quinta-feira, 30 de novembro de 2023

EXALTAÇÃO

.
.










Comecei o dia como sempre em oração, mas pouco depois uma série de problemas que surgiram levaram-me a um estado de ansiedade, de frustração, quase de irritação.

Rezei, sim rezei, para que a minha confiança estivesse em Deus que nunca me faltou, mas o meu coração, a minha mente, não descansavam e o incómodo, para lhe chamar apenas isso, ia continuando.

Lembrei-me do Advento, e à minha memória veio uma oração em verso escrita há alguns anos atrás.
Procurei-a, encontrei-a, li-a, e fui-me deixando tocar pela certeza de que a espera de Deus é uma espera concretizada, porque Ele já veio e está no meio de nós e em nós.

E algo foi mudando em mim.
A ansiedade acalmou, a frustração desapareceu, a irritação deu lugar à paz e a certeza da presença de Deus na minha vida, foi-se tornando cada vez mais forte e sensível.

E surgiram como sempre aquelas interrogações que eu me faço, ou melhor, que Ele me leva a fazer, tais como: mas Ele nunca te faltou, porque faltaria agora; porque queres tu as coisas resolvidas no teu tempo, quando o tempo d’Ele é com certeza o tempo mais certo; porque confias tanto, ou não confias, no que podes ou queres controlar, em vez de confiar que Ele sabe bem do que precisas e to concede se for o melhor para ti?

E a bonança foi tomando conta de mim.

Depois veio ao meu coração uma canção de Natal e perante uma letra bela, primorosamente cantada, os “glória” nela cantados, foram enchendo o meu coração de paz, de alegria, de vontade de dar glória ao Deus que se fez Homem como nós, que nasceu de uma mulher como nós e se entregou na Cruz para nos salvar.

Então dei por mim a dar graças pelas contrariedades do início do dia que, afinal, foram o motivo para mais uma vez tomar consciência da Sua presença em mim, do Seu amor por mim, e de como a vida só tem sentido vivida por Ele, com Ele e n’Ele.

E então sim, pude cantar em silêncio dentro de mim, alegremente:
Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados.




Monte Real, 29 de Novembro de 2023
Joaquim Mexia Alves

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

ADVENTO 2023

.
.








Tinham combinado encontrar-se naquele sítio ermo a uma determinada hora, mas o seu amigo estava muito atrasado.
Realmente o local de encontro não era o mais aconselhável e ele, ali sozinho e com o cair da tarde, ia ficando muito apreensivo, para não reconhecer que no fundo tinha algum medo.

Já se podia ter ido embora, mas tinha ficado num impasse entre esperar e ter companhia e ir embora sozinho, o que não lhe agradava de todo, pois o caminho de regresso estava cheio de eventuais perigos.
Chamou a si todas as suas forças e argumentos racionais e tentou descansar o seu coração, mas a ansiedade e o receio estavam mesmo a tomar conta dele.

Sentiu no peito balançar a cruz que sempre trazia num fio, muito mais por rotina do que por devoção, e pensou que era bem bom se Deus ali estivesse com ele.

Um pouco mais de espera e “arriscou” uma oração, coisa a que nem sequer estava habituado.
“Ó Jesus, se me ouves, vem fazer-me companhia e traz-me paz e alento ao coração, porque eu sinto-me sozinho aqui neste fim de tarde.”

Estranhamente, pensou ele, sentiu uma espécie de tranquilidade, uma espécie de força que, embora não tivesse afastado todo o receio que ele sentia, lhe dava alento para continuar a esperar.
Curiosamente parecia-lhe agora não estar ali sozinho, mas esse pensamento longe de ser assustador, era calmante e acolhedor, por isso rezou novamente.
“Ó Jesus não sei o que fizeste nem como fizeste, mas sinto-me agora mais calmo e até parece que estás aqui junto de mim.”

Bem, pensou mais uma vez, se o meu amigo não vier entretanto, vou-me embora porque já esperei tempo que chegasse por ele.
Passado cerca de um quarto de hora, decidiu que já chegava de espera, e começou a caminhar no regresso a sua casa.

À medida que caminhava e se aproximava de locais onde já não havia tanto a temer, ia reflectindo para si próprio, dizendo interiormente:
Afinal o amigo por quem esperava não apareceu, mas parece-me que Jesus, a quem eu não esperava, se fez presente, não sei como, e fez-me companhia dando-me paz e descanso.

Sentiu uma voz dentro de si que lhe dizia:
Tens a certeza de que não Me esperavas? Não tens andado ultimamente, agora que se aproxima o Natal, a perguntar-te se realmente Eu existo e se estou convosco?

Cada vez mais agradavelmente admirado, respondeu:
Realmente tenho pensado muito nisso e até esperado que no Natal alguma coisa mudasse em mim, e na minha relação conTigo, Jesus.

E a resposta logo surgiu:
Vês, quem espera por Mim sempre alcança, porque Eu me faço sempre presente para todos os que por Mim esperam. Dá-me a mão e caminhemos juntos o teu caminho da vida.

Sentiu de uma forma inexplicável a presença de Jesus junto de si e consigo, mas assustou-se quando percebeu que alguém lhe tocava num ombro.

Voltou-se surpreendido e deu de caras com o seu amigo por quem tanto tempo tinha esperado.

Abraçou-o fortemente, coisa que deixou o outro surpreendido, e disse-lhe:
Obrigado por me teres feito esperar tanto tempo, porque durante esse tempo de espera, Aquele que eu julgava não esperar, veio afinal ter comigo e fez-se presente em mim.





Monte Real, 27 de Novembro de 2023
Joaquim Mexia Alves

sábado, 18 de novembro de 2023

IDOSOS?!

.
.








Não se admirem da imagem que ilustra este texto.
Não dei em crítico de televisão, nem para tal tenho apetência.
A série televisiva “The Closer” é um policial leve e divertido, quanto a mim bem interpretado, e que não nos faz pensar muito, excepto o episódio 5 que passou esta semana.

E este episódio fez-me pensar não pela série em si, mas pelo seu tema, pois passa-se à volta de uma pessoa de idade e do lar onde está “internada”.
Não sei se foi de propósito ou não, mas este episódio retrata muito bem a situação das pessoas de idade, tantas vezes abandonadas nos lares e até nas próprias casas pelos seus familiares.

Claro que isto não é uma regra e há felizmente muitas famílias que continuam a cuidar e a tratar dos seus mais velhos com todo o amor e dignidade.

Mas a verdade, quer queiramos quer não, é que também muitas vezes os lares e não só, são uma espécie de aliviar da consciência, ou seja, já “fiz o que tinha a fazer” e agora eles que cuidem dele.
Esquecemo-nos que as pessoas de idade a maior parte das vezes preferem condições “piores” de habitação, mas mais companhia, mais amor, mais familiares à sua volta.

No meu primeiro livro “Orando em Verso” coloquei logo no início, como homenagem aos meus pais, mas também a todos os pais, o seguinte versículo da Bíblia:
«Honra o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias sobre a terra que o Senhor, teu Deus, te dá.» Ex 20, 12

A verdade é que os nossos pais, quando nascemos fazem toda a espécie de sacrifícios para nos cobrirem de tudo o que necessitamos e nós, muitas vezes, não fazemos o mesmo quando eles vão chegando ao fim das suas vidas.

Quem já visitou os chamados lares da terceira idade, constata, infelizmente, esta dura realidade da falta de visitas dos familiares dos idosos, felizmente, ainda com várias excepções.

Muitas vezes as circunstâncias “obrigam-nos”, por falta de outros meios, a internar os nossos mais velhos nesses lares, mas essas circunstâncias não nos impedem, com certeza, de os visitar sempre que possível.

Por isso tantas vezes os idosos “arranjam doenças” para irem para o centro de saúde ou até o hospital, onde sabem que vão ter outros como eles com quem podem conversar.
Mas mais uma vez, infelizmente, os hospitais vivem problemas graves quando os familiares abandonam os seus idosos nos hospitais.

É conhecida a anedota dos idosos que se juntavam sempre no centro de saúde no fundo para conversarem.
Um dia um pergunta: O Zé hoje não vem?
E responde outro: Hoje não que está doente!

Lembremo-nos, (eu já sou um pouco velho também), que o exemplo que dermos aos nossos filhos será, muito provavelmente, o modo como eles nos tratarão quando chegarem os nossos dias mais avançados.

Que o Senhor nos proteja a todos e neste caso aos mais idosos que precisam de amparo, de companhia, sobretudo de amor e esperança na vida eterna junto de Deus.




