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Sem desfalecer continuo o
caminho pelo deserto da Quaresma.
Sempre ao encontro de Cristo
em mim, para que o Espírito Santo me vá mostrando caminho no amor do Pai.
A pedra que aparece no meu
caminho, tem escrito: Fazer!
O “outro”, pressurosamente,
diz-me ao ouvido para não me preocupar, porque eu já faço tanto.
Preocupa-me sim, que ele me
queira convencer disso mesmo, por isso sento-me na pedra e reflicto.
Realmente, penso eu, já faço
tanto, já estou envolvido em tantas coisas na Igreja.
Será que não faço demasiadas
coisas em detrimento de outras mais importantes, ou seja, mais da vontade de
Deus para mim? Não terei eu, por vezes, um excesso de activismo?
Darei eu a atenção necessária
à família que Deus me deu, por exemplo?
Quando estou cansado, esse
cansaço reflecte-se mais em quê? Naquilo que faço em Igreja ou naquilo que
devia fazer em família?
Não é a família “igreja
doméstica”?
E este “fazer”, traz sempre
também o “não fazer”, ou seja, a desculpa fácil que eu não faço mal, não roubo,
não mato …
Mas faço eu o bem?
Que gostaria Deus que os
outros vissem em mim: Aquele que não faz mal a ninguém, ou aquele que faz o bem
sem olhar a quem?
Tanto para fazer, meu Deus!
Ah, Senhor, obrigado por me
teres feito sentar nesta pedra do “fazer”, da qual me queres levantar para
prosseguir caminho.
Ajuda-me a perceber e a viver
que o “fazer” em Teu Nome, é muito mais importante do que o “não fazer” rotineiro,
pois essa é a Tua vontade.
Monte Real, 14 de Março de
2017
Joaquim Mexia Alves
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