terça-feira, 29 de setembro de 2015

EM FRENTE DO SACRÁRIO

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Como rezar?
Como falar contigo, Senhor?
Como fazer-Te companhia?

Ajoelho-me em frente do sacrário, ou melhor, em frente de Ti.
Quero passar uns momentos contigo, falar contigo, estar contigo, fazer-Te companhia, dizer-Te que não me esqueço de Ti e que estou aqui para Ti, para o que de mim precisares.
Quero estar aqui apenas para estar contigo, nem Te quero pedir nada neste momento. Aliás Tu sabes tudo o que preciso!

Sento-me no banco, coloco a cabeça entre as mãos, e penso comigo próprio: Anda, Joaquim, fala agora com Ele, diz-Lhe o que te vai no coração, faz-Lhe companhia, que tantas vezes Ele está aqui sozinho.

E estará mesmo sozinho?
Então e aquelas e aqueles que vão pensando n’Ele, rezando com Ele e a Ele, durante o dia e em tantos lugares, não lhe fazem companhia também?
Pois, porque Ele não se “confina” a este sacrário, “apenas” se faz aqui presença mais visível, mais sensível, mais tocável, mas no fundo e realmente, está em todos e em todos os lugares, por isso de alguma forma sempre alguém O acompanha e fala com Ele.

Bem, mas estou a distrair-me da missão a que me comprometi: Vir aqui, estar com Ele, fazer-Lhe companhia, enfim, rezar e falar com Ele.

Mas porquê?
Porque Ele precisa da minha companhia, da minha conversa ou das minhas orações?
Claro que não, que não precisa para Ele de nada disso.
Apenas precisa na medida em que me ama com amor infinito e sabe que se eu estiver com Ele, falar com Ele, rezar com Ele e para Ele, encontrarei a verdadeira vida, encontrarei caminho, serei mais feliz, e disso Ele precisa muito, porque me ama com amor infinito e quem ama, quer ver o outro feliz.
E precisa porque todo Ele é amor, vive para o amor e do amor, vive para dar amor, ensinar amor, até o amor ser tudo em todos.

Afinal o tempo passa e passou e nada conversei com Ele, nada rezei, nem Lhe fiz companhia, porque estive ocupado a pensar em como o fazer, e acabei por nada fazer.
Desculpa, Senhor, amanhã eu volto, e se Tu me ajudares encontrarei palavras, encontrarei orações, encontrarei maneira de Te fazer companhia.

Um sussurro chega aos meus ouvidos: Obrigado, Joaquim! Mais do que a companhia que Me fizeste, aprendeste de Mim, e essa conversa que julgaste não ter, fui Eu a falar em ti e para ti.

Olho-Te no amor, prostro-me e digo: Obrigado, Senhor, porque como sempre me surpreendes, me levas a Ti e Te fazes presença na minha vida! Pobre de mim pecador, que não mereço o teu amor!


Marinha Grande, 29 de Setembro de 2015
Joaquim Mexia Alves
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terça-feira, 8 de setembro de 2015

HOJE FOI BAPTIZADA A RITA!

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Hoje foi baptizada a Rita.

Claro que podem perguntar: E quem é a Rita?
E eu respondo que a Rita é filha de uma amiga minha e de seu marido, claro, pessoas que me habituei a ver na minha paróquia da Marinha Grande e que vou guardando no meu coração, primeiro por afinidades várias e depois também por algumas “coisas de/em Igreja” que já fizemos juntos.

E a Rita?
A Rita é um “doce” que se tornou mais doce como filha de Deus!

Confesso que não sei se mais alguém foi batizado hoje na minha paróquia, mas bastava a Rita, para que a comunidade paroquial se dever encher de alegria e gozo, porque a família de Deus foi aumentada em número e graça.

E isso leva-me a pensar que tinha prometido a mim próprio estar à porta da Igreja, para bater palmas e saudar a minha irmã Rita, e afinal outras coisas aconteceram, bem menos importantes, e eu não fui fazer a festa da família de Deus!

Vamo-nos acomodando, vamos descobrindo razões para um certo número de atitudes, e até temos um provérbio que afirma que “a boda e baptizado não vás se não fores convidado”.

E se é percebível que não se deve ir a casa de ninguém, (mesmo amigo), se não se fores convidado, coisa bem diferente é a festa da família de Deus, celebrada em Igreja e na igreja, onde toda a comunidade se devia juntar, para festejar, ou melhor ainda, celebrar a chegada de um novo “amor de Deus”, consubstanciado numa “qualquer” Rita, obra dos homens, pela graça de Deus.

Por isso hoje, perdoa-me Senhor, porque não saí do meu comodismo, para festejar a chegada da tua nova filha à nossa família, à tua família.

Penitencio-me, rezando pela Rita, pelos seus pais, pelos seus padrinhos, pela comunidade paroquial da Marinha Grande, pela tua e nossa família, meu Deus.

E à Rita, aos seus pais, aos seus padrinhos, que Deus vos abençoe, guarde, proteja e ilumine para que mostrais o caminho à Rita e com o vosso testemunho lhe deis forças para o caminhar.


Marinha Grande, 6 de Setembro de 2015
Joaquim Mexia Alves
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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A VIAGEM DA ESPERANÇA

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Senhor,
morres na praia,
na indiferença dos homens,
que têm o amor na boca,
mas não lhes chega,
ao coração.

Senhor,
morres ali,
naquelas ondas do mar,
onde nos enviaste a pescar,
o próximo,
nosso irmão.

Senhor,
morres na cruz,
do egoísmo da humanidade,
a cruz de cada pessoa,
quer Te conheça,
ou não,
como o Cristo,
Jesus.

Senhor,
abres o teu Coração,
a cada um,
dos que morrem sem sentido,
na viagem da mudança,
que se faz eterna esperança
na tua Ressurreição.


Marinha Grande, 3 de Setembro de 2015
Joaquim Mexia Alves
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