosco próprios.

Perdoar é um acto de vontade que deixamos seja iluminado por Deus.

"Só posso perdoar se ele me pedir perdão": Perdoar parte de mim e não dos outros, posso é com o meu testemunho de perdão levar os outros ao arrependimento.

Se não perdoo "enveneno-me" a mim mesmo.

Jesus, Mestre do perdão, ensina-nos a perdoar.

sexta-feira, 21 de julho de 2006

AS NOSSAS FRAQUEZAS 2


«Tenho que lhe dizer. Sou amigo dele/dela e tenho obrigação de lhe dizer o que o outro/outra anda a fazer ou o que ele/ela "realmente" é.»
É muitas vezes assim que começa a "má lingua", pretendendo convencer-nos que estamos a fazer uma "coisa boa".
E depois contamos, acrescentamos alguma coisa da nossa imaginação, julgamos e comentamos.
Até somos capazes de dizer: "Bem para ser verdadeiro eu não tenho bem a certeza", que é para acalmarmos a nossa consciência, mas a dúvida foi lançada, o mal está feito.
O outro/outra não se podem defender, porque nada sabem. Tudo foi dito nas "suas costas".

«A língua , pelo contrário, ninguém a pode dominar: é um mal incontrolável, carregado de veneno mortal. Com ela bendizemos quem é Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procedem a benção e a maldição.» Tg 3,8-10

Perdoa-nos Senhor e ajuda-nos a ver os nossos defeitos e não os defeitos dos outros, ensina-nos a não julgarmos, para não sermos julgados.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

AS NOSSAS FRAQUEZAS 1

Somos tão rápidos e "seguros" a criticar os outros e as suas obras, e tão lentos e incapazes de aceitar as criticas a nós próprios e àquilo que fazemos.

Ensina-nos Senhor, a Humildade!

quarta-feira, 19 de julho de 2006

PARA QUE NÃO HAJA ORGULHO EM NÓS

«Já não é pelas tuas palavras que acreditamos; nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é verdadeiramente o Salvador do mundo.» Jo 4,42

Por muito bonitas e profundas que sejam as palavras que possamos dizer, se não forem "ungidas" por Ele, de nada valem e de nada servirão.

E as palavras só serão "ungidas" por Ele, se deixarmos o Espírito Santo falar em nós.

Para que não nos orgulhemos.

Vem, Espírito Santo!

terça-feira, 18 de julho de 2006

A QUEM DEVEMOS FALAR

Sou de vez em quando surpreendido, ou talvez não, por alguns comentários que surgem nos blogs Católicos, a roçar o insulto e a falta de educação.

Fico então a pensar se devo ou não dar resposta a esses comentários, ou apenas colocá-los nas minhas orações e pedir a Deus que faça Ele alguma coisa, já que pela violência dos mesmos comentários se percebe que são irmãos/irmãs, que não lhes interessa discutir, ouvir e muito menos aceitar a visão dos outros.

Não estão, não querem ser, mas querem impedir os outros de viverem o que acreditam.

É certo que a verdade sempre incomodou a mentira, que a procura da pureza, seja em que sentido for, sempre provocou a irritação do "facilitismo".

O que faria Jesus?

segunda-feira, 17 de julho de 2006

HÁ DIAS ASSIM

Há dias assim!

Parece que está tudo muito longe, que mesmo que estendamos a nossa mão nada alcançamos.

Parece que estamos sozinhos e nada há à nossa volta.

Apetece-nos gritar: Está aí alguém, alguma coisa???

E apenas o eco do nosso grito nos responde.

Voltamo-nos então para dentro de nós e perguntamos: «E Tu, Tu ao menos estás aí?»

E uma voz doce e suave, cheia de amor, responde: «Eu, Eu estou sempre aqui, nunca te abandono, mesmo quando tu não te encontras.»

Obrigado Senhor, porque ao menos Tu estás sempre nos "nossos dias assim".

quarta-feira, 12 de julho de 2006

CARTA A JESUS 7



Meu querido Jesus

Hoje é Quarta Feira e vem à minha memória a Quarta Feira de Cinzas, o arrependimento, a conversão.

