quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

CAMINHO QUARESMAL

Primeira Semana – Vida em Igreja
4º Dia
No serviço que faço à Igreja e em Igreja, faço-o por amor, por entrega a Deus e aos outros, ou faço-o por protagonismo, por orgulho à espera de elogios e reconhecimento?

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

CAMINHO QUARESMAL

Primeira Semana - Vida em Igreja
3º Dia
Ofereço-me para o serviço da Igreja, para o que me chamarem, ou escolho apenas aquilo que me agrada, ( tornando-me muitas vezes “dono” do serviço), e recuso o que me é penoso, o que não é do meu agrado?

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

CAMINHO QUARESMAL

Primeira Semana - Vida em Igreja
2º Dia
Que tempo dou à Igreja? O que me sobra depois do meu trabalho, da minha família, do meu lazer, ou encontro tempo do “que me faz falta”, para ajudar no que a Igreja precisar de mim?

domingo, 25 de fevereiro de 2007

CAMINHO QUARESMAL

Primeira Semana - Vida em Igreja
1º Dia
Tento viver em comunhão com a Igreja, seguindo a sua Doutrina, aceitando o seu Magistério, fazendo uso dos talentos que o Senhor me dá, para construir, esclarecer, (a mim e aos outros), unindo numa entrega de amor, ou procuro apenas o que está mal, para criticar, sem qualquer objectivo, destruindo, confundindo e dividindo, porque o meu orgulho, o “meu saber”, falam mais alto que o amor?
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Inicio hoje uma caminhada Quaresmal, de reflexão na minha vida, e que partilho com todos aqueles que me quiserem visitar.
Proponho-me ao longo de 5 semanas colocar-me perante a minha vida em diversas vivências:
1ª semana – Vida em Igreja
2ª semana – Vida em comunidade: paroquial, de vida, em sociedade.
3ª semana – Vida em família.
4ª semana – Vida no trabalho, no lazer, no dia a dia.
5ª semana – Vida de testemunho de Cristão Católico.

Serão perguntas diárias interpelantes, que faço a mim próprio, sobre coisas muito “simples”.
Tenho para mim, que se não emendarmos as coisas “simples” que estão mal nas nossas vidas, não conseguiremos viver em comunhão com Deus e com os outros.
Para mim, são normalmente as coisas mais “simples”, às quais não damos grande importância e vamos deixando acontecerem nas nossas vidas, que nos impedem de caminhar, numa entrega constante ao nosso Deus de amor e aos nossos irmãos em Cristo.
As coisas “grandes”, os “grandes” pecados, temos com “facilidade” noção deles e por isso deles nos podemos afastar, com alguma perseverança.
Na Semana Santa, quero colocar-me perante a minha entrega de vida ao Pai, ao Filho, Jesus Cristo Nosso Senhor e ao Espírito Santo.
Abraço em Cristo para todos os que aqui vierem.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

CAMINHO QUARESMAL

No Domingo passado, dia mensal de encontro da Comunidade Luz e Vida, durante a oração, o Senhor trazia ao meu coração esta “palavra”:

«Muitos de nós queremos que Jesus Cristo nos siga e ajude naquilo que escolhemos e achamos melhor para nós, mas o Senhor não nos quer seguir, mas sim acompanhar e guiar naquilo que Ele sabe ser melhor para nós e que é a Sua vontade de amor para cada um.»

Meditei nesta verdade, tantas vezes presente na minha vida, e aceitei como caminho quaresmal, a meditação sobre tudo o que eu faço, o que eu vivo, quer em Igreja, quer em comunidade, quer em família, quer no trabalho, quer no lazer, quer no testemunho que dou, de tudo aquilo que eu sou.

Viverei eu aquilo que é a minha vontade e peço a Deus que me siga e ajude, ou abro a minha vida à Sua presença e procuro escutar no coração, na consciência, aquilo que Ele me diz ser a Sua vontade para mim, e peço a Sua companhia e a Sua luz para cumprir a vida que Ele me deu?

Quero que a minha vontade seja a Sua vontade, ou entrego-me para que a Sua vontade seja a minha vontade?

Baixo a minha cabeça para receber as cinzas que me lembram o pó que hei-de ser, mas levanto o meu coração para a vida que só Ele me pode dar a viver.


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Quarta Feira de Cinzas, inicio da Quaresma de 2007, que nos há-de levar na Conversão, pela Paixão à Ressurreição.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

A ILUSÃO DO CARNAVAL

Tristeza não tem fim
Felicidade, sim...
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar...
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento do sonho
Pra fazer a fantasia de rei, ou pirata, ou jardineira
E tudo se acabar na quarta-feira

(Tom Jobim e Vinicius de Morais)

Esta era uma música do meu tempo, que agora relembro, para meditar um pouco nesta letra do mundo, numa perspectiva espiritual, neste tempo de Carnaval.

1 – “Tristeza não tem fim, felicidade sim”.

Muitos de nós se calhar pensamos assim, ou seja, que a felicidade é efémera, porque apenas pensamos na vida aqui e agora.
Muitos de nós somos assim, mais agarrados à tristeza, vivendo-a como uma fatalidade a que nos parece não poder fugir.
E no entanto, Jesus Cristo disse-nos:
«Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.» Jo 10, 10b
Mas para isso é preciso abrirmo-nos à Sua presença em nós e deixar que Ele tome sobre Si as nossas dores.
Porque assim, Ele será o nosso Cireneu.
Não retira de nós a nossa cruz, mas ajuda a carregá-la e a descobrir nela o caminho da verdadeira felicidade para sempre.

2 – “A felicidade tem a vida breve,… precisa que haja vento sem parar”.

A felicidade não tem a vida breve, desde que haja vento sem parar.
E o vento do Espírito Santo sopra sempre, nunca pára, temos é que estar atentos e colocar-nos ao sabor do vento.
E podem vir as ventanias, os furacões e até as calmarias, que se estivermos entregues à brisa que sopra, tudo isso é vivido no amor, na aceitação e assim como a pluma não pára de voar, leve, leve, também nós não paramos de viver na serenidade e na paz de Deus, passando pelas agruras do mundo, na confiança, na esperança viva e permanente da vida em abundância, que nos é dada por Jesus Cristo.

3 – “A felicidade parece…a ilusão…trabalha o ano inteiro…fantasia…”

Vivemos muitas vezes assim, agarrados à felicidade momentânea, á felicidade de um Carnaval qualquer nas nossas vidas.
Empenhamos tudo numa fantasia daquilo que pensamos ser bom para nós, numa procura de um momento de estatuto, social ou qualquer outro, para depois descobrirmos que este mundo é assim, ingrato, e que quando a fantasia se acaba, por qualquer razão, a solidão é maior e o mundo se afasta de nós, indiferente à nossa dor e a tudo o que possamos ter feito,
porque tudo foi feito para nós, só para a nossa felicidade e não pensámos na felicidade dos outros.

