domingo, 30 de outubro de 2016

PORQUE HOJE É DOMINGO!

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Hoje Domingo,
Dia do Senhor,
faço-me missa para Te celebrar,
faço-me patena para te mostrar,
faço-me cálice para Te conter,
faço-me comunhão para Te partilhar,
faço-me sacrário para Te guardar,
despojo-me de tudo o que sou,
torno-me um nada sem importância,
abro-me inteiramente a Ti,
Senhor,
para ser a mais pequena porção,
o mais ínfimo testemunho,
do Teu amor,
em mim,
para os outros,
e abandono-me em Ti,
neste dia,
e sempre,
para viver eternamente
a mais completa alegria!



Marinha Grande, 30 de Outubro de 2016
Joaquim Mexia Alves
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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

DE MÃOS LEVANTADAS!

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Naqueles dias, Amalec veio a Refidim atacar Israel.
Moisés disse a Josué: «Escolhe alguns homens e amanhã sai a combater Amalec. Eu irei colocar-me no cimo da colina, com a vara de Deus na mão».
Josué fez o que Moisés lhe ordenara e atacou Amalec, enquanto Moisés, Aarão e Hur subiram ao cimo da colina.
Quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; mas quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec.
Como as mãos de Moisés se iam tornando pesadas, trouxeram uma pedra e colocaram-na por debaixo para que ele se sentasse, enquanto Aarão e Hur, um de cada lado, lhe seguravam as mãos. Assim se mantiveram firmes as suas mãos até ao pôr do sol, e Josué desbaratou Amalec e o seu povo ao fio da espada. Ex 17, 8-13


Ao ouvir ontem esta passagem bíblica na Missa Dominical, e ouvindo a homilia do Padre Patrício, fui levado a reflectir na mesma e em tudo o que ela pode significar, para além do óbvio, digamos assim.

Não sei se a origem da frase - «baixar os braços» - com o sentido daquele que desiste, vem desta passagem, mas faria todo o sentido que assim fosse.

Deixando a “batalha”, o confronto violento, de lado, podemos perceber que Deus assiste àqueles que persistem, que não desistem, que n’Ele confiam e esperam, que pedem, mas que também fazem a parte que lhes compete, ou seja, são activos, “levantam os braços”.

A liberdade que Deus dá a cada um, também nos pode levar a desistir, a não querer acreditar, não querer confiar, não querer esperar, e assim “baixamos os braços”, e Deus nada pode fazer, pois nunca interfere na nossa liberdade, na liberdade que Ele mesmo deu a cada um.

Depois é curioso perceber que foi preciso que Aarão e Hur, «um de cada lado», segurassem as mãos de Moisés, para que elas se mantivessem levantadas, sem desistir, firmes no crer, no confiar, no esperar.

É que cada um de nós não é só, não está só, e é em comunidade, em Igreja, com os outros, em oração e comunhão, que encontramos Deus, e n’Ele a força para persistir, para crer, para confiar, para esperar.

Só assim, então, na comunhão em Deus, com os outros, em Igreja, é que podemos “desbaratar” o mal que nos quer perder, que nos quer fazer desistir, sobretudo nos momentos mais difíceis e complicados das nossas vidas.


Marinha Grande, 17 de Outubro de 2016
Joaquim Mexia Alves
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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

CHOVE LÁ FORA!

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Chove lá fora!

Por momentos apetecia-me sair para a rua e deixar que a água da chuva me encharcasse por completo, sentir a água da chuva na cara, no cabelo, em todo o meu corpo.
Quase como uma lavagem revigorante em toda a minha pele!

Depois penso: E por dentro de ti, pelo teu interior? Como poderás tu lavar o teu interior? Como poderás tu revigorar o teu íntimo, o teu ser?

Ouço então uma voz que me diz ao coração: Eu sou a fonte da água viva!

«Se conhecesses o dom que Deus tem para dar e quem é que te diz: 'dá-me de beber', tu é que lhe pedirias, e Ele havia de dar-te água viva!» Jo 4, 10

Ah, Senhor, deixa que me lave na Tua água!
Inunda, Senhor, todo o meu ser, com a água viva que Tu és!
Lava o meu coração!
Lava os meus pensamentos!
Lava o meu sentir e o meu agir!
Lava o meu falar, o meu ouvir, o meu olhar!
Lava-me de mim, Senhor, para que me possa “vestir” de Ti em tudo e para todos!

Chove lá fora!
Mas ainda melhor, chove dentro de mim!

Obrigado, Senhor!


Monte Real, 12 de Outubro de 2016
Joaquim Mexia Alves
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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

O CAMINHO

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Olha em frente, tentando descortinar a estrada da vida!

Mas os seus olhos não o ajudam e ele não consegue perceber sequer o caminho para amanhã, quanto mais para o futuro.

O que fazer? Por onde ir? Onde está a estrada segura?

Nada, nem uma resposta, nem uma visão, nem um conselho, nem nada que os seus olhos possam ver!

Assim, pensou, não é possível caminhar, ou seja, não é possível viver, pois não há uma direcção segura, uma estrada para percorrer, um caminho que leve à meta desejada da felicidade.

Desiste de olhar, de ver, e fecha os olhos com a resignação de quem pensa já nada haver a fazer.

Percebe então que no seu íntimo existe outra maneira de ver, pois quase jurava que o seu coração tem olhos, e que esses olhos vêem um caminho à sua frente, bem marcado e presente.

No entanto o seu primeiro entusiasmo por ver aquele caminho, começa a esmorecer, quando percebe um caminho estreito, por vezes ladeado por abismos sem fim, pedras, com curvas e contra-curvas, obstáculos, subidas e descidas, enfim, um caminho humanamente desaconselhável.

Regressa ao coração e deixa-se guiar por ele.

Tem então a noção de que em cada sítio mais complicado do caminho existe sempre uma luz, uma mão, um ombro, uma palavra, um conselho e que, apesar de tudo, se seguir esse caminho deixando-se conduzir por tudo isso, o fim é perfeitamente alcançável, e que esse fim se prefigura como um paraíso, onde o amor e a felicidade comungam, e afinal se chama Deus!

A decisão está tomada!
Aquele é a estrada a percorrer, a direcção segura, a vida com sentido, que leva à meta desejada!

Procura uma placa de informação, algo que lhe diga como se chama esse caminho, e então vê na borda do caminho estreito, o nome que Alguém lhe deu: Igreja!


Marinha Grande, 7 de Outubro de 2016
Joaquim Mexia Alves
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