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Continuo a percorrer o caminho
pelo deserto da Quaresma.
Sempre ao encontro de Cristo
em mim, para que o Espírito Santo me vá mostrando caminho no amor do Pai.
Desta vez a pedra no meu
caminho, tem escrito: Poder!
O “outro” ri-se, diz-me que eu
não tenho poder nenhum, por isso a pedra não é para mim.
Pois, mas ele pensa no poder
do mundo e eu penso noutro “poder”.
Realmente, o poder de mandar
como governante ou qualquer outro poder desse tipo, não o tenho, e até dou
graças a Deus por isso.
Mas e o “poder” como pai, o “poder”
de ser reconhecido em sociedade, o “poder” que advém de ser chamado a dar
testemunho como cristão, em palavras e actos?
Não é esse também um “poder”,
visto que pode mexer com a vida dos outros?
E como exerço eu esse “poder”?
Exerço-o para mandar, para
exigir, para me fazer notado, ou exerço-o como um serviço aos outros, servindo
a Deus?
É que se eu tenho esse “poder”,
ele não é meu, mas vem de Deus, e é sempre um poder para servir e não para me
servir.
Tanto para emendar, meu Deus!
Ah, Senhor, obrigado por me
teres feito sentar nesta pedra do “poder”, da qual me queres levantar para
prosseguir caminho.
Ajuda-me a perceber e a viver
que o “poder” vem de Ti, e que é um “poder” para Te servir, servindo os outros,
pois essa é a Tua vontade.
Monte Real, 15 de Março de
2017
Joaquim Mexia Alves
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