4 – “Para tudo acabar na Quarta Feira”

E é nesta Quarta Feira que tudo deve acabar.
Mas ao contrário da música, é bom que acabe toda a fantasia que não leva a nada, que nos afasta da realidade, da verdadeira vida, da vida que não acaba e que portanto não é deste mundo, embora aqui tenha passagem.
É tempo de reconhecer, durante quarenta dias, que a vida vivida em Deus, por Deus e com Deus leva à felicidade, embora muitas vezes passando pela tristeza.
É tempo de acreditar, que a felicidade não terá fim, se soubermos aceitar as tristezas momentâneas das nossas vidas, de vivê-las numa entrega, que nos leva á libertação delas mesmas, e de tudo aquilo que não nos dá vida, mas antes nos afasta da verdadeira vida.
É tempo de reconhecermos, de aceitarmos que Jesus Cristo passou pela Paixão, para chegar à Ressurreição.
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Em preparação para uma meditada e santa Quaresma, para todos, vivida na certeza da Ressurreição.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

AMIGOS

A Sandra Dantas, do "Teologar", incumbiu-me, bem como a outros de escrever sobre os amigos.
Começou com o titulo de "Amigos Coloridos", pela mão de "Cristalzinho", do "Partilhar-Vindo do Céu", depois a Elsa, do "Eu estou aki", passou para "Amigos em tons de Pastel", e eu, sem querer desvirtuar a ideia, chamo-lhe apenas "Amigos".

AMIGO

Am - de amor
mi - de mim para...
igo - de contigo, meu amigo.

Para escrever sobre os amigos tenho de me socorrer do Maior Amigo.

Jesus Cristo está sempre de braços abertos para cada um de nós.
Amigo e ser amigo, é estar sempre de braços abertos um para o outro.

Jesus Cristo não cuida de saber da ofensa, ou do "tamanho" da ofensa, apenas perdoa.
Amigo e ser amigo, é não graduar a ofensa, mas estar aberto a perdoar e pedir perdão.

Jesus Cristo não espera o pedido "oficial" de perdão, mas ao movimento do nosso coração, corre para nós para nos abraçar.
Amigo e ser amigo, é não deixar que o outro se "humilhe" pedindo perdão, mas ao reconhecer nele o sinal do arrependimento de imediato o abraçar.

Jesus Cristo não se faz maior do que nós, mas igual.
Amigo a ser amigo, é nunca querer ser mais que o outro.

Jesus Cristo "larga tudo" para nos procurar quando nos perdemos.
Amigo e ser amigo, é estar sempre disponivel para o outro, sobretudo nos momentos em que mais precisa de nós.

Jesus Cristo no Seu amor por nós adverto-nos dos erros que cometemos ou que estamos para cometer.
Amigo e ser amigo, é não fugir à responsabilidade de avisar/aconselhar o outro e estar receptivo ao seu aconselhamento.

Jesus Cristo "preocupa-se" em fazer amigos e em tornar todos amigos uns dos outros.
Amigo e ser amigo, é abrir a amizade aos outros e fomentar a amizade entre todos.

Jesus Cristo só pensa em nós.
Amigo e ser amigo, é pensar no outro e deixar que ele pense em nós.

Jesus Cristo deu-nos a vida, e deu a vida por nós.
Amigo e ser amigo, é ajudar a viver e dar de nós tudo o que se tem para dar.

Jesus Cristo é o maior amigo e tudo pode.
Nós somos amigos nas nossas limitações, mas devemos imitá-Lo em tudo o que nos é possivel.

Jesus Cristo é para todos.
A amizade, assim vivida, é para mulheres e homens, crianças e adultos, solteiros, namorados, casados, viúvos, consagrados, e todos os estados de vida que houverem.

E agora, tal como me pediram, passo a incumbência a outros/as, que tenham mais inspiração do que eu:

http://www.voualiejavenho.blogspot.com/ - Leonor

http://www.portinhodeabrigo.blogspot.com/ - Xana

http://nasacristia.blogspot.com/ - Pe. Pedro Josefo

http://www.estoriasdacarochinha.blogspot.com/ - Joana

http://www.sepadume.blogspot.com/ - S.P.

http://www.nova-evangelizacao.blogspot.com/ - José Mariano

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

MEA CULPA, MEA CULPA

Sinto-me envergonhado!
A estratégia foi bem montada e nós caímos nela.
Era preciso a todo o custo afastar a Igreja da campanha para o Referendo ao aborto.
Era preciso calar a Igreja.
É tão extraordinário que conseguiram convencer-nos, (convencer-me), que era melhor não utilizar argumentos de Fé, da Doutrina, que era melhor os Bispos e os Padres não falarem, porque isso correria a favor do sim.
E nós caímos na armadilha.
Começou com o nosso Cardeal Patriarca, que animado das melhores intenções, veio dizer que este não era um assunto de religião.
E o que se entendeu foi: “Este não é um assunto de Deus, este não é um assunto de Fé, este não é um assunto de Doutrina”.
Como se se tratasse de um partido politico, a indicação foi entendida, como “liberdade de voto”, e que essa “liberdade” estaria de acordo com a Doutrina.
Veio depois explicar que tinha sido mal entendido, que não era isso que queria dizer, (e sabemos que não era), mas o “mal” estava feito e as forças do sim aproveitaram-no em toda a sua extensão.
Alguns de nós esboçaram palavras, escritos, atitudes, acções, mas logo vieram outros, (tantos do lado do não), dizer: “Cuidado, se metemos a religião “nisto”, perdemos de certeza”!
E no segredo das igrejas, das casas, ia-se rezando para que Deus fizesse aquilo que os Cristãos Católicos, não queriam? fazer, ou não faziam.
Por um lado dizíamos: “Senhor afasta-Te deste assunto porque se não perdemos a votação; por outro dizíamos: ajuda Senhor mas não “dês nas vistas”!
Aqueles, que afirmando-se católicos iam fazendo campanha pelo sim, (até um Padre, “dissidente” da Doutrina da Igreja, com “timing” perfeitamente escolhido), apareciam nas noticias, davam testemunhos, afirmavam a “sua fé”, e iam convencendo aqueles que não estavam bem seguros da Doutrina, das suas convicções.
Nós íamo-nos calando, timidamente dizíamos que isso não era verdade, que Deus era o Criador e por isso a vida Lhe pertencia, mas “aconselhados” a não fazermos “muito barulho”, porque nos faria perder votos, desistíamos e tentávamos arranjar argumentos humanos, para defender a vida que a Deus pertence.
Até a Misericórdia de Deus, foi usada como “apoiante” do sim e nós não fomos capazes de dizer, de explicar, que a Misericórdia de Deus é para o pecador arrependido e não para o pecado e aqueles que deliberadamente, conscientemente, pecam e fazem pecar, a não ser que também eles se arrependam verdadeiramente, com propósito de emenda.
Ah, pois, as coisas não são assim tão simples, dirão os “teólogos”, (que os há ao virar de cada esquina), mas a verdade é que Deus é isso mesmo: simplicidade e transparência.
Ele disse-nos claramente, muito claramente: «Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo.» Act 1, 8
E os confins do mundo serão a Europa, Portugal, e nós não fomos testemunhas, não testemunhámos que o nosso Deus é o Senhor da vida e da morte, que o nosso Deus nasceu de mulher e também foi, “zigoto”, “embrião”, “feto”, ou aquilo que Lhe queiram chamar.
Até nos disseram, que o sim é que era bom, porque Maria também tinha decidido.
Pois Maria decidiu, (ouviu Frei Bento Domingues), mas decidiu que queria ser Mãe antes da concepção, e não depois de já ter o Filho em Si.