Marinha Grande, 18 de Novembro de 2023
Joaquim Mexia Alves

terça-feira, 14 de novembro de 2023

TONTO E CEGO!

.
.











Confesso, Senhor, que por vezes apetece-me desistir, não da vida, claro, mas de tantas coisas que a “atrapalham” e que, saindo do meu controle, acabam por me dar momentos de frustração, de incómodo, de tristeza e, às vezes, até de alguma irritação.

E nessas alturas fico muitas vezes a remoer nesses incómodos, nessas tribulações, nessas tristezas, quase como se me “deleitasse” no meu pequeno sofrimento.

Sim, Senhor, escrevo bem, pequeno sofrimento, porque realmente não passam de coisas pequenas perante a grandeza da vida, perante já tantos anos vividos e, sobretudo, perante a certeza, (que deveria ter constantemente), de que estás connosco e que nunca nos abandonas e não nos deixas ser tentados acima das nossas forças.

Porque não consegui isto ou aquilo, por que alguém não fez aquilo que devia ter feito, porque aqueles planos tão bem pensados não foram bem sucedidos, porque esta ou aquela situação que julgava ultrapassada afinal “regressa” sempre para me “atormentar”, enfim, as “queixas” são imensas e parecem não dar espaço a tudo o que de bom me acontece todos os dias.

E no fundo não dão espaço a tudo o que de bom me acontece todos os dias, porque nesses momentos me fecho apenas no menos bom que me vai acontecendo.

Não porque não tenhamos que, obviamente, enfrentar as dificuldades, mas porque é nessa luta que encontramos a vida e Te encontramos, também, Senhor, sempre pronto para nos dares a mão e nos fazeres “andar sobre as águas”.

Afinal tenho tanto para agradecer, tanto para sorrir, tanto para me alegrar, tanto para dar, para partilhar, e, nesses momentos mais difíceis, apenas penso no que não tenho, no que não consigo resolver, nas tristezas e nos sofrimentos, enfim, em vez de me ver cheio de Ti, Senhor, reduzo-me a encher-me apenas de mim.

E, claro, fui escrevendo e Tu, Senhor, foste-me dando a mão, olhaste para mim e abriste um sorriso na minha cara, e eu apenas me apetece dizer-Te:
Não ligues, Senhor, porque eu sou um tonto, por vezes cego, que Te não vê, porque apenas se quer ver a si próprio.




Monte Real, 14 de Novembro de 2023
Joaquim Mexia Alves

domingo, 12 de novembro de 2023

FIM DE SEMANA DO ESPÍRITO SANTO NO ALPHA

.
.














São 17.41 da tarde e acabámos agora a oração comunitária pedindo o Espírito Santo para todos nós, que estamos a fazer este percurso Alpha na paróquia da Marinha Grande e Alqueidão da Serra.

O momento foi intenso, foi vivido, foi sobretudo abençoado por Deus, que se faz sempre presente quando a Ele nos abrimos.

Aliás, Deus está sempre presente pelo Espírito Santo, nós é que estamos “distraídos” e não O queremos ver e sentir.

É extraordinário o ambiente, a paz, o amor, a alegria, a união, que se sente e vê e em todos aqueles que aqui estão.

Já tantas vezes vi e vivi esta tarde do fim de semana do Espírito Santo, no Alpha, e continuo a espantar-me, a deixar-me maravilhar, com tudo o que Ele faz em nós.

É indescritível e só vivendo se percebe como as barreiras, os medos, as faltas de perdão, são abatidas e se transformam em paz, em serenidade e amor.

Os abraços não são apenas abraços, são vidas que se tocam e dão vida às vidas, porque o Espírito Santo está nessas vidas, e faz nelas a Sua presença viva.

Poder-se-ia dizer que são emoções, e são-no, sem dúvida, mas estas emoções transformam, convertem, são vida que dá vida às vidas de todos nós.

Não viemos aqui, nem estamos aqui pelas emoções.

Viemos aqui e estamos aqui, por Deus, e Ele, pelo Espírito Santo, emociona-nos até ao mais íntimo de nós, e liberta-nos, cura-nos e faz-se vida em nós, para nós e para os outros.

Graças Te damos Pai, por Jesus Cristo, Teu Filho, no Espírito Santo, que nos dá vida, nos chama, nos congrega e faz irmãos em Cristo, para sermos Igreja, e em Igreja sermos uns para os outros, amando-nos como Tu, Senhor, nos amas.



