.
.
Sigo o caminho do deserto da
Quaresma.
Sempre ao encontro de Cristo
em mim, para que o Espírito Santo me vá mostrando caminho no amor do Pai.
A pedra no meu caminho, tem
hoje escrito: Perdão!
Tu és um homem de perdão,
diz-me o “outro”, não ligues a esta pedra.
Eu sei o que ele quer, por
isso não lhe ligo e sento-me na pedra.
Sim, realmente, se pensar na
minha vida hoje em dia, tudo faço para perdoar ofensas antigas e para pedir
perdão pelas ofensas que cometi, embora nem sempre seja fácil.
O Senhor ensinou-me a rezar
por aqueles que me ofenderam ou eu ofendi, e essa tem sido a melhor maneira de
perdoar e recordar tudo sem mágoa e ressentimento.
Mas, e o perdão àqueles que
não me ofendem directamente, que ofendem, por exemplo, a minha espiritualidade,
a fé cristã, ofendem a humanidade, praticando actos terríveis contra outros,
contra populações ou comunidades inteiras?
É tão “fácil” classificá-los
de inumanos, de “animais irracionais”, de tudo e mais alguma coisa.
É tão “fácil” desejar quase a
sua morte, como castigo pelas atrocidades que cometem contra outros.
Mas não são eles homens como
eu, criados por Deus também?
E todos eles serão
conscientes, verdadeiramente conscientes do mal que fazem?
Só muita oração, por eles,
pelo seu encontro com uma consciência humana bem formada, pelas suas vitimas, e
por mim próprio, para que Deus consiga que eu veja neles, apesar de todo o mal,
a Sua criação, e assim sendo, sempre o possível arrependimento, emenda e
salvação, visto que Cristo morreu por todos, mesmo por todos e por cada um em
particular.
Ah, Senhor, obrigado por me
teres feito sentar nesta pedra do “perdão”, na qual preciso meditar muito
tempo, antes de me levantar para prosseguir caminho.
Ajuda-me a perceber e a viver
que o “perdão” vem de Ti, mas que também parte da nossa vontade, para podermos
perdoar fazendo a Tua vontade.
Monte Real, 21 de Março de
2017
Joaquim Mexia Alves
.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário