segunda-feira, 24 de julho de 2017

SER PARÓQUIA – SER PAROQUIANO

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Ontem, em certo momento da Eucaristia Dominical, vieram ao meu coração estas palavras: ser paróquia, ser paroquiano. Deixei-as na memória para reflexão futura, o que agora faço.

Obviamente que para se ser paróquia, (entenda-se como ser Igreja), tem que se ser paroquiano, mas nem todos os paroquianos são, seguramente, paróquia.

Poderá parecer estranha a afirmação, mas realmente pode-se ser paroquiano por se pertencer a uma paróquia, mas também se pode e deve ser paroquiano, por ser paróquia.

Com efeito, aquele que se serve da paróquia para “ir” à Missa, para as celebrações normais da vida, baptismo, matrimónio, funeral, etc., mas nada mais faz pela/na paróquia, é apenas um pertencente à paróquia, mas não é paróquia, ou seja, não é Igreja, não é paróquia, enquanto porção da Igreja.
Tal como aquele que apenas critica, aponta defeitos, que usufrui dos serviços da paróquia, mas nada faz para ajudar a melhorar, para ajudar a construir a paróquia, seja de que modo for, ajudando como o seu tempo, ou até mesmo, com o seu muito ou pouco ter material.

Todos conhecemos as mais diversas desculpas do tipo, “não tenho tempo”, “não tenho conhecimentos”, “ninguém me pediu nada”, até mesmo, “não gosto do prior”, que servem apenas para não se ser paróquia, chegando mesmo a, “eu cá tenho a minha fé e eu é que sei o que Deus me pede”.

Estarei a ser duro, exigente, a “meter-me onde não sou chamado”, mas a verdade é que a paróquia tem sentido quando está aos serviço dos paroquianos, não apenas como uma instituição dispensadora de serviços religiosos, mas sobretudo como Igreja, (assembleia convocada por Deus), e como tal, onde todos devem ser parte activa, construtora, testemunhante.

Ser paroquiano, ser paróquia, é dar de si a todos os outros, em tempo, (e Deus arranja-nos sempre tempo se O quisermos servir), em talento, (seja o talento qual for, desde varrer a igreja, até ensinar e ajudar à formação dos outros), materialmente, (com o pouco ou muito, que com o nosso trabalho e a ajuda de Deus, possuímos).

Ser paroquiano, ser paróquia, é estar disponível para integrar os conselhos, os serviços da paróquia, porque ao fazê-lo, estamos a servir a Deus, servindo os outros, ou seja, estamos ser Igreja, estamos a ser paróquia.

Claro que é muito mais fácil pertencer à paróquia, do que ser paróquia, mas se realmente queremos fazer a vontade de Deus, temos muito mais que ser, do que pertencer, sobretudo em Igreja, e como tal, em paróquia.


Marinha Grande, 24 de Julho de 2017
Joaquim Mexia Alves
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segunda-feira, 17 de julho de 2017

UM ANÚNCIO DA DEGRADAÇÃO

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Vi na televisão, recentemente, um anúncio de uma conhecida bebida, que é o exemplo “perfeito” de como este mundo caminha a passos largos para a total degradação.

O anúncio consta de um homem que está a trabalhar numa piscina, quase em troco nu, e que via limpando o suor da sua cara. Obviamente o actor é um suposto modelo de homem, passe o termo, irresistível!
Vê-se então uma rapariga nova, (que depois se depreende ser a filha da família que vive na casa), que olha atentamente, podemos dizer, excitadamente, para o “trabalhador” em causa.
Noutra janela, um rapaz, (que depois se depreende ser o filho da família que vive na casa), com uma postura nitidamente efeminada, faz a mesma coisa que a rapariga, ou seja, olha atenta e excitadamente para o “limpador” da piscina.
Na cena seguinte, ambos, a rapariga e o rapaz, correm para o frigorífico, para ir buscar uma garrafa da tal bebida, e fazem uma corrida, com alguns percalços, para ver qual é o primeiro a servir o “trabalhador”, na mira óbvia de lhe agradar para os fins que se percebem.
Espantamo-nos então porque ao chegarem perto do homem, verificam que ele já está a beber a tal bebida, que lhe foi trazida por aquela que se presume ser a mãe dos jovens, e que também está “embevecida” com a figura do referido homem.
Não preciso explicar a ninguém o que tudo isto significa de degradação moral, mas ainda posso acrescentar que, como é óbvio numa mensagem destas, produzida para este mundo cada vez mais amoral, a figura do pai não existe!