Fátima, 11 de Novembro de 2023
Joaquim Mexia Alves
.
Nota: Escrito ontem em Fátima.

domingo, 5 de novembro de 2023

49ª ASSEMBLEIA DO RENOVAMENTO CARISMÁTICO CATÓLICO DO GRUPO PNEUMAVITA

.
.








Cheguei a casa e pensei: Não vou escrever já sobre a Assembleia do Grupo Pneumavita.
Sentei-me na minha sala tentando repousar de todo deslumbramento que vivia em mim, desde ontem em Fátima, continuado hoje e até agora já em casa.

Mas ao meu coração vinha a frase/versículo - «não nos ardia o coração» (Lc 24, 32) – e então levantei-me e sentei-me aqui frente a este teclado, deixando as palavras saírem de mim para ficarem escritas, quanto mais não seja para me lembrar delas quando me “esquecer” que «o Senhor fez em mim maravilhas» (Lc 1, 49).

Entrar no anfiteatro Paulo VI, sentir o ambiente que o Grupo Pneumavita, levado pelo Espírito Santo, suscita naquele lugar, remeteu-me imediatamente para aquela noite, em que frente ao Santíssimo, ali, naquele lugar em 1997, onde estariam então cerca de duas mil pessoas, caí de joelhos e Lhe disse, (talvez sem grandes esperanças ainda naquele momento), aqui estou, Senhor Jesus, e se estás aí, é chegado o momento de me fazeres sentir-Te e de mudares a minha vida.

E Ele não se fez rogado, entrou pela fresta que Lhe abri, tomou conta de mim, e começou a mudar por completo tudo o que era e é preciso mudar em mim e, até agora, ainda não acabou essa obra, porque eu sou duro de convencer.
Deixei-me envolver, mais uma vez, no Seu amor, entreguei-me no que me foi possível, e pedi-Lhe que continuasse e reforçasse a mudança que continua a fazer em mim.

Disse-nos o pregador, Pe Joãozinho, (uma força do Espírito Santo), explicando-nos com palavras e sugestivas imagens faladas, as sete maravilhas que Deus fez em Maria, servindo-se do tema da Assembleia, «O Senhor fez em mim maravilhas» (Lc 1, 49).

Não tenho palavras para descrever o dia e muito menos a noite de Adoração, em que toda aquela gente, irmanada no amor de Deus, se rendeu à presença viva e actuante do Espírito Santo.

No Domingo de manhã, sobretudo durante a Eucaristia de encerramento da Assembleia, começou a surgir em mim, a verdade extraordinária de que Deus fez nestes dias maravilhas em nós, maravilhas em mim.

Levado pelas palavras proferidas pelo pregador, puder perceber que o Espírito Santo fez em mim as mesmas sete maravilhas que fez em Maria, atendidas, claro, as diferenças de Maria ser a «cheia de graça» e eu ser um pobre pecador.

A primeira maravilha foi que também a mim Ele se fez anunciar pela voz do pregador, dizendo-me que estava ali e que, também, eu poderia ser cheio d’Ele, se assim fosse essa a minha vontade, ou melhor, se eu quisesse fazer a vontade d’Ele.

A segunda maravilha foi que também Ele me fez visitá-lO e se fez visita em mim, permanecendo em mim, conforme eu O deixava permanecer.

A terceira maravilha foi que com a Sua presença, Ele me deslumbrou, me extasiou, me fez sentir a Sua graça e o Seu amor, e que estava ali para que todos nós n’Ele encontrássemos o verdadeiro amor.

A quarta maravilha é que Ele se fez presente na nuvem, essa nuvem que Ele é, para que O sigamos, como antes o povo de Israel O seguiu, fazendo-me mergulhar na alegria da Sua presença.

A quinta maravilha foi tornar a sentir-me baptizado na água do Seu lado, em Igreja, sendo Ele a luz para me alumiar o caminho que Ele próprio me/nos dá.

A sexta maravilha foi sentir que Ele abençoou as minhas dores, (sejam elas quais forem, físicas, psíquicas, espirituais), deixando que eu as unisse às Suas próprias dores na Cruz, onde se entregou por todos nós.

A sétima e última maravilha foi ungir-me, mais uma vez e sempre, no fogo do Espírito Santo, para que, abandonando-me a Ele, encontrasse o caminho que todos os dias Ele me dá, para com Ele encontrar a verdadeira vida que Ele é.

