domingo, 28 de março de 2010

40º DIA DA QUARESMA - CARTA A JESUS NUM DOMINGO

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Meu querido Jesus

Hoje é Domingo, o dia em que a Igreja celebra a Tua Ressurreição, o dia em que venceste a morte e nos deste, por Tua graça, a vida eterna.

Vem à minha mente, querido Jesus, o pensamento de alguém que dizia: “Acreditar que Jesus Cristo nasceu, viveu entre nós, passou pela Paixão e Morte na Cruz, é fácil e muitos acreditam, acreditar que Ele ressuscitou é que já é questão de Fé, e por isso muitos não acreditam”.

Eu, por graça Tua, acredito na Tua Ressurreição e por isso Te quero pedir perdão por nem sempre dar testemunho dessa verdade, sobretudo quando me deixo abater com as contrariedades da vida e me apresento triste e sem ânimo.
Como posso eu, Jesus amado, ficar triste e abatido, quando acredito que Tu estás sempre comigo, connosco e que ressuscitaste abrindo-nos as portas da vida eterna?

Perdoa-me, adorado Jesus, porque é muitas vezes ao Domingo, que menos rezo, que menos estou contigo, para além da Eucaristia dominical, porque me deixo levar pela preguiça, porque às vezes, calcula Jesus, quase me deixo levar por um sentimento de que o Domingo é dia de descanso em tudo, como se pudesse haver algum cansaço em estar contigo.

Perdoa-me Jesus, porque fico muitas vezes a olhar para o Céu: «Homens da Galileia, por que estais a olhar para o céu?» Act 1,11 e não cuido de Te encontrar em mim e nos outros.

Perdoa-me, amado Jesus, porque às vezes vem a dúvida, a incerteza, o raciocínio humano a querer falar mais alto do que a Fé.

Perdoa-me, querido Jesus, porque às vezes pergunto-me onde Tu estás, quando quero firmemente acreditar que és um Deus sempre presente, como Tu nos prometeste.

Porque é tão fraca a minha Fé? Porque é que às vezes sou tão incrédulo? Porque é que de vez em quando me sinto tão sozinho?

Eu sei, Jesus amado, que Tu estás sempre comigo, eu é que nem sempre estou conTigo. Perdoa-me Jesus.

Lembro-me de uma frase que um dia colocaste no meu coração e que é tão verdadeira: “Não duvido do Teu amor por mim, Jesus, duvido é do meu amor por Ti”.

Quero dizer-Te como os discípulos de Emaús: «Fica connosco, pois a noite vai caindo e o dia já está no ocaso.» Lc 24,29
É que assim, Jesus, não haverá noite na minha vida, nas nossas vidas, e a Tua Luz romperá as trevas das nossas noites.

Um beijo a Tua Mãe, senta-nos, senta-me, no colo do Pai, para que nos deixemos envolver no Seu amor, e pelo Espírito Santo, concede-nos, concede-me uma Fé forte e perseverante.

Encostado ao Teu peito, peço-Te a Tua bênção, para este Teu irmão pequenino que cada vez mais quer ser apenas Teu.

Joaquim
09.07.06

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Amanhã prossegue a meditação quaresmal no Nova Civilização da Gisele.
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terça-feira, 23 de março de 2010

COREI DE VERGONHA!