Estou envergonhado e peço perdão a Deus.

«Senhor, Tu confiaste em mim.
Deste-me a graça da Fé, do Teu Amor.
Derramaste em mim o Teu Espírito Santo, e eu não O ouvi, não O deixei actuar em mim e fazer de mim Tua testemunha.
Perdão Senhor.
Nas Tuas mãos Pai, no Teu Coração Jesus, coloco todas as crianças que não vão nascer, porque eu não fui capaz de testemunhar o Teu Amor por nós, a Tua Verdade Criadora, o Teu Senhorio sobre a vida e a morte.»

domingo, 11 de fevereiro de 2007

É TEMPO

É tempo de continuar a lutar pela vida.
É tempo de exigir do Estado mais protecção às grávidas e às familias.
É tempo de apoiarmos e criarmos novas estruturas para ajudar as mães em dificuldades.
É tempo de darmos as mãos e lutarmos por um país melhor.
É tempo da nossa Igreja Católica reflectir e sabermos se fizemos tudo o que podia ser feito, para defender a vida.
É tempo de continuar a rezar.
É tempo de continuar a viver.
É tempo de continuar a acreditar.
É tempo de ter a certeza que Deus está sempre connosco.
É tempo de recomeçar, de renascer com a esperança em Cristo.

DIA DE FESTA

Hoje é Dia de Festa em minha casa.

Independentemente do resultado do referendo, no qual confio plenamente terá a mão de Deus, é Dia de Festa.

O nosso André fez a Primeira Comunhão!

O nosso André comungou hoje, pela primeira vez o Corpo de nosso Senhor Jesus Cristo, que o há-de guiar à vida eterna.

Louvado sejas Senhor, por me teres arrancado da vida sem sentido que levava e me teres dado a graça de conhecer o Teu amor e de o dar a conhecer aos filhos que me quiseste dar.

Obrigado Senhor pelo dia de hoje, pela Comunhão do André, por um passo mais ao Teu encontro.

Glória a Ti, meu Senhor e meu Deus.

PRECES DA ORAÇÃO DE LAUDES

Preces da Oração de Laudes de hoje, Domingo VI do Tempo Comum, (Semana II do Saltério), dia do referendo sobre o aborto.

Não podiam ser mais a propósito.

Rezemo-las com confiança.

Preces

Dêmos graças ao nosso Salvador, que veio ao mundo para ser Deus-connosco, e aclamemo-lO dizendo:

Cristo, Rei da glória, sede a nossa luz e a nossa alegria.

Senhor Jesus Cristo, sol nascente e primícias da nova humanidade ressuscitada,
- dai-nos a graça de Vos seguirmos, para que, livres das sombras da morte, caminhemos sempre na luz da vida.

Mostrai-nos a vossa bondade, espalhada por todas as criaturas,
- para contemplarmos em todas elas a vossa glória.

Não permitais, Senhor, que neste dia sejamos oprimidos pelo mal,
- mas fortalecei-nos com a vossa graça, para vencermos o mal com o bem.

Vós que fostes baptizado no Jordão por João Baptista e ungido pelo Espírito Santo,
- santificai toda a nossa actividade deste dia com a graça do Espírito Santo.


Um bom Domingo, Dia do Senhor, para todos.

BOA NOITE MÃE

Minha Querida Mãe do Céu,
Mãe de Fátima,
Rainha de Portugal.
Hoje quero adormecer envolto nos teus braços.
Quero hoje dormir assim, no Teu colo.
Quero que sintas,
minha querida Mãe Virgem,
o bater do meu coração pela vida.
E sabes porquê, para quê, Mãe?
Para que amanhã ao acordar
Tu me leves pela mão,
a votar.
Não só a mim,
mas a todos os teus filhos.
Ah, Mãe,
já agora vota também,
porque quando Tu Te empenhas numa coisa,
já podemos ter a certeza que ela acontece.
Estás a ver, Mãe,
porque quero dormir ao Teu colo?
É que assim durmo descansado,
na certeza que tenho,
de que quando Tu votas connosco,
a vida ganha,
e o amor acontece.
Mãe,
diz por mim,
boa noite ao Teu Filho,
diz-Lhe que não se preocupe,
que Tu tomas conta de tudo.
Que as crianças que Ele tanto ama,
vão continuar a nascer todas,
porque todas estão no Seu coração,
desde sempre e para sempre.
Boa noite Mãe,
durmo descansado.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

A QUESTÃO DA DEFESA DA VIDA EM PORTUGAL

LISBOA, domingo, 4 de Fevereiro de 2007 (ZENIT.org).- «A oração e o sacrifício dos fracos, dos pequenos, dos humildes, das crianças, dos doentes, dos atribulados, dos pobres são a nossa força mais poderosa» na luta em defesa da vida.

Quem fala é o Pe. Nuno Serras Pereira, sacerdote franciscano, escritor e uma das lideranças mais expressivas do movimento em defesa da vida, em Portugal, como pensador e militante pro-vida.

Nesta entrevista, concedida ao professor e jornalista Hermes Rodrigues Nery (Coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida e do Movimento Legislação e Vida, da Diocese de Taubaté), Pe. Nuno Serras Pereira reflecte temas relevantes sobre o contexto pro-vida na actualidade, especialmente em Portugal, no período que antecede o referendo sobre o aborto, que acontecerá em 11 de Fevereiro.

--Em meio às grandes ameaças de hoje contra a família e a dignidade da vida, com os inúmeros ataques que buscam derruir o sentido e o valor da pessoa humana, o senhor publicou o livro "O Triunfo da Vida", cujo título expressa forte esperança de que o combate em favor da vida não apenas não é uma batalha sisífista, mas - o que é importante - trata-se de um combate espiritual cuja vitória sem dúvida será o da cultura da vida sobre a cultura da morte. Nesse sentido a sua obra (e sua acção pastoral) reforça sua fé no cristianismo como fermento permanente da vida, perspectiva sempre promissora da salvação de todos. Como o senhor vivencia esta esperança diante dos desafios actuais?
--Pe. Nuno Serras Pereira: Como a Revelação nos ensina, só em Jesus Cristo é que somos salvos. Pela Sua Ressurreição Ele triunfou, de uma vez para sempre, do pecado e da morte. Por isso, é preciso tornar presente essa vitória, anunciando, celebrando e testemunhando o Evangelho da vida, sem medo, nem ambiguidades, nem concessões. A Verdade celebrada, proclamada e vivida derruba todas as muralhas de egoísmo, de mentira, de destruição e de ódio - como nos ensina a narrativa sobre a conquista de Jericó. O poder de vida e de amor que brota da Paixão Redentora de Cristo é infinitamente maior do que as forças avassaladoras da fragmentação e da morte.

