terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

UM CARNAVAL A CAMINHO DA QUARESMA

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Hoje é dia de Carnaval.

Muitos colocam as suas máscaras, sobre outras “máscaras” das suas vidas, e vão divertir-se, tentando esquecer as “máscaras”, por detrás das máscaras visíveis.
Sim, eu sei, estou a julgar outros e por isso, que Deus me perdoe.

Hoje, dia de Carnaval em que se colocam máscaras, eu quero pedir a Deus que me ajude a retirar as minhas “máscaras”, a limpar o meu interior, a purificar os meus pensamentos, e a colocar-me perante Ele, nu, sem nada, (tanto quanto me é possível), pedindo-lhe que me ajude a viver esta Quaresma, (que amanhã começa), como o meu reencontro permanente com Ele.

Que eu me saiba despir de mim, para me deixar vestir por Ele, e tendo-O em mim, saiba eu reconhecer as minhas fraquezas, os meus defeitos, e, tomado pelo seu amor recomece a conversão que nunca acaba, até à plenitude do gozo com Ele e n’Ele.

Que não seja um caminho só, mas que pela Sua graça outros me acompanhem e eu acompanhe outros, porque Deus só se vive em comunidade, porque ela própria é o reflexo e o sentido da interioridade de cada um.

Que eu saiba fazer este caminho quaresmal, segundo a Sua vontade, na paz, no amor e sobretudo na alegria de reconhecer o meu Salvador.

Que no fim deste caminho quaresmal eu possa dizer como Tomé e Samuel: «Meu Senhor e meu Deus … Estou aqui! Fala Senhor, que o teu servo escuta!»


Marinha Grande, 28 de Fevereiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

CAMINHANDO PARA E COM DEUS

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Recentemente fui substituído numa “missão” que muito me agradava e para a qual me “sentia talhado”.
Sempre senti, desde o meu regresso a Deus e à Igreja, obstáculos pessoais que me impedem de aproximar mais e melhor da vontade de Deus, e que por vezes me afastam mesmo, dos quais julgo, para além de outros, os maiores serão o orgulho e a vaidade.
Muitos que comigo lidam talvez não os percebam na sua relação comigo, mas sinto-os eu e isso me basta.

Já uma vez, pelo menos, tive que “fazer das tripas coração”, e “exigir” em determinada eleição para um determinado “cargo” que ocupava há demasiado tempo, que não votassem em mim, porque não aceitaria continuar, não porque não quisesse ou não pudesse, mas porque uma voz cá dentro me dizia que essa era muito mais uma vontade minha, do que a vontade de Deus.
E agora, foi quase a mesma coisa, embora desta vez ajudado por bons amigos que me ajudaram a aceitar a decisão sem grande constrangimento.

Ao voltar ao que escrevi acima reparei nesta frase «determinado “cargo” que ocupava há largo tempo», e fez-se um pouco de luz sobre o assunto.
Realmente o que muitas vezes faço, (e não só eu), é “ocupar” um cargo, uma missão, em vez de servir a Deus num cargo, ou numa missão.

É que se servimos a Deus num cargo, ou numa missão, então estamos sempre disponíveis para servir a Deus em tudo o que Ele nos pedir, mas se “ocupamos” um cargo, ou uma missão, então o cargo ou a missão, tornam-se coisa nossa, que nos serve, (sobretudo ao nosso orgulho e vaidade), e não como caminho para servir a Deus.
E depois ouvimos aqueles que, com verdadeira amizade, nos dizem que somos os melhores para aquilo que estamos a fazer, e convencemo-nos disso mesmo, para não darmos azo a ser substituídos e a perder “estatuto”.

E hoje, quando meditava nisto mesmo e começava a escrever, iam surgindo razões, (a vontade de Deus tem sempre razão e é sempre razão), para ser afinal substituído e bem substituído.

E vinha ao meu pensamento essa ideia de que realmente terei muitos conhecimentos, terei até muito jeito para tal cargo ou missão, mas, deixando-me ficar, acabo por não renovar, acabo por querer fazer aquilo que acho melhor, e aquilo que eu acho melhor é aquilo que eu já faço.
Então percebi, (como todos devemos perceber), que o Senhor, no seu infinito amor, me dizia que todo o “meu saber” acumulado vinha d’Ele, e que usado agora numa ajuda, numa colaboração sincera e desprendida com aquele/aqueles que me substituíram pode ter um “valor acrescentado”, que é o novo, a novidade que eles podem trazer, também seguramente conduzidos pelo Espírito Santo.