Obrigado, adorado Jesus, porque não permitiste que me perdesse e apesar de ter andado tantos anos longe de Ti, quando foi o Teu tempo me chamas-Te, docemente me fizeste encontrar-Te, me tomas-Te nos Teus braços, me acarinhas-Te, me seduzis-Te, e me fizesTe ter esta intimidade pessoal conTigo de tal maneira intensa que não me posso apartar de Ti.

E obrigado, Jesus, porque não quisesTe saber dos meus muitos, enormes e continuados pecados, mas apenas estendes-Te a mão, olhaste-me nos olhos, (terá sido assim que fizesTe a Pedro daquela vez), e tocado pela Tua ternura, fizesTe o meu coração arrepender-se, voltar-se para Ti e com os olhos cheios de lágrimas, dizer-te. «Perdoa-me Jesus, que eu não sabia o que fazia.»

E logo os Teus braços se abriram, (não Jesus, já estavam abertos), e me abraças-Te com tanto amor, que as minhas barreiras se derreteram e logo decidi que a minha vida Te pertencia, em tudo a que me chamasses.

E agora, amado Jesus, já não peco, já não duvido, já não Te volto as costas nunca?

Ah, Jesus, era tão bom que assim fosse, mas não, continuo pecador, fraco, um pouco incrédulo e às vezes fujo de Ti.

Mas Tu, querido Jesus, não desistes, corres para mim, (porquê Jesus, porque Te voltaste para este nada), e chamas-me, e dizes-me ao ouvido: «Amo-te, quero precisar de ti».

De mim, Jesus, pobre de mim!

Mas aqui estou, adorado Jesus, de mão dada conTigo, no caminho da conversão diária, na luta constante com a minha fraqueza, por Tua graça, Jesus, por Tua graça.

«Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim». Alguma vez Jesus amado, poderei dizê-lo verdadeiramente?

Pede a Tua Mãe que me ajude, que nos ajude neste caminho de conversão, une-me, une-nos, conTigo ao amor do Pai, e encharca-me, encharca-nos do Teu Espírito Santo, porque só na Sua força, a conversão será verdadeira.

Beijo os Teus pés Jesus, porque é a Teus pés que eu quero viver o nosso amor.
Joaquim

terça-feira, 11 de julho de 2006

CARTA A JESUS 6


Meu querido Jesus

Hoje é Terça Feira e como mais uma vez não sei o que a Igreja evoca neste dia dedico-o à família.

Obrigado, Jesus, pela família que me deste, a minha mulher, os meus filhos e filha, a minha nora e o meu genro, os meus dois netos, e também os meus pais, irmãos e irmãs, cunhados e cunhadas, sobrinhos e sobrinhas, todos enfim.

Obrigado, querido Jesus, por me teres feito nascer numa família tradicional, onde os valores cristãos estavam bem arreigados e onde a oração era ensinada como diálogo importante para a vida.

Obrigado, adorado Jesus, pela graça dos filhos e dos netos e porque colocas em mim uma oração permanente por eles.

Mas perdoa-me, amado Jesus, por todas as vezes que me falta a paciência para os filhos mais novos e que me deixo levar pela irritação, que me tolda o entendimento e esconde o amor.

Perdoa-me também por todas as vezes que, conscientemente ou inconscientemente, não abro a minha vida à querida mulher que me deste, e assim não partilhando as minhas tristezas ou preocupações a coloco, ou melhor me coloco fora do Matrimónio que abençoaste.

Oh Jesus, perdoa-me por nem sempre ter a coragem necessária para falar de Ti ao filho e filha, mais velhos e sobretudo pelo fraco testemunho que tantas vezes dou da minha confiança e esperança em Ti.

Perdoa-me, querido Jesus, porque sou às vezes tão rápido a dar conselhos à família e tenho tantas vezes os ouvidos e o coração fechado aos reparos que me fazem.

Amado Jesus, perdoa-me porque evangelizo tanto fora de casa e tantas vezes em casa me coíbo de o fazer.

Perdoa-me Jesus, por fazer tão pouco enquanto a família como Tu a criaste e desejaste é tão atacada e escarnecida.

Ensina-me e ajuda-me, Jesus, a dar verdadeiro testemunho de pai, de avô, de filho, de irmão, de tio, segundo a Tua vontade, para que seja o Teu amor a unir a minha família.

