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Naqueles dias, Amalec veio a Refidim atacar Israel.
Moisés disse a Josué: «Escolhe alguns homens e amanhã sai a combater
Amalec. Eu irei colocar-me no cimo da colina, com a vara de Deus na mão».
Josué fez o que Moisés lhe ordenara e atacou Amalec, enquanto Moisés,
Aarão e Hur subiram ao cimo da colina.
Quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; mas
quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec.
Como as mãos de Moisés se iam tornando pesadas, trouxeram uma pedra e
colocaram-na por debaixo para que ele se sentasse, enquanto Aarão e Hur, um de
cada lado, lhe seguravam as mãos. Assim se mantiveram firmes as suas mãos até
ao pôr do sol, e Josué desbaratou Amalec e o seu povo ao fio da espada. Ex
17, 8-13
Ao ouvir ontem esta passagem bíblica
na Missa Dominical, e ouvindo a homilia do Padre Patrício, fui levado a
reflectir na mesma e em tudo o que ela pode significar, para além do óbvio,
digamos assim.
Não sei se a origem da frase -
«baixar os braços» - com o sentido daquele que desiste, vem desta passagem, mas
faria todo o sentido que assim fosse.
Deixando a “batalha”, o confronto
violento, de lado, podemos perceber que Deus assiste àqueles que persistem, que
não desistem, que n’Ele confiam e esperam, que pedem, mas que também fazem a
parte que lhes compete, ou seja, são activos, “levantam os braços”.
A liberdade que Deus dá a cada
um, também nos pode levar a desistir, a não querer acreditar, não querer confiar,
não querer esperar, e assim “baixamos os braços”, e Deus nada pode fazer, pois
nunca interfere na nossa liberdade, na liberdade que Ele mesmo deu a cada um.
Depois é curioso perceber que
foi preciso que Aarão e Hur, «um de cada lado», segurassem as mãos de Moisés,
para que elas se mantivessem levantadas, sem desistir, firmes no crer, no
confiar, no esperar.
É que cada um de nós não é só,
não está só, e é em comunidade, em Igreja, com os outros, em oração e comunhão,
que encontramos Deus, e n’Ele a força para persistir, para crer, para confiar,
para esperar.
Só assim, então, na comunhão em
Deus, com os outros, em Igreja, é que podemos “desbaratar” o mal que nos quer
perder, que nos quer fazer desistir, sobretudo nos momentos mais difíceis e
complicados das nossas vidas.
Marinha Grande, 17 de Outubro
de 2016
Joaquim Mexia Alves
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