É curioso, que até ao escrever isto que agora escrevo, me parece estar a ser orgulhoso e vaidoso, mas recorro ao Santo Padre Pio, que dizia, mais coisa menos coisa, que o inimigo se serve muitas vezes de coisas aparentemente boas, (o reconhecimento dos nossos defeitos), para nos tentar impedir de fazer a vontade de Deus.

E descanso então no Evangelho de hoje e na resposta de Jesus à pergunta dos discípulos: «Quem pode então salvar-se?» Mc 10, 26

«Aos homens é impossível, mas não a Deus, porque a Deus tudo é possível». Mc 10, 27


Marinha Grande, 27 de Fevereiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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sábado, 25 de fevereiro de 2017

HÁ MOMENTOS!

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Há momentos
em que Ele chega,
toma-nos pela mão,
ou seja,
entra-nos no coração,
e diz-nos,
como se nós não soubéssemos:
Amo-te, meu filho!

Paramos tudo,
quase deixamos de viver,
(esta vida terrena, claro),
e perguntamos,
certos da resposta:
és Tu, Senhor?

E Ele sorri,
olha-nos nos olhos,
e diz:
Alguma vez duvidaste,
que Eu morri por ti?

Envergonhados,
baixamos a cabeça,
pomos a mão no peito,
e respondemos:
Só Tu,
Senhor,
és a nossa certeza!

O Seu sorriso,
abre-se ainda mais,
enche-nos de compaixão,
 e diz-nos,
olhando-nos nos olhos,
com a voz repassada de amor:
Toma tudo o que Eu te dou,
e ama os outros,
como Eu te amo!
Ama-os,
com o Meu amor!


Marinha Grande, 25 de Fevereiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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sábado, 18 de fevereiro de 2017

TRANSFIGURAÇÃO

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Abro os olhos desmedidamente,
Senhor!

Quero ver-Te,
assim,
na Tua glória,
com as vestes,
que nenhuma lavadeira,
podia assim branquear!

Peço-Te,
Senhor,
sê Tu a lavadeira,
que branqueia o meu coração,
lavando-o,
no Teu amor.

Já Te vejo,
Senhor,
com o meu coração branqueado,
mais brilhante do que o Sol,
mais branco do que o luar,
porque fui lavado,
no sangue do teu amor.

Transfiguração,
Razão,
Fé,
Amor,
Tu,
Senhor,
enches,
o meu coração!

Glória,
Glória a Ti,
sempre e para sempre,
Senhor!


Marinha Grande, 18 de Fevereiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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sábado, 11 de fevereiro de 2017

SER “LOUCO” … DE AMOR!

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Insistes, Senhor, em mostrar-Te assim, tão humildemente!

Duas velas acesas, uma tolha bordada, uma custódia dourada, e Tu, aos olhos humanos, “apenas” um pedaço de pão redondo, “sem valor material”, sem “nada de extraordinário”.

E, no entanto, esse “pedaço de pão” é a razão porque aqui estamos, prostrados, de joelhos, sentados, seja como estivermos, mas olhando-Te fixamente e dizendo:
Obrigado, Senhor, porque estás vivo e estás no meio de nós!

Como não hão-de achar-nos “loucos”, e sem sentido, ao ver-nos olhar para um “pedaço de pão” branco?

Não conseguem ver para além dos seus olhos humanos, não conseguem abrir o coração e ver com os olhos do amor, por isso não Te conseguem ver em todo o Teu esplendor e glória!

Por isso, Senhor, derrama em todos nós, e sobretudo nesses que nos acham “loucos”, o Espírito Santo, para que em todos nós haja um Tomé, que surpreendido se prostra e apenas exclama:
Meu Senhor, e meu Deus!


Em Adoração com a Comunidade Emanuel

Fátima, 11 de Fevereiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

SENHOR, TU FAZES-ME TÃO FELIZ!!!

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Deita-se o coração
ternamente,
assim abandonado
ao amor,
ao verdadeiro amor,
aquele
que vem de Nosso Senhor.

Sinto-me assim,
prostrado,
mas pela paz,
pela serenidade,
pela alegria,
do meu Cristo Ressuscitado.