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Paquistão: casal cristão nega a converter-se e é alvo de violência
ROMA, segunda-feira, 22 de março de 2010 (ZENIT.org). – Por se negarem a converter-se ao Islão, um casal cristão foi alvo de brutal violência por parte de extremistas muçulmanos, que aparentemente agiram com o apoio de polícias. O homem, Arshed Masih, foi queimado vivo e sua esposa, Martha Masih, violentada, enquanto seus três filhos, com idades entre 7 e 12 anos, foram obrigados a assistir a seus pais serem brutalizados.
O terrível episódio ocorreu no dia 19 de Março em Rawalpindini, próximo da capital paquistanesa Islamabad, na propriedade de Sheikh Mohammad Sultan, um empresário muçulmano rico, para quem Arshed e Martha Masih trabalhavam.
Segundo a AsiaNews, em Janeiro líderes religiosos fundamentalistas e Mohammad Sultan impuseram a conversão forçada de toda família Masih ao Islão. Diante de sua recusa, os extremistas prometeram-lhes “terríveis consequências”.
Em razão das ameaças, Arshed Masih manifestou sua intenção de deixar a propriedade de seu empregador com a sua família, mas Sultan prometeu “matá-lo” caso tentasse.
Na semana passada, as tensões acirraram-se quando Mohammad Sultan accionou a polícia para reportar o suposto roubo de 500 mil rúpias (cerca de 6 mil dólares) da sua casa, acusando a família Masih de envolvimento e exigindo, mais tarde, que se convertessem para que a queixa fosse retirada. Mais uma vez, o casal recusou-se.
Na sexta-feira passada, o casal foi finalmente atacado por um grupo de extremistas que, de acordo com fontes locais, incluía diversos polícias. Enquanto parte do grupo ateava fogo ao corpo de Masih, alguns dos oficiais de polícia violaram Martha.
Arshed, de 38 anos, permanece internado em estado gravíssimo no hospital da Sagrada Família de Rawalpindi, onde também se encontra a sua esposa Martha. Ele tem mais de 80% do corpo queimado e, segundo os médicos, “tem poucas chances de sobreviver”.
O governo da província de Punjab ordenou uma investigação sobre o ocorrido. “Os culpados serão presos”, garantiu Rana Sanaullah, ministro da justiça do governo local.
Após o crime, diversas manifestações de protesto por parte da comunidade cristã foram registadas nos arredores de Rawalpindi e Lahore.
Até o momento ninguém ainda foi preso.


Hoje ao ler esta notícia na ZENIT, corei de vergonha!

Vivemos num país onde ainda é livre a expressão religiosa e no entanto fazemos pouco ou nenhum uso dela.

Quando a nossa Fé é atacada por todos os lados, desde as notícias parciais e dirigidas na comunicação social, a um Estado que teima em fazer e aprovar leis que vão ao arrepio de todo um passado cultural e religioso do nosso povo, nós calamo-nos e não resistimos, ao menos com um testemunho credível de Fé.

Quando a Igreja é atacada, ofendida, quando a família é mutilada e desprezada por um Estado e seus Partidos, que se dizem laicos, mas apenas se assanham contra a religião cristã e católica, nós cristãos portugueses e até a hierarquia da nossa Igreja, calamo-nos ou damos respostas tímidas e envergonhadas, tentado viver de bem com Deus e o Diabo.

Quando até a Bíblia, Palavra de Deus, e os Sacramentos são vilipendiados e nós cristãos católicos somos apelidados de tudo e mais alguma coisa, por uma minoria activa e protegida pelo poder, na sociedade portuguesa, calamo-nos e timidamente nada fazemos, e às vezes até ajudamos, criticando a Igreja e colocando em causa a Doutrina.
E no entanto, aquele casal de indianos cristãos, no meio da falta de liberdade, ameaçados na sua própria vida, sem qualquer protecção, nem mesmo da polícia, não se envergonham, não recuam, não pactuam, não se deixam intimidar, e corajosamente, como verdadeiros filhos de Deus, afirmam a sua Fé e confiam-se à misericórdia de Deus, que não lhes faltará nunca, porque não pode faltar, pois foi Ele mesmo quem disse:
«Digo-vos ainda: Todo aquele que se declarar por mim diante dos homens, também o Filho do Homem se declarará por ele diante dos anjos de Deus. Aquele, porém, que me tiver negado diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus.»
Lc 12,8-9

De nós cristãos envergonhados, tíbios, mornos, ninguém falará, ninguém testemunhará, será uma geração sem rumo, sem sentido e fraca nas suas convicções e atitudes, uma geração de cristãos católicos que pelos vistos só o é por tradição e não por convicção, por Fé verdadeira.
Daqueles, como aquele casal, todos falarão, ficarão na história, serão companheiros fiéis dos mártires, e todos, todos, até aqueles que não acreditam, se deixarão admirar pelo seu testemunho de Fé, de Esperança, de Caridade.