Peço-Te hoje que coloques em mim a graça da entrega que deste a Teu pai na terra, José, para que eu Te saiba ouvir e fazer tudo o que for de Tua vontade.

Pede a Tua Mãe que vele pela minha e todas as famílias, intercede junto ao Pai que não cesse de derramar o Seu amor sobre nós, sobre as famílias, e envia o Teu Espírito Santo aos homens e mulheres deste mundo, para que não ataquem mais a família, mas a defendam e protejam como Igreja de Oração.

A Tua benção, Jesus, ao Teu irmão pequenino, que Te quer viver também em família.

Joaquim

segunda-feira, 10 de julho de 2006

CARTA A JESUS 5


Meu querido Jesus

Hoje é Segunda Feira e eu confesso-te, não sei o que a Igreja evoca neste dia da semana, por isso, amado Jesus, quero falar-Te do “próximo”, do meu irmão, da minha irmã, estejam eles onde estiverem, mas sobretudo os que me estão “próximos”.

Quero pedir-Te perdão, Jesus, porque nem sempre consigo ver nalguns que comigo se cruzam a Tua presença e por isso mesmo, não os consigo amar como Tu queres que eu os ame.

Perdoa-me também, querido Jesus, por nem sempre ter paciência para aqueles que já rotulei de “chatos” e que porventura precisam de mais atenção e carinho.

Às vezes Jesus, colocas no meu caminho os mais necessitados e eu reconheço, nem sempre sou o Bom Samaritano, umas vezes por comodismo, outras até, e aqui muito me envergonho, por repulsa. Perdoa-me Jesus.

E os que estão presos, doentes, famintos e sedentos, quantas vezes não me disponho a visitá-los, a tratá-los, a alimentá-los e a matar-lhes a sede? Perdoa-me Senhor, porque é a Ti que eu não visito, não trato, não alimento, não mato a sede.

E as minhas criticas, os meus julgamentos e às vezes até um pouco de má língua? Perdoa-me, adorado Jesus, que é a Ti que critico, que julgo, de quem digo mal.

E quando me acho melhor que os outros? Pobre de mim, que nada valho. Tem compaixão de mim, Jesus.

E aos que estão sedentos da Palavra, dou eu tempo e entrego-me a Ti para lhes falar, ou finjo que não é comigo, ou ainda me sirvo apenas do “meu saber” para lhes falar e me ufano com isso, em vez de te dar graças por Te quereres servir de mim.

Que fraco eu sou, Jesus. Se não fores Tu a fazer em mim obra nova, nada poderei fazer ou mudar.

Ensina-me a amar com o Teu amor e a reconhecer-Te em todos os meus irmãos e irmãs, sejam eles quem forem.

Pede à Tua e nossa Mãe que me ensine a mar todos por igual, como Ela faz, pede perdão ao Pai, por eu não amar todos os Seus filhos e filhas como a mim mesmo, e derrama, Jesus, o Teu Espírito Santo que me ensine, que nos ensine o amor, a entrega constante, a dádiva total.

Beijo as Tuas chagas, Jesus, e nelas beijo os sofrimentos de meus irmãos e irmãs.

Abençoa, amado Jesus, este Teu irmão pequenino e pecador que quer amar com o Teu amor.
Joaquim

CARTA A JESUS 4

DOMINGO, JULHO 09, 2006

Meu querido Jesus

Hoje é Domingo, o dia em que a Igreja celebra a Tua Ressurreição, o dia em que venceste a morte e nos deste, por Tua graça, a vida eterna.

Vem à minha mente, querido Jesus, o pensamento de alguém que dizia: “Acreditar que Jesus Cristo nasceu, viveu entre nós, passou pela Paixão e Morte na Cruz, é fácil e muitos acreditam, acreditar que Ele ressuscitou é que já é questão de Fé, e por isso muitos não acreditam”.

Eu, por graça Tua, acredito na Tua Ressurreição e por isso Te quero pedir perdão por nem sempre dar testemunho dessa verdade, sobretudo quando me deixo abater com as contrariedades da vida e me apresento triste e sem ânimo. Como posso eu, Jesus amado, ficar triste e abatido, quando acredito que Tu estás sempre comigo, connosco e que ressuscitaste abrindo-nos as portas da vida eterna?