--A defesa da família e da vida humana é hoje uma causa urgente, de exigências cada vez mais intensas, que envolve a necessidade de informação e aprofundamento dos temas bioéticos, como também de recursos financeiros (sempre exíguos) e meios para uma acção conjunta, coordenada, com política de não-violência e que seja realmente eficaz. Tudo isso demanda esforços e apoios, mas o tempo corre veloz, não sendo mais possível enfrentar a problemática por métodos tradicionais, diante de situações que se tornaram muito complexas. E então? O que fazer? O senhor poderia pontuar alguns procedimentos indispensáveis para o êxito de uma acção pro-vida diante dos actuais desafios existentes?
--Pe. Nuno Serras Pereira: Perante os meios poderosos de desinformação e propaganda e tendo em conta a dimensão gigantesca dos ataques à vida e à família creio que é necessária uma formação urgente dos responsáveis da Pastoral na Igreja para que estes temas estivessem habitualmente presentes na catequese, nas homilias, na reflexão dos movimentos eclesiais, em retiros, na preparação para o matrimónio, etc. Parece-me que os tempos de ingenuidade e de falsas aberturas ao mundo têm de acabar. A consciência forte de uma identidade católica e a comunhão e obediência ao Magistério da Igreja são essenciais quer para o diálogo ad extra, quer para a Nova Evangelização. Só essa cultura verdadeiramente católica é que poderá gerar leigos que, nas várias profissões, na política, na cultura, etc., sejam agentes de transformação e transfiguração do mundo.

--Há iniciativas (de indivíduos e instituições, organismos da sociedade civil e até mesmo do poder público) que buscam convergir acções conjuntas em favor da vida. Mas ainda são iniciativas insuficientes e nem sempre com resultados capazes de fazer contraponto à lógica e á mentalidade antivida que prevalece, especialmente nos países ricos. A Igreja é chamada a ser "sinal de contradição", mas também se sente apreensiva e até mesmo tímida na acção. Com que forças a Igreja pode contar para fazer frente a tão grandes demandas?
--Pe. Nuno Serras Pereira: A oração e o sacrifício dos fracos, dos pequenos, dos humildes, das crianças, dos doentes, dos atribulados, dos pobres são a nossa força mais poderosa. Depois, haverá sempre a necessidade da relação interpessoal e o testemunho continuado da ajuda concreta a quem dela precise neste campo. É preciso também não procurar o sucesso, a honra e a fama e não ter medo de passar por louco aos olhos do mundo. É o “sinal de contradição” que acaba por gerar a comunhão. O mundo para se converter precisa de ter a certeza que acreditamos mesmo na verdade que anunciamos e a sua aversão só se transformará em conversão se permanecermos no amor.

--Como evitar a avalanche de falsos valores que vão estendendo a mentalidade anti-vida por toda a parte, corroendo assim lentamente a tessitura social, como percebemos pelas explosões de violências (em todos os níveis) por toda a parte? Como agir em meio a toda esta situação, em conformidade com o espírito do Evangelho, e à realidade que aí está, sem se deixar impregnar pelo utilitarismo, cepticismo, relativismo e todos os demais ismos que caracterizam a pós-modernidade, nesta espécie de globalização que se volta contra a humanidade?
--Pe. Nuno Serras Pereira: Todos esses antivalores que atacam a humanidade do próprio homem têm ultimamente origem “naquele que é homicida desde o princípio” que “é mentiroso e pai da mentira”, como nos diz Cristo no Evangelho de S. João. Na celebração dos sacramentos encontramos o próprio Cristo que nos purifica, fortalece e une a Si, tornando possível a resistência e a vitória sobre o Maligno. Toda a pessoa humana que injustamente a nós se opõe, na medida em que testemunhamos a verdade (já que pode haver uma justa oposição devida às nossas limitações e pecados), ultimamente, sem disso se aperceber, está-nos pedindo auxílio, socorro, libertação. Daí que, como dizia Santo Agostinho, importa muito distinguir o erro ou o pecado da pessoa do pecador. Nós ao atacarmos o erro e o pecado da pessoa, a ela nos estamos a aliar para redimi-la da escravidão em que se encontra. A pertença a Cristo e à Igreja, vivida numa experiência comunitária de amizade e interajuda fraterna cria um caldo de cultura sã que, evitando a contaminação, tende a irradiar formas de pensar e actuar salutares.

--Fale-nos da sua experiência como pensador e activista pro-vida. Como começou o seu trabalho de cristão militante em defesa da vida?
--Pe. Nuno Serras Pereira: A minha preocupação com este assunto começou, salvo erro, em 1976 ou 77 com as primeiras investidas abortistas em Portugal, dois anos depois da Revolução de Abril. Nos anos de 1982 a 1984, já entrado no Seminário Franciscano, comecei a estudar mais o assunto. A encíclica O Evangelho da vida, do Papa João Paulo II, em 1995, constituiu para mim um marco extraordinário, pela sua beleza, pela sua força, pela capacidade de mobilização que imprimia, pela clareza doutrinal, pelo desassombro. Li e reli tantas vezes esse texto singular que posso dizer que o mastiguei e engoli! Foi nessa altura que aperfeiçoei uma oração que tinha composto em 1984 e que é conhecida em Portugal por Oração pela Vida ou oração da Nossa Senhora do Ó. Até hoje já foram distribuídas, em Portugal, um milhão e meio dessas orações.
Estudei também diversos comentários a essa encíclica e desde então não deixei de aprofundar sempre cada vez mais esses temas acompanhando, até hoje, a bibliografia que vai saindo. Mais tarde entre 1996 e 1998 devido às novas investidas abortistas envolvi-me, já sacerdote, quase a tempo inteiro, em ligação com vários grupos de leigos formidáveis, dados à oração e à acção. Em Fevereiro de 1997 publiquei um livrinho, intitulado “Toda a Vida Pede Amor”. Nele procurei fazer um forte apelo à oração e à acção, sintetizando e salientando alguns aspectos da encíclica do Papa João Paulo II. Foi em 1998 que a minha mãe ao ver-me tão empenhado nestes combates me disse uma coisa que desconhecia.
Quando estava grávida de mim, eu sou o quarto de sete filhos, ela e meu pai foram pressionados para que eu fosse abortado… Poder-se-á explicar com esta ameaça experimentada no seio materno a minha dedicação a este campo de apostolado? Talvez em parte. Mas creio que antes disso se deve colocar a graça que Deus me tem concedido de entender a gravidade do que se passa e de contribuir com o que posso para lhe pôr remédio. Não é nada agradável estar continuamente observando e estudando as realidades da anticultura da morte para as denunciar e lhes dar resposta. De qualquer modo, isso obrigou-me a estudar filosofia do Direito, filosofia política, filosofia e teologia moral e bioética. Mas do que eu gosto mesmo é de teologia fundamental e sistemática, teologia bíblica, espiritualidade e literatura. Se pudesse era tão só a isso que me dedicava. Mas não posso. Quereria de algum modo descansar destas guerras, porém até agora não consegui, nem sei se algum dia conseguirei. O que se passa é mesmo demasiado grave para que alguém lhe possa ser alheio.
Em 1999 iniciei um boletim electrónico, Infovitae, composto de artigos e notícias respigados na Internet para ajudar a conscientizar e manter informados os seus leitores. Os textos que tenho escrito desde então foram publicados, em Junho de 2006, no livro que já referiu “O Triunfo da Vida”.

--O senhor poderia nos diagnosticar a situação de Portugal em relação à defesa da vida, especialmente no período entre o referendo de 1998 sobre a legalização do aborto e o que irá acontecer no próximo dia 11 de Fevereiro, quando os portugueses serão novamente chamados a se posicionar sobre esse tema? Por que essa questão voltou ao debate nacional? Quais os interesses em jogo?
--Pe. Nuno Serras Pereira: A mobilização dos pro-vida para o referendo de 1998 não acabou com este mas resultou num empenhamento continuado, com o apoio da Igreja, que se verificou num aumento substancial de associações de ajuda às mães grávidas em dificuldade e de auxílio às crianças abandonadas. Por outro lado, criou-se a Federação Portuguesa pela Vida que agrega a maior parte dos pro-vida. Apostou-se ainda na política com alguns deputados corajosos que foram muito activos no parlamento. Apesar de todo o trabalho heróico desenvolvido por tantos sofremos graves revezes ao longo destes anos. Desde logo, a introdução da chamada “educação sexual nas escolas” dominada quase exclusivamente pela APF que é a filial portuguesa da IPPF; a seguir um aumento exponencial da contracepção; depois a introdução da “pílula do dia seguinte”; em quarto lugar, todos os partidos políticos do Parlamento, pela primeira vez na nossa história, manifestaram o seu acordo com a legalização do aborto em 1984, e seus sucessivos acréscimos, aprovando uma resolução para que essa lei iníqua fosse efectivamente cumprida; finalmente a aprovação de uma lei de reprodução artificial absolutamente desastrosa. É muito preocupante que em todos estes casos houvesse políticos e médicos católicos, praticantes (!), responsáveis pelo que sucedeu. Pode-se dizer, sem medo de errar, que se não tivesse havido, ao longo do tempo, a cumplicidade de católicos não teríamos a anticultura da morte que hoje temos em Portugal.
«O aborto já é lícito, em Portugal, quando tem o consentimento da mulher grávida e é justificado: por razões "de morte, ou de grave e duradoura ou irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida"; por razão de "grave doença ou malformação congénita" do feto; por inviabilidade de vida do feto; por razão de gravidez resultante de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual da mulher. Os prazos variam: conforme os casos, podem ser de 12 ou 24 semanas, ou até sem prazo. Mas são sempre prazos praticamente operativos - por exemplo, no caso de "constituir o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida", não tem prazo.» (Prof. Mário Pinto).
O que agora se pretende com este novo referendo é alcançar a liberalização total do aborto até às dez semanas e, quer ganhem ou percam o referendo, criar uma mentalidade que admita sem resistência a abertura de “clínicas” privadas, convencionadas com o Estado, para praticarem o aborto. Mesmo que não ganhem o referendo, com a simples abertura dessas clínicas conseguirão o aborto livre até ao nascimento, invocando a saúde psíquica, como já acontece em Espanha, que tem uma lei praticamente igual à nossa.
Há grandes interesses políticos, económicos e ideológicos, muitos deles capitaneados pela APF/IPPF, que nunca deixaram que este tema esmorecesse e que nunca desistirão até alcançarem o que querem.


--Quais as expectativas dos movimentos em defesa da vida nesse momento histórico, que antecede o referendo de 11 de Fevereiro?
--Pe. Nuno Serras Pereira: Com os olhos postos em Deus e confiados na intercessão da Santíssima Virgem Maria combatem o bom combate, na Esperança que o Não ao aborto ganhe o referendo e seja ponto de partida para novos triunfos da vida. Providencialmente o referendo foi marcado para o dia de Nossa Senhora de Lurdes, e em peregrinação a Fátima fomos pedir à Mãe, que é a mesma, que nos conduza e nos ampare.

--Como tem sido a actuação da Igreja em Portugal, nesse período, especialmente o envolvimento dos padres e bispos na causa da vida?
--Pe. Nuno Serras Pereira: Eu creio que nós, como Igreja, temos graves culpas e que devíamos fazer uma acção de penitência pública pedindo perdão a Deus por elas. É demasiado fácil acusar um passado que mal conhecemos e que não vivemos, e ignorarmos os nossos próprios pecados. Para dar um só exemplo, basta referir que em nome de ideologias “pastorais” se profana a Santíssima Eucaristia, com gravíssimo escândalo público, admitindo à Sagrada Comunhão políticos e outras figuras conhecidas, que pública e obstinadamente fazem campanha por e votam leis que admitem o aborto.
Felizmente, o Conselho Permanente da Conferência Episcopal foi muito claro ao afirmar com todas as letras que os católicos “devem votar não”. Também o Senhor Cardeal Patriarca advertiu que a doutrina da Igreja “obriga em consciência todos os católicos”. Tem-se assistido, geralmente falando, a um empenho sério, determinado e constante dos Senhores bispos e dos sacerdotes. Mas o mais impressionante ainda é assistir a uma enorme mobilização dos fiéis leigos como há muitas décadas não se via em Portugal. Como escrevi num texto recente, a propósito deles, “são inúmeros os membros da resistência de quem nos devíamos aproximar com uma reverência semelhante à de Moisés diante da sarça-ardente. Neles, não obstante as suas fragilidades de barro, torna-se verdadeiramente presente Aquele que disse: Eu Sou Aquele que Sou – para vós; operando prodígios que confundem os adversários”.


--O Papa Bento XVI, em sua encíclica "Deus Caritas Est" afirmou que "quem reza não desperdiça o seu tempo, mesmo quando a situação apresenta todas as características duma emergência e parece impelir unicamente para a acção". Qual o papel da oração no bom combate em favor da vida?
--Pe. Nuno Serras Pereira: Desde sempre que o número 100 da encíclica O Evangelho da vida que faz um chamamento urgente à oração (e ao jejum) em ocasiões especiais mas também no dia a dia das comunidades cristãs e das famílias, foi para nós uma referência. Embora batalhemos com toda a determinação agindo sabemos bem que tudo depende da oração. Por isso, não só rezamos como pedimos a todos os mosteiros de contemplativos que, como Moisés orando de braços erguidos no monte, nos garantam o bom sucesso do combate como Moisés o garantiu às tropas comandadas por Josué contra as de Amalech.
O Papa Bento XVI com os seus contínuos e repetidos ensinamentos sobre a vida e a família tem sido uma fonte de enorme inspiração e encorajamento para todos nós.