E que não se façam comparações com outras atitudes que poderiam parecer iguais, mas não o são!
É que uns violentam, violentam-se, matam e matam-se pelo seu Deus, mas estes são violentados, são mortos porque dão testemunho do seu Deus e assim alcançam a vida eterna no seu Deus, que também já se entregou por eles, e por todos nós.

Corei de vergonha, hoje ao ler esta notícia!
Espero que não seja o único!

Monte Real, 23 de Março de 2010
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Grande consolação, para quem faz tão pouco, quando me coloco diante do testemunho acima descrito.
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sábado, 20 de março de 2010

CARTA A JESUS NUM SÁBADO

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Meu querido Jesus

Hoje é Sábado, o dia que a Igreja dedica a Maria, a Tua, e por Tua graça, nossa Mãe.

Quero pedir-Te perdão, querido Jesus, porque em determinado tempo da minha vida, me deixei levar, por ideias e pensamentos errados e afastei-me da Tua e nossa Mãe, magoando assim com certeza o Teu e o Seu coração.

Permite Jesus, que nesta carta de hoje, eu me dirija à Tua e nossa Mãe.

Minha querida Mãe, obrigado por estares sempre tão preocupada comigo e connosco, de tal modo, que não deixas de interceder por nós junto a Teu Filho Jesus.

Obrigado, Mãe, pelo teu Sim incondicional, numa entrega total à vontade do Pai, um Sim de toda uma vida, na entrega humilde e silenciosa a Jesus Cristo, teu Filho, que se fez em Ti, Homem como nós.

Obrigado, Mãe, porque nesse teu Sim, talvez não o soubesses ainda, mas já nos tinhas a todos no teu coração.

Obrigado, Mãe, porque não desistes de nós, e te vais oferecendo como mensageira a teu Filho para nos avisares, nos dares conselhos, nos ensinares o caminho e chamares ao amor entre nós.

Perdoa, querida Mãe, todas as vezes que fujo de Ti, todas as vezes que largo a tua mão e parto sozinho a atravessar a estrada da vida e obrigado Mãe, porque de imediato corres atrás de mim para eu não me perder, para eu não me ferir nem magoar nos caminhos da vida.

Perdoa, querida Mãe, todas as vezes que não ouço o teu conselho, «Fazei o que Ele vos disser» Jo 2,5 e faço antes o que eu quero.

Perdoa, querida Mãe, todas as vezes que não ajudo os teus outros filhos e filhas, meus irmãos e irmãs, causando assim tristeza no teu coração.

Minha querida Mãe, guia-me e ensina-me a dizer Sim, como Tu disseste, e a viver na humildade de nada ser, para que Cristo seja tudo em mim.

Adorado Jesus, perdoa-me por tantas vezes fechar os meus ouvidos à Tua Palavra, «Eis a tua mãe» Jo 19, 27, e não acolher a Tua Mãe como minha Mãe.

Beijo as tuas mãos Mãe, e peço-te: Dá-me a tua mão e não deixes que te fuja, para que me deixe conduzir por Ti a teu Filho Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador

Oh Jesus pede por mim e por todos junto do Pai de amor, e que o Espírito Santo nos mostre a beleza da Mãe que, por amor, nos quiseste dar.

Abençoa, adorado Jesus, este Teu irmão pequenino, que se prostra a Teus pés.

Joaquim

08.07.06
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sexta-feira, 19 de março de 2010

31º DIA DA QUARESMA - SÃO JOSÉ, ESPOSO DA VIRGEM SANTA MARIA - DIA DO PAI

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Evangelho segundo S. Mateus 1,16.18-21.24.

Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo.
Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha concebido pelo poder do Espírito Santo.
José, seu esposo, que era um homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente.
Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.»
Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor, e recebeu sua esposa.



Hoje é dia do pai!
É um pouco o meu dia também, porque sou pai e avô.

Desde há uns dias que meditava neste tema do dia do pai, pedindo ao Espírito Santo que me ajudasse a discernir o que seria necessário eu meditar, partilhando.

E as horas passavam e não me vinha ao coração, nem à mente, nada de muito bonito e profundo, (julgava eu), para meditar, para partilhar.
Pensava já recorrer a textos antigos, e lê-los, meditando-os no presente, quando recebi um mail de uma amiga de fé, a Malu, que me contava o que abaixo transcrevo, mesmo sem lhe pedir licença!

«Aqui há uns tempos, um amigo meu, andou a fazer um trabalho religioso e escrito, e precisou fazer alguma pesquisa. Então andou a perguntar a amigos e na rua também, sobre quem era Deus. Muita resposta filosófica recebeu...
Depois alegrou-se quando uma criança lhe respondeu prontamente:
- Deus...? Ora, Deus é meu Pai!!
Ele gravou as conversas e depois apagou muitas e esta deu-me a ouvir.
Ele ainda testou o miúdo e perguntou-lhe: E então quem é o teu pai - tu não tens pai? Mas a criança não se ficou e disse que sim, que tinha, mas que esse também era filho do Pai.
É claro que houve risota aí e sai nova pergunta: "Espera aí, então tu és irmão do teu pai?"
- Ah, pois sou! E você também é porque Jesus é nosso irmão, não sabia?!»

Bonito e profundo?
Que há de mais bonito e profundo que a simplicidade do amor na boca de uma criança?

Como, perante este episódio, é tão fácil interpretar as palavras de Jesus:

«e disse: «Em verdade vos digo: Se não voltardes a ser como as criancinhas, não podereis entrar no Reino do Céu.» Mt 18,3
«Respondeu Jesus: «Sim. Nunca lestes:
Da boca dos pequeninos
e das crianças de peito
fizeste sair o louvor perfeito?» Mt 21,16

E agora?
Podia escrever tantas coisas, fazer tantas reflexões e meditações, mas não está já tudo dito?
Não está já tudo dito na simplicidade que toca o coração de Deus?
Não são estas palavras simples de uma criança a melhor meditação para cada um de nós sobre o Pai de amor que nos criou?
Porque complicamos nós o que é tão simples?

Deixo-me ficar assim a ler estas palavras de criança e peço ao Senhor que nos/me conceda o dom de ser criança na Verdade, para que a nossa/minha fé seja simples e inabalável, e sobretudo para que todos nós possamos sentir esta filiação divina, com este amor puro e simples de criança, que nos faz irmãos e discípulos de Jesus Cristo, templos do Espírito Santo, filhos do Pai Nosso, que está no Céu.

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Amanhã prossegue a meditação quaresmal no Nova Civilização da Gisele.

28º dia - Amor de Deus
29º dia - De mãos dadas na Caminhada
30º dia - Mar com sabor a Canela
31º dia - O que é a Verdade?
32º dia - Nova Civilização
33º dia - Partilhas em Fa Menor
34º dia - Degrau de Silêncio
35º dia - Teresa Desabafos
36º dia - A Capela
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sexta-feira, 12 de março de 2010

CARTA A JESUS NUMA SEXTA-FEIRA

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Meu querido Jesus

Hoje é Sexta-feira, o dia da semana em que a Igreja faz memorial da Tua Paixão, a Tua entrega de amor por todos nós pecadores, para nos libertares do pecado e da morte.

Oh meu Jesus, perdoa-me em primeiro lugar porque a memória, a vivência da Tua Paixão, devia ser constante em mim, devia estar inscrita no meu coração, para sempre Te adorar, e amar cada vez mais, e, no entanto, vivo tantos dias sem sequer me lembrar de que Tu morreste por mim.

