sexta-feira, 30 de novembro de 2018

UM TESTEMUNHO DO “LADO DE CÁ” DO ALPHA

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Confesso que nunca fiz o Alpha como convidado, embora já tenha feito 12 Percursos Alpha completos na Marinha Grande e colaborado em outros tantos, em diversas paróquias pelo país fora.
O que me foi dado aprender e aprendi, foi um manancial de coisas importantes, não só de Doutrina da Igreja, mas também e sobretudo da maneira de a viver no amor a Deus e aos outros.
Claro que já tinha um passado em Igreja, sobretudo ligado ao Renovamento Carismático Católico, que me facilitou enormemente a minha adesão e empenhamento ao e no Alpha.
Mas faltava-me muito, (e muito me faltará ainda), para ser um verdadeiro cristão católico, colocando os poucos ou muitos talentos que Deus me deu ao Seu serviço, servindo os outros.
Os temas do Alpha foram para mim uma descoberta de uma nova forma de evangelizar, de fazer chegar a outros a verdade de Deus, o anúncio do Evangelho.
Tornaram-me mais simples nas palavras a dizer, nos pensamentos a organizar, na forma de testemunhar.
Pode saber-se muito ou pouco, mas talvez o que interesse mais é a forma como transmitimos esse saber, como testemunhamos a nossa vivência desse saber da fé, para em vez de confundir, esclarecer e ajudar a perceber.
Deus é simples, (embora sendo um Mistério), porque é amor, e o que se sente mais, talvez, no Alpha, é o amor derramado por Deus que transforma as pessoas, estabelecendo amizades, fraternidades que se tornam cada vez mais fortalecidas.
Sempre gostei de rezar de forma espontânea, porque sempre me espantei e deixei surpreender pelo Espírito Santo, mas o Alpha deu-me uma abertura e mais uma razão para me abrir definitivamente à oração de louvor, à oração de cura, à oração de libertação e cada vez mais me sinto tocado para o fazer, embora cada vez mais, “duvide de mim”, isto é, me sinta mais “um nada” do que alguém que sabe muito ou pouco, e isso é também muito bom, (orgulhoso como sou), para me dar a necessária dimensão de perceber que é Deus quem tudo faz quando a Ele nos entregamos.
O Alpha mudou a minha vida em Igreja, pois deu-me uma dimensão dos outros que eu ainda não tinha verdadeiramente, e ao dar-me essa dimensão, deu-me também a alegria de ver com  a minha vida a obra surpreendente que Deus faz na vida dos outros, na vida daqueles que frequentam os Percursos Alpha.
Esta dimensão da amizade fraterna, muito próxima, provocada por Deus ao longo das semanas em que decorre o Alpha, é algo que me enche o coração e me faz feliz, muito mais feliz.
Para quem como eu era tão céptico em relação ao Alpha no início, Deus deu-me a possibilidade de ver com os meus olhos e sentir com o meu coração, como o Espírito Santo guia a Igreja e Lhe dá sempre novas “ferramentas” para anunciar e levar a todo o lado, desde “a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo”, a sua Palavra, o seu amor, a sua misericórdia, a sua salvação, para que todos encontrem e vivam a vida eterna que Jesus Cristo nos prometeu.
O Alpha é, sem dúvida, uma dessas “ferramentas”, graças a Deus!

Marinha Grande, 27 de Novembro de 2018
Joaquim Mexia Alves

Copiar o link para ler o texto no site do Alpha Portugal

http://portugal.alpha.org/blog/2018/11/29/deus-simples-porque-amor?fbclid=IwAR399JNyHOAnvChf3yBTzWPdmqP-kuMTzRbigDr9FE5YhB3kdACiym2NAXI#.XAEitktTso8.facebook
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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

RECORDANDO HÁ 21 ANOS A ASSEMBLEIA DA COMUNIDADE PNEUMAVITA

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Este fim de semana decorreu em Fátima a 44ª Assembleia da Comunidade Pneumavita a que infelizmente, por força de estar ocupado e empenhado no fim de semana do 12º Percurso Alpha da Marinha Grande, não pude assistir, aliás, mais do assistir, participar em comunhão de fé.
E custa-me sempre muito não estar presente com as minhas irmãs e irmãos da Pneumavita, grandes “culpados” da vida que hoje em dia, graças a Deus, vivo em Deus, por Deus e com Deus em comunhão de Igreja.

Claro que o “maior culpado” foi sem dúvida o meu querido e saudoso amigo Padre José da Lapa, a quem Deus Nosso Senhor já recompensou certamente no Céu, por ter sido seu servo na mudança de vida deste seu filho empedernidamente afastado de Deus e da Igreja.
Foi há 21 anos que pela primeira vez estive numa Assembleia da Pneumavita, do Renovamento Carismático Católico, e desse fim de semana guardo no coração e em todo o meu ser o milagre que Deus fez em mim.
Costumo dizer por graça que dar vista aos cegos, fazer andar os paralíticos, etc., é fácil!
Verdadeiramente difícil e milagroso é mudar um coração de pedra como o meu era, cheio de vícios e carregado de futilidades!

Relembro aqui o que escrevi como testemunho do meu regresso a Deus e à Igreja, há 21 anos atrás.