E assim nos entra pela casa adentro a agenda política e social de um mundo em degradação.
Chamam-lhe “politicamente correcto”, o que em boa verdade se chama e é apenas a “obra do diabo”!

Até mesmo, com tristeza o digo, algumas vozes da Igreja defendem que a Palavra de Deus, os ensinamentos de Cristo, devem ser reinterpretados à “luz” do mundo, ou seja, deste mundo amoral.
(Antes que alguém se aproveite deste escrito, aviso desde já que não me refiro de modo nenhum ao Papa Francisco.)

Caminhamos apressadamente para o “fim do império romano”, ou seja, uma degradação que não terá retorno, a não ser quando de alguma forma “implodir” a sociedade de hoje, para renascer uma nova sociedade.

E quem se levantar para dizer algo, para protestar, para tentar mostrar a imoralidade da mensagem, etc., é “apontado a dedo”, é gozado, é perseguido pelas inúmeras organizações criadas por gente política com uma agenda bem precisa de degradação da sociedade.

E, no entanto, a Palavra de Deus “nunca” foi tão actual:

«Envio-vos como ovelhas para o meio dos lobos; sede, pois, prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Tende cuidado com os homens: hão-de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas suas sinagogas; sereis levados perante governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e dos pagãos.
Mas, quando vos entregarem, não vos preocupeis nem como haveis de falar nem com o que haveis de dizer; nessa altura, vos será inspirado o que tiverdes de dizer. Não sereis vós a falar, mas o Espírito do vosso Pai é que falará por vós. O irmão entregará o seu irmão à morte, e o pai, o seu filho; os filhos hão-de erguer-se contra os pais e hão-de causar-lhes a morte. E vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo.» Mt 10, 16-22

«Então, irão entregar-vos à tortura e à morte e, por causa do meu nome, todos os povos irão odiar-vos. Nessa altura, muitos sucumbirão e hão-de trair-se e odiar-se uns aos outros. Surgirão muitos falsos profetas, que hão-de enganar a muitos. E porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos; mas aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo.» Mt 24, 9-13

Não nos calemos, não deixemos sobretudo de dar testemunho cristão, repitamos uns aos outros “não tenhas medo”, porque a nossa força, a nossa confiança, a nossa esperança, vem de Deus, do Deus que nos criou no Seu amor.

«Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos.» Mt 28, 19-20



Marinha Grande, 17 de Julho de 2017
Joaquim Mexia Alves
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terça-feira, 11 de julho de 2017

ORAÇÃO DE GRAÇAS

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Elevo os olhos ao Céu,
deixo aberto o coração,
levanto os braços p’ra Ti,
e deixo que a oração
brote como água fresca,
bem viva,
dentro de mim!

Não me refugio num canto,
não fujo em qualquer viagem,
mas deixo que o Espírito Santo,
me ilumine, me guie,
me dê coragem,
para dizer-Te olhos nos olhos:
Jesus, Senhor, eu amo-Te!

Um vento forte,
impetuoso,
irrompe na minha vida,
move o meu coração,
varre o sofrimento e a dor,
e grita forte aos meus ouvidos:
Não temas!
Vive apenas o Meu amor!

E eu caio,
prostrado na vida,
não de dor,
nem de emoção,
mas em plena adoração,
para gritar bem alto:
Obrigado,
meu Deus e meu Senhor!



Monte Real, 11 de Julho de 2017
Joaquim Mexia Alves
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