Perdoa-me, também meu Jesus, porque muitas vezes me deixo levar por este pensamento de que morreste por todos nós, e assim, tento diluir a minha culpa na culpa colectiva, “fugindo” a enfrentar o meu pecado pessoal.

Meu querido Jesus, perdoa-me por tantas vezes não querer transportar a minha cruz, por tantas vezes deixar que Tu, Jesus, carregues sozinho a Tua e a minha cruz.

Afinal Jesus, que Cruz é a Tua, se não a minha cruz, as cruzes de todos nós, pesando nos Teus ombros?

E quando me revolto, quando não aceito, quando respondo, às vezes com raiva, às contrariedades, às humilhações, às dores, incompreensões e sofrimentos?
Perdoa-me, amado Jesus, e lembra-me sempre que tudo isso passaste por mim, e que não Te revoltaste, não protestaste, e mais do que isso tudo, perdoaste.

Às vezes sou chamado a ser o Cireneu, a ajudar a transportar a cruz dos meus irmãos, nos quais Tu estás, nos quais Tu és, e olho para o lado e faço de conta que não é comigo.
Perdoa-me, adorado Jesus.

Não leves em conta também, todas as vezes que não recebo a Tua Mãe em minha casa e não ouço os seus conselhos e não me deixo guiar pela sua mão.
Ensina-me, Jesus, a ser seu filho, como disseste a João, a recebê-la em minha casa e a aprender com Ela a dizer o sim da minha vida.

Apesar dos meus pecados, querido Jesus, permite que eu me abrace à Tua Cruz e «complete na minha carne o que falta às tribulações de Cristo, pelo seu Corpo, que é a Igreja». Cl 1,24

Coloca-me ainda mais, se possível, no amor do Pai, e mais uma vez, meu bom Jesus, não Te esqueças de nos dar, de me dar, uma “porção redobrada” do Espírito Santo, que me ensine, que nos ensine a todos nós a vivermos em amor e entrega total, a Tua Paixão.

Beija por mim a Tua e nossa Mãe, que tanto nos ama e por nós intercede constantemente.

Fica comigo, Jesus, e abençoa este Teu irmão pequenino que Te quer amar com a entrega de toda a vida que lhe deste.

Joaquim

07.07.06

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quarta-feira, 10 de março de 2010

22º DIA DA QUARESMA

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Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. Disse-lhe ele: 'O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo.'
Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse. Respondendo ao pai, disse-lhe: 'Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos; e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.' O pai respondeu-lhe: 'Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.'»
Lc 15, 25-32


Regressamos à “Parábola do Filho Pródigo” e detemo-nos, onde normalmente cada um de nós, não se detém, nem reflecte, ficando “apenas” pelo perdão do Pai ao filho e o seu regresso à casa paterna, à união e amor da e na família.
Mas tudo o que está na Bíblia, está por alguma razão, e essa razão é sempre algo que no deve levar a reflectir sobre a nossa vida, interior e em comunidade, como filhos de Deus, discípulos de Cristo.

O filho mais velho, (ou o outro filho), fica magoado com o pai, porque acha que tem mais direitos, porque sempre cumpriu o que o pai lhe pedia, porque sempre esteve ao lado do pai, porque acha que nunca lhe foi agradecido esse modo de proceder, porque sente e julga que o outro filho, por ter andado afastado, não merece o mesmo que ele, e até mais, uma festa, porque acha que o pai não o deveria aceitar de volta ao convívio da família.

E nós não procedemos assim tantas vezes com aqueles que regressam à Igreja, ou com aqueles que estando em Igreja, julgamos nós que não têm uma vida em consonância com a Doutrina?
Não julgamos nós, porque sempre acreditámos, porque sempre rezámos, porque sempre cumprimos os preceitos, participando da Missa e dos Sacramentos, que somos ou temos mais direitos que os outros que vivem afastados?
Não criticamos nós, abertamente ou interiormente, aqueles ou aquelas, de quem sabemos coisas das suas vidas, porque, por exemplo as vemos comungar na Missa?
Não pensámos nós, em algum momento das nossas vidas, ao olhar para o lado na Igreja e vendo uma prostituta, ou um homossexual, ou um divorciado, ou divorciada, adúltero, ou adúltera, etc., o que estavam eles ou elas ali a fazer? Com que direito ali estão?
E não nos sentimos nós já incomodados, para não dizer mais, porque alguém da Igreja dá atenção a “esses” ou “essas”, parecendo-nos que seria a nós que deveriam dar atenção?

E no entanto o que Deus nos diz é muito simples: «Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.»

Alegremo-nos então por aqueles que procuram Deus, que encontram Deus, (que sempre se faz encontrado), que voltam para Deus, que querem viver na família de Deus que é a Igreja, e acolhamo-los num abraço de amor, como se fosse o próprio Deus a acolhê-los, a abraçá-los, porque é Deus que verdadeiramente o faz, servindo-se de nós.
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Amanhã prossegue a meditação quaresmal no Nova Civilização da Gisele.

19º dia -
Amor de Deus
20º dia - De mãos dadas na Caminhada
21º dia - Mar com sabor a Canela
22º dia - O que é a Verdade?
23º dia -
Nova Civilização
24º dia -
Partilhas em Fa Menor
25º dia -
Degrau de Silêncio
26º dia - Teresa Desabafos
27º dia - A Capela

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terça-feira, 9 de março de 2010

PAI NOSSO NO FILHO

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Filho do Pai
Que és nosso também
Porque nos foste dado
E Te deste também,
Que estás entre nós
E no Céu também
Santificado é o nome do Pai
E o Teu também
Que nos trouxeste o Reino dos Céus
Que é o Teu Reino também
Que fizeste a vontade do Pai
Que é a Tua também
Que é realizada no Céu
E queres realizada na terra também.
Dá-nos o pão de cada dia
Porque Tu és Pão também
Perdoa os nossos pecados
Porque Tu és perdão também
Ensina-nos a perdoar
Como nos perdoas também
Afasta de nós as tentações
Como as afastaste de Ti também
E livra-nos do mal
Que se afastou de ti também
E fica sempre connosco
Ámen.


Monte Real, 9 de Março de 2010

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SEM MAIS PALAVRAS

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Do centro do meu coração deixo sair o grito da minha vida:
Amo-Te, meu Senhor e meu Deus!
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terça-feira, 2 de março de 2010

CARTA A JESUS NUMA TERÇA-FEIRA

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Meu querido Jesus

Hoje é Terça-feira e como mais uma vez não sei o que a Igreja evoca neste dia da semana, dedico-o à família.

Obrigado, querido Jesus, por me teres feito nascer numa família tradicional, onde os valores cristãos estavam bem arreigados e onde a oração era ensinada como diálogo importante para a vida.

Quero agradecer-Te, Jesus, pela família que me deste, a minha mulher, os meus filhos e filha, a minha nora e o meu genro, os meus dois netos, e também os meus pais, irmãos e irmãs, cunhados e cunhadas, sobrinhos e sobrinhas, todos enfim.
Obrigado, adorado Jesus, pela graça dos filhos e dos netos e porque colocas em mim uma oração permanente por eles.

Mas perdoa-me, amado Jesus, por todas as vezes que me falta a paciência para os filhos mais novos e me deixo levar pela irritação, que me tolda o entendimento e esconde o amor.
Perdoa-me também por todas as vezes que, conscientemente ou inconscientemente, não abro a minha vida à querida mulher que me deste, e assim não partilhando as minhas tristezas ou preocupações a coloco, ou melhor me coloco fora do Matrimónio que abençoaste.