Valem todos os momentos de secura,
por este momento,
em que me sinto,
um nada,
um pobre tolo,
envolvido,
no Seu terno
e eterno consolo.

Ah,
que eu não sou digno,
não sou ninguém,
sou apenas um nada imenso,
mergulhado no Teu amor,
com todos os outros,
também.

Como exprimir,
Senhor,
esta quietude,
esta paz imensa,
esta alegria serena,
(não a alegria de rir,
mas apenas de sorrir),
porque sinto o Teu olhar,
porque sinto o Teu calor,
porque acredito,
tranquilamente,
no Teu eterno amor.

Não me interessa o que se diz,
ou o que possa dizer,
mas quero gritar ao mundo,
para toda a gente ouvir:
Senhor,
Tu fazes-me tão feliz!!!


Monte Real, 6 de Fevereiro de 2017
Joaquim Mexia Alves
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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

A SURPRESA “ALPHA”!

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Há alguns anos atrás, (já não me lembro quantos), o meu Pároco da Marinha Grande convidou-me, (daquela maneira que a gente não consegue dizer não), a frequentar com outras pessoas, um evento que falava do Percurso Alpha, com vista a trazê-lo para a Vigararia e Paróquia da Marinha Grande.

Confesso que fui muito céptico, (ai, as nossas certezas de julgarmos que sabemos melhor), e sei que não era o único com tais pensamentos.
Fomos, vimos, trouxemos para a Marinha Grande e … começámos!
E também começou a surpresa, a admiração, a confirmação gratificante, que me levou àquela frase cá dentro: Afinal isto funciona e funciona bem!

Pois, não foi “amor à primeira vista”, mas foi amor à segunda, à terceira e até hoje, comprovando mais uma vez para mim que, nas coisas de Deus, é melhor primeiro ouvir, experimentar, entregando-se, e então tudo pode acontecer, porque é Deus quem faz, servindo-se do homem.
Mas, claro, “burro velho não aprende”, e por isso ainda hei-de muitas vezes fazer julgamentos à priori.
Mas ando a tratar-me, e como o meu “terapeuta” é o Espírito Santo, estou convicto que, mais tarde ou mais cedo, fico curado!

Neste fim-de-semana, aconteceu a Conferência Nacional Alpha na “minha” Paróquia da Marinha Grande, e eu, embora cansado, estou de coração cheio.
Ver tanta gente que Deus tocou nos Percursos Alpha que já fizemos, trabalhar com toda a dedicação, com todo o empenho, e sobretudo com uma alegria visível e tocante, na organização desta Conferência, fez-me sentir um homem de sorte, (não a sorte do homem, mas a sorte que Deus dá ao homem que toca), e fez-me dizer intimamente e em oração: Obrigado, meu Deus, por me teres chamado a fazer parte de tudo isto.

Houve algumas pessoas que disseram neste fim-de-semana, (eu também o senti na minha vida), que quando regressaram a Deus e à Igreja “perderam” amigos, e eu não pode deixar de pensar, que afinal não perdemos amigos, mas conhecidos, e que Deus na sua bondade nos deu amigos em dobro, e que com esses amigos novos em Deus, vamos construindo algo de extraordinário, imperecível e santo, que é a Igreja.

Depois, ouvir da boca de quem trouxe o Alpha para Portugal a afirmação de que o Alpha é enquanto Deus quiser, porque Ele suscita sempre coisas novas na Igreja, («Eu renovo todas as coisas.» Ap 21, 5), é ter a certeza de que fazemos a vontade de Deus, (que age de tantas e variadas formas), e centrar o Alpha no que verdadeiramente é o centro – Deus – que quer precisar de todos nós, seus filhos, para construir a Igreja, para que todos encontremos caminho de salvação.

A Deus já me rendi há muito tempo, (embora precise de continuamente me render a Ele), mas também, por Sua graça, me rendi ao Alpha, por todas as razões que aqui não consigo descrever, mas apenas esta: Ver a diferença que o Espírito Santo opera nas pessoas ao longo de um Percurso Alpha, muito especialmente no fim-de-semana, e perceber nelas a paz, a serenidade, a alegria de ter Deus, numa relação muito pessoal e íntima que depois extravasa, obviamente, no testemunho cristão.

Tudo e sempre para a maior glória de Deus!



Marinha Grande, 6 de Fevereiro de 2017
Joaquim Mexia Alves 
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