«Era tudo muito “exterior”, nada ainda me “aquecia” o interior.
Num dos livros que então li, “Jesus está vivo”, falava de um Padre Lapa, que eu tinha conhecido em tempos, e que era o homem, (informava lá), que tinha trazido o Renovamento Carismático Católico para Portugal.
Num impulso decidi escrever-lhe e perguntar-lhe o que era aquilo do Renovamento e como poderia fazer essa “experiência”.
Estávamos em Junho de 1997.
Na sua resposta, longe de me dar conselhos ou qualquer outra coisa, dizia-me apenas, para além dos cumprimentos habituais, que iria haver uma Assembleia do Renovamento Carismático em Fátima, organizada pela Comunidade Pneumavita, por ele fundada, e convidava-me a estar presente.
Um pouco temeroso e desconfiado lá fui em Novembro a Fátima, com o sentimento de: “se não gostar daquilo, venho-me logo embora”!
O anfiteatro do Centro Paulo VI estava cheio, o que me atemorizou um pouco, mas “saltou-me” à vista uma certa união de sentimentos em todo aquele povo e sobretudo uma alegria, uma esperança latente naqueles rostos, apesar de perceber sofrimentos ali bem expressos.
Na Sexta feira ao fim do dia nada me levava a continuar ali, mas levado pela curiosidade, e também por um sentimento de “já que aqui estou”, voltei no Sábado de manhã.
A oração da manhã foi algo que nunca tinha visto, ou seja, a participação de todos, a alegria imprimida na oração, os cânticos, enfim todo um ambiente, (que apesar de não estarmos num templo propriamente dito), respirava espiritualidade.
O pregador, Pe. Alirio Pedrini, falava-nos da Palavra, da Bíblia de um modo como eu nunca tinha ouvido, (no meu tempo a Bíblia era “livro de decoração” na casa de cada um), tornava-A presente e actual e levava-nos a viver a presença de Cristo vivo no meio de nós.
A presença do Arcebispo de Évora, D. Maurilio Gouveia, com palavras que também nunca tinha ouvido no meu tempo à hierarquia da Igreja, confirmavam a comunhão com a Igreja Católica e descansavam as minhas interrogações.
Mas o grande facto deu-se, quando após uma oração de invocação do Espírito Santo, comecei a ouvir a maior parte daquela gente a cantar algo que eu não conseguia entender e me parecia coisa de “doidos”.
Aquela melodia estranha, mas harmoniosa, acompanhada dos braços levantados para o Céu, ao mesmo tempo que me despertava sentimentos do tipo, “que gente é esta, ou, onde é que eu estou metido”, tocava o meu intimo e colocava um sentimento inexplicável de paz no meu coração.
Deixei-me ficar, deixei-me envolver, num sentimento de entrega como se dissesse: “Não sei o que estou aqui a fazer, mas Tu deves saber”…
À noite houve Adoração ao Santíssimo Sacramento, uma adoração como nunca tinha vivido, participada, em diálogo com Jesus Cristo, (que eu começava a sentir verdadeiramente no meio de nós), mas sem nunca se afastar da dignidade da celebração.
Foi então que algo no meu coração se abriu e disse, sem palavras: “Olha, estou aqui, faz de mim o que quiseres.”
Um sentimento de paz, de amor, envolveu-me e comecei a chorar. Um choro silencioso, muito calmo, cheio de paz e de uma estranha, mas muito boa alegria.
No momento não entendi, mas também não me interessava entender, apenas queria viver.
Deve ter sido como Pedro, (passe a imodéstia), na Transfiguração. O que eu não queria era sair dali!
Nessa noite dormi descansado, o que já não acontecia há muito tempo, mas ansioso por voltar àquele lugar.
No Domingo de manhã dei comigo, sem me aperceber, de braços no ar e cantando com os outros e desejando que o fim de semana continuasse indefinidamente!
Havia em mim um fortíssimo sentimento de gratidão a Deus por tudo o que me estava a fazer sentir, a mim, que me achava totalmente indigno de sequer um Seu olhar!
Dirão que houve muita emoção à mistura.
Com certeza que houve emoção, ou será que nós não somos um todo feito de variados sentimentos?
O importante é que a emoção não passe por cima do amor, da entrega, da reflexão.
O importante é que a emoção não abafe a graça que o Senhor derrama nos corações.
O importante é que a emoção não seja superior à Fé firme e constante na presença de Deus em nós.
E comigo foi isso que aconteceu!
Naqueles dias desci da árvore como Zaqueu!»

Graças a Deus continuo como Zaqueu naquele dia a abrir, todos os dias, a porta da minha “casa” a Jesus Cristo, umas vezes escancarada, outras vezes por força das minhas fraquezas, apenas entreaberta, mas sempre de modo a que Ele possa entrar e fazer morada em mim.


Marinha Grande, 12 de Novembro de 2018
Joaquim Mexia Alves
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sexta-feira, 9 de novembro de 2018

OBRIGADO, SENHOR!

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Há momentos na vida em que parece que Te afastas de mim, que não me ouves, que não me ajudas, que não reforças a minha confiança e esperança em Ti, Senhor.

Eu sei, Senhor, eu acredito que estás sempre comigo, mas por vezes parece que as coisas se encarniçam contra mim, não me dando descanso, não me dando uma boa notícia, por muito pequena e ínfima que seja.

Quisera ser como Job, mas não sou, Senhor!

Sou ingrato, não mereço o Teu amor!
Felizmente, por Tua graça, o Teu amor é constante por mim, mereça-o eu ou não!

Sim, Senhor, eu sei que é um período em que talvez esteja mais frágil, mais desanimado, talvez mais cansado.

Deixa-me repousar a minha cabeça no teu peito e abraça-me, Senhor, com toda a força do Teu amor.

Abre-se o caminho, a luz brilha mais forte, o sorriso vence-me a cara triste, a confiança e a esperança renascem fortes e eu levanto-me e digo-Te em alegria:
Obrigado, Senhor!


Monte Real, 9 de Novembro de 2018
Joaquim Mexia Alves
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