Perdoa-me, adorado Jesus, porque é muitas vezes ao Domingo, que menos rezo, que menos estou contigo, para além da Eucaristia dominical, porque me deixo levar pela preguiça, porque às vezes, calcula Jesus, quase me deixo levar por um sentimento de que o Domingo é dia de descanso em tudo, como se pudesse haver algum cansaço em estar contigo.

Perdoa-me Jesus, porque fico muitas vezes a olhar para o Céu: «Homens da Galileia, por que estais a olhar para o céu?» Act 1,11 e não cuido de Te encontrar em mim e nos outros.

Perdoa-me, amado Jesus, porque às vezes vem a dúvida, a incerteza, o raciocínio humano a querer falar mais alto do que a Fé.

Perdoa-me, querido Jesus, porque às vezes pergunto-me onde Tu estás, quando quero firmemente acreditar que és um Deus sempre presente, como Tu nos prometeste.

Porque é tão fraca a minha Fé? Porque é que às vezes sou tão incrédulo? Porque é que de vez em quando me sinto tão sozinho?

Eu sei, Jesus amado, que Tu estás sempre comigo, eu é que nem sempre estou conTigo. Perdoa-me Jesus.

Lembro-me de uma frase que um dia colocaste no meu coração e que é tão verdadeira: “Não duvido do Teu amor por mim, Jesus, duvido é do meu amor por Ti”.

Quero dizer-Te como os discípulos de Emaús: «Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso.» Lc 24,29 É que assim, Jesus, não haverá noite na minha vida, nas nossas vidas, e a Tua Luz romperá as trevas das nossas noites.

Um beijo a Tua Mãe, senta-me, senta-nos, no colo do Pai, para que nos deixemos envolver no Seu amor, e pelo teu Espírito Santo, concede-me, concede-nos uma Fé forte e perseverante.

Encostado ao Teu peito, peço-Te a Tua bênção, para este Teu irmão pequenino que cada vez mais quer ser apenas Teu.
Joaquim

sábado, 8 de julho de 2006

CARTA A JESUS 3



Meu querido Jesus

Hoje é Sábado, o dia que a Igreja dedica a Maria, a Tua, e por Tua graça, nossa Mãe.

Quero pedir-Te perdão, querido Jesus, porque em determinado tempo da minha vida, me deixei levar, por idéias e pensamentos errados e afastei-me de Tua e nossa Mãe, magoando assim com certeza o Teu e o Seu coração.

Permite Jesus, que nesta carta de hoje, eu me dirija à Tua e nossa Mãe.

Minha querida Mãe, obrigado por estares sempre tão preocupada comigo e connosco, de tal modo, que não deixas de pedir por nós a Teu Filho Jesus.

Obrigado por de vez em quando vires até nós, aparecendo para nos avisares, nos dares conselhos, nos ensinares o caminho para o Teu Filho e nos chamares ao amor entre nós.

Perdoa, querida Mãe, todas as vezes que fujo de Ti, todas as vezes que largo a Tua mão e parto sozinho a atravessar a estrada da vida e obrigado Mãe, por de imediato correres atrás de mim para eu não me perder, nem magoar.

Perdoa, querida Mãe, todas as vezes que não ouço o Teu conselho, «Fazei o que Ele vos disser» Jo 2,5 e faço antes o que eu quero.

Perdoa, querida Mãe, todas as vezes que não ajudo os Teus outros filhos e filhas, meus irmãos e irmãs, causando assim tristeza no Teu coração.

Minha querida Mãe, guia-me e ensina-me a dizer Sim, como Tu disseste e a viver na humildade de nada ser, para que Cristo seja tudo em mim.

Adorado Jesus, perdoa-me por tantas vezes fechar os meus ouvidos à Tua Palavra, «Eis a tua mãe» Jo 19, 27, e não acolher a Tua Mãe como minha Mãe.

Beijo as Tuas mãos Mãe, e peço, dá-me a Tua mão e não deixes que te fuja, para que me deixe conduzir a Teu Filho Jesus.

Oh Jesus, pede por mim e por todos, junto ao Pai de amor e que o Teu Espírito Santo nos mostre a beleza da Mãe que nos quiseste dar.