--A partir da sua vivência, por que a mensagem da Igreja (o valor da sã doutrina) tem encontrado, ultimamente, grandes dificuldades de chegar à base da sociedade, principalmente em relação à moral sexual? Quais os factores que mais interferem? E que respostas a dar diante disso?
--Pe. Nuno Serras Pereira: Eu creio que o peso desmesurado da publicidade, dos meios de comunicação social e do ensino da escola estatal dificultam muitíssimo um ambiente são em que a verdade possa ser respirada e vivida. Penso, porém que há outros factores a ter em conta. Grande parte de dignitários na Igreja mais ou menos afectados pelos efeitos devastadores da revolução sexual, em nome de uma recusa do puritanismo em que porventura alguns terão sido educados, renuncia ao anúncio da verdade e do significado da sexualidade. Uns desistiram, outros são indiferentes e outros ainda cúmplices na deformação sexual. E, no entanto, a Igreja nos dias de hoje dispõe dum meio excelente e singular para se fazer ouvir e entender. Refiro-me às catequeses sobre a Teologia do Corpo do Papa João Paulo II. Onde esta verdade tem sido anunciada tem gerado conversões e transformações prodigiosas.
Depois importa muito lutar pelo ensino livre, para que possam ser as famílias a escolher livremente, sem serem penalizadas, o tipo de educação que querem para os seus filhos. Nos dias de hoje a salvação da vida e da família joga-se em grande parte na educação livre. O Estado totalitário procura subtrair os filhos à influência dos pais.
Finalmente, os pais têm o grave dever de velar para que os seus filhos não sejam expostos de qualquer maneira ao que passa na TV, ao que se encontra nos vídeos jogos e na Internet.

--Por que o relativismo parece ter mais força? Diante dessa mentalidade, tem sido muito difícil testemunhar os valores da família, num contexto de apologia explícita a modelos que contrariam os fundamentos da própria civilização. Muitos dizem que é falta de informação. Mas só isso é insuficiente. Faltam mais coisas. A família vem sendo agrilhoada, em todos os aspectos. Por que a evangelização, nesse sentido, tem sido cada vez mais difícil, e tem encontrado maior resistência?
--Pe. Nuno Serras Pereira: Há grupos minoritários e extremamente bem organizados dotados de enorme poder económico e político que pretendem destruir a família fundada no matrimónio entre um homem (varão) e uma mulher. A pessoa reduzida a indivíduo, sem uma teia de relações vinculantes, destituído das referências filiais/paternais e fraternas, torna-se presa fácil para qualquer manipulador. O homem sozinho torna-se indefeso e rende-se a tudo. Perde a noção da sua dignidade e abdica de toda a liberdade, prestando consentimento à sua própria escravatura. O poder de sedução desses grupos que dominam a propaganda encontra um aliado fácil na fraqueza ou fragilidade do coração humano ferido pelo pecado. O Papa Bento XVI tem indicado o caminho de redenção com toda a clareza, importa segui-lo.

--Poderia nos indicar dez propostas de políticas públicas em favor da família e da vida humana?
--Pe. Nuno Serras Pereira: Como sacerdote não é a mim que me compete dar soluções técnicas concretas para os problemas existentes. Isso faz parte das competências dos leigos.
No entanto, sempre posso adiantar que a política tem de estar centrada na dignidade da pessoa humana, desde o momento da concepção até à morte natural, e na família fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher. As políticas não poderão penalizar os casais e as famílias, quer economicamente, quer facilitando o divórcio e as uniões de fato. O Estado deve garantir a liberdade de ensino e de educação. E subsidiariamente incentivar a natalidade.

--Poderia nos indicar, do mesmo modo, algumas propostas de acções pastorais, para uma promoção realmente mais eficaz da Igreja (religiosos e leigos) em sua missão de salvaguardar a família e a dignidade da pessoa humana?
--Pe. Nuno Serras Pereira: 1 - a) Garantir que ao longo de toda a catequese esteja presente o Evangelho da Vida, em particular no que diz respeito às questões do aborto e da eutanásia; b) Não admitir ao sacramento do Crisma qualquer jovem que não professe a verdade que a Igreja anuncia sobre estas questões; c) Por maioria de razão não aceitar nenhum catequista ou outro responsável eclesial que não adira ou tenha dúvidas sobre essa verdade.
2 – Que nos CPM e outro tipo de preparações para noivos ou casais se ensine a Teologia do Corpo do Papa João Paulo II e os métodos naturais de paternidade responsável.
3 – a) Que em todas as Missas em que se reze a Oração Universal, haja, pelo menos, uma intenção pela defesa da vida; b) Que as Paróquias, Congregações e Ordens Religiosas, e Movimentos organizem (em cooperação uns com os outros ou não) ocasiões excepcionais de oração pela vida); c) Que na catequese e noutras realidades eclesiais se reze habitualmente orações como a que o Papa João Paulo II na sua encíclica nos proporcionou ou a de Nossa Senhora do Ó ou qualquer outra adequada e aprovada.
4 – Que ao longo do ano os sacerdotes façam várias homilias sobre o tema, aproveitando festas como a da Anunciação, por ex, ou leituras que venham a propósito, ou, uma vez que a homilia também pode versar sobre isso, a antífona de entrada ou a oração da colecta, etc. Podem encontrar-se muitas sugestões em www.priestsforlife.org .
5 – Que as Dioceses ou a nível nacional se organizem acções de formação para o Clero sobre o Evangelho da Vida, em particular no que diz respeito à formação das consciências. Importa ainda dar uma formação específica sobre as relações entre a lei civil e a lei moral, sobre as leis intrinsecamente injustas, etc; sobre direitos humanos e sobre a verdadeira democracia.
6 – É necessária uma particular atenção aos políticos católicos. A maioria parece ter um conceito relativista da democracia, que é obviamente incompatível com a fé e a lei natural, Depois são de uma ignorância e de uma ingenuidade extraordinárias no que diz respeito às questões morais, às questões de defesa da vida, da sexualidade, da educação, etc. Não basta emitir notas pastorais ou outro tipo de documentos nem deixá-los à mercê de conselheiros espirituais ignorantes ou dissidentes, embora com grande projecção mediática, em relação à verdade anunciada pela Igreja para o bem de todos. Creio que seria indispensável um contacto personalizado da parte dos seus Pastores e propor-lhes formação adequada ao seu nível cultural apostando em encontros ou convénios especificamente dirigidos a eles e sem recear convidar gente estrangeira qualificada para conceder essa formação.
7 – Julgo que também seria urgente que em cada Diocese os Pastores convidassem os católicos de maiores responsabilidades políticas e sociais pedindo-lhes pessoalmente que se empenhassem, desde já, em acções concretas de defesa da vida, procurando organizar-se, não só para impedir alargamentos da lei actual do aborto, mas também para abolir a lei 6/84, o DIU, a contracepção de emergência, etc.: Pede-se «aos Pastores, aos fiéis e aos homens de boa vontade, em especial se são legisladores, um renovado e concorde empenho para modificar as leis injustas que legitimam ou toleram essas violências. Não se renuncie a nenhuma tentativa de eliminar o crime legalizado ... » (João Paulo II, Discurso aos participantes no encontro de estudos, pelo 5º aniversário da encíclica Evangelium Vitae (5º aniv. EV), 4) E ainda: Não «há nenhuma razão para aquele tipo de mentalidade derrotista que considera que as leis que se opõem ao direito à vida - as que legalizam o aborto, a eutanásia, a esterilização e os métodos de planeamento familiar que se opõem à vida e à dignidade do matrimónio - são inevitáveis e até quase uma necessidade social. Pelo contrário, são um gérmen de corrupção da sociedade e dos seus fundamentos.». (5º aniv. EV, 3).
8 – É preciso que se cumpra o cânon 915 do Código de Direito Canónico: Não se pode dar a Sagrada Comunhão a quem legisla, favorece, se conforma, vota ou faz campanhas por leis intrinsecamente injustas, como a que admite o aborto. É certo que qualquer Pároco tem o dever, depois de um juízo prudente, de negar a Sagrada Comunhão a quem perseverar obstinadamente nesse pecado, isto é a quem não se arrepender, retratando-se publicamente. No entanto, uma palavra autorizada dos Senhores Bispos, à semelhança do que têm feito alguns Arcebispos nos USA e em outros países, poderia ser de grande encorajamento e servir para a formação das consciências. Não se pode deixar de reconhecer que o respeito pelo culto e pela reverência devida a Deus e a Seu Filho sacramentado, o cuidado pelo bem espiritual dos próprios, a necessidade de evitar escândalo, e a preocupação pelos sinais educativos e pedagógicos para com o povo cristão e para com todos, pedem que se pare, de imediato, com este gravíssimo escândalo de admitir à Sagrada Comunhão políticos e outros com responsabilidades no aborto.
9 – As instituições e os meios de comunicação social da Igreja não devem convidar nem admitir para nelas trabalhar, palestrar ou conferenciar pessoas com responsabilidades públicas no aborto ou seus apoiantes.
10 – Os órgãos de Comunicação Social da Igreja têm de ser exemplares na fidelidade ao Evangelho da Vida. Não podem dar azo a ambiguidades. Devem conceder uma formação habitual e constante através de artigos ou de programas sobre as diversas vertentes do Evangelho da Vida. O critério de escolha para as pessoas a convidar, não deverá depender do peso mediático, dos títulos, mesmo eclesiais, mas da competência e da fidelidade à verdade que a Igreja anuncia. Basta de induzir os católicos em erro apresentando-lhes como verdade a doutrina adulterada e falsificada.
11 – Continuar o apoio às instituições de apoio às mães grávidas, às mulheres que abortaram e todos os que estiveram envolvidos nalgum aborto, às crianças em risco, aos idosos desamparados.
12 – Constituir equipas de leigos e padres que percorram o país de ponta a ponta, e não só as paróquias, dando formação sobre o Evangelho da Vida.
13 – É preciso que Fátima se transforme no centro do anúncio e da celebração do Evangelho da vida em Portugal e na Europa. Nossa Senhora, em 1917, advertiu que se não se fizesse o que Ela pedia a Rússia espalharia os seus erros pelo mundo inteiro. Ora a Rússia foi o primeiro país do mundo a legalizar o aborto. Além disso, como recorda João Paulo II, nas questões do aborto e da eutanásia dá-se uma “guerra dos poderosos contra os débeis”, e como todos sabemos a mensagem de Fátima está intrinsecamente ligada com a Paz. Também o Papa Bento XVI na sua última mensagem para a paz advertiu que “o aborto e as pesquisas sobre os embriões constituem a negação directa da atitude de acolhimento do outro que é indispensável para se estabelecerem relações de paz estáveis.”.
14 – Garantir uma formação fiel à verdade anunciada pelo Magistério da Igreja nos seminários e na Universidade Católica Portuguesa.