Oh Jesus, perdoa-me por nem sempre ter a coragem necessária para falar de Ti ao filho e filha mais velhos, e sobretudo pelo fraco testemunho que tantas vezes dou da minha fé, confiança e esperança em Ti.
Perdoa-me, querido Jesus, porque sou às vezes tão rápido a dar conselhos à família e tenho tantas vezes os ouvidos e o coração fechado aos reparos que me fazem. Amado Jesus, perdoa-me ainda porque tento evangelizar tanto fora de casa e tantas vezes em casa me coíbo de o fazer.

Perdoa-me Jesus, por fazer tão pouco, enquanto a família como Tu a criaste e desejaste, é tão atacada e escarnecida.

Ensina-me e ajuda-me, Jesus, a dar verdadeiro testemunho de pai, de avô, de filho, de irmão, de tio, segundo a Tua vontade, para que seja o Teu amor, sempre presente, a unir a minha família.
Peço-Te hoje que coloques em mim a graça da entrega que deste a Teu pai na terra, José, para que eu Te saiba ouvir e fazer tudo o que for de Tua vontade.

Intercede junto do Pai para que não cesse de derramar o Seu amor sobre nós, sobre as famílias, e envia o Teu Espírito Santo aos homens e mulheres deste mundo, para que não ataquem mais a família, mas a defendam e protejam como Igreja Doméstica de Oração, como primeira catequese dos jovens.
Pede a Tua Mãe que vele por todas as famílias e também pela minha.

A Tua bênção, Jesus, ao Teu irmão pequenino, que Te quer viver sempre na vida e na vida em família.

Joaquim
11.07.06
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segunda-feira, 1 de março de 2010

13º DIA DA QUARESMA

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Lucas 6,36-38.
Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso.»
«Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados;
perdoai e sereis perdoados.
Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será
lançada no vosso regaço. A medida que usardes com os outros será usada
convosco.»
Evangelho do dia


Senhor, como o teu Evangelho de hoje entra no meu coração, e me faz perceber como o meu caminho para Ti ainda está tão no início!
Não chegam os dedos das mãos, Senhor, para contar as vezes que ao longo de um dia eu julgo e condeno as tuas filhas e filhos que se cruzam na minha vida.
E como eu sou irascível e intolerante com as criticas dos outros à minha maneira de ser, ao que digo e ao que faço.
Pobre de mim, que ao colocar a mão na minha consciência me percebo tão longe de tudo o que nos pedes na Tua Palavra.
E este, Senhor, é um caminho difícil, é um caminho de atenção permanente, porque é tão fácil, Senhor, é tão fácil cair na crítica, no julgamento e na condenação do outro.
Senhor, tenho procurado nesta Quaresma uma das minhas muitas fraquezas para combater com perseverança nestes 40 dias, e Tu, Senhor, fazes-me hoje perceber que esta é a fraqueza com que devo lutar todos os dias.
Porque este pecado de julgar e condenar os outros traz sempre consigo o orgulho, a vaidade, a inveja, o ciúme e tantas vezes a inimizade.

Quero, Senhor, pela Tua graça, lutar firmemente neste tempo de conversão contra este pecado, que me afasta dos meus irmãos, que me afasta de Ti.
Por isso peço-Te, Senhor, não só para mim, mas para todos, que derrames abundantemente o Espírito Santo em cada uma, em cada um, para que seja Ele a dar forças às nossas fraquezas e a alertar-nos sempre que nos deixamos conduzir mais pelo mundo e por nós, do que pela Tua graça e pelo Teu amor.

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Amanhã prossegue a meditação quaresmal no Nova Civilização da Gisele.

10º dia -
Amor de Deus
11º dia -
De mãos dadas na Caminhada
12º dia - Mar com sabor a Canela
13º dia - O que é a Verdade?
14º dia -
Nova Civilização
15º dia -
Partilhas em Fa Menor
16º dia - Degrau de Silêncio
17º dia - Teresa Desabafos
18º dia - A Capela

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