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Disse-lhes,
também, a seguinte parábola: «Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha
e foi lá procurar frutos, mas não os encontrou. Disse ao encarregado da vinha:
'Há três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não o encontro.
Corta-a; para que está ela a ocupar a terra?' Mas ele respondeu: 'Senhor,
deixa-a mais este ano, para que eu possa escavar a terra em volta e deitar-lhe
estrume. Se der frutos na próxima estação, ficará; senão, poderás cortá-la.'»
Lc 13, 6-9
Ao
ouvir esta passagem do Evangelho deste Domingo, dei comigo a pensar na figura
do “encarregado da vinha” que pede ao dono da vinha para poupar a figueira.
E
lembrei-me do tempo em que também eu era aquela figueira, (não três, mas mais
de vinte anos), ocupando a terra, sem outro préstimo que não fosse viver sem
sentido e sem dar fruto.
A
primeira questão que me ocorreu, foi tentar perceber quem foram os
“encarregados da vinha” que pediram por mim, que acreditaram que eu ainda podia
dar fruto, para que o “Dono da vinha” não desistisse de mim, (embora Ele nunca
desista de ninguém), para que eu próprio não desistisse de mim.
E,
claro, a primeira figura que veio ao meu pensamento, ou melhor, ao meu coração,
foi a Mãe do Céu, que como Mãe, é a mais perfeita “encarregada da vinha” não
querendo perder nenhum dos seus filhos, intercedendo junto do Seu Filho, para
que Ele interceda junto do “Dono da vinha”.
Depois
surgiram os meus pais, que “encarregados desta porção de vinha” que o Senhor
lhes dera, não podiam deixar de interceder por tudo o que o “Dono da vinha”
lhes tinha colocado em suas mãos. Com eles vieram também ao meu coração as
minhas irmãs e irmãos que com certeza pediram por esta figueira que não dava
fruto.
Com
um sorriso de gratidão despontaram também no meu coração as minhas Irmãs
Clarissas de Monte Real que, com certeza, a pedido de meus pais, não deixaram
de pedir para que esta figueira não fosse cortada, mas que crescesse forte e
com fruto.
Delas,
destas minhas Irmãs Clarissas, me parece que são aquelas “encarregadas da
vinha” a quem compete regar toda a vinha com as suas orações, que são o adubo
perfeito para que as plantas e árvores dêem fruto e fruto em abundância*.
Vieram
a seguir os inúmeros “encarregados” e inúmeras “encarregadas da vinha”, que por
esse mundo fora vão rezando, pedindo, por todas as figueiras que não dão fruto,
nas quais eu estava incluído.
E
tanto todos pediram, tanto todos rezaram, que o Senhor fez a poda de tudo o que
era supérfluo e estéril em mim, e por Sua graça me foi permitindo dar algum
fruto, o fruto que Ele mesmo me dá.
Tudo
isto me leva a pensar se eu sou um bom “encarregado da vinha” também?
Se
eu também peço insistentemente por todas as figueiras que não dão fruto,
sobretudo aquelas que me estão mais próximas?
Se
será que eu “escavo a terra à volta delas” e as “adubo” com a minha oração, a
minha entrega, o meu testemunho coerente de vida?
Porque
é preciso sempre que intercedamos junto do “Dono da vinha”, para que as
“figueiras estéreis” não sejam cortadas e passem a dar fruto «a trinta, a
sessenta e a cem por um»**.
Senhor,
que
colocas em cada um a missão de interceder pelas “figueiras estéreis”, leva-nos
a insistentemente pedir por aqueles que não Te conhecem, não Te amam e não Te
seguem, para que, “regados” pela oração e “podados” pela conversão, possam dar
fruto e fruto que permaneça***.
Amen.
*Jo
15, 1-2
**Mc
4, 8
***Jo
15, 16
Monte
Real, 4 de Março de 2013
8 comentários:
Olá Joaquim!
Eu sou uma dessas "figueiras estéreis", e agradeço por não deixar de orar por nós.
Obrigada, é mais um texto magnifico!
Bjs
Teresa
Não terá sido por acaso que há pouco te deixei uma msg em outro espaço e que tem precisamente a ver com o teu Post e tomo por confirmação.Vou deixar-te portanto dois 'obrigados' e logo perceberás porquê.
Abraço em Cristo e Maria.
Belíssima partilha!E um apelo forte a que eu não esqueça nunca a força da oração e a utilizar esta força para ajudar os que mais precisam,inclusivé eu.
Abraço com amizade em Cristo Jesus
Obrigado Teresa!
E também não te esqueças de rezar por mim e por todos.
Um abraço amigo em Cristo
Obrigadp Malu, já percebi e hei-de responder-te quando tiver um pouco mais de tempo.
Um abraço amigo em Cristo
Obrigado Concha.
Sem dúvida que as nossas orações uns pelos outros são sempre ouvidas por Deus.
Um abraço amigo em Cristo
Muitos de nós somos essa Figueira, "esteril" mas com a ajuda do "encarregado da vinha", sei que no seu tempo, seremos estrumados e adubados e, nem que seja no fim derradeiro, daremos frutos, mais que não seja, nos exemplos que possam adubar e estrumar os que ainda aqui estão.
Claro Paulo, sem dúvida!
Somos "figueiras estéreis" e ao mesmo tempo devemos ser "encarregados da vinha"!
Um abraço amigo em Cristo
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