--No Brasil, o "Movimento Legislação e Vida" vem buscando uma actuação junto aos parlamentares para evitar a aprovação de leis antivida. As pesquisas dizem que 97% da população brasileira é contra o aborto, mas 70% dos nossos parlamentares são a favor. Isso quer dizer que os representantes do povo não estão em sintonia com o que realmente pensa a maioria da sociedade. Os lobbys anti-vida agem no Congresso, porque sabem que é mais fácil fazer a cabeça dos parlamentares do que de toda a população. Como o senhor vê essa situação? E como é essa realidade em Portugal?
--Pe. Nuno Serras Pereira: Quanto a mim, tem sido muito descuidada a formação dos católicos no respeitante à hierarquia de valores e ao comportamento na vida política. Para um discernimento verdadeiro em quem votar para nosso representante importa muito estudar a Nota Doutrinal da Congregação para a Doutrina da Fé “sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política”.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

AS MENTIRAS DO SIM

ROMA, terça-feira, 6 de fevereiro de 2007 (ZENIT.org).- Em uma entrevista concedida a Zenit, o Dr. Renzo Puccetti, especialista em Medicina Interna e secretário do Comitê «Ciência & Vida» de Pisa-Livrono, explicou quais e quantas mentiras foram contadas para fazer a população aceitar, sobretudo as mulheres, a liberação do aborto.
Tendo em conta que em Portugal será votado no dia 11 de fevereiro um referendo que tenta legalizar o aborto, o Dr. Puccetti reportou a trágica experiência vivida nos diversos países onde o aborto foi legalizado.
Dado o fato de que em poucos dias os cidadãos de Portugal serão chamados a exprimir sobre a legalização do aborto, o secretario do Comitê «Ciência & Vida» de Pisa-Lavorno comentou: «Reconhecê-los-ão por seus frutos», é uma máxima evangélica, tão densa de verdade que está penetrada com facilidade no senso comum».
«Elemento constante dos abortistas precisou Puccetti é a falsificação dos dados, da manipulação da verdade com fim de apresentar a supressão de uma vida humana inocente como necessária para a salvaguarda da vida, da saúde, da liberdade da mulher.
Nada é mais falso. Defesa da vida e defesa da mulher não estão absolutamente em antítese, afirmar isto da parte dos médicos que conhecem os dados é mentir, sabendo que está mentindo».
Zenit questionou quais são as mentiras apregoadas pelos abortistas, e o médico de Pisa respondeu: «Afirma-se que a legalização do aborto fará acabar o aborto clandestino, mas isto é falso. Na Itália, depois de 29 anos de aborto legal e mais de 4.600.000 abortos legais, o Instituto Superior de Saúde estima em 20.000 o número de abortos clandestinos por ano (Relatório do ministro da saúde sobre a atuação da lei sobre a tutela social da maternidade e a interrupção voluntária da gravidez (lei 194/78) no ano de 2006)».
A quem diz que legalizando o aborto e combatendo assim o aborto clandestino se evita que as mulheres morram por causa das complicações de tal prática que, por sua própria natureza, não assegura a mesma segurança de um aborto legal, o Dr. Puccetti respondeu: «Os dados da OMS referem que a mortalidade materna (a mortalidade da mulher no período do início da gravidez até o quadragésimo segundo dia depois do término da gravidez, conduzida ao término ou interrompida) em Portugal, Irlanda e Polônia, onde o aborto é ilegal, é em média mais baixa em relação a dos países vizinhos, respectivamente Espanha, Inglaterra e República Tcheca».
«Por outro lado acrescentou há um estudo que fez definitivamente cair o presumido rol salvífico do aborto em relação à mulher. Na Finlândia foram avaliados os falecimentos de todas as mulheres em idade fértil entre um ano do término da gravidez; o resultado é que as mulheres que abortaram voluntariamente tiveram uma mortalidade três vezes maior em relação àquelas que deram à luz, com uma taixa de suicídio de 700% (Gisler M, Berg C, Bouvier-Colle MH, Buekens P. Am J Obstet Gynecol. 2004 Feb; 190(2):422-7).
«O estudo do professor Fergusson, explicou o médico conduzido controlando um grupo de fatores, mostrou o aumento da incidência de depressão e dos distúrbios de ansiedade nas mulheres que abortaram (Fergusson DM et al. J Child Psychol Psychiatry. 2006 jan; 47(1):16-24)».
«Sobre a base das evidências sublinhou Puccetti está claro que o aborto é nocivo para a saúde da mulher; as verdadeiras feministas, aquelas que devem combater pela tutela da vida e da dignidade da mulher, não conheço muitas, são firmemente contrárias ao aborto, vendo como isto é simplesmente o primeiro passo de uma tecno-ciência que, prometendo à mulher maior liberdade, na verdade lhe tira do próprio corpo, roubando o know-how da mulher para confiá-lo a um técnico do corpo feminino».
Segundo o secretário de Ciência & Vida de Pisa-Livorno, «entre os frutos da mentalidade abortista não é estranho o inverno demográfico. Não são raros os casos que depois de um ou mais abortos, efetuados porque não era o momento oportuno para uma gravidez, voltam-se desesperados a buscar o tratamento pró-criativo com as técnicas mais invasivas, mas na maior parte falhas, de procriação artifical».
«Se se admite por lei que o direito a decidir o quando da maternidade prevalece sobre tudo, até poder sacrificar a vida humana, revelou o médico de Pisa é fácil que na sociedade prospere uma cultura de aniquilamento demográfico.
Também considerando as mães imigrantes que giram em torno de 12%, em geral têm dois filhos e antecipam a gravidez geralmente em quatro anos em relação às mulheres italianas, na Itália a natalidade está no limite mínimo».
Um dos argumentos utilizados pelos que sustentam a interrupção voluntária da gravidez é aquele de fazer acreditar que o aborto é bom para a mulher vitima de violência ou incesto. «Na verdade explicou Puccetti tais motivações entram em jogo em menos de 0,5% dos casos (Lawrence B. Finer Perspectives on Sexual and Reproductive Health Volume 37, Number 3, September 2005).
Também nestes dolorosos casos, de todas as formas, o aborto não constitui uma ajuda para estas mulheres, mas também pode acrescentar uma outra ferida a uma já aberta, como testemunhado por um documento específico redigido por mulheres americanas que ficaram grávidas apos um ato de violência (http://www.afterabortion.info/news/WPSApetition.htm).
Também a argumentação dos defensores da interrupção voluntária da gravidez, segundo os quais se diz que o recurso ao aborto é excepcional, é para Pucetti «uma motivação fraudulenta». O secretário de Ciência & Vida afirmou que «os dados desmentem esta tese».
Justamente «a abortividade há anos na Itália é estável em torno de 250 abortos entre 1000 nascidos vivos.
A legalização se associa a uma adição à prática abortiva: na Itália, somente no ano de 2004, 23.431 mulheres abortaram pela segunda vez, 6.861 pela terceira, 2.136 pela quarta e 1.433 por, pelo menos, a quinta vez».
«Todos os estudiosos, mesmo os abortistas, concluiu Puccetti admitem que aumentar o acesso ao aborto aumenta o recurso a esta medida. Entre os numerosos exemplos há o da Irlanda: é sabido que mulheres irlandesas vão abortar na Inglaterra, mas o fenômeno abortivo na Irlanda é um terço do inglês, onde o aborto é legal se requerido; é bom ter em mente que a tais áridos números correspondem 10.555 vidas humanas que nascem, vivem, se alegram e sofrem como todos nós, ao invés de ser jogadas no lixo entre os refugos especiais de um hospital».
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Retirado da ZENIT

sábado, 3 de fevereiro de 2007

NOTICIA?

No Diário de Noticias de hoje, o jornalista? Pedro Correia, escreve um artigo intitulado: "São católicos e militam na despenização"
Entre as os diversos erros que escreve, há este parágrafo que nos leva a perceber quem são os "católicos" que refere:
«A jurista Marta Rebelo, que também integra a Comissão Nacional do PS, sublinha que "Deus está na consciência de cada um que nele crê e a resposta ao referendo também está na consciência de cada um". Uma católica assumidamente "heterodoxa", casada pela Igreja mas não baptizada, esta socialista declara que "a penalização das mulheres é uma atitude desumanizadora". Nada mais natural em quem acredita num Deus que "impõe a todos os seres o respeito pelo semelhante".» (o destaque é meu).
Para além do resto que nem vale a pena comentar, reparemos que a Senhora não é baptizada, no entanto o jornalista? não hesita em chamar-lhe católica, o que no fundo está certo, porque a Senhora não é católica, visto não ser baptizada e não seguir a doutrina da Igreja Católica, e portanto apenas se poder apelidar, chamar, católica.
Lógicamente a Senhora tem todo o direito à sua opinião, tem todo o direito em considerar-se cristã, se acredita em Cristo, não pode é afirmar-se católica, se nem sequer entrou na Igreja Católica pela porta que é o Baptismo.
Acredito que o erro é do jornalista?, que mais uma vez faz confusão entre ser cristão e ser cristão católico.
É também interessante verificar que, se um católico afirma as suas convicções defendendo o não, está a tentar pressionar os outros e tal não é legitimo, mas se defender o sim, então já pode invocar essa condição.
Sem palavras!!!

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

UMA VERDADE

"Um NÃO dito com convicção é melhor e mais importante que um SIM dito meramente para agradar, ou, pior ainda, para evitar complicações»
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Gandhi

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

DOUTRINA DA IGREJA CATÓLICA SOBRE O ABORTO

Para que não haja dúvidas na mente dos Cristãos Católicos, sobre o que diz a Doutrina da Igreja Católica, acerca do aborto:
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«A Igreja afirmou, desde o primeiro século, a malícia moral de todo o aborto provocado. E esta doutrina não mudou. Continua invariável. O aborto directo, isto é, querido como fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral:
Não matarás o embrião por meio do aborto, nem farás que morra o recém-nascido. (Didaké 2,2)
Deus, Senhor da vida, confiou aos homens, para que estes desempenhassem dum modo digno dos mesmos homens, o nobre encargo de conservar a vida. Esta deve, pois, ser salvaguardada, com extrema solicitude, desde o primeiro momento da concepção; o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis (GS 51).»
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Catecismo da Igreja Católica - 2271
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Didaké - significa "instrução" ou "doutrina".
É um escrito que data de fins do séc. I da nossa era.
É um manual de religião ou, melhor dizendo, uma espécie de "catecismo dos primeiros cristãos".
GS - Gaudium et Spes - Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo actual - Concílio Vaticano II
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Mais uma vez afirmo que falo para os Cristãos Católicos, e que não pretendo "impor" a minha Fé, as minhas convicções a ninguém, que não queira "ouvir".