Depois, juntando todas estas sete maravilhas, vem o desafio que Ele me fez e faz, de que, essas sete maravilhas não são para guardar em mim e só para mim, mas que elas só têm sentido se for para eu sair de mim para os outros, para testemunhar o Seu amor, para O dar a conhecer a quem ainda O não conhece, para ser discípulo, mas discípulo missionário em todos os momentos da vida que me dá.

E disse ainda ao meu coração para olhar para Sua Mãe, tentando imitá-la na humildade, na pressa em servir, apontado sempre para Ele e não para mim.

E eu, pobre de mim, apenas posso dizer-Lhe que se sirva de mim como “servo inútil”, que me perdoe as vezes que falho, as vezes que digo sim, mas não faço a Sua vontade, as vezes em que, pelo meu orgulho e vaidade, chamo mais a atenção para mim do que para Ele.

Mas também coloca em mim a certeza inabalável de que está comigo, que está connosco, sempre que O invocamos e d’Ele verdadeiramente demos testemunho de amor.

De coração cheio, renovado e transformado, do meu coração sai um grito silencioso, que apenas diz: Obrigado, Jesus! Obrigado!




Marinha Grande, 5 de Novembro de 2023
Joaquim Mexia Alves

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

ASSEMBLEIA DA COMUNIDADE PNEUMAVITA DO RENOVAMENTO CARISMÁTICO CATÓLICO

.
.







Rezo e preparo-me interiormente para a Assembleia da Pneumavita deste fim de semana em Fátima, e deixo-me levar nas “asas” do Espírito Santo, que me tem levado nestes anos da minha vida.

Lembro-me de Novembro de 1997, do Padre José da Lapa, da Pneumavita, e dessa primeira Assembleia em que estive, e de como esses três dias mudaram a minha vida.

Sim, o caminho de regresso a Deus e à Igreja já estava iniciado, mas era ainda tão incipiente, tão frágil, tão áspero e sem calor de amor verdadeiramente sentido.
Soube depois e sei agora, que ainda não tinha então consciência do Espírito Santo que nos revela Cristo no amor do Pai.

E de repente, num dia de Sábado, vivido a querer “fugir” daquele lugar, surgiu uma noite em adoração frente ao Santíssimo Sacramento, e então Ele, sim Ele, Jesus Cristo, verdadeiramente presente no Sacramento abana-me, quase me esbofeteia, e faz-me sentir a Sua presença viva no meio de nós e, naquele momento, sobretudo em mim.

Sim, o amor invadiu-me porque eu Lhe abri a porta.
Os irmãos fizeram-se comunhão de Igreja, porque Ele me tocou.
As barreiras, os medos, as incertezas, a falta de perdão, foram derrotados por Cristo que se fez presente em mim, no amor do Pai, revelado pelo Espírito Santo.

Hoje e sempre, ao fim de todos estes anos, continuo a viver aqueles momentos com uma intensidade sempre nova, e pergunto-me: O que queres Tu de mim, Senhor?

E Tu não me respondes, sorris, abraças-me junto a Ti e fazes-me sentir o Teu amor.
E eu pergunto-me sempre como queres Tu, Senhor, deste nada que eu sou, fazer algo que fale de Ti e Te testemunhe junto dos outros?

O passado já não me incomoda, porque está nas Tuas mãos, e, Tu mesmo me dizes para me servir dele para testemunhar como Tu e apenas Tu, podes fazer dum coração de pedra, tomado por tantos vícios, um coração de carne disponível para amar, amar com o Teu amor.

Ah, mas agora tenho conTigo o meu querido Pe José da Lapa, e por isso, peço-lhe para que junto do Espírito Santo, interceda para que Ele me/nos guie, me/nos ilumine, e sobretudo me/nos ensine a fazer só e apenas a Tua vontade.

Nesta minha preparação, sinto já a oração das minhas irmãs e irmãos da Pneumavita, e com eles peço insistentemente que o Pai, por Jesus Cristo, derrame em nós o Espírito Santo, que nos há-de revelar tudo o que Ele nos ensinou, como nos afirma o Evangelho de São João.

Conto os minutos, as horas, os dias, e numa prece do coração, apenas digo: Aqui estou, aqui estamos, Senhor Jesus, serve-Te de nós!






Marinha Grande, 2 de Novembro de 2023
Joaquim Mexia Alves