Abençoa, adorado Jesus, este Teu irmão pequenino, que se prostra a Teus pés.
Joaquim

Aconselho a leitura do comentário do Pe Cantalamessa, no ZENIT, ao Evangelho de Domingo.

sexta-feira, 7 de julho de 2006

CARTA A JESUS 2


Meu querido Jesus

Hoje é Sexta Feira, o dia em que a Igreja celebra a Tua Paixão, a Tua entrega por nós pecadores, para nos libertares da lei do pecado e da morte.

Oh meu Jesus, perdoa-me em primeiro lugar porque a recordação, a vivência da Tua Paixão, devia ser constante em mim, para sempre Te adorar, e amar cada vez mais e, no entanto, vivo tantos dias sem sequer me lembrar que Tu morreste por mim.

Perdoa-me, também, porque muitas vezes me deixo levar por este pensamento de que morreste por todos nós, e assim tento diluir a minha culpa, na culpa colectiva, “fugindo” a enfrentar o meu pecado pessoal.

Meu querido Jesus, perdoa-me por tantas vezes não querer transportar a minha cruz, por tantas vezes deixar que Tu, Jesus, carregues sozinho a Tua e a minha cruz.

E quando me revolto, quando não aceito, quando respondo, às vezes com raiva, às contrariedades, às humilhações, às dores, incompreensões e sofrimentos?
Perdoa-me, amado Jesus, e lembra-me sempre que tudo isso passaste por mim, e não Te revoltaste, não protestaste, e mais do que isso tudo perdoaste.

Às vezes sou chamado a ser o Cireneu, a ajudar a transportar a cruz dos meus irmãos, onde Tu estás, e olho para o lado e faço de contas que não é comigo.
Perdoa-me, adorado Jesus.

Não leves em conta todas as vezes que não recebo a Tua Mãe em minha casa e não ouço os seus conselhos e não me deixo guiar pela sua mão. Ensina-me, Jesus, a ser seu filho, como disseste a João.

Apesar dos meus pecados, querido Jesus, permite que eu me abrace à Tua Cruz e «complete na minha carne o que falta às tribulações de Cristo, pelo seu Corpo, que é a Igreja». Cl 1,24

Beija por mim a Nossa Mãe, coloca-me ainda mais, se possível, no amor do Pai, e mais uma vez, meu bom Jesus, não Te esqueças de me dar, de nos dar, uma porção redobrada do teu Espírito Santo, que me ensine e a todos nós a viver em amor e entrega a Tua Paixão.

Fica comigo, Jesus, e abençoa este Teu irmão pequenino que Te quer amar com toda a vida que lhe deste.
Joaquim

quinta-feira, 6 de julho de 2006

CARTA A JESUS 1


Meu querido Jesus

Hoje é Quinta Feira, dia em que a Igreja relembra a instituição da Eucaristia, a graça imensa que nos quiseste dar, durante a Última Ceia.

Por isso mesmo, querido Jesus, te quero pedir perdão por todas as vezes em que participo na Santa Missa e apenas está presente o meu corpo, porque a minha cabeça, os meus pensamentos, vagueiam pelos meus problemas do dia a dia, por tantas situações que nada têm a ver com aquele momento, e não me deixo envolver na Tua presença de amor.

Peço-Te perdão, também, por todas as vezes em que Te recebo como alimento para a vida eterna, e o faço de um modo rotineiro, quase não dando conta do extraordinário Mistério que nos deixaste para nossa Salvação.

Peço-Te perdão ainda, querido Jesus, porque às vezes, depois de Te receber em mim, em vez de Te adorar, amar e louvar, apenas penso em pedir, pedir para mim e para os outros, querendo mais ser consolado do que consolar.

Querido Jesus, perdoa-me também, porque às vezes tenho tanta pressa em me ir embora, que quase não deixo a Santa Missa acabar, e sobretudo não Te agradeço a graça de mais uma Eucaristia a que me chamaste a participar, para por mim e por todos Te entregares.

Tem piedade, querido Jesus, eu creio em Ti, eu confio em Ti e agradeço-Te pelo Teu infinito perdão.

Dá um beijo a tua Mãe e diz-lhe que eu confio muito nEla, intercede por mim junto do Pai Criador e não Te esqueças, querido Jesus, de derramares em mim, e em todos como eu, fracos e pecadores, o Teu Espírito Santo.

Um abraço e um beijo deste Teu irmão muito pequenino, que Te quer amar cada vez mais e Te pede a Benção.
Joaquim

quarta-feira, 5 de julho de 2006

"PARÁBOLA" DAS DUAS PORTAS


(Pecado e Confissão)

Um homem muito atarefado, que mal tinha tempo para se alimentar, conheceu um Senhor muito bom, que lhe fez a seguinte proposta:

“Se mantiveres a porta da frente de tua casa sempre aberta, todos os dias te virei alimentar, sem nada te pedir em troca, a não ser, que mantenhas fechada a porta das traseiras e não a abras por motivo algum”.

Pareceu àquele homem que era uma boa proposta, e assim, pondo de parte o receio, decidiu entregar-se nas mãos daquele Senhor, passando a deixar a porta da frente de sua casa sempre aberta e confiando inteiramente todos os seus bens e inclusive a sua vida, àquele que lhe tinha feito tal proposta.

Constatou imediatamente que nunca lhe faltava alimento, que todos os seus bens estavam bem utilizados, e que eram para si fonte de alegria e não motivo de preocupação, com receio de os perder.

Constatou também que a vida lhe corria melhor, que as contrariedades continuavam a existir, mas que a presença constante, sem imposição, daquele Senhor, lhe transmitia paz, tranquilidade, confiança, esperança e muito amor.

Um dia, (a curiosidade foi mais forte), quis espreitar a parte de trás de sua casa e distraído deixou aberta a porta das traseiras.

Passado pouco tempo, estando na sala a descansar, viu surgir junto de si, um individuo elegante, bem vestido, confiante, de falas doces e sedutoras.

Em vez de o mandar sair de imediato, (visto que tinha entrado em sua casa sem pedir licença), deu-lhe ouvidos e começou a interessar-se pelo que este lhe dizia.

Disse-lhe então o individuo, que o alimento que ele estava a receber era bom, sim senhor, mas não dava muito prazer ao corpo e que ele reparasse bem, pois afinal os seus bens que tanto lhe custavam a ganhar, eram utilizados por todos, o que no entender do individuo, não era justo, pois se tinha sido ele e só ele, sem a ajuda de ninguém, a adquiri-los com tanto esforço, só ele, então, se deveria servir deles.

Afirmou ainda o individuo, que o homem sozinho e sem nenhum cansaço, poderia preparar um alimento muito melhor todos os dias, e que não se deveria preocupar porque ele o ajudaria em tudo.

Apenas lhe pedia que fechasse a porta da frente da sua casa, para não serem incomodados pelo Senhor e mantivesse sempre aberta a porta das traseiras, para que ele pudesse entrar sempre e a qualquer hora, para assim o poder ajudar.

Levado pela conversa do outro, o homem assim fez.

Ao principio tudo parecia correr bem. O homem andava feliz e contente, e embora a sua cabeça estivesse um pouco perturbada e não conseguisse pensar direito, o corpo andava cheio de prazer e engordava a olhos vistos.

Reparou então, que o individuo, em vez de pedir licença para entrar todos os dias, (como fazia o Senhor anteriormente), já se tinha instalado em sua casa e impondo a sua presença, punha e dispunha de todas as suas coisas, sem nada lhe perguntar.

Começou também a reparar, que embora o prazer corporal fosse bem maior, os seus pensamentos eram mais frios, sombrios, e que a paz, tranquilidade, amor e boa companhia que antes sentia já não existia, e no seu lugar se tinham instalado a dúvida, o nervosismo, a tristeza, a solidão e o medo de perder os seus bens.

Decidiu então expulsar o “novo amigo”, mas isso tornou-se tarefa muito difícil, porque ele não queria sair de sua casa e revelando-se muito insistente, fez novas promessas de felicidade e também algumas ameaças, como se a vida dele já lhe pertencesse.

Assustado, decidiu procurar o Senhor, pedindo-lhe que voltasse para sua casa, e também que o ajudasse a libertar-se daquele “amigo” tão incomodo e que já lhe inspirava tanto medo.

O Senhor e verdadeiramente seu único amigo recebeu-o de braços abertos e disse-lhe:

“Não tenhas medo, que eu também quero voltar à nossa tão antiga amizade, mas para isso tens de fazer duas coisas”:
“A primeira é, (sem medo, porque eu estou contigo), expulsar esse individuo para fora da tua vida e fechar definitivamente a porta das traseiras da tua casa.
A segunda, (imprescindível, pois sem a satisfazeres não poderei regressar), é que procures um dos meus agentes, e eu tenho-os em todos os sítios, converses com ele, contando-lhe toda a história, como se passou e tudo o que fizeste durante todo o tempo em que estiveste com esse individuo, e lhe digas que sabes agora que estavas enganado e que procedeste mal.
Posso afirmar-te, que se o meu agente confirmar que estás verdadeiramente arrependido e decidido a não mais abrir a porta das traseiras, não terá dúvidas, a em meu nome te perdoar, e assim será imediato o meu regresso”.

O homem assim fez, e finda a conversa com o agente daquele Senhor, verificou com alivio, que a alegria, a paz, a tranquilidade, a esperança, o amor tinham voltado à sua vida, à sua casa, que os seus bens já não lhe causavam qualquer preocupação e que, sobretudo, o alimento que de imediato lhe começou a ser dado, tinha muito mais gosto, reparando ainda que esse gosto se mantinha permanente nele e não era causa de tristeza ou solidão, mas sim de alegria, paz e amor.
Grato ao seu Senhor, tomou a decisão de fechar e barricar a porta das traseiras com tudo o que o seu Senhor lhe fornecesse e estivesse ao seu alcance, resolvendo nunca mais dar ouvidos a quem com sedução o quisesse enganar.

Escrito em 11 de Janeiro de 2001

MEDITAÇÃO

Do Evangelho de hoje 5 de Julho

«Toda a cidade saiu ao encontro de Jesus e, vendo-o, rogaram-lhe que se retirasse daquela região». Mt 8,34

Hoje é a Europa, não toda graças a Deus, que pede a Jesus que se retire desta região, para que não "incomode", e a sociedade possa viver o egoismo, o individualismo, a promiscuidade, os prazeres mundanos, sem se incomodar com os outros e muito menos com Deus, a Salvação e a vida eterna.

Fica connosco Senhor !

Bom dia para todos na paz de Jesus.

terça-feira, 4 de julho de 2006

EUCARISTIA


Eucaristia, Fonte de Vida.

EXORTAÇÃO

Leitura breve da Oração de Laudes de hoje

«Pois a salvação está agora mais perto de nós do que quando começámos a acreditar. A noite adiantou-se e o dia está mais próximo. Despojemo-nos, por isso, das obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz. Como quem vive em pleno dia, comportemo-nos honestamente». Rm 13, 11b,12-13a
Sejamos transparentes! Não haja nada escondido em nós! Sejamos a imitação de Cristo! Sejamos «sal da terra e luz do mundo».
Bom dia na paz de Jesus.

segunda-feira, 3 de julho de 2006

CRISTÃOS ADORMECIDOS

No Evangelho deste Domingo, Jesus diz àquela gente, sobre a filha do chefe da sinagoga:
«A menina não morreu, está a dormir».
Nestes tempos conturbados em que tanto é preciso o testemunho e firmeza dos cristãos, Jesus também olha para nós e diz para o Pai: «Não estão mortos, estão a dormir».
E diz a cada um de nós também: «Joaquim, Maria, António, etc, sou Eu que te digo: levanta-te
E não nos manda dar de comer, mas Ele Mesmo Se oferece como alimento, Ele Mesmo derrama em nós o Espírito Santo, para que o testemunho em nós seja verdadeiro, para que a nossa Fé seja forte e perseverante, para que «Todos fiquem assombrados»vers.42.
Não deixemos que «façam troça de Jesus» vers.40, deixemos a "nossa vidinha" rotineira de cristão cumpridor da Lei apenas no minimo que Ela exige e levantemo-nos em oração, em testemunho, em Fé perseverante, em entrega permanente.
«Talitha qûm»!
Sim Senhor, eu quero levantar-me, eu quero caminhar, eu quero entregar-me!
Ensina-me Senhor, porque eu nada sou e nada sei, mas com o Teu Espírito Santo, «posso mover montanhas».
Glória a Ti Senhor, pelos